Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro
Nem estes olhos tão vazios
Nem o lábio amargo
Chovia, mas quem liga?
As gotas agora incessantes, escorriam dos meus fios de cabelos passando pelo o meu rosto, as vezes o caminho se alongava até minha roupa; hoje ironicamente preta, a flor em minha mão não fora esmagada pela a minha habitual força fora de controle, pois a raiva não existia naquele momento. Aquele momento...O pior, muito pior que qualquer provocação, insultos ou brincadeiras que a sua "pulga maldita" poderia fazer. A pior delas. Joguei minha flor no buraco ali presente, escavado na terra, aonde se encontrava o caixão da pior pulga do mundo. A maldição que eu amava.
Eu não tinha estas mãos sem força
Tão parada e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Após aquele corpo ser enterrado a aqueles malditos sete palmos do chão, as minhas mãos se fecharam, apertaram-se. Ah, não havia mais ninguém ali. Estava sozinho agora.
Uma onda de raiva, onde o arrependimento, a tristeza, a angústia, a deslocação, juntaram-se deixando o meu corpo denso de sentimentos, até que... Explodi.
Chutes, socos na terra fofa, o incessante desejo de tirar tudo de mim, mas, o que iria mudar? Nada iria mudar, ele não iria voltar. Pequenas e úmidas gotas escorriam do meu rosto, neguei contra a verdade, não era chuva. Ajoelho-me no chão, devastado, derrotado por um sentimento, queria expulsa-lo; olhando para o solo, depositei o que sentia ali, mas não adiantava, o sentimento não saia de mim. Se ele estivesse aqui, poderia me ajudar?
Eu não entendia esta mudança,
Tão confusa, tão errada, tão difícil.
-Como pude ficar tão humano? Ele riria de mim.
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