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História Ele é MEU mordomo - (Extra - 6) Confusões Após Dez Anos


Escrita por: Vinilu

Notas do Autor


Em agradecimento aos 4 mil favoritos, resolvi tirar um tempo das outras fics para escrever mais um extra nessa ^^

Espero que gostem ^^

MUUUUUITO OBRIGADO A TODOS! DE VERDADE, VOCÊS NÃO SABEM QUÃO FELIZ ESTOU POR EEMM TER ATINGIDO TAL MARCA, MUITO OBRIGADO MESMO ^^

Boa Leitura a todos!!!

Capítulo 163 - (Extra - 6) Confusões Após Dez Anos


Lentamente os olhos daquele garoto de cabelos rosados se abriram. O despertar da manhã nunca fora tão tranquilo, já que diariamente acordava com a bagunça das crianças pela casa.

Natsu –... Que estranho... – o rosado murmurou ainda sonolento, mas logo percebeu que não estava em seu quarto – Que quarto é esse? Não me lembro de ter ido dormir em um quarto diferente...

O garoto então se levantou e saiu vestido apenas com sua calça de moletom. Ao descer as escadas começou a ser tomado pela preocupação. A casa estava realmente em um completo silêncio, onde apenas o som da Tv podia ser ouvido.

Natsu –... Será que a Lucy saiu com as crianças? Mas ela não falou nada comigo... – o rosado murmurou consigo mesmo ao se aproximar da sala –... Wendy, você viu a Lu... – o mesmo parou de falar na hora ao ver que não era sua irmã mais nova que estava ali, mas sim um garoto mais gordo, beirando a obesidade, deitado em seu sofá –... Quem é você? – Natsu indagou acreditando que o rapaz de cabelos loiros havia invadido sua casa.

O garoto encarou o rosado por alguns instantes, mas logo os olhos do mesmo se encheram de lágrimas, onde sua voz saiu banhada pela tristeza.

—... Eu sei que o senhor tem vergonha de mim, mas fingir que não conhece o seu próprio filho... Chega a ser cruel de mais... – o mesmo se levantou com certa dificuldade e então se retirou lentamente do local –... E se está procurando a mãe, ela está na cozinha...

Com os olhos opacos, Natsu apenas encarou o rapaz que já aparentava ter seus quinze anos, vendo o mesmo sumir de suas vistas

Natsu – S-Sora? Não, impossível, meu Sora mal saiu das fraldas ainda... É algum amigo engraçadinho da Lucy? – o rosado pensou ainda sem acreditar, e logo se direcionou para a cozinha –... Lucy, você está aí?

Ao chamar pela esposa assim que chegou ao local, pôde ouvir a voz da mesma chamar sua atenção.

Lucy – O que você quer? Veio avisar que vai passar a noite fora com sua amante de novo? – a voz da loira ecoou com certa frieza.

Natsu – Eh? – o rosado ficou a encarar a mulher sentada à mesa, de frente para um enorme prato de comida –... Quem é você? – o mesmo indagou ao ver aquela loira que tanto parecia com sua esposa, mas que tinha o triplo do peso da mesma.

Lucy –... Essa é realmente uma boa pergunta... No que me tornei afinal de contas? – a mesma se encarou por alguns segundos, mas logo se levantou da mesa –... Perdi minha fome... Ah sim, os papéis do divórcio já estão em cima da sua mesa, basta você assinar...

Natsu – O que está acontecendo? A Lucy engordou, o Sora está uns dez anos mais velho... E... Vou me divorciar? – o rosado pensou completamente paralisado, não conseguindo acreditar em tudo que estava acontecendo – ISSO SÓ PODE SER BRINCADEIRA! POR QUE NÃO ME LEMBRO DE NADA? Se já passou tanto tempo, eu deveria me lembrar de algo... Será alguma sequela do acidente?

O rosado se perdia na confusão de sua mente, até que ouviu a campainha tocar incessantemente. Como ninguém foi atender a porta, Natsu o fez. Ao abrir a mesma viu um jovem aparentando ter seus dezoito anos com quase dois metros de altura.

Natsu – Em que posso ajudá-lo? – perguntou calmamente – Como ele passou pelo portão? É algum conhecido da família?

— E aí velho! Vim buscar a rosadinha para um rolê! – o garoto comentou sem um pingo de respeito.

Natsu estreitou os olhos ao estranhar – Rosadinha?

— Sim, a gostosinha da sua filha, Aki – um sorriso malicioso brotou sobre os lábios do jovem.

Mas no mesmo instante os olhos de Natsu perderam o brilho. Sem nem mesmo pensar o rosado esticou seu braço para cima, segurando fortemente a face do garoto, passando uma rasteira no mesmo logo em seguida.

Natsu – Você tem muita coragem de falar assim na minha frente... – o rosado comentou friamente, apertando a face do garoto lentamente, aumentando a força gradualmente.

— O-O senhor... Nunca se importou com isso! – o jovem exclamou enquanto sentia que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento, não conseguindo se desvencilhar daquilo.

Natsu –... Se você tem amor a sua vida, não mostre sua cara aqui nunca mais... E se eu descobrir que você se quer olhou para minha filha, farei questão de ir atrás de você e lhe arrancar os olhos, se dizer algo a ela, então arrancarei sua língua... Se você entende o que estou dizendo, apenas suma daqui – o rosado concluiu em um tom frio, fazendo o moleque suar frio.

Logo Natsu voltou para dentro de casa, fechando a porta com o rapaz ainda caído em frente a mesma. Ao chegar a sala, o rosado pôde ver uma jovem aparentando ter seus quinze anos descer as escadas.

Natsu – Lucy? – se confundiu devido ao corpo cheio de curvas da garota, assim como o de Lucy era, mas logo percebeu os cabelos rosados da mesma –... Aki? – o rosado, já com a pele empalidecida, chamou a atenção da garota.

Aki – E aí velho... Sabe se alguém esteve me procurando? – a mesma indagou sem nem mesmo tirar os olhos do celular em sua mão, não encarando o pai nem por um segundo se quer enquanto falava com o mesmo.

Natsu – Velho? Eu sou seu pai! – o rosado exclamou indignado com tamanha falta de respeito.

Aki – Que seja – a garota apenas bufou entediada.

Natsu – Quanto ao garoto, eu o mandei embora... – só então a menina de cabelos rosados passou a encarar o pai, mas com um olhar de indignação.

Aki – POR QUE FEZ ISSO? QUAL O SEU PROBLEMA? – a mesma bradou, mas logo recuou um passo ao ver os olhos sem brilho de Natsu, se calando no mesmo instante.

Natsu –... Você gritou comigo? – a voz do rosado tornou a sair acompanhada por aquela frieza.

Aki – P-Perdão – a coragem da garota pareceu desaparecer apenas com aquele olhar.

Natsu – Você está em minha casa, é minha filha e de minha responsabilidade, logo terá que seguir as minhas regras – comentou seriamente, deixando a filha um pouco confusa e assustada – Primeiro, vá trocar essas roupas... Está proibida de usar quaisquer shorts que pegue acima de seus joelhos, e a camisa tem que tampar o umbigo... Segundo, se gritar comigo ou com sua mãe novamente, quebrarei todos os dentes em sua boca...Terceiro... Namorado apenas depois dos trinta anos!

Os dois então se encararam por longos segundos, mas Aki nada disse, até que viu o rosado sinalizar com a mão para que a mesma se aproximasse. Assim que o fez, os olhos da menina se arregalaram ao sentir o pai afagar sua cabeça com a mão e beijar gentilmente sua testa.

Natsu – Agora vá trocar essa roupa! – ordenou em um tom mais calmo, e logo viu a garota tornar a subir as escadas.

Aki – Qual o problema dele? Sendo carinhoso do nada... Por que está fingindo se importar? – a mesma se perguntou em um sussurro, mas que não escapou dos ouvidos do rosado.

Natsu – O que fiz à minha família? Todos parecem me odiar um bocado... Droga! Eu só posso ter perdido a memória de novo... Mas esquecer dez anos da minha vida... Isso está muito errado! – o mesmo pensou já mais sério, percebendo a situação em que se encontrava –... Wendy, talvez a Wendy saiba me explicar o que está acontecendo... Mas ainda não a vi, vou perguntar pra Lucy se ela sabe onde minha irmã está... – o rosado murmurou consigo mesmo e logo subiu as escadas, acreditando que Lucy estaria no quarto em que achava compartilhar com a mesma.

Sem nem mesmo bater na porta, Natsu adentrou no quarto. Logo o rosado pôde ver Lucy parada em frente ao espelho apenas de roupas intimas, como se encarasse seu corpo agora cheio de dobrinhas.

Lucy – O QUE ESTÁ FAZENDO? POR QUE NÃO BATEU NA PORTA? – a loira indagou completamente envergonhada, se tampando com a tolha em seguida.

Natsu – E por que eu deveria? Esse é meu quarto também... – o garoto a respondeu calmamente ao fechar a porta.

Lucy – Não, não é! Se esqueceu que você já não dorme aqui há quase um ano? – o respondeu ainda irritada.

Natsu – Então é por isso que acordei em outro quarto? – o rosado nada respondeu àquela que era sua esposa.

O mesmo andou até a cama e então se sentou sobre ela, parecendo pensar por alguns instantes.

Natsu –... Por que aquela hora você perguntou se eu passaria a noite com uma amante? – indagou em um tom mais sério.

Lucy – Não é isso que você faz toda vez que vai dormir fora? – respondeu no mesmo tom do rosado.

Natsu – E por que eu, que não tolero traição, teria uma amante? – continuou a perguntar seriamente.

Lucy – Não seria porque você deixou de me amar a muito tempo atrás? – a loira o respondeu como se aquilo não fosse nada de mais, como se não a afetasse.

O rosado então se levantou e caminhou até Lucy –... E por que eu teria deixado de ama-la? Foi por que você ficou gordinha? – Natsu soltou uma pequena risada ao apertar levemente a barriga da loira.

Lucy – NÃO ENCOSTA EM MIM! – a garota bradou ao bater fortemente na mão do rosado, surpreendendo o mesmo –... Qual o seu problema? Você está estranho...

Natsu –... O que foi que eu te fiz? Por que você diz que deixei de te amar? – o mesmo indagou um pouco mais preocupado.

Lucy – Vejo que está se fazendo de esquecido... Se esqueceu de quando você decidiu que nosso quarto filho se chamaria Nill em homenagem ao seu amigo? Se sim, então se esqueceu também quando... Em meio a uma certa confusão... Acabei... Deixando nosso bebê... Cair? – a loira comentou com as lágrimas já a rolar por sua face –... Ele não resistiu... E por isso... Você nunca me perdoou... Você... Nunca mais foi o mesmo... Enquanto eu afundava minha tristeza na comida... Você fez o mesmo com o trabalho... Você se afastou de mim... Você me culpou... Você me traiu... Você deixou de me amar...

Natsu apenas encarava a loira com os olhos arregalados, não acreditando naquilo que ouvira – O bebê que ela estava esperando... Morreu... Por isso as coisas estão assim...

Após alguns segundos sem dizer nada, o rosado levou a mão até a bochecha de Lucy, para que assim pudesse enxugar suas lágrimas, mas novamente sentiu a mesma bater em seu braço fortemente, o afastando.

Lucy – JÁ FALEI PRA NÃO ENCOSTAR EM MIM! – seu brado saiu cheio de raiva.

Ainda assim Natsu continuou a insistir, tentando tocar a mulher a sua frente enquanto a mesma continuava a resistir. Logo o rosado segurou a mão da loira, forçando a mesma para trás e a prendendo contra a parede.

Lucy – O-O que está fazendo? – perguntou indignada com a atitude do rosado, mas não recebeu sua resposta, somente pôde ver o mesmo aproximar o rosto do seu, entendendo que Natsu tinha a intenção de lhe beijar.

Rapidamente a loira virou o rosto para evitar tal ato, mas o rosado a seguiu, fazendo com que a mesma tornasse a virar o rosto por diversas vezes, até que teve seu queixo segurado pela outra mão de Natsu. Foi então que sentiu o toque dos lábios do rosado nos seus, algo que não sentia a muito tempo.

Com a mão que permaneceu solta, Lucy se apoiou sobre o peito de Natsu, tentando empurrar o mesmo para se afastar daquele beijo, mas era inútil. A loira ainda socou o peito do rosado por mais algumas vezes, só que aos poucos ficaram mais fracos, até que Natsu percebeu que não havia mais resistência por parte da mulher a sua frente.

Logo o rosado soltou o punho e o queixo de Lucy, levando as mãos até a cintura da mesma. Se afastando o suficiente apenas para recuperar o fôlego, Natsu pôde sentir a mão direita da loira pousar carinhosamente sobre sua bochecha. E logo ambos retomaram o beijo.

Pouco mais de uma hora depois, Natsu estava deitado sobre a cama, coberto apenas por um lençol, enquanto abraçava Lucy por trás, formando uma conchinha. Mas logo em seguida viu a loira se afastar.

Natsu –... O que foi? – indagou em um tom calmo.

Lucy – Você está estranho... Quando foi a última vez que fizemos algo semelhante? Ainda assim... Hoje... Mesmo que meu corpo não lhe agrade mais... Foi como se tivéssemos voltado quinze anos no passado... Cada toque, cada beijo... Cada ato de carinho... – o respondeu no mesmo tom.

Natsu – Do que você está falando? O que importa se você engordou ou não? Você estando gorda ou não, tendo seios grandes ou pequenos, tendo olhos claros ou escuros, cabelos lisos ou crespos... Nada disso importa... Pois eu te amo... Me casei com você pelo que você é, pelo que você representa pra mim, e não por causa de um rostinho ou corpo bonito – concluiu com um leve suspiro, fazendo com que o silêncio se instalasse entre os dois por alguns segundos.

Ao virar o rosto para encarar o rosado, Lucy mostrou as lágrimas a escorrer por sua face novamente, passando pelo canto de sua boca que formava um sorriso de canto.

Lucy – Você está realmente estranho... Está doente? – perguntou com a voz embebida pelo choro, o que fez com que o peito de Natsu se apertasse –... Mesmo que não esteja... Agora é tarde – a loira puxou o lençol e cobriu seu corpo totalmente ao destampar o rosado – Um dia não é nada perto dos dez anos de dor que você fez eu enfrentar... Não recuarei em relação ao divórcio...

Natsu se levantou rapidamente para responder à mulher que tanto amava, mas não teve tempo para isso, já que a mesma correu para o banheiro. Só restou ao rosado vestir sua calça e deixar o quarto.

 

Natsu –... Eu fui esse tremendo traste que todos estão dizendo? Droga, eu estou realmente ficando preocupado... Meus filhos estão diferentes, a Lucy está falando seriamente em divórcio... E a Wendy? E a Yuri? – o rosado se perguntou um pouco abalado, caindo na realidade, mas logo o mesmo viu Aki deixar o próprio quarto com as roupas seguindo o padrão que ele havia imposto –... Aki, cadê a Yuri e a Wendy?

Aki –... O senhor está doente? – a menina de cabelos rosados estranhou.

Natsu – D-Devo estar – a respondeu mesmo sem entender o porquê estava ouvindo tanto aquela pergunta.

Aki – A tia Wendy foi embora de casa após aquela briga feia de vocês dois... Ela não concordava com o seu modo de agir... Sério que não se lembra disso? – a jovem ainda parecia não acreditar em todo aquele esquecimento do pai –... De qualquer forma, a Yuri-nee deve estar trancada no quarto de novo... Só espero que ela não tente se matar novamente... – assim que concluiu tal frase, Aki pôde ouvir o som da porta de madeira sendo arrombada –... O QUE HÁ COM ELE? – a mesma se perguntou espantada com a atitude do pai.

Natsu – YURI! – bradou o nome da garota ao adentrar no quarto a força, mas logo percebeu como o mesmo estava escuro devido às janelas e as cortinas fechadas, onde a jovem apenas o encarava assustada, sentada sobre a própria cama.

Yuri – O-O que foi? – não sabia como reagir aquilo.

Natsu – Você está bem? O que aconteceu? – o rosado se aproximou da garota de cabelos negros rapidamente – A Aki me contou... Suicídio? Sério? Por quê? – indagou pegando no braço da filha, mas não encontrando nenhuma marca.

A menina então puxou o braço com tudo – Não haja como se fosse meu pai! – exclamou um pouco irritada – Eu nunca faria algo idiota como tentar me matar! Não é por que eu gosto de ficar sozinha que eu quero acabar com a minha própria vida! Já disse isso várias vezes, mas vocês nunca me ouvem! Eu apenas caí da sacada... Não foi nada de mais... Mas por que está fingindo se importar? Na época você nem mesmo foi ver como eu estava no hospital! Desde que perdeu seu filho de sangue, passou a me tratar como uma estranha... E quando tentei me aproximar, você simplesmente disse... “O que lhe faz acreditar que temos alguma relação? Você já deve ter percebido quão diferentes somos... Você é apenas mais uma boca que tenho que alimentar...”

Natsu – MENTIRA! EU NUNCA DIRIA ISSO! – o rosado exclamou espantado.

Yuri – MAS VOCÊ DISSE! – a garota o respondeu no mesmo tom, fazendo com que as lágrimas brotassem em seus olhos.

Natsu –... E por isso você se jogou da sacada? – indagou com a voz um pouco mais baixa.

Yuri – EU JÁ DISSE QUE NÃO FARIA NADA DISSO! – o responde com as lágrimas já a rolar por sua face.

Natsu – É impossível cair daquela sacada por acidente... – comentou ao ver quão altas eram as grades de proteção, o que fez com que um silêncio incômodo se instalasse entre eles –... Sabe, por algum motivo eu tenho sido bem idiota com todos... – o rosado falou em um tom mais calmo, se sentando na cama aos pés da jovem de cabelos negros –... A Lucy me odeia, apesar de parecer que ainda sente algo por mim, o Sora não tem autoestima nenhuma, a Aki se tornou um tipo de pessoa que não me agrada nem um pouco... E você... – voltou a encarar a filha, vendo a tristeza estampada em seus olhos –... Você está cada dia mais parecida com a sua mãe... Digo, a de sangue – a voz de Natsu ecoou com certa gentileza, surpreendendo a garota – E por sorte você não puxou nada do seu pai... Digo, o de sangue... Na verdade, você se parece muuuuuuito mais comigo – soltou uma pequena risada – Talvez fosse o destino? Um destino meio cruel... Mas... Eu te amo Yuri... Te amo desde os dias em que você ainda estava na barriga de sua mãe... – tais palavras fizeram com que um pequeno brilho brotasse nos olhos da menina, que logo pôde sentir a mão do rosado pousar sobre sua face –... Mesmo que fisicamente não tenhamos nenhuma semelhança, você é a que mais se parece comigo... Seu jeito... Você é uma versão feminina minha... Logo eu sei quão forte você é... Então... Me conte... O que aconteceu de verdade? – Natsu pediu já com certa dificuldade para falar, como se algo entalasse em sua garganta, imaginando o que realmente havia acontecido com a filha.

As lágrimas de Yuri se intensificaram ao entender que o rosado já havia percebido tudo. Com o carinho que Natsu lhe dera, foi como se todas as muralhas que a mesma havia criado para se isolar houvessem caído por terra. A garota abaixou a cabeça e logo sua voz saiu em um sussurro.

Yuri –... Me empurrou... A Aki me empurrou... – sua voz saiu banhada pelo choro enquanto permanecia de cabeça baixa – MAS EU NÃO A CULPO! ELA APENAS... Ela apenas sentiu o mesmo medo que eu e o Sora sentíamos... Ainda mais... Por ela ser tão apegada a você... Nós sentimos... Sentimos que estávamos... Perdendo nosso pai... Sentimos... Que estávamos perdendo você... Ela não sabia direito, então quando descobriu que não tínhamos o mesmo sangue... Acreditou que fosse por minha culpa que o senhor estava se afastando tanto da mamãe e de nós... EU... – ao levantar o rosto, acabou por se calar ao perceber as lágrimas a escorrerem pela face de Natsu enquanto o mesmo a encarava sem nem mesmo piscar.

Natsu –... Eu compreendo... Foi minha culpa... Certo? – perguntou ao abrir um sorriso entristecido –... Eu... Feri as pessoas mais importantes para mim... Eu destruí minha família... Nem mesmo se parece com coisas que eu faria... Eu... Fui um péssimo pai... Um péssimo marido... Me perdoe... Yuri... – logo depois o rosado se colocou de pé, chamando a atenção da pequena – Sei que apenas palavras não serão o suficiente... Mas e se... Eu sentir a mesma dor... Que você sentiu?

Yuri – Eh? – a garota apenas pôde ver o rosado caminhar em direção à sacada, logo entendendo a intenção do mesmo – N-Não precisa fazer isso... – comentou em um tom mais elevado ao se levantar da cama, mas percebeu que não conseguiria convencer o mesmo – MÃE! MÃE SOCORRO! MÃE! – exclamou desesperada ao correr para fora do quarto a procura de ajuda.

Naquele instante os ouvidos de Natsu pareciam tampados para tudo que acontecia ao seu redor. Era como se o mesmo estivesse em um completo vazio, sem som algum. Logo o rosado se sentou sobre a grade com o corpo virado em direção ao quarto.

Natsu –... Isso não tem graça... Eu nunca faria isso com a minha família... Então por quê? Por que eles tiveram que passar por tudo isso? Por todo esse sofrimento? E tudo por minha culpa... – pensou sentindo seu peito se apertar de dor, já que não sabia como reverter tudo aquilo.

“... Agora é tarde – a loira puxou o lençol e cobriu seu corpo totalmente ao destampar o rosado – Um dia não é nada perto dos dez anos de dor que você fez eu enfrentar...”.

Logo depois Natsu pôde ver Yuri voltar com Lucy, Aki e Sora.

Lucy – O-O que você pensa que está fazendo? – bradou de forma indignada.

Natsu –... Você tinha razão Lucy... Um dia... Não é nada comparado aos dez anos de dor e sofrimento que os fiz aguentar... – respondeu em um tom calmo, mas com seus olhos já sem brilho enquanto as lágrimas caíam inconscientemente.

Lucy – PARE JÁ COM ISSO! NÃO VÊ QUE ESTÁ ASSUSTANDO SEUS FILHOS? – indagou em um tom mais elevado, não disfarçando quão espantada também estava com aquela situação.

O rosado então encarou os outros três, percebendo os olhares dos mesmos, e logo outro sorriso triste brotou sobre sua face.

Natsu –... Perdão... Fiz de novo... Mesmo que não tenha sido minha intenção – acabou por soltar uma pequena risada com os olhos ainda opacos –... Me perdoem.

No mesmo instante, o grito das garotas ecoaram ao verem o corpo de Natsu cair para trás.

Enquanto caía, o rosado pôde ver a sacada ficar cada vez mais longe. Mas antes que sentisse a dor do impacto contra o chão, o garoto acabou por acordar totalmente assustado de seu sonho.

Completamente ofegante, Natsu apenas olhava para o vazio tentando entender tudo que havia acontecido, só então percebendo que estava no quarto das crianças.

Natsu – Um pesadelo? – pensou ainda espantado, até que ouviu aquela voz que tanto amava ecoar até seus ouvidos.

Lucy –... Natsu? O que foi? – perguntou ainda sonolenta, fazendo com que o garoto a encarasse com os olhos um pouco arregalados.

Natsu –... Está magra... E nova... Era só um pesadelo – tal pensamento fez com que os olhos do rosado se enchessem de lágrimas, mas logo o mesmo deitou em direção à loira – Lucy... Lucy... Lucy, Lucy, Lucy, Lucy, Lucy... – repetiu o nome da garota enquanto enchia o rosto da mesma de beijinhos.

Lucy – O-O que é isso de repente? – soltou uma pequena risada com o ataque do marido – Está fazendo cócegas Natsu – continuou a rir do ataque de carinho, até que percebeu que o mesmo havia parado, passando a encara-la com certo brilho nos olhos, se aproximando de forma mais lenta de seus lábios –... N-Natsu... – a poucos centímetros do beijo, acabaram por serem interrompidos.

Aki – Pesado! – reclamou com certa dificuldade.

Yuri – Papai está nos esmagando – falou no mesmo tom da irmã.

Sora – O papai está querendo me matar – acabou por fazer drama.

Só então o rosado se lembrou que os três haviam dormido entre eles.

Natsu – MEUS PEQUENOS FILHOTES! – exclamou ao sair de cima dos mesmos, mas logo os atacou com beijos e cócegas.

O quarto acabou por se encher com as gargalhadas dos pequenos, enquanto Wendy apenas permanecia parada no corredor, ouvindo por trás da porta.

Wendy –... Também queria participar... – murmurou consigo mesma, mas logo desceu para a sala.

Lentamente as risadas cessaram. Natsu permaneceu com a cabeça enterrada entre os filhos enquanto segurava a mão de Lucy fortemente. E logo sua voz saiu em um tom mais emocionado.

Natsu –... Amo vocês... Nunca se esqueçam disso... – falou em um tom mais baixo.

Lucy – Natsu... – começou a se preocupar com o rosado.

Natsu – De qualquer forma... – levantou o rosto rapidamente – Comprarei uma esteira para todos fazermos exercícios, principalmente o Sora e a Lucy! Sora, tu terás que aprender a comer coisas saudáveis... Quanto a vocês meninas, já vou deixar estabelecido, namoradinhos somente depois dos trinta anos!

Lucy – O que é isso do nada? – não entendeu, mas acabou por não receber sua resposta.

Natsu – E Lucy... Promete... Que nunca vai me deixar? – indagou em um tom mais sério.

A loira encarou o garoto por alguns instantes, ficando ainda mais confusa com tudo o que estava a acontecer, mas percebeu que o rosado esperava por uma resposta.

Lucy –... Por toda a eternidade... Lembra? – o respondeu com um sorriso gentil estampado em sua face, fazendo com que as bochechas de Natsu corassem levemente.


Notas Finais


Até um próximo extra xD


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