1. Spirit Fanfics >
  2. Ele vai voltar. >
  3. Modo criança on

História Ele vai voltar. - Modo criança on


Escrita por: Aoy

Notas do Autor


Oláaa povo lindo.

Então, mais um capítulo saindo na sequência.

Aproveitem.

Capítulo 9 - Modo criança on


Boa parte do caminho até a casa dele eu conhecia, até porque era o mesmo caminho que e pegava todos os dias para ir para escola no centro da cidade. Durante todo o percurso que eu conhecia ficamos em um silêncio agradável, não era necessária nenhuma palavra além do rock antigo que tocava na estação de rádio. Estava aí uma coisa em que combinávamos. Música.

Depois de andar uns 5 minutos para além da escola paramos em frente a um edifício enorme, bem chique aliás, ao qual não consegui tirar os olhos nem enquanto descia do carro.

-É aqui que você mora? Pergunto surpresa.

-Sim, por que? Não pode? Ele rodeia o carro até para do meu lado.

-Pode, claro que pode, só não achei que um barman moraria num lugar desses. Acabei pensando alto demais.

-Só por que sou um barman não posso ter uma casa boa? Ele cruza os braços fazendo uma cara séria.

-Não foi isso que eu quis dizer tá legal. É só que isso é incomum, não é? Tento concertar, mas acho que só pioro.

-Incomum é sim, mas não é impossível. Ele sorri de canto e me dá um leve empurrão com o ombro. – Vamos subir? Ele abre o portão com senha para mim.

-Vamos. Concordo e passo por ele, que logo em seguida passa por mim indo na frente me guiando pelo hall.

-Eu não quis insinuar nada de ruim sobre a sua profissão com que eu disse agora a pouco. Começo a falar enquanto esperávamos o elevador, pois minha consciência estava pesada pela forma meio que discriminatória que agi a pouco minutos atrás.

-Tudo bem, na boa, entendi o que você quis dizer, não estou bravo pelo o que disse se é isso que quer saber. As portas da caixa de metal se abrem e nos posicionamos lado a lado no seu interior. Ele aperta o botão do décimo andar.

-Você mora no décimo andar? Arregalo os olhos enquanto falo.

-Moro. Ele sorri sapeca. – Uma coisa em que combinamos, moramos no mesmo andar. Ele sorri mais.

-Na verdade duas, pela estação em que você colocou em que tocava rock antigo dá a entender que você gosta desse tipo de música, que eu também gosto, se não gostasse tinha mandado você trocar de estação. Então pode-se dizer que temos duas coisas em comum. Devolvo o sorriso de forma convencida para ele.

Chegamos no décimo andar poucos segundo depois, enquanto andávamos pelo corredor até o apartamento dele, eu prestava atenção na decoração do ambiente, com alguns quadros enfeitando as paredes brancas, alguns vasos com o que parecia ser uma espécie de mini palmeiras em um canto ou outro. Um corredor muito bonito digno de um edifício chique como esse, ao contrário do qual eu vivo, que as paredes brancas já são meio amareladas devido ao tempo, mais é limpinho apesar de tudo.

-Pronto, chegamos, bem-vinda a minha humilde residência. Ele diz enquanto abre a porta e deixa entrar primeiro.

-Humilde residência? Humilde é a minha casa comparada com a sua meu caro, só essa sala é metade do meu andar. Brinco. – Esse lugar é muito bonito. Queria eu morar aqui. Digo com sinceridade.

Aquela casa era um dos meus sonhos de consumo. Assim que cheguei no final do pequeno corredor em L, onde tinha um espelho forrando a parede menor de cima abaixo, se encontrava uma ampla sala de TV, com 1 sofá enorme branco e mais 2 menores da mesma cor, o grande estava no centro de costas para a entrada e os dois menos um de cada lado do sofá maior paralelamente, no centro deles ficava uma mesinha de centro com tampo de vidro, com armação em madeira escura. Um painel também de madeira escura cobria toda a parede a frente dos móveis e nele uma TV gigantesca, não sei nem chutar quantas polegadas eram, pendurada. Do lado esquerdo da sala janelas que iam do teto ao chão, deixavam a vista uma paisagem incrível da cidade.

No lado direito ficava a sala de jantar, onde havia uma mesa de 8 lugares, com cadeiras estofadas com um pano branco cheio de florezinhas meio rosinhas quase invisíveis contrastando com a madeira escura dos móveis. O contraste entre o que parecia ser do rústico com o moderno era deslumbrante. De frente para a sala de estar estava a cozinha toda impecável e de cor branca, os eletrodomésticos de inox brilhavam com a luz que entrava no ambiente. E logo ao lado um corredor que possivelmente dava para os quartos mas quando ia em direção a ele fui interrompida.

-Você espera aqui, eu já volto, só vou tomar um banho e trocar de roupa. Ele impede minha passagem e faço um meio bico. – Se quiser assistir TV enquanto isso é só usar o controle maior para ligar a TV e o menor para trocar de canal, Okay? Fique à vontade, eu já volto. Dito isso ele some pelo corredor escuro.

Faço o que ele falou, vou até o sofá, que era muito confortável por sinal, e pego na mesinha de centro o controle maior apertando o botão vermelho para ligar e uso o menor para zapear pelos canais, que aliás nenhum me interessava naquele momento.

 

“Por que eu não posso ver o resto da casa? Agora eu quero muito conhecer o resto da casa. ”

 

Desligo a TV e fico no sofá com os braços cruzados e sem perceber um bico se forma nos meus lábios. Encarava a tela preta a minha frente com um certo ódio, mas decidi me comportar e ficar ali até ele voltar, porém ele estava demorando, e essa demora estava me deixando entediada, e eu entediada é igual a criança pequena quando não tem nada para fazer, ou seja, vai aprontar.

 

“Mas o que eu poderia fazer enquanto ele não vem? Na TV não tem nada descente passando. Humm…. O que eu vou fazer? ”

 

Andava de um lado para o outro, fui até as janelas enormes e dei uma olhada para baixo, só nesse ato tive vontade de vomitar.

 

-“Okay, nota mental: ficar longe da janela. ”

 

Andei até a cozinha, olhei de um lado para o outro, e então comecei a dar uma bisbilhotada nos armários.

 

“Comida cara. ”

 

Foi o que encontrei nas primeiras portas.

 

“Mais comida cara. ”

 

Segui abrindo as demais portas.

 

“Panelas, pratos, copos, talheres. Todos com cara de serem muito caros. ”

 

Mexer na cozinha está sendo mais entediante do que mudar os canais da TV. Volto para a sala, batuco os dedos no encosto do sofá.

 

“Eu sei onde eu quero ir, mas se eu for provavelmente um certo ruivo vai brigar comigo, e já me basta um ruivo de cara virada para mim, não preciso de mais um. ”

 

Bufo, e penso mais um pouco.

 

“F-O-D-A-S-E... Eu vou conhecer o resto da casa ele querendo ou não. ”

 

Sigo a passos leves até o corredor, dou uma olhada nele antes de começar a desbravar aquela terra desconhecida, conseguia ouvir o chuveiro ligado em um dos cômodos.

 

“Ele deve estar no banho ainda. ”

 

Dou alguns passos para dentro do corredor e era possível ver, apesar da pouca luz, vários retratos pendurados por toda parede daquele espaço, uma delas me chamou atenção, por ser a maior e por aparentemente estar toda a família dele. No mesmo instante que olhei a foto lembrei exatamente quem o Renji me lembrava.

 

“Não é à toa que ele me é familiar, incrível como podem ser tão parecidos, mas também eu queria o que, a forma é a mesma... Praticamente a única coisa que muda é a cor do cabelo, e o Renji tem uns traços mais fortes, tem mais cara de homem que ele, isso eu tenho que admitir. ”

 

Rio com o pensamento e ouço o chuveiro desligar, volto correndo silenciosamente para o meu lugar no sofá, deixando a TV desligada, e finjo estar pensando em qualquer coisa aleatória quando ele surge na sala vestindo uma camisa branca lisa, combinando com o All Stars também branco e uma calça jeans preta.

-Então já descobriu quem é a minha família?  Ele pergunta enquanto seca melhor o cabelo.

-Como? Me faço de desentendida.

-Eu escutei você correndo de volta para a sala, você conhece meu irmão, não é? Vocês estudam juntos ainda? Ele coloca a toalha ao redor do pescoço segundo as pontas.

-Sim, eu e o Wakamatsu ainda estudamos juntos. Pera aí. Como você sabe que eu estudo com seu Wakamatsu? Levanto do sofá.

-Eu já vi você conversando com ele algumas vez na saída da escola quando eu ia buscá-lo.

-Humm... Entendi. Olho para qualquer ponto que não seja os olhos dele. – Então.... Já está pronto? A fome me consumia enquanto eu esperava por você, sabia? Coloco as mãos na barriga fazendo uma péssima atuação de dor.

-HAHAHAH. Okay, vou pegar minha carteira e já vamos. Ele ri da minha atuação e some de novo pelo corredor, mas dessa vez ele volta segundos depois com a carteira em mãos. – Pronto, já podemos ir Senhorita Drama. Ele aponta uma mão em direção a saída e se curva um pouco, parecido com um mordomo.

-Obrigado Senhor Demora. Passo por ele e o espero do lado de fora do apartamento.

Ele sai trancando a porta, fiamos nos bobeando e se empurrando enquanto o elevador não chegava, paramos na hora quando vimos a senhorinha que estava no elevador olhar feio para gente e sair resmungando algo sobre as crianças de hoje em dia não tem jeito.

Enquanto descíamos fazíamos uma competição de quem imitava melhor a senhoria que saiu indignada com a gente do elevador. A competição deu em empate, ambos eram ruins em atuação.

O caminho até o supermercado mais perto foi regado a conversa jogada fora, e ao Renji me contando alguns podres sobre o irmão dele. E olha que não foram poucos, coitado do Wakamatsu, mal sabe o que lhe espera amanhã de manhã.

E falando em amanhã de manhã, é o primeiro dia que vou ter que enfrentar a realidade batendo na porta com força total, encarar o fato de que não vou poder ficar perto dele estava me matando, eu não queria ter terminado, mas traição é algo delicado, ainda mais sendo tão recente, e com tantas palavras malditas, tantas magoas que surgiram, tudo. Amanhã não iria ser fácil para mim, isso sim.

-Angie? Angie? Tudo bem? Você viajou legal agora hein. Renji estalava os dedos na frente do meu rosto.

-Desculpa, só estava lembrando de umas coisas desnecessárias. Abaixo a cabeça, focando nas minhas mãos no meu colo.

-Desnecessárias? Acho que você estava pensando no mesmo motivo que fez você beber todas na noite passada. Ele me olha rápido e depois volta para a estrada.

-Você para com isso intendeu. Ele faz cara de que não entendeu do que eu estava falando. – Para de acertar o que eu estou pensando. Isso assusta sabia. Sacudo a cabeça.

-Desculpa, não foi a intenção, se não quiser falar tudo bem, eu entendo, não somos amigos nem nada para você ficar me contando esse tipo de coisa mesmo. Ele usa um tom de tristeza na voz, com se ele já me considerasse uma amiga de anos em tão pouco tempo. O clima pesa.

-Olha nada contra você só que eu não costumo falar como eu me sinto ou o que eu penso normalmente, até para o Taiga que me conhece a vida inteira é difícil para ele arrancar algo de mim. Então não me leve a mal por não falar nada, por favor. Meio que desaba isso com ele.

-Eu sei, eu entendi. Eu não tenho que te cobrar nada, me desculpe. Agora vamos que você ainda tem que cozinhar meu almoço, que por sinal estou morrendo de fome. Ele bagunça meus cabelos quando estaciona na frente do supermercado.

-Okay. Sorrio e saio do carro. Aparentemente o clima pesado de pouco antes se dissipou por completo.

 

“Ele parecia entender, será que devo levar em consideração que ele é mais velho e pode ter alguma experiência com isso? ”

 

O encarro por alguns segundos enquanto passamos pelas portas automáticas do estabelecimento.

 

“A diferença entre um homem e um adolescente marrento e infantil é tão visível. Por que você não podia ser um pouco assim hein Daiki? Mais crescidinho? ”

 

Pego um carinho de compras e me dirijo para a primeira gondola, era isso, agora não era hora de pensar nele, era hora de fazer compras para o mês e para o almoço de hoje, sem contar com o fato de que vou estar muito bem acompanhada.


Notas Finais


Então é isso.

Inté o próximo capítulo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...