Já dentro do escritório, Jude via a loira tentar controlar o choro.
Jude –... E então? O que quer falar comigo? – perguntou calmamente.
Lucy respirou profundamente –... O que... O Natsu está fazendo aqui? – perguntou em um tom mais baixo.
Jude –... – nada respondeu.
Lucy – Vou perguntar novamente – falou seriamente – O que, o homem que deixou sua filha sozinha com três crianças, está fazendo aqui?
Jude –... Ele não lhe abandonou – resolveu contar – Isso nunca aconteceu... Ele passou dois anos internado, em coma, no principal hospital da cidade vizinha – falou seriamente – E o ultimo ano, ele passou fazendo tratamento... – foi interrompido.
Lucy – VOCÊS NÃO PODIAM... – gritou enquanto as lágrimas escorriam intensamente por seu rosto – VOCÊS NÃO PODIAM TER ESCONDIDO ISSO DE MIM! – a loira sentia seu sangue ferver, sentia como se a raiva, a frustração e a indignação quisessem sair por todo seu corpo.
Jude – Nós fizemos isso para o seu bem! – tentou argumentar.
Lucy – NÃO! EM MOMENTO ALGUM VOCÊS PENSARAM EM MIM... – sua raiva não diminuía, a dor que sentia em seu peito só aumentava.
Jude – Nós pensamos em você sim! – respondeu em um tom mais alto – Você tinha acabado de dar a luz, queria que lhe disséssemos... “Olha, seu noivo está em coma, mas não se preocupe, está tudo bem”... Queria que disséssemos isso? – perguntou seriamente, mantendo o tom alto – Queria que eu, seu pai, lhe visse entrar em depressão pós-parto, por acreditar que o Natsu poderia não acordar mais? – viu que a loira continuava a chorar, as lágrimas da mesma não cessavam por um segundo se quer – E você me respeite, eu ainda sou seu pai!
Lucy levou a mão ao peito – Em momento algum... Vocês pensaram em mim! – falou em um tom mais baixo enquanto pressionava a mão em direção ao seu peito – Vocês não sabem... O quanto eu sofri – dizia entre os soluços – Vocês não sabem, quantas noite, eu passei em claro... Quantas vezes eu acordei no meio da noite, achando que tudo havia sido um pesadelo... Quanta dor eu senti ao não vê-lo ao meu lado... Quantas vezes, eu disse para as crianças... Que o pai delas estava morto, enquanto na verdade, ele estava lutando para continuar a viver... Vocês não sabem, o quanto eu amaldiçoei o Natsu... Tudo por acreditar que ele havia fugido – seu peito doía mais a cada palavra dita, a loira sentia suas pernas perderem as forças – Tudo por que vocês mentiram pra mim... – suas pernas acabaram cedendo, fazendo com que a mesma se ajoelhasse – Como saber a verdade... Poderia ter sido pior que isso? – as lágrimas não paravam de escorrer por seu rosto.
Jude não se arrependia do que havia feito, mas ver sua filha em tal estado o fazia sentir uma enorme dor em seu peito, o fazia pensar se havia mesmo valido apena tudo aquilo – Lucy...
Lucy – Vocês dizem que pensaram em mim, mas... E no Natsu? – suas lagrimas voltaram a se intensificar –... Vocês pensaram nele? – fez Jude se surpreender – E se ele tivesse acordado com todas as memórias? O que ele pensaria ao me ver com outro? O que ele pensaria sobre vocês terem escondido toda a verdade?
Jude não soube responder.
O local ficou em silêncio por alguns segundos.
Lucy – Pai... Eu sou a mãe dos filhos dele... – sua garganta quase tampava por causa do choro – Eu tinha o direito de saber... Como sua companheira... Mais do que todos... Eu iria ficar ao lado dele – falou com a voz fraca de tanto chorar.
Jude – Lucy... Minha filha... – com os olhos cheios de lagrimas, se controlava para não chorar ao ver o estado da loira.
Lucy – Mas o que mais me dói é... Eu nunca acreditar primeiramente e somente nele – falou em um tom baixo, mas que fazia seu peito doer e seus olhos embaçarem ainda mais por causa das lágrimas – Por causa de uma brincadeira que eu ouvi... Eu duvidei dele... Como eu posso... Encara-lo agora? – não tinha coragem de encarar o rosado, ainda mais depois do que havia feito pouco tempo atrás.
Jude se aproximou da loira e a ajudou a se levantar –... Me perdoe... – abraçou a loira –... É assim que você deve começar – falou calmamente, surpreendendo à loira.
Segundos depois a porta foi aberta.
Igneel –... Pelo visto... Cheguei atrasado? – perguntou sem graça.
A loira apenas se separou do abraço do pai e deixou o local, sem nem mesmo falar com Igneel.
Igneel – Conseguiu explicar tudo? – perguntou seriamente enquanto via a loira se afastar.
Jude – Pelo menos a maior parte – passou o braço nos olhos enxugando as lagrimas que ameaçavam cair.
A loira enxugou os olhos, passando a controlar o choro.
Ao passar onde havia visto o rosado, percebeu que o mesmo não estava mais lá.
Lucy andou até a sala, mas nada de ver Natsu. Então subiu as escadas, acreditando que o mesmo estaria no andar de cima.
Ao chegar em frente a seu antigo quarto, pode ver a porta entre aberta.
A loira aproximou o rosto do vão que a porta havia deixado, podendo ver o rosado com uma certa dificuldade em tirar a camisa.
Natsu tentava de tudo que era jeito, mas não conseguia levantar o braço corretamente.
O rosado bufou – Se acalme, isso é por pouco tempo – sussurrou para si mesmo enquanto encarava as gavetas de camisas a sua frente.
(porta batendo)
Natsu – Wendy... Me ajuda aqui – pediu sem graça, sem perceber que na verdade não era sua irmã.
Ainda de costas, o rosado apenas levantou os braços o quanto podia, podendo sentir sua camisa ser levantada logo depois.
Mas antes de ter a camisa completamente tirada, pode sentir.
Natsu – E-Espera, Wendy, não é assim... – sentiu o braço doer ao ser levantado pela camisa – M-Meu braço, está doendo! – suspirou aliviado ao perceber que a camisa havia sido tirada –... Qual o seu problema? – perguntou calmamente ainda de costas, levando a mão esquerda até o braço direito – Você sabe que esse braço não levan... – foi interrompido ao ser abraçado por trás – O que foi? – estranhou, mas logo percebeu –... Q-Quem é você? – suou frio ao sentir os seios da loira prensarem contra suas costas.
A loira abraçou Natsu fortemente, o impedindo de se virar.
Lucy sentia o corpo magro do rosado, podendo ver as cicatrizes no braço direito do mesmo.
A loira apenas afundou o rosto nas costas de Natsu.
Natsu – Ei... – pode sentir as lágrimas da mesma molhar suas costas, mas logo corou ao sentir as mãos que lhe abraçavam acariciar seu peito e seu abdômen – E-Espera, e-está fazendo cócegas – se segurava para não rir, mas logo percebeu que as mesmas mãos haviam parado.
Lucy –... Me perdoe... – falou com a voz ainda fraca – Me perdoe...
Natsu gelou ao ouvir tal voz. Segundos depois o rosado escapou do abraço da loira, podendo se virar e ver quem era – V-Você... O-O que quer comigo? – se afastou – Veio bater do outro lado do rosto agora? – logo parou ao sentir suas costas baterem no guarda-roupa.
A loira se aproximou lentamente, fazendo o rosado ficar pálido.
Natsu – E-Espera, eu juro que não fiz nada... E eu não posso bater em mulheres! – fechou os olhos ao ver a loira levantar as duas mãos, mas logo pode sentir que a mesma apenas havia segurado seu rosto.
Lucy – Me perdoa... – fez o rosado abrir os olhos ao beijar a bochecha do lado em que havia batido.
Natsu se surpreendeu, vendo a loira chorar enquanto depositava beijos em seu rosto – L-Lucy-san... – falou em um tom mais baixo ao corar – O que a senhorita...
Lucy – Me perdoa... – continuou a falar em um tom calmo, mas logo seus lábios se direcionaram a boca do rosado, passando a beija-lo gentilmente.
Os olhos de Natsu se arregalaram, não sabia o que fazer, não sabia o que estava acontecendo. Mas logo o mesmo retribuiu a loira em um beijo calmo.
Natsu – O que... É essa sensação de... Nostalgia e... Alegria... – fechou os olhos, levando as mãos em direção à cintura da loira.
Lucy apenas abraçou o pescoço do rosado ao sentir o mesmo segurar sua cintura.
A loira voltara a sentir os lábios que tanto lhe alegravam depois de tanto tempo, voltara a sentir o carinho do homem que amava.
Wendy – Ah! – se surpreendeu com o que viu. Mas seu pequeno ruído havia sido o suficiente para fazer à loira e o rosado se separarem.
Natsu – W-Wendy! – falou completamente corado enquanto encarava a porta.
A loira nem mesmo se virou, continuou abraçada ao rosado, encostando sua testa no peito do mesmo.
Wendy – O que vocês pensam que estão fazendo? – perguntou com os olhos estreitos ao ver o rosado sem camisa enquanto segurava a cintura da loira.
Natsu – N-Não é nada disso que você está pensando – falou completamente sem graça, soltando a cintura da loira, mas logo percebeu que a mesma não havia se mexido um único centímetro, continuando abraçada ao seu corpo.
Logo depois a loira pode sentir seu corpo sendo puxado.
Lucy – AH! – continuou agarrada ao pescoço do rosado enquanto era puxada.
Natsu – Meu pescoço! – passou a ser puxado junto.
Lucy – O que está fazendo? – perguntou indignada enquanto olhava para trás.
Wendy – Precisamos conversar! – falou seriamente já chegando perto da porta.
Lucy – Precisa ser agora? – perguntou ainda agarrada ao rosado.
Natsu – Eu preciso ir junto? – perguntou já sentindo seu pescoço doer.
Wendy – Lucy... Por favor! – pediu seriamente.
Lucy encarou Wendy por alguns segundos, mas logo depois se virou para o rosado – Me espere aqui, daqui a pouco eu volto – pediu calmamente, soltando o rosado logo depois.
Natsu – Ahn? – não entendia mais nada, apenas viu a loira sair com sua irmã – O-O que está acontecendo? Primeiro ela me espanca, depois me abraça, me beija e então tenta me enforcar... E agora me pede para espera-la? – sentiu sua cabeça começar a rodar – Até parece que eu vou... – pegou uma camisa, sua bengala, e saiu.
Wendy acabou arrastando a loira para aquele que antes era seu quarto.
Lucy – O que foi agora? – perguntou um pouco indignada, mas logo viu Levy no local – Levy...
Após um tempo, as três já haviam se acomodado no local.
Lucy – E agora... Tem mais alguma coisa que eu preciso saber? – perguntou seriamente.
Levy viu os olhos inchados e vermelhos da loira –... Da minha parte eu já contei tudo... – explicou.
Wendy –... O que você estava pretendendo fazer lá com meu irmão? – perguntou seriamente.
Lucy encarou a garota por alguns segundos, mas logo depois desviou os olhos um pouco corada.
Wendy apenas suspirou –... Lucy, você não pode trata-lo como se o conhecesse há anos... – foi interrompida.
Lucy – Mas nós nos conhecemos há anos – falou seriamente.
Wendy – Mas ele não se lembra disso! – explicou – E se você o tratar assim, vai acabar forçando as memórias na cabeça dele... E o médico pediu para que não fizéssemos isso, se não pode prejudica-lo de alguma maneira... Pediu para que o fizéssemos se lembrar aos poucos...
Lucy – E o que você quer que eu faça? – perguntou um pouco indignada.
Wendy – O trate como um estranho... Se você quiser, crie algo do zero – explicou.
Lucy – Impossível – foi direta – Não tem como eu fazer uma coisa dessas – falou seriamente.
Wendy – Se vire!
Levy suspirou – Mudando de assunto! – chamou a atenção das duas – Você já se decidiu sobre o que vai fazer em relação ao Rogue? – perguntou seriamente.
Lucy ficou alguns segundos em silêncio –... Terminar com ele e o denunciar a policia – falou seriamente.
Levy – Se fosse tão simples, nós mesmos já teríamos feito isso – falou seriamente, fazendo Wendy confirmar com a cabeça.
Lucy – Como assim? – não entendeu.
Levy – Não temos provas... Como podemos denuncia-lo sem nenhuma prova? – explicou.
Lucy – Então... O que podemos fazer? – perguntou seriamente.
Levy – Arrancar alguma confissão dele? – opinou.
Lucy – Como? – perguntou seriamente, vendo Wendy e Levy a encarar –... Não, não... Eu não vou fazer isso... Finalmente posso me reerguer, finalmente posso ser feliz com a minha família... – foi interrompida.
Wendy – Você acha que ele vai deixar? – perguntou seriamente, chamando a atenção da loira – Você acha que o Rogue vai simplesmente deixar você viver em paz com o Nii-san e as crianças?
A loira apenas rangeu os dentes, já sabia a resposta.
Levy – Mas Lucy... Você não gostava dele? – queria entender.
Lucy encarou Levy por alguns segundos –... Não era bem gostar... Era mais como um carinho por ter ficado ao meu lado, enquanto eu acreditava que o Natsu havia fugido – explicou um pouco mais calma.
Levy – Mas e então? O que vamos fazer? – perguntou seriamente.
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