História Ele é MEU mordomo - O Maior Problema

Após o fim da parada, no ônibus das garotas, as mesmas puderam perceber como a loira estava emburrada.

Levy – O que foi Lucy? – perguntou calmamente – Você desceu toda alegre e voltou emburrada assim...

Lucy – O infeliz do Natsu não apareceu! – respondeu irritada com a pequena Aki sentada em seu colo e com Yuri do seu lado.

Erza suspirou – Vai ver ele dormiu – tentou explicar.

Juvia – Ou então ele não queria ver a cara da Lucy por ela ter feito algo de errado – sorriu cinicamente ao brincar.

Lucy – S-Será? – se espantou

Mirajane – A Juvia só está brincando Lucy – riu.

Lisanna – Mas então Lucy, é verdade que o Natsu se lembrou de algo? – perguntou normalmente.

Lucy – Sim – suspirou, voltando a se acalmar – Ele se lembrou da briga em que quebrou os dois braços do Sting – explicou.

Erza – Justo disso que ele foi se lembrar? – encarou a loira com uma gota na cabeça.

Lucy – Foi a mesma coisa que eu pensei! – respondeu indignada – Ele não poderia se lembrar de mim? Ou de algum momento junto comigo?

Erza – Sim, como o momento no festival de outono que fomos ao templo – sorriu maliciosamente para a loira, fazendo a mesma corar violentamente.

Lucy – Ela viu? – não pode acreditar.

Aki – Mamãe, o que aconteceu no festival? – perguntou inocentemente.

Erza – Sua mãe e seu pai encomendaram você e seu irmão para a central das cegonhas – sorriu, deixando a pequena confusa.

Juvia – Mas você deveria agradecer que pelo menos ele não se lembrou do Nill e da Luizy – falou inocentemente, só então percebendo o olhar revoltado da loira, se lembrando de que Yuri estava ali do lado.

O grupo ficou em silêncio, tanto que só o motor do ônibus podia ser ouvido.

Yuri encarou a loira, chamando a atenção da mesma – Quem é Niru e Luzy? – perguntou errando o nome dos mesmos.

Lucy – Bem... Eles eram... – não sabia responder.

Erza – Eram uns amigos nossos que... – não conseguiu completar.

Levy – Viajaram para fora do país – sorriu ao mentir.

Yuri –... Entendi.

Lucy – Mas mudando de assunto, o que vocês planejam fazer quando chegarmos? – perguntou calmamente.

Lisanna – Como assim? – não entendeu – Não vamos para a empresa junto com o professor?

Lucy – Ah vamos? – perguntou desinteressada, vendo as outras confirmarem com a cabeça – Não tem como eu ir e levar as crianças, então vou fazer outra coisa – sorriu de canto.

Evergreen – Tipo o que?

Lucy – Tipo ir dar uma volta pela cidade, ou até mesmo pelo hotel em que ficaremos, talvez até mesmo... – suspirou – Pelo quarto do Natsu – fez todas a encarar com uma gota na cabeça.

Levy – Você sabe que todos dividirão o quarto com outra pessoa né? – perguntou seriamente.

Lucy – Para tudo se dá um jeito – sorriu – Além do mais, é tudo para que ele se lembre de tudo logo.

Todas – Até parece!

Juvia – E se ele não quiser nada disso e quiser ir à empresa junto com o professor e os outros? – perguntou seriamente.

Lucy – Isso é impossível, afinal, quem ficaria com as crianças? – respondeu com uma pergunta, mas logo percebeu todas a encarando – Por que? – perguntou com uma gota na cabeça.

Erza – Por você ser a mãe e a menos interessada em ir? – soltou uma pequena risada.

Lucy – Por isso eu queria deixa-los com o meu pai... – voltou a se emburrar.

Após algumas horas, os ônibus já haviam chegado em frente ao hotel. A maioria das garotas já havia entrado no local enquanto os rapazes esperavam para pegar suas pequenas malas.

Natsu – Não tem como agilizar ai não? Quero dormir um pouco antes de ir pra empresa – bufou enquanto segurava a mão de Sora.

Gray – Você dormiu a viagem inteira e ainda quer dormir mais? – perguntou com uma gota na cabeça.

Natsu – Dormir vai me ajudar a recuperar o meu verdadeiro eu mais rápido – falou sem muito interesse.

Rogue – Ainda não entendo como a Lucy pode gostar de um ridículo preguiçoso assim – bufou ao passar pelo rosado.

Natsu quase avançou sobre o rapaz, mas acabou sendo segurado pelos outros.

Gildarts – Certo, antes de entrarmos, precisamos dividir os grupos – falou já de frente aos garotos – Como faremos?

Natsu – Vamos dividir em alunos e... – apontou para Rogue – Criminosos como o Rogue que tentam tomar uma mulher a força – explicou calmamente.

Rogue – Então é melhor você vir pro meu grupo, já que você também é um criminoso – sorriu de canto – Afinal, matou três pessoas.

Surpreendeu a todos, até mesmo ao rosado.

Natsu –... Do que você está falando? – perguntou mais serio sem entender nada.

Rogue – O que? Você não se lembra? – continuou com o sorriso de canto.

Gajeel – ROGUE! – chamou a atenção do rapaz, que apenas deu de ombros e entrou no hotel.

Gray – Não dê ouvidos a ele Natsu – falou seriamente – Você sabe que ele é louco.

Natsu – Uhum – parecia um pouco pensativo enquanto Sora o encarava surpreso.

Não demorou muito para que os dois entrassem no hotel e se deparassem com Lucy.

Sora correu até a loira, que logo pode perceber como o rosado estava.

Lucy – Aconteceu alguma coisa Natsu? – perguntou calmamente.

Sora – Ele está assim, pois o tio Rogue disse que ele matou alguém – falou inocentemente, surpreendendo à loira.

Lucy encarou o rosado – Você não acreditou né?

Natsu – C-Claro que não – sorriu sem graça.

Lucy – Você não pode acreditar em nada que o Rogue diga – falou seriamente – Se você perguntar quanto é um mais um e ele responder dois, desconfie!

Natsu suspirou – Está dizendo por experiência própria? – brincou, fazendo a loira corar de vergonha.

Apesar de tudo, aquele sentimento incômodo não deixava Natsu em paz.

Natsu – Por que estou com esse aperto no peito? – saiu do local, deixando Lucy sozinha com as crianças.

O rosado andava calmamente pelos corredores, mas logo achou aquilo que procurava.

Natsu – Rogue! – chamou a atenção do rapaz.

Rogue – O que você quer agora? – respondeu seriamente, sem dar muita atenção ao rosado.

Natsu – O que você quis dizer com aquilo de eu ser um assassino? – perguntou seriamente – Ninguém além dele vai me dizer...

Rogue abriu um sorriso de canto – O que? Você não lembra? – fingiu um tom de surpreso – Como pode esquecer-se da forma que matou aquele que era seu melhor amigo, o Nill? – fez os olhos do rosado darem uma leve arregalada.

Natsu – Como?

Rogue – Acho que você não se lembra mesmo... Sabe a Lucy? Aquela que diz te amar e tudo mais? – sorriu – Ela te traiu, e com seu melhor amigo, o Nill... De quem você acha que a Yuri é filha?

Natsu nada dizia.

Rogue – Como você sabe, a Yuri é bem mais velha que a Aki e o Sora... Você só descobriu a verdade no dia do seu casamento com a Lucy – explicava seriamente – Você foi tirar satisfação com o Nill, mas acabou sendo ainda mais violento do que foi com o Sting – fez Natsu se lembrar de quando bateu no loiro – E acabou o matando... Você abandonou a Lucy no altar, tentou ir embora para outra cidade, mas acabou sofrendo um acidente, onde morreu o motorista e aquela que era sua melhor amiga, a Luizy – voltou a surpreender o rosado – A Lucy só se aproveitou da sua falta de memoria para tentar recuperar a sua confiança... – suspirou – Eu mesmo só dei em cima dela, pois achei que ela era uma vadia qualquer, já que teve coragem de te trair com seu melhor amigo.

Natsu encarou Rogue por alguns segundos, mas logo depois soltou uma forte gargalhada – E você espera que eu acredite nisso? – respondeu entre a risada.

Rogue – Eu não espero nada, apenas respondi o que você veio me perguntar – suspirou – Você é um assassino, de três pessoas ainda por cima, mesmo que as outras duas tenha sido um acidente – falou normalmente – Mesmo que você não acredite em mim, basta procurar na internet com a data exata sobre o acidente de carro e você verá que não estou mentindo.

Natsu – Tá, tá – saiu do local enquanto ria.

Assim que sumiu das vistas de Rogue, Natsu apenas apertou fortemente a bengala em sua mão.

Após algumas horas, todos perceberam que o rosado ainda não havia aparecido.

Levy – Daqui a pouco vamos sair com o professor e ele ainda não apareceu – falou um pouco receosa.

Gajeel – Será que ele ficou chateado com o que o Rogue disse a ele? – se perguntou ao suspirar.

Erza – O que o Rogue disse? – perguntou seriamente.

Gray – Que ele era um assassino – respondeu no mesmo tom.

Lucy – Eu vou lá ver o porquê dele estar demorando, fiquem com as crianças, por favor – falou normalmente, deixando os três pequenos com as amigas e saindo em direção aos quartos.

Ao chegar no quarto em que o rosado estava, abriu a porta e viu o mesmo sentado sobre a cama com um notebook sobre suas pernas.

Lucy fechou a porta e andou até Natsu – O que você está fazendo? Já estamos quase saindo – falou normalmente.

Natsu – Eu realmente sou um assassino... – falou calmamente, surpreendendo à loira.

Lucy – O que você está dizendo? – não estava entendendo mais nada.

Natsu – Eu demorei pra achar, pois ao que parece, não foi um assunto muito tocado, mas... – virou o notebook, mostrando uma foto de um carro completamente destruído com uma reportagem sobre o acidente – Aqui não diz nada sobre o culpado ou coisa do tipo... Mas diz que eu estava nele, como o Rogue disse... – logo concluiu – Eu matei o Nill...

Lucy – Não! – exclamou – Não foi sua culpa! – percebeu que os olhos de Natsu haviam perdido o brilho.

O rosado levou uma das mãos ao rosto – E-Então, e-eles r-realmente morreram? – não pode acreditar.

Lucy percebeu que o rosado havia arrancado aquilo dela.

Natsu levou a outra mão ao rosto, o apertando fortemente com os dedos, como se quisesse furar a pele com as unhas – E-Eu os matei? O-O que eles estavam fazendo aqui? – não conseguia raciocinar nem se lembrar de nada do que havia acontecido.

Lucy –... Natsu... – se sentou na cama – Eu já disse, não foi culpa sua – falou enquanto tentava acalmar o rosado – Foi um acidente.

Natsu – Eu me lembrei de mais uma coisa... – falou ainda perturbado enquanto encarava o vazio – De uma época que parecia que você estava me evitando e acabei descobrindo que você estava saindo com o Nill... – mentiu.

Lucy – Ele tinha que se lembrar justo disso – pensou indignada – Você pode não se lembrar, mas apesar de tudo que aconteceu naquela época, não chegou a acontecer nada de mais entre eu e o Nill – no mesmo instante a loira percebeu que a leve tremedeira que o rosado tinha, havia sumido e que sua face perturbada havia tomado uma expressão seria enquanto seus olhos continuavam opacos – Natsu? – levou a mão ao rosto do rosado, mas acabou tendo a mesma afastada bruscamente.

Natsu – Não encoste em mim – falou friamente – Então o Rogue tinha razão... Como uma coisa absurda dessas pode estar acontecendo comigo? – direcionou seu olhar para a loira, percebendo como a mesma estava espantada, Lucy parecia estar falando com ele, mas o mesmo não conseguia ouvir devido às inúmeras perguntas que atormentavam sua cabeça – Eu matei meu amigo por causa dela? Como isso pode ser possível? Eu realmente amei uma mulher assim? Uma mulher que me trairia e me usaria assim por estar sem memoria? Não né? A Wendy não mentiria pra mim sobre isso né? Mas o papai está por perto, ela pode estar sendo ameaçada também né? O Rogue poderia estar mentindo pra mim, mas tudo que ele disse está batendo! Por que ninguém me contou sobre esse acidente? É por eu ser culpado? Por que a policia ainda não me prendeu? Igneel fez alguma coisa e por isso a Wendy o está obedecendo? – voltando a tremer, o rosado levou as duas mãos à cabeça lentamente – Mas o Sora e a Aki são mesmo meus filhos! Mas o Rogue disse que eu só descobri sobre a Yuri no dia do casamento! Mas o Nill furaria mesmo meu olho? A Lucy-san é uma modelo famosa e muito bonita, a amizade some uma hora dessas! Mas por que eu mataria meu melhor amigo? Ele não foi o único culpado, a Lucy-san também tem culpa, então por que simplesmente não sumi? Eu não podia deixar meus filhos sem pai? Não, o Rogue disse que eu tentei ir pra outra cidade e que a Luizy me acompanhou, mas ela não estava em nossa cidade natal? – apenas podia ver Lucy tentando desperta-lo daquele transe, mas não conseguia ouvir a mesma, sua cabeça estava a mil com todos aqueles pensamentos – Mas e meus amigos? Por que ninguém me disse nada? Eles são realmente meus amigos? E o Gajeel? Ele é meu primo não é? Por que ele não me contou? Ele não sabia? E por que ela está tentando ficar comigo de novo? Ela é filha de Jude Heartphilia, então poderia ser por causa de uma união das empresas? Por isso Igneel está morando com Jude? Estão tramando para que eu fique logo com a Lucy-san? Por isso me obrigaram a ir trabalhar de babá na casa dela? Não! Ela não faria algo tão sujo né? Ou faria? Ela confessou que me traiu, então por que não faria isso? – mesmo Lucy não tendo dito nada que confirmasse que o traiu, a cabeça do mesmo acabou acreditando que havia ouvido que sim, que ela havia o traído – Eu... O que eu faço? Fujo? Mas pra onde? Pra onde não importa, da primeira vez eu fiz isso! Levo a Wendy comigo de novo? Mas como fugir sem que percebam? Levo a Aki junto? Não, seria sequestro, mesmo eu sendo o pai né? Mas o que eu faria se fugisse? Eu preciso mesmo fugir? Já sou maior de idade, posso simplesmente dizer que estou indo embora! Mas ir embora vai resolver meus problemas? Não! Mas ficar também não iria me ajudar em nada! O que eu faço? Eu só quero ser livre, só quero ser feliz, então por que não consigo? Por que sempre há algo para atormentar minha vida?

Lucy – NATSU! NATSU! – gritava enquanto sacodia o mesmo assustada, acreditava que aquilo poderia ser algum efeito colateral da pancada que rosado havia recebido na cabeça no acidente – NATSU! Kyaaaah – soltou o pequeno grito ao ser empurrada para trás, caindo sentada no chão.

Natsu – Eu já disse pra não encostar em mim – falou friamente enquanto encarava a loira caída no chão –... A culpa foi sua... Eu não mataria ninguém... A culpa foi sua.

Lucy surpresa com tudo aquilo e sem entender nada, apenas encarava o rosado sem saber o que dizer – Natsu... – parou ao ver lágrimas incondicionais escorrerem pelo rosto do rosado – Ele está sofrendo, e muito! – se levantou – Natsu me diz o que está acontecendo! – pediu ao tentar se aproximar do garoto novamente.

Natsu – NÃO SE APROXIME! – fez a loira travar no lugar – Você sabia... Você sabia que... Traição era a única coisa que eu não perdoaria... Mas mesmo assim, me traiu... – fez os olhos de Lucy se arregalarem – E por sua causa eu matei o Nill, por sua causa a Luizy também está morta... Por quê? Eu realmente iria me casar com você? Eu não escolheria passar o resto da minha vida com uma... Vadia como você... Então por quê? Por que eu mesmo não consigo responder essas perguntas?

Lucy não conseguia entender o que estava acontecendo, até mesmo ignorou a ofensa que havia sofrido, ver a dor que o rosado estava sentindo ser exposta, coisa que raramente acontecia, estava fazendo com que a mesma também sofresse – Como assim traí-lo com o Nill? Como assim ele matou o Nill? Do que ele está falando?

Natsu – Você... Igneel... Gajeel... Os outros... Estão todos contra mim? – viu que Lucy tentou se aproximar novamente – Não me obrigue a lhe machucar! – fez a loira parar novamente –... O que eu faço? Eu não sei o que fazer...

Lucy viu que o rosado estava prestes a entrar em desespero, então apenas fechou os olhos e pulou em direção ao mesmo. A loira ainda de olhos fechados, esperava o rosado lhe bater já que havia o abraçado fortemente, mas Lucy logo abriu os olhos ao sentir as lágrimas de Natsu escorrerem por seu ombro e molharem sua camisa.

Lucy – Eu não te traí com o Nill, eu não te traí com ninguém – falou em um tom baixo sem se separar do abraço – Você não matou o Nill nem a Luizy, foi um acidente de trânsito, apenas isso... Apesar dos dois terem morrido nesse acidente, meu coração se alegra por você não ter partido como eles, meu coração se alegra por ter você em meus braços novamente – não conseguiu conter as lagrimas, passou a chorar com o rosado – Tê-lo ao meu lado, sorrindo pra mim, me dando carinho e seu amor... Eu não poderia pedir mais que isso – comentou gentilmente, podendo sentir as lagrimas do rosado se intensificarem.

Natsu –... Eu não sei o que pensar... Não sei o que fazer – falou entre as lagrimas – Minha cabeça já aceitou que fui eu quem matou o Nill e que você me traiu... Mas meu coração... Meu coração se alegra por estar com você... Seu sorriso, seu cheiro, sua pele... Seu jeito... Eu amo tudo isso... Mas não sei o que fazer... Minha cabeça diz que você está mentindo, mas meu coração diz que está me dizendo a verdade... Eu não sei qual deles ouvir...

Lucy suspirou – Sabe, você bateu a cabeça no acidente, tanto que perdeu a memoria... Então ela não está funcionando muito bem... Não seria melhor então você ouvir seu coração? – respondeu em um tom de brincadeira, mas logo percebeu que o rosado não respondeu, já que o mesmo havia pegado no sono com a cabeça em seu ombro esquerdo.