Após toda confusão, Natsu já arrumava as malas para se mudar para a casa de Lucy.
Natsu – Isso não vai prestar... – murmurou agachando em frente ao guarda-roupa, enquanto colocava tudo dentro de uma mala.
Lucy – Quer ajuda? – perguntou calmamente ao aparecer atrás do rosado.
Natsu – Não – foi direto – Se não você vai tentar abusar de mim de novo – falou seriamente.
Lucy – Claro que não – riu – Agora eu posso ter um pouquinho mais de paciência – falou em um tom mais alegre.
Natsu apenas pode sentir um arrepio por todo seu corpo.
Lucy – Vim ver se estava tudo bem, já que você estava demorando – falou calmamente, se agachando ao lado do rosado.
Natsu – Me desculpe, é que o meu pai trouxe um monte de coisas... – explicou – Tem coisas aqui de quando eu era criança ainda... – falou um pouco corado ao pegar em alguns brinquedos.
Lucy riu – E por que está levando seus brinquedos? – perguntou calmamente.
Natsu – São meus, então vou levar comigo, simples assim – suspirou.
Lucy – Então tá... – logo pegou um dos brinquedos do rosado – E isso seria? – se referiu a um dragão de pelúcia cor de rosa com o tamanho de uma pessoa normal.
Natsu corou, demorando a responder –... Assim como todas as crianças precisam de seu cobertorzinho especial ou até mesmo um bichinho de pelúcia para dormir, eu precisava desse dragão para pegar no sono – falou um pouco envergonhado.
Lucy segurou a risada – Mas... Rosa? – continuou segurando a risada.
Natsu – Não fui eu que escolhi – continuou a falar sem graça – Foi um presente... Da minha mãe...
Lucy se acalmou, se sentindo um pouco mal –... Me desculpe.
Natsu – Tudo bem – sorriu.
Lucy – Mas... Como você pretende levar esse monte de coisas pra lá? – perguntou calmamente.
Natsu – Levo nos braços mesmo – falou calmamente.
A loira encarou o rosado por alguns segundos, vendo a magreza do mesmo –... E você aguenta? – fez uma veia saltar na testa do rosado.
Natsu – Pode acreditar que sim – falou um pouco irritado – Não é porque eu perdi massa, que eu perdi minha força.
Lucy apoiou o rosto em uma das mãos – Me pergunto se é verdade... – falou calmamente – Você me parece tão frágil e sensível.
Natsu se irritou – Ah é? – segurou fortemente o braço direito da loira, surpreendendo a mesma.
Lucy sentiu o mesmo doer um pouco – Como pode... Não era pra ele estar mais fraco? Quão forte ele era? – pensou seriamente – O que estou pensando? Ele quebrava ossos como se fossem de isopor – sorriu cinicamente – Fraco... Muito fraco.
Natsu se irritou ainda mais, segurando no outro braço da loira, mas logo depois perdeu o equilíbrio e caiu em cima da mesma.
Natsu – Perdão... – tentou se levantar, mas foi interrompido ao ter seu pescoço abraçado pela loira.
Lucy – Nisso você certamente não mudou... Esse seu lado pervertido – sorriu.
Natsu corou – N-Não, isso é um engano – falou envergonhado.
Lucy – Está tudo bem – sorriu, aproximando o rosado de si.
Natsu – Lucy-san... – murmurou mais calmo, se aproximando dos lábios da loira.
Ao chegar bem próximo, o rosado dava pequenas recuadas, tentando a loira ainda mais.
Lucy não aguentou, puxando Natsu de uma vez, selando seus lábios nos do rosado.
Natsu se apoiou com o braço esquerdo, enquanto descia o direito até a cintura da loira, enfiando sua mão por debaixo da camisa de Lucy.
Lucy corou, mas não interrompeu o beijo, sentindo o rosado apalpar seu seio – Depois de tanto tempo... – intensificou o beijo.
Mas instantes depois, o rosado se afastou.
Natsu – Ahh... – deu um pequeno grito, saindo de cima da loira.
Lucy – O-O que foi? Qual o problema? – não entendeu por que o rosado havia parado.
Natsu – Esse é o problema! – levantou a mão ao falar em um tom irritado.
Só então a loira pode ver. Happy havia enfiado as garras na mão do rosado.
Lucy – Happy... – murmurou calmamente.
Natsu – Esse gato é seu? – perguntou surpreso, podendo ver a loira confirmar com a cabeça baixa.
Lucy murmurou –... Você foge de casa... E quando aparece... – pegou o gato da mão do rosado rapidamente – Me atrapalha em algo que estou tendo uma dificuldade enorme em conseguir! – falou irritada, ameaçando jogar o gato pela janela.
Natsu rapidamente pegou Happy das mãos da loira – Calma Lucy-san! – falou assustado, vendo a loira já em lagrimas.
Lucy – Droga, tudo e todos não querem nos ver juntos – falou completamente indignada, mas logo ouviu baterem na porta.
Wendy – Por que a demora? – perguntou seriamente – Já terminou de arrumar suas coisas Nii-san? – entrou no local ao perguntar.
Natsu – Já sim – falou um pouco mais calmo.
Wendy – Então vamos – ajudou a pegar algumas malas – Daqui a pouco os convidados começam a chegar – falou seriamente.
Natsu pegou o restante das malas e saiu com o dragão rosa nas costas e o Happy em uma de suas mãos, deixando a loira pra trás.
Lucy – Eu não vou desistir! – pensou ainda com esperanças, se levantando e saindo logo depois.
Após alguns minutos, os três e Aki já haviam chegado em frente à porta da mansão da loira.
Lucy – Natsu, como estamos atrasados, que tal tomarmos um banho juntos? – perguntou calmamente.
Natsu – E por que faríamos isso? – perguntou surpreso e corado.
Lucy – Por que nos amamos – sorriu.
Natsu – Quem disse isso? – estranhou, fazendo o sorriso da loira desaparecer.
Lucy – Ahn?
Natsu – Eu confesso que sinto uma atração... Acho a senhorita bonita e tudo mais... Mas amor? – negou com a cabeça – Impossível...
Lucy – M-Mas, você me beijou... – foi interrompida.
Natsu – VOCÊ me beijou! – falou com uma gota na cabeça.
Lucy – Você retribuiu... – respondeu em um tom mais triste.
Natsu – Bom... Eu sou homem, e solteiro... Então é natural eu retribuir – explicou – Mas não é por isso que eu vou te amar – falou seriamente – Além do mais, isso é meio estranho, você me tratar assim e falar comigo sobre amor, sendo que nem sou seu namorado... Você deveria falar isso com ele não? Seu namorado... – falou seriamente, entrando na mansão e deixando Lucy e Wendy pra trás.
Wendy percebeu a expressão triste e incrédula que a loira possuía em seu rosto.
Wendy – Não adianta ficar assim – suspirou, chamando a atenção da loira – Eu te avisei, não avisei? Ele perdeu a memória, ele se esqueceu de praticamente tudo...
Lucy – Mas... – novamente foi interrompida.
Wendy – Você acha que ele pode amar uma pessoa que ele não conhece? – surpreendeu à loira – A maior chance que você teve, foi jogada fora... Ele me contou... Você beijou o Rogue na frente dele e ainda o espancou por nada... Você acha que ele vai te amar assim? – perguntou seriamente, fazendo os olhos da loira se encherem de lagrimas – Com esses seus ataques, você só o está assustando e o deixando confuso...
Lucy – Mas então... O que eu posso fazer? – segurou as lagrimas, as impedindo de cair.
Wendy – Eu já lhe disse... Comece do zero – suspirou – Reconquiste-o... Você não o fez lhe amar? – chamou a atenção da loira – Meu irmão lhe amava tanto, que ele daria a própria vida para salvar a sua... – falou calmamente.
Lucy apenas deu uma leve corada.
Wendy – Então Lucy... Apenas seja você mesma, ajude-o a recuperar a memória aos poucos... Tenho certeza que ele lhe amará novamente – falou gentilmente – E tente controlar um pouco esse seu fogo – falou meio sem-graça – Rogue não anda dando conta?
Lucy suspirou – Eu nunca deixei o Rogue ir além do beijo – falou calmamente.
Wendy – O que? – se surpreendeu.
Lucy – Bom... Eu não conseguia aceitar outro homem em minha vida... – explicou – Tentei dar uma chance ao Rogue, ver se conseguia mudar... Mas não adiantou – voltou a suspirar.
Wendy – Então foi sorte a sua! – riu, entrando na mansão logo depois.
Lucy, após pensar por um tempo, entrou na mansão.
Logo a loira viu Wendy descer rapidamente as escadas já sem as malas do rosado.
Lucy – O que foi? – perguntou surpresa.
Wendy – Vem ver! – sorriu ao correr em direção aos fundos.
A loira, sem entender nada, apenas a seguiu.
Ao chegar no fundo da mansão, onde os brinquedos e as coisas estavam montados, perceberam o rosado se divertindo com as crianças.
Natsu – Agora vamos nesse escorregador em forma de dragão! – falou um pouco sem folego.
Aki/ Yuri – Sim! – falaram animadas, seguindo o rosado até o escorregador.
Logo o rosado colocou as duas entre suas pernas, Yuri na frente e Aki entre os dois, e desceu no escorregador, que seguia o formato de uma cauda de dragão, se tornando um pouco maior que o normal.
Lucy e Wendy sorriram.
Wendy – O Nii-san e essa mania por dragões – falou em um tom mais alegre.
Lucy – Acabei tendo que montar dois temas para essa festa – suspirou – Um de dragões para as meninas e... – percebeu – Onde está o Sora? – estranhou.
Wendy apontou para o lado onde estava o outro tema, fazendo a loira suspirar ao ver o pequeno Sora.
Lucy – Acabei tendo que montar um tema sobre o espaço também... Sora gosta mais de estrelas, planetas e constelações, do que de dragões – falou calmamente – Vai entender... – andou calmamente até o filho.
Wendy apenas continuou observando o rosado se divertindo com as duas crianças.
Wendy – Parece até que ele se esqueceu de tudo que aconteceu hoje – pensou com um sorriso de canto em seu rosto – Até parece que ele voltou a ser criança... – viu como o rosado se divertia.
Lucy viu como Sora parecia chateado.
Lucy – O que foi? – perguntou gentilmente, se sentando ao lado do menino em uma almofada em formato de estrela.
Sora virou o rosto – Nada – respondeu emburrado.
Lucy riu – Sora, mamãe te conhece – falou carinhosamente.
Sora demorou um pouco a responder –... Ele – apontou para Natsu – O que ele está fazendo aqui?
Lucy – Bom, a partir de agora ele irá cuidar de vocês enquanto a mamãe estiver trabalhando e estudando – explicou.
Sora – Mas por que ele? – perguntou em um tom indignado.
Lucy – Bem... – percebeu – Eu estou tentando dar explicações para uma criança de três anos? – se indignou – Por que a mamãe quis assim – respondeu normalmente.
Sora se emburrou ainda mais – Eu não gosto dele, ele se parece com o papai, mas não é o papai!
Lucy – Ahn? – se surpreendeu.
Sora – O papai é forte! – falou com um pouco de orgulho.
Lucy então se lembrou – Ele deve achar isso por causa da foto que a Wendy mostrou pra eles – suspirou – E por isso você está aqui sozinho?
Sora – É...
Lucy – Suas irmãs estão se divertindo – sorriu – Você não quer brincar com elas também?
Sora não respondeu, mas logo puderam ouvir as duas meninas dando pequenos gritos e rindo.
Lucy voltou a olhar os três, percebendo que agora os mesmos já estavam na cama elástica.
Natsu pulava no meio, fazendo as duas meninas pularem mais alto.
Natsu – Agora vocês duas parecem dois dragõezinhos voando e caindo – riu.
Aki – Papai, pula mais alto – falou enquanto ria.
Natsu – Eu não sou seu pai! – respondeu irritado, mas que não afetou nenhum pouco a menina.
Logo o rosado passou a pular mais forte.
Lucy – Ele vai quebrar a cama elástica... – pensou com uma gota na cabeça ao ver tal cena.
A loira voltou a olhar para Sora e logo pode perceber como os olhinhos do mesmo brilhavam enquanto via os três se divertirem.
Lucy – Vem! – pegou na mãozinha do mesmo e o levou em direção à cama elástica na parte de dragões.
Sora – Não, eu não quero! – mentiu, sem nem mesmo resistir.
Lucy – Será que o Sora pode brincar com vocês? – perguntou calmamente, fazendo Natsu parar de pular.
Natsu – Hummm – pensou por alguns segundos – Não sei... Já tem homem de mais aqui dentro... – falou normalmente, mas logo viu o olhar frio da loira –... Estou brincando – sorriu sem graça – Pode sim.
A loira levantou o menino e o colocou dentro da cama elástica.
Natsu – Em momento algum pense em vir para o meio, fique mais nas bordas – falou seriamente.
Lucy apenas observava do lado de fora.
Sora encarou o rosado –... Eu te odeio – falou calmamente.
Natsu – Sim, sim, eu também não gosto de você – respondeu no mesmo tom, voltando a pular.
Lucy – O que vou fazer com esses dois? – pensou com uma gota na cabeça ao ouvir a troca de carinho dos dois.
Após poucos segundos, a loira pode ver a alegria tomar conta de Sora assim como nas meninas.
Lucy – Ele não poderia ser um pouquinho mais sincero? – pensou ao abrir um sorriso de canto ao ver a felicidade de Sora.
A loira encarava a cena com a felicidade em seus olhos, suas bochechas estavam coradas, e em seu coração não cabia tamanha a alegria que estava sentindo ao presenciar tal cena. Nunca havia imaginado ver o rosado brincando com os filhos tão alegremente após o sumiço do mesmo.
Após alguns minutos observando, a loira se pronunciou.
Lucy – Natsu, precisamos tomar banho – chamou a atenção do rosado – Daqui a pouco os convidados estarão chegando...
Natsu – Eu já disse, não vou tomar banho com você – respondeu calmamente.
Lucy – Tudo bem, apenas tome um banho – falou normalmente.
Natsu parou de pular, descendo da cama elástica – Depois brincamos mais – sorriu para os três e logo se aproximou da loira –... Você está bem? – estranhou.
Lucy – Ahn? – não entendeu.
Natsu – Primeiro você me bate e me trata como a pessoa que você mais odeia... Depois você me enche de carinho e amor... E agora age como se nada tivesse acontecido – falou seriamente.
Lucy – Isso é um problema que nós mulheres temos – sorriu ao mentir – Não se preocupe... E vai tomar um banho, pois você está todo suado!
Natsu percebeu –... A Wendy tinha razão... – chamou a atenção da loira – Com essas crianças, eu posso me recuperar mais rápido – falou um pouco cansado.
Lucy apenas sorriu – Vai logo tomar seu banho! – deu um tapa no ombro do rosado.
Após pouco mais de uma hora, já pronta de banho tomado, a loira batia na porta do quarto do rosado.
Lucy – Natsu! – continuou a bater – Está tudo bem?
Natsu –... Está – respondeu do outro lado da porta – N-Não se preocupe.
Wendy – O que foi Lucy-san? – perguntou ao ver a loira em frente ao quarto do rosado.
Lucy – Já faz mais de uma hora que o Natsu foi tomar banho, mas até agora ele não saiu – falou preocupada.
Wendy bateu na porta – Nii-san!
Natsu – Wendy! – respondeu em um tom mais alto – O remédio! Onde está? – respondeu com um pouco de dificuldade, surpreendendo as duas.
Lucy – R-Remédio?
Wendy correu até seu quarto, havia esquecido de deixar o frasco com os comprimidos no quarto do rosado.
Após poucos segundos a garota já havia voltado.
Wendy – Nii-san, estou entrando! – destrancou a porta com uma chave extra.
Lucy – Só meu quarto é realmente seguro... – pensou seriamente.
Assim que a porta foi aberta, puderam ver o rosado em cima da cama apenas com uma calça jeans, enquanto segurava sua perna fortemente.
Natsu estava pálido e suava muito, demonstrando tamanha dor que estava sentindo em sua perna.
Lucy – Agora eu entendo o porquê de ter uma cópia da chave... – pensou preocupada ao ver o estado do rosado.
Natsu – Eu não deveria... Ter ido na cama elástica – riu sem-graça, pegando o comprimido e um copo de água com a irmã.
Lucy – Ele vai ficar bem Wendy? – perguntou ainda preocupada.
Natsu – Não se preocupe... Eu só preciso descansar um pouco... A perna começou a doer depois que o sangue esfriou – falou em um tom fraco.
Logo Wendy ajudou o rosado a se deitar na cama.
Lucy já ia saindo, quando ouviu o rosado falar.
Natsu – Lucy-san... – chamou a atenção da loira – Você ficou muito bonita nesse vestido – sorriu com uma certa dificuldade, fazendo a loira corar levemente.
Lucy –... Obrigada – deixou o local, andando lentamente em direção ao andar de baixo – Esse é o vestido que usei no dia em que você me pediu em namoro... – respondeu em pensamento, mantendo um sorriso de canto em seu rosto.
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