1. Spirit Fanfics >
  2. Ele vai voltar. >
  3. Cozinha para mim

História Ele vai voltar. - Cozinha para mim


Escrita por: Aoy

Notas do Autor


Ai vai o segundo capítulo.

Capítulo 2 - Cozinha para mim


Qualquer uma não né, vamos e viemos, a Asami é mais bonita que você e tem uns peitões e um corpo que você não tem.

 

Essa frase se repetia na minha cabeça quase como um mantra, até que me dou conta que os postes de luz da cidade já se acenderam. Olho ao redor e percebo que estou a uma quadra de casa. Caramba, andei praticamente a cidade toda a pé até em casa que fica quase do outro lado da cidade em relação a escola. Procuro meu celular na bolsa para tentar saber que horas são, porém tinha acabado a bateria. Suspiro alto e volto a andar, estava quase em casa, não poderia me render ali.

Ao chegar ao portão do prédio onde eu morava vejo que o Taiga também estava chegando, provavelmente do treino, e pela expressão dele a Riko deve ter pego bem pesado hoje. Ele ergue o olhar por um instante antes de fechar o portão e me vê se aproximando, ele mantém o portão aberto até que eu passe por ele.

-Boa noite Angie. Usa um tom cansado para me cumprimentar.

-Boa noite Taiga. O meu tom é quase o mesmo, só mais triste do que cansado.

-O que aconteceu? A Satski disse que você iria jantar na casa do Daiki hoje. Ele pergunta praticamente no automático.

-A Momoi-san disse que ia fazer trabalho hoje não que iria encontrar com o Kuroko-kun. Pergunto com uma falsa indignação.

-Ela estava fazendo o trabalho no MajiBurguer, eu e o Tetsu encontramos com ela lá depois do treino quando fomos fazer um lanche. O treino foi puxado hoje e eu estava quase dormindo em cima da bandeja, então vim mais cedo para casa. A cada palavra ele parece mais cansado. Enquanto conversamos subimos os poucos degraus até o hall de entrada e seguimos para o elevador, chamando pelo mesmo.

Assim que as portas do elevador se abriram entramos já digitando os números dos nossos respectivos andares. Eu morava no mesmo prédio de Kagami Taiga, o “Ás” da Seirin e principal rival de Aomine Daiki, a um pouco mais de 1 ano e meio, depois que me mudei da América para o Japão. Meu apartamento era dois andares acima do dele, o de Taiga era no oitavo andar e o meu no décimo.

-Ahh bom. É só o que digo. Ficamos em silêncio cada um em seu próprio mundinho particular, até o som de sino, característico dos elevadores, avisar que havíamos chegado no oitavo andar para logo em seguida abrir as portas.

-Boa noite Angie. Ele me cumprimenta mais uma vez, bocejando quando passa pelas portas do elevador no seu andar.

-Boa noite Taiga. Falo o mesmo e não há mais conversa pois as portas voltaram a se fechar tão rápido quanto abriram, não dando tempo para mais nenhuma palavra.

Segundos depois desço no meu andar e ando a passos lentos até a frente da minha porta, me enrolo com as chaves por conta do cansaço que começa a me abater por ter andado quase a cidade inteira até em casa. Ao passar pelo batente, largo minha bolsa por ali mesmo juntamente com os tênis.

Passo pela cozinha dando uma olhadela para o relógio, eram 20:10. Encaro-o por alguns segundos e sigo para meu quarto pensando se devo tomar um banho ou se desabo assim mesmo na cama para acordar só amanhã e olhe lá. Já dentro do cômodo, olho para minha cama, ela nunca foi tão convidativa como hoje. Meu quarto era em cores neutras, do tamanho certo para caber uma guarda-roupa de seis portas logo ao lado da porta, uma estante para meus materiais de aula e outros livros aleatórios na parede ao lado, a janela ficava na parede paralela ao guarda-roupa e uma cama king size encostada na parede de frente para a estante.

Andar nunca me cansou tanto que nem hoje, provavelmente o cansaço emocional colaborou para meu estado atual. Provas, trabalhos e principalmente Aomine Daiki me causaram um belo baque psíquico essa semana e a bomba final de hoje completou o pacote.

 

“Pelo menos é sexta-feira e não preciso acordar cedo para ir ao colégio e ter que o ver, e responder as mil e uma perguntas da Momoi-san, e aguentar todo o pessoal fazendo comentários desnecessário sobre nós. ”

 

Me jogo na cama de barriga para cima, com os braços abertos, e de imediato as lembranças do dia de hoje surgem, a traição dele, o nosso último beijo.

 

 “Por que raios eu o beijei? ”

 

Logo depois a briga, em seguida todas as vezes que ele havia me ignorado durante a semana, o distanciamento que vinha acontecendo a um bom tempo. As lagrimas encontram o caminho para fora e escapam sem cessar. Os soluços são incontroláveis, coloco as mãos sobre os olhos pressionando-os. Como eu queria que nada daquilo tivesse acontecido, mais não dava mais para continuar do jeito que estava, foi melhor assim. Tento me convencer disso, mas é praticamente impossível, deveria haver outra forma de resolver, mas não fui capaz de enxergar a tempo.

Não sei por quanto tempo chorei, em certo ponto eu não tinha mais lagrimas para derramar, foi aí que acho ter pego no sono. Devo apenas ter cochilado, por que a dor nos músculos por ter andando tanto ainda é bem presente. Ao abrir os olhos encaro o teto do meu quarto por algum tempo e com a mente em branco, eu só olhava. Por fim decido levantar e tomar um banho. Pego uma roupa confortável para vestir, e me dirijo até o banheiro que para minha felicidade fica de frente para meu quarto, então não precisaria andar muito para chegar.

Evitando o espelho, começo a tirar a roupa depois de ligar o chuveiro e ajustar a temperatura da água, meus músculos doem com um exercício tão simples. Finalmente despida entro no box, deixo a água morna cair sobre minha cabeça e minhas costas, e fico ali só sentindo a sensação gostosa que aquilo causa.

Não consigo demorar como eu gostaria ali pois minha barriga já dá sinais de que está morrendo de fome. Se eu tivesse tocado no assunto sobre a traição dele depois do jantar pelo menos agora eu estaria de barriga cheia com a deliciosa comida que a Sr. Aomine faz. Praguejo contra ele enquanto saio do banheiro já vestida e ajeitando a toalha na cabeça. Agora teria que cozinhar alguma coisa.

Vou para a cozinha e dou uma nova olhada no relógio, são 21:19. Abro a geladeira rezando para encontrar algo pronto ou pelo menos rápido e fácil de fazer. Mas como a vida está curtindo com minha cara nos últimos tempos é claro que ela me obrigaria a cozinhar também, só por que odeio essa atividade. No final das contas faço um café com leite e como um pacotinho de bolacha salgada que achei perdido num canto do armário. Isso me satisfaz por enquanto.

Lembro que meu celular está sem bateria e trato de colocá-lo para carregar, enquanto espero uns minutos para poder liga-lo, pego o controle da TV ligando a mesma, zapeio pelos canais, mais especialmente hoje nada me interessa e acabo por optar por um canal onde estava passando alguma coisa relacionada a baleias.

Volto minha atenção para o celular que já estava ligando, assim que ele entra na tela principal começo a receber várias notificações e mensagens. Vejo que umas das mensagens chegou a poucos minutos, era do Taiga.

 

 “O que será que ele quer? “

 

Ele está online, abro a mensagem:

 

Bakagami: Tha acordada ainda?

 

Eu: Preferia não estar... *-*

 

Os risquinhos que anunciam que a mensagem foi lida ficam azuis no mesmo segundo e o status de digitando aparece instantaneamente.

 

Bakagami: Que mau humor todo é esse?

 

Eu: Tem nome e sobrenome.

       Você tem uma chance para adivinhar... *_*

 

Bakagami: O que ele fez dessa vez?

 

Eu: A gente terminou….

      Quer dizer, eu terminei....

 

O momento antes de sair do quarto dele quando eu disse que não namorávamos mais voltou com uma clareza desnecessária.

 

Bakagami: COMO É QUE É?

 

Eu: Estou descendo aí já que você está acordado. Conto tudo enquanto você cozinha para mim.

 

 

“Se eu descer vou matar dois coelhos com uma cajadada só. Vou poder desabafar e comer bem de uma vez só. ”

 

 

Bakagami: Okay. A porta está aberta é só entrar.

                    E eu não vou cozinhar para você.

 

Eu: Vai sim se quiser saber o que aconteceu.

       Sem jantar, sem história.

       Você que sabe...

 

Bakagami: Tha bom folgada.

                   Vou ver o que tem para gente comer aqui.

                   Desce logo.

 

Quando recebi essa mensagem já estava à espera do elevador então nem me dei ao trabalho de responder. Quando chego na porta do apartamento dele vou logo entrando como foi dito para mim fazer.

-Cheguei Taiga. Anuncio-me enquanto tiro os sapatos.

-Pode começar a contar o que aconteceu. Ele fala da cozinha/sala que eram separados apenas por uma mureta com tampa de granito que servia como mesa, nossos apartamentos tinham o mesmo layout e cores, óbvio.

-Você já fez minha comida? Por que sai sem jantar da casa do Daiki por causa da briga que a gente teve. Digo andando até a mesa/divisória de cômodos, fazendo aspas com os dedos quando digo “briga”.

-Vocês brigaram de novo? Ele se vira na minha direção nada surpreso com minha declaração sobre a “briga”.

-Sim, dessa vez foi uma briga de verdade, eu acho, eu gritei com ele, então pode-se dizer briga né?  Me sento e ele se aproxima de mim.

-Você gritou com ele? Isso é sério? Concordo com a cabeça. –Essa é novidade. Então quer dizer que foi sério dessa vez? Ele se apoia nos cotovelos na mesa a minha frente.

-Sim, e no final de tudo ainda terminei com ele. Cruzo os dedos por baixo da mesa e abaixo o olhar falando mais abaixo a cada palavra dita. Tentando conter as lembranças e as lágrimas. Não queria lembrar daquele fato, a ficha de que eu não poderia mais tocar nele quando me desse vontade ainda não tinha caído. – O que eu faço agora? Eu gosto tanto dele mais ele só sabia ser um cretino comigo nos últimos meses. Meus olhos se enchem de lágrimas quando digo a última parte.

-Ele não é de todo o culpado né? Adverte-me.

As lágrimas somem no mesmo instante que ouço aquelas palavras e emburro.

-Me consola primeiro depois você me dá lição de moral, pode ser? Só dessa vez vai.

Mas ele estava certo, eu não era de toda inocente nessa história, eu tinha minhas culpas, porém com uma diferença, eu não traí ninguém.

Ele suspira fundo antes de continuar.

-Isso está mal contado. Vai desembucha, desde o começo. Pede sério.

-Não estou vendo você cozinhar. Eu disse que contaria enquanto você cozinha para mim. Falo fazendo um bico e cruzando os braços a frente do peito.

-Não seja por isso. Ele fica de costas para mim e vai até o armário, pega as coisas para fazer algo para a gente comer.

 

“Seja lá o que ele for fazer, qualquer coisa serve. O café com bolacha que comi antes não foi o suficiente. ”

 

Espero ele cortar os legumes e preparar as demais coisas para fazer sua especialidade: arroz com curry. Se tinha uma coisa que Kagami Taiga sabia fazer era arroz com curry. Isso me fazia lembrar de casa, me deixava feliz, por isso adorava tanto quando ele cozinhava isso para mim.

Depois que eu o conheci não nos desgrudamos mais, nos tornamos melhores amigos, eu podia contar com ele para tudo e vice e versa, ele passou a frequentar minha casa, a vovó hoje o considera um neto, parte da família, e por isso não resistiu tanto quando eu falei que queria ir estudar no Japão junto com ele.

Não consegui ficar na mesma escola que a dele por que meus avós julgaram a Tôô Academi uma escola melhor que a Seirin, mais consegui ficar no mesmo prédio que o dele e de novo meus avós não acharam apropriado dividir o apartamento com um homem, então pelo menos compraram um apartamento no mesmo prédio.

E agora aqui estou eu, no apartamento dele contando tudo o que aconteceu hoje enquanto ele cozinha para mim.


Notas Finais


Então, segundo capítulo postado.
Inté o próximo..


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...