História Ele só queria atenção - O Coração do Menor

Sabe aqueles filmes de romance bem clichês? Onde o casal se apaixona, mas eles brigam e se separam, só que depois de um tempo voltam com a declaração maravilhosa e amorosa de um deles. Então, Jungkook nunca acreditara no sofrimento nem na choradeira dos personagens durante o tempo da separação... agora ele acreditava. Mas além do sofrimento, tinho a raiva de si mesmo, pois só agora havia notado o amor que sentia pelo mais velho, é como dizem... só damos valor quando perdemos.

Acreditar que um final feliz, assim como nos filmes, iria acontecer consigo, era a única razão do moreno ainda não ter "parado de viver". Ele comia menos, porque sentia falta da comida do menor, quase não estudava, pois lhe dava raiva de saber que passara tanto tempo na presença daqueles livros, cadernos e canetas estúpidos enquanto seu amado fazia sabe-se lá o que sozinho. O moreno até começou a evitar sair de  casa, já que sempre acabava de algum modo parando em frente a clínica do mais velho. 

Suspirou abrindo a porta do apartamente que dividia com o ruivo, ah sim, seu amigo platinado o havia expulsado depois de uma semana o aguentando chorar e reclamar. 

"Vai ser bipolar na sua casa, pelo amor de Deus!" Foi o que ele disse para que o mais novo criasse coragem e retomasse a sua vida.

Foi até a cozinha e abriu a geladeria, apenas por costume já que não tinha fome nem sede, porém antes de fechar a mesma, seus olhos cravaram no único toddynho presente. Lentamente sua mão livre se aproximou do achocolatado, mas parou a um centímetro de toca-lo... tinha certeza de que fora Jimin a comprar a última caixa de toddynhos.


Era uma tarde ensolarada, perfeita para o piquenique que haviam combinado, apenas uma simples comemoração de um ano de namoro. O menor não conseguia parar de sorrir, observava o namorado com os olhos fechados enquanto aproveitava da brisa fresca que bagunçava os fios castanhos do mesmo. 

- Jungkook-ah. - chamou o mais novo que abriu apenas um dos olhos vendo as bochechas gordinhas do outro corarem.

- O que foi, Jiminnie hyung? - abriu ambos os olhos e mexeu-se, ficando de frente para o menor.

- Não é nada. - negou com um pequeno sorriso. - Vamos comer? - apontou para a toalha que havia acabado de estender no gramado.

- Vamos. - assentiu.

Sentaram-se lado a lado, o mais velho abriu a cesta e começou a colocar alguns lanches e doces sobre a toalha, Jungkook sorriu querendo rir do jeito todo romântico do namorado. Para Jimin, um piquenique tinha que ser tão perfeito como nos filmes, por isso a cesta e a toalha de joaninhas.

- Oh! - o mais novo apontou para a mão do menor, onde havia um toddynho. - Você só trouxe um? - fez um bico.

- Não. - o mais velho disse, sorrindo ainda maior, sabendo que o namorado não esperava por isso. - Tem dois... só para você.

E enquanto Jimin ria por causa das bochechas coradas do mais novo, Jungkook não sabia como agradecer... o seu hyung o conhecia tão bem.

- Jungkook-ah. - chamou-o assim que parou de rir.

- Sim, hyung? - deu o seu sorriso de coelho, o que só fez o mais velho ter certeza do que diria em seguida.

- Eu te amo. - afirmou sentindo as bochechas esquentarem.

Mas antes que os dedos de Jimin pudessem se enroscar nervosamente, o mais novo se aproximou e o puxou pela nuca, beijando o mais velho como nunca antes, mostrando que mesmo sem se confessar, já o amava... mas do seu jeitinho.


Fechou a geladeira com o toddynho em mãos, pegou o canudinho do mesmo e bebeu da pequena caixa quadrada, fechando os olhos e se deliciando com o sabor daquela simples bebida, mas que continha muitos sentimentos do seu hyung. Sentou-se no sofá ainda segurando o toddynho, incapaz de largar a embalagem já vazia, sua cabeça o mandava parar de ser besta e largar logo a droga da caixinha, mas o seu coração... ah, o seu coração o fazia sentir que aquele simples ato de carinho do mais velho, em lhe comprar aquele toddynho, nunca poderia ser esquecido. 

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Não fazia ideia de com que força havia conseguido ficar longe do mais velho por duas semanas. Sem ver o seu sorriso, seus olhos levemente caramelos, sua boca vermelha, suas bochechas gordinhas, seu nariz fofo e sua presença aconchegante além do cheiro viciante. Sua cabeça doía e seus olhos pesavam, havia tido uma péssima noite tendo pesadelos com o seu hyung, o moreno precisava de uma resposta e mesmo que temesse o rompimento definitivo, necessitava estar perto do menor novamente.

Por Deus que Yoongi conseguiu ser uma pessoa até que paciente consigo, pois Jungkook tinha de admitir, estava insuportável... um mau humor e do nada uma choradeira ou até uma greve de silêncio que se estendia até a de fome. Nesses momentos era o platinado que tinha que trazer o mais novo de volta para a realidade... como agora.

- Obrigado, hyung. - o moreno agradeceu ao receber a caneca de café do mais velho, que se sentou consigo na mesa da cozinha.

- Até quando vocês vão ficar nessa palhaçada? - o platinado suspirou cansado.

O menor não dizia aquilo apenas por estar se estressando com todo o drama do mais novo, pois sabia que o melhor amigo estava sofrendo, principalmente pela culpa que o corroía. Quanto a esse último problema, Yoongi não podia fazer nada, o amigo tinha errado e talvez não houvesse volta, porém estava quase ligando para o ruivo e pedindo que se decidisse... para que ambos pudessem seguir em frente ou pelo menos tentar.

- Eu não sei. - respondeu com um sorriso triste.

- Por que não vai falar com ele? - ergueu uma sobrancelha.

- Porque algo me diz que tudo estará acabado. - abaixou o olhar até encarar o líquido preto junta da fumaça que saia do mesmo. 

Foi naquele momento que o celular do menor vibrou indicando o recebimento de uma mensagem, pegou o aparelho e seus olhos se arregalaram ao ver o nome do seu amado no visor.

- O que foi? Quem morreu? - o platinado espiou por cima do celular do outro e logo entendeu a expressão chocada do maior. - Veja logo o que ele disse, criatura!

- T-Tá bom. - gaguejou tamanho era o nervosismo e abriu a mensagem.

"Me encontre naquele café perto da sua faculdade... precisamos conversar"

- E agora, Yoongi hyung? - os olhos do mais novo começavam a marejar enquanto encarava o celular.

Aquelas duas malditas palavras estavam latejando em sua cabeça "precisamos conversar", e sentia um sentimento tão ruim sobre elas.

- Como assim e agora? - revirou os olhos, a paciência tinha ido embora depois da sessão "vamos tirar esse moleque da deprê". - Vai lá!

- Agora? - encarou o mais velho e se arrependeu da pergunta ao ver a carranca do mesmo. - V-Vou me trocar!

Correu até o quarto colocando a primeira blusa de frio que encontrara, pelos céus que já estava de jeans e uma blusa de manga comprida. Voltou à cozinha, conferindo se tinha dinheiro na carteira e quase esqueceu o celular em cima da mesa, se não fosse pelo platinado a lhe lembrar.

- Jungkook! - chamou-o assim que o mesmo abriu a porta. - Não se esqueça de ser sincero e estar preparado para tudo.

- Você não esta ajudando, hyung. - murmurou.

- Estou te preparando para a realidade, mal-agradecido. - bufou e fez sinal para que o mais novo sumisse.

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Ainda não havia escurecido quando Jungkook finalmente chegou a cafeteria, olhou em volta e logo avistou o seu hyung, que ainda não o havia percebido ali. Engoliu em seco e se permitiu admira-lo por alguns segundos antes da tal conversa, viu como os olhos do mesmo corriam pelo cardápido e conhecendo-o bem, sabia que era apenas uma distração, devia estar tão nervoso quanto o mais novo. Seu cabelo vermelho o destava ainda mais, fazendo o maior lembrar de como Jimin se esforçara para ele, respirou fundo... havia prometido a si mesmo não chorar hoje.

Andou até a mesa e sentou-se em frente ao menor que arregalou os olhos ao reconhecer o garoto a sua frente, e Deus, o que havia acontecido com o Jungkook que era o seu namorado? Os olhos do mais novo estavam inchados e pesados com olheiras, sua boca parecia sem o brilho de sempre assim como o seu cabelo, e com certeza havia perdido alguns kilos. Perguntou-se se estava da mesma maneira, pelo menos se sentia tão mal quanto.

- Olá, hyung. - cumprimentou com um gesto de cabeça.

- O-Oi, Jungkook-ah. - assentiu ficando ainda mais nervoso.

Um silêncio desconfortável se instalou no ambiente e naquele momento, o mais novo já soube qual seria a resposta do mais velho, o moreno só não sabia como iria conseguir segurar as lagrimas se a dor já estava perfurando o seu coração e apenas haviam se cumprimentado.

- Jiminnie hyung. - repreendeu-se ao usar o apelido do menor. - Você pode ser direto, por favor?

Por um instante, Jimin quase desistiu ao ver a expressão abalada do mais novo, porém havia prometido ao melhor amigo, que ele já não sabia se eram apenas isso, mas isso não vem ao caso agora. Respirou fundo, forçando o seu olhar a não abandonar o do maior.

- Eu não acho que a nossa relação vá dar certo... não mais. - comentou devagar enquanto forçava os olhos a se manterem firmes. - Eu quero terminar.

Pronto. Havia falado e tirado um peso dos seus ombros, mas então porque parecia que seu coração estava despedaçando, mordeu o lábio ao ver o moreno fechar os olhos e suspirar, segurando as lágrimas. O ruivo estava preparado para sentir a íra do maior, já sabia que ele provavelmente falaria palavras feias e dolorosas para si, mas não se deixaria balar, não hoje.

- E-Eu sei que nada do que eu falar, vai te fazer me dar outra chance. - o mais novo começou, surpreendendo o menor. - Mas eu quero que você saiba que eu não lhe odeio nem desejo o seu mal, hyung... Na verdade, eu meio que me odeio por tudo que fiz a você.

- Jungkook-ah. - algo não estava certo, Park não estava esperando por esse cenário.

- Só me deixa terminar, por favor. - pediu sabendo que não aguentaria muito tempo sem chorar. - Eu te amo e sei que fui um idiota por nunca demonstrar adequadamente... você não faz ideia do quanto eu me arrepende de ter lhe faltado carinho, atenção e amor... nessas duas semanas, tudo que eu pensava era em como eu iria me redimir, mas eu não consegui pensar em nada. - algumas lágrimas já lhe escapavam. - Porque eu sei que eu te machuquei, e Deus como eu sei, e dói tanto por dentro... ver você assim, hyung.

Então ambos desataram a chorar, o moreno soluçava sem conseguir tirar os olhos do mais velho, que mordia o lábio com força evitando ao máximo o choro descontrolado que ele sabia que viria em algum momento.

- Mas eu espero que algum dia você me perdoe. - o maior choramingou. - Porque eu não consigo viver sem você na minha vida, Jiminnie hyung... então por favor... vamos voltar a ser amigos um dia.

Era o seu único pedido... mesmo sabendo que sofreria demais em ver o seu hyung e não poder toca-lo nem beija-lo como antes. Entretanto enquanto se dirigia até a cafeteria, já imaginando o final do relacionamento de ambos, chegou a conclusão que precisava do mais velho por perto. Ele era o seu porto seguro, que fora seu melhor amigo antes de começarem a namorar, e que de agora em diante sempre seria uma marca viva do quão estúpido o mais novo foi. Só rezava para que o mesmo não o odiasse.

- Um dia... poderemos voltar a ser amigos. - Jimin limpou as lágrimas com um guardanapo e entregou um outro ao maior. - E eu nunca o odiaria, Jungkook-ah.

O moreno arregalou os olhos, surpreso pelo menor ler os seus pensamentos, mas então lembrou-se que era o seu hyung, o homem que mais o conhecia nessa vida, que lhe estendeu a mão nas horas mais difíceis, que aguentou um péssimo namorado por meses e que sempre lhe comprava toddynho.

- Eu vou indo. - o ruivo se levantou e suspirou, pois quase se abaixara para dar um beija na testa do seu dongsaeng. - Volte com cuidado. - pediu antes de rumar até a saída.

Foi aí que o mais novo desabou, por sorte conseguiu abafar os soluços com as duas mãos em seu rosto, seus ombros tremiam junto as lágrimas que desciam pelo seu rosto. Havia perdido o amor da sua vida... por culpa apenas e somente dele mesmo.

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Antes de voltar para a casa do melhor amigo, o ruivo foi até uma das pontes da cidade e por sorte estava vazia, apoiou-se na grade e sentiu as lágrimas molharem o próprio rosto, deixando-as percorrer todo o caminho para depois caírem em direção ao rio. Respirou fundo, pronto para gritar o mais alto possível... era uma técnica que Hoseok havia mencionado uma vez.

- SE ME AMAVA PORQUE FOI TÃO FRIO! CRUEL! SEM CORAÇÃO! - o choro não diminuia a dor, talvez os gritos o ajudassem. - EU TE AMEI COM TODAS AS MINHAS FORÇAS! EU MOVERIA UMA MONTANHA POR VOCÊ, SEU GAROTO MIMADO, ESTÚPIDO E...E IDIOTA!

Abaixou a cabeça, vendo o rio passar com sua visão embaçada.

- Eu queria conseguir te odiar. - sussurrou para o vento. - Mas eu não consigo, porque eu ainda te amo... mas eu não quero mais amar você... então deixa o meu coração seguir em frente. - ergue a cabeça novamente vendo o pôr do sol. - ME DEIXA TE ESQUECER!

Um vento gelado castigou as bochechas molhadas do ruivo, mas aquela dor não parecia nada comparada ao arder em seu peito.

- Eu tentei, tentei tanto... - chorou ainda mais, sentindo-se um lixo por não conseguir ser forte. - EU VIVIA PARA VOCÊ! EU MORRERIA POR VOCÊ! MAS AGORA JÁ CHEGA, EU QUERO VIVER POR MIM!

Sua garganta já começava a arder devido a força que estava fazendo ao gritar, porém isso o distraía da dor de perder o seu amado.

- Eu só queria um pouco... um pouquinho só de atenção. - soltou um grito antes de ficar em silêncio novamente para depois terminar de se lastimar. - EU QUERO CARINHO! AMOR! ATENÇÃO! PALAVRAS CARINHOSAS! BEIJINHOS DE BOA NOITE! - sentia-se uma criança birrenta, mas tinha culpa se esse sentimento sufocante estava habitando o seu coração? - Quero tudo que você parou de me dar. - murmurou antes de cair de joelhos no chão, chorando como um bebê pedindo pela mãe.

Abraçou-se enquanto soluçava alto e por hoje, iria se permitir chorar até não ter mais lágrimas para soltar.

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Duas horas esperando. Taehyung estava sentado no sofá da sala ora encarando a porta ora encarando os própios pés. E se eles haviam voltado? Essa infeliz pergunta fazia questão de ficar se repetindo em sua mente. Já havia acabado de fazer o jantar, não que ele fosse conseguir comer sozinho... precisava do menor. 

Então a porta se abriu e num pulo o ruivo estava de pé, encarando o melhor amigo que parecia acabado. O maior deveria se sentir feliz, certo? Isso significava que eles haviam definitivamente rompido... não deveria doer desse jeito, não é?

- ChimChim. - aproximou-se do menor o envolvendo num abraço protetor. - Você quer conversar?

O mais velho negou mexendo a cabeça que se encontrava no peito do maior, sua cabeça latejava do tempo que passara chorando. O pior era que Jimin não queria que o melhor amigo o visse assim, mas como esconderia isso dele? 

- TaeTae. - pediu baixo, pois agora sua garganta doía. - Podemos dormir um pouco?

- Claro. - o mais novo respondeu rapidamente. - Venha. - afastou-se um pouco do menor, puxando-o até o quarto.

O ruivo estava se moendo de raiva, porque imaginava que o moreno havia falado algo que machucara muito o mais velho e estava quase indo dar uma surra no mais novo. Porém naquele instante quem precisava de si era o outro ruivo, que parecia ter chorado até não conseguir mais... mal sabia ele que essa seria a pura verdade.

O outro ruivo ainda estava sofrendo, e no momento cansado, apenas querendo uma pausa dessa vida de decepções, por isso deixou que o maior lhe guiasse até o quarto e depois deitaram-se juntos. Jimin logo se aconchegou no ruivo, que sorriu contido vendo o seu amor de infância todo encolhido e carente, fechou os olhos e beijou a testa do menor antes de tentar dormir.

Entretanto havia algo o incomodando e esse algo se chamava "carência", e se tudo fosse apenas uma fase, e se Taehyung fosse apenas um conforto para o mais velho depois se envolver com outra pessoa fazendo o ruivo voltar ao status de melhor amigo. Não, Jimin não seria capaz disso, certo? Engoliu em seco e remexeu-se inquieto, fazendo o menor erguer o rosto para lhe fitar.

- Acho que eu lhe devo explicações, não é? - o outro ruivo suspirou antes de se sentar na cama. 

O mais novo não negou que estava curioso e agora um pouco receoso, e se ele dissesse que era errado o envolvimento dos dois? Porém ao ouvir toda a história, Taehyung percebeu que tudo o que o melhor amigo queria era não sofrer novamente, apenas isso. Mas o que mais assustou o mais novo foi a falta de lágrimas do mais velho... comprovando o que pensara no início.

- Mas sabe o que dói mais, Tae? - ele voltou a deitar, jogando o corpo para o lado. - É saber que eu nunca foi parar de ama-lo... por que eu tenho que ser tão trouxa?

O ruivo apenas se deitou ao lado do menor, cobrindo-os em seguida, respirou fundo angustiado, tinha noção de que o amor que Jimin sentia pelo moreno era demasiado forte, mas tinha esperanças... agora nem tanto.

- Tae, pare de pensar besteira. - murmurou encarando o melhor amigo. - O meu amor pelo Jungkook não quer dizer que eu vá esquecer de você nem que eu vá descartar a chance que você me pediu.

O mais velho estava tão cansado e havia sim pensado em desistir desse novo sentimento que sentia pelo melhor amigo, mas isso não seria justo com ele... muito menos consigo. Poxa, havia gritado a pouco que queria viver por si só e ganhar amor, carinho e outras coisas... então por que iria desistir de um cara que estava disposto a cuidar de si?

- Eu vou te fazer me amar mais, ChimChim. - referiu-se ao antigo amor. - Eu prometo.

- Eu acredito em você, TaeTae. - afirmou com um tímido sorriso, recebendo um grande do maior.

E assim acabaram dormindo, o mais velho tentando descansar a mente e dar uma pausa para o seu coração, e o maior sorrindo feito um bobo, pois havia feito uma promessa ao seu amor de infância e ele faria de tudo para concretiza-la.

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Um mês se passou desde que Jimin ficou solteiro e por incrível que pareça, ele já se sentia melhor... ainda havia alguns momentos que se pegava lembrando dos bons tempos com o mais novo, como também havia noites que chorava baixinho, desabafando para si mesmo a dor que habitava em seu coração. Mas em meio a toda essa decepção havia o ruivo, que era o único que conseguia arrancar um sorriso sincero do mais velho, e o menor sabia que sem o melhor amigo... estaria sozinho com as próprias lágrimas.

- Bom fim de semana, Jimin oppa. - a moça que trabalhava consigo despediu-se com um aceno antes de sair pela porta da clínica.

- Igualmente. - respondeu ao retribuir o aceno.

Olhou em volta vendo algumas caixas que ainda não tinham sido abertas, sorriu fraco pois a sua vontade de ter um pequeno pet shop junto da clínica veterinária estava se tornando real. Novamente com a ajuda do melhor amigo, que fora consigo comprar todos os produtos necessários e algumas outras coisas, e toda noite Taehyung vinha o ajudar a arrumar a loja.

- Parece que hoje acabamos isso. - murmurou sozinho enquanto aguardava o maior.

Não sabia dizer se estava feliz pelo trabalho duro estar terminando ou triste por não poder dividir mais as noites com o melhor amigo, não que eles não passassem todas as noites juntos, porém a troca de ambiente fazia Jimin agir mais naturalmente e permitir-se sentir o que ocorria a sua volta. Ontem, por exemplo, o outro ruivo precisava de uma caixa de ferramentas que por algum motivo estava num lugar muito alto para si e enquanto se esticava, praguejando baixinho, Taehyung se colocou atrás de si e o ajudou. Naquele momento, o menor sentiu um arrepio percorrer desde as suas coxas até o seu pescoço, e bom, o maior sabia que isso provocaria o mais velho.

- Tá sorrindo que nem um bobo por quê? - o ruivo havia acabado de entrar e sorria maliciosamente com os braços cruzados para o menor. - Tava pensando em mim, não é?

- Pare de ser convencido, Tae. - Jimin revirou os olhos, fingindo-se bravo. - E eu só estava lembrando de algo que ocorreu ontem... só isso.

- Algo que me envolva... suponho. - o mais novo brincou mais uma vez vendo um lindo sorriso surgir nos lábios do mais velho. - Eu já disse como o seu sorriso é lindo, ChimChim?

- Aish! - as bochechas do menor ficaram rubras. - Pare de me atormentar e vamos trabalhar! 

- Sim, senhor! - Taehyung marchou em direção ao amigo. - Mas eu não recebo nenhum abraço? - fez um bico.

Então o menor riu vendo a cara de cachorro abandonado do mais novo, apenas o ruivo conseguia fazer todo o peso de um dia de trabalho desaparecer em um piscar de olhos, e esse com certeza seria um dos maiores motivos que provavam ao mais velho que havia feito a escolha certa.

- Venha logo. - o outro ruivo abriu os braços e logo sentiu o maior lhe esmagar. - Aigo! Me deixa respirar, TaeTae!

- Opa, foi mal, ChimChim. - o mais novo coçou atrás da cabeça. - Bom, vamos terminar isso hoje, certo?

- Acho que sim. - o menor sorriu ao olhar em volta, cada canto havia uma memória diferente junto ao melhor amigo. - Mãos à obra!

- Yaahh! - o ruivo deu um grito o que fez o menor lhe encarar com uma sobrancelha erguida. - O que foi? É o meu grito de guerra.

O mais velho já deveria esperar isso do melhor amigo, mas ainda sim não aguentou de rir. E é claro que Taehyung se sentia a melhor pessoa do mundo ao ouvir a risada sincera do menor, o mais novo estava dando tudo de si para ajudar Jimin nessa superação e também tinha de fazer o dobro do esforço para não sair beijando o outro ruivo.

E assim os minutos, as horas foram passando com os dois arrumando prateleiras, indentificando os produtos, colocando preços e outras coisas. O ruivo já estava suado e cansado, por isso sentou-se um pouco e observou a concentração do menor ao codificar alguns itens, era de certa forma agradável de se ver. Viu o mais velho morder a ponta da caneta encostando-a no próprio lado e respirou fundo, de repente a sede pareceu ser algo urgente, levantou-se em busca de água, mas interrompeu-se ao perceber que o outro ruivo o encarava.

Jimin tirou lentamente a caneca de sua boca, mal sabendo o quanto aquele simples movimento estava mexendo com o mais novo, que parecia de algum modo sexy com aquela camisa suada e colada ao corpo. Não que o maior fosse cheio de músculos, mas possuía características únicas e que atraiam a atenção do outro ruivo, como o quadril levemente marcado. Foi enquanto tentava entender a sua mente confusa que Taehyung colocou a língua para fora ao umedecer os lábios.

Então o mais velho se aproximou do maior com passos rápidos e depositou a prancheta e a caneca na mesa mais próxima, agora eles estavam a milésimos de se tocarem, seus narizes quase conectados. O mais novo engoliu em seco e por vários segundos sua mente ficou em branco, mas que raios deveria fazer agora? Um sorriso surgiu no rosto do menor, mas o ruivo não teve tempo de aprecia-lo, pois no momento seguinte seus lábios estavam colados. O primeiro contato fez um arrepio percorrer as costas do maior que logo tratou de aprofundar o beijo e puxar o outro ruivo para mais perto. Deus, como sentia falta da doçura do melhor amigo.

Com a permissão do mais velho, Taehyung os empurrou até a mesa e logo o menor estava sentado na mesma enquanto seus dedos se aventuravam pelos fios ruivos do mais novo. Não fazia ideia e na verdade nem queria saber de onde tirara a coragem de beijar o maior, porém algo dentro de si, mais precisamente o seu próprio coração lhe dera um sinal de que estava pronto. Se estava mesmo... Jimin não poderia dizer, só queria aproveitar e era exatamente isso que estava fazendo no momento. Permitiu-se arfar ao sentir os lábios finos do mais novo lhe beijarem o pescoço, jogou a cabeça para trás e permaneceu de olhos fechados... rezando para que não fosse um sonho.

- O que está acontecendo aqui?! - a voz intrusa fizera ambos olharam na direção do som.

- Jungkook? - o menor arregalou os olhos, chocado.

- O que está fazendo aqui? - o ruivo ainda estava ofegante, mas a raiva no momento era maior do que a falta de ar.

- O aviso de fechado estava lá, mas as luzes estavam acessas. - o moreno começou cerrando os punhos. - Entrei para ver se estava tudo bem, pois o hyung não costuma ficar até tarde.

- Ahhh, isso você se lembra? - Taehyung revirou os olhos e soltou o menor, indo em direção ao mais novo.

- Tae. - o outro ruivo suspirou e desceu da mesa, estava envergonhado e preocupado.

- O que você quer dizer com isso? - o moreno trincou os dentes, quase voando em cima do maior.

- Você entendeu, dongsaeng. - desdenhou ao chamar o intruso. 

- Oras, seu macaco desmiolado! - gritou e partiu para cima do ruivo.

Quando Jimin deu por si, os dois estavam se batendo e proferindo palavras desconexas juntas de xingamentos, o outro ruivo tentou separa-los, mas não tinha nem tamanho muito menos força para tal, logo sendo empurrado para longe da briga. Também gritou com ambos e foi ignorado, bufou nervoso temendo que um deles saísse desacordado. 

- Parem com isso! - gritou de novo no momento em que Taehyung derrubara Jungkook no chão.

Tentou puxar o maior de cima do mais novo e só conseguiu pois o ruivo já estava um pouco cansado e se deixou levar ao ver o estado do moreno, parecia que havia entrado numa briga de rua, se bem que o maior não estava muito melhor. 

- Qual é o problema de vocês? - colocou-se a frente do maior e observou o mais novo se levantar.

Mesmo que os dois estivessem acabados, Jimin sabia só de olhar em seus olhos, sabia que estavam dispostas a brigar muito mais.

- Por que estão fazendo isso? - os olhos do outro ruivo marejaram. 

- Foi ele quem começou. - o ruivo revirou os olhos, mas se calou ao receber um olhar mortal do mais velho.

- Nem vem. - Jungkook cruzou os braços. - Você me provocou primeiro. - abriu a boca para continuar, mas o olhar irritado do mais velho o fez se calar.

- Parecem duas crianças! - bateu um pé no chão. 

- Não sou eu que está me aproveitando do "melhor amigo" magoado pós-termino. - o mais novo mostrou a língua para o maior.

E aquilo foi o fim do controle de ambos, Taehyung empurrou o menor para o lado e deu um soco no rosto do mais novo que sentiu o sangue voar de sua boca, mas logo se recompôs e chutou o maior, fazendo-o cair de costas no chão. O outro ruivo viu ambos rolando pelo chão, brigando como dois valentões sem nada melhor a fazer, começou a chorar enquanto seu coração batia acelerado no peito. Deus, por que isso estava acontecendo consigo? Tudo parecia tão bem... seu peito doía tanto, sentiu as pernas fraquejarem e caiu de joelhos no chão, soltou um arfar doloroso e o ar lhe faltou, seu corpo chocou-se de lado com o chão. Jimin só conseguiu ouvir seu nome sendo chamado por ambas as vozes, antes de fechar os olhos e perder a consciência.