História Electricity - Chapter four

                                                                                                Pov. Daryl 

Eu estou pirando. Não consigo descrever como me sinto. Isso é tão maluco. Eu tenho uma filha. Uma filha. Merle sabia. Aquele desgraçado sabia esse tempo todo e nunca me disse nada. Escondeu de mim por quatorze anos. Estou com tanta raiva, mas tão feliz. Tão confuso. Mas agora tenho uma filha pra cuidar, alguém por quem lutar, proteger, apesar que em meu ponto de vista, ela sabe muito bem se cuidar sozinha. Estou tão orgulhoso, com certeza é uma Dixon. Ainda preciso lidar com o fato de ter uma filha. Não a conheço, não sei nada sobre sua vida. Mas sei que ela sofreu, me sinto péssimo por não poder ter feito nada para impedir que algo ruim acontecesse com ela. Mas vou cuida-la, protege-la. Vou fazer isso dar certo, pelo menos uma única vez, vou fazer dar certo. 

Com os braços em volta de seus ombros, a guio pelos corredores da prisão, vez ou outra, sinto olhares sobre nós dois, mas ignoro, sinto que ela faz o mesmo. Uma Dixon. Sorrio com o pensamento. Ela percebe e sorri também.

- Sabe, você deveria sorrir mais, Dixon. – Me diz com um tom brincalhão.

- É, deveria. – Digo irônico e reviro os olhos em seguida. Ela ri.

Logo chegamos ao refeitório, todos ainda estavam reunidos na mesma mesa, mas agora Carl e Judith estão presentes. Carl. Vou ter uma conversinha com esse garoto depois. Enquanto nos aproximamos da mesma, todos nos encaram surpresos por eu estar abraçando a novata, imagino. Ao chegarmos a mesa, sem mais delongas, já vou direto ao ponto.

- Safira é minha filha. – Todos mudam a expressão de surpresos pra confusos. De canto pude ver Safira balançar a cabeça negativamente e revirar os olhos.

- Ótima maneira de explicar a situação, caipira. – Revira os olhos novamente. – O que o Dixon está tentando dizer, é que descobrimos por pura coincidência do destino, que eu sou sua filha.- Diz por fim.

- Foi exatamente o que eu disse, criança. – Digo irônico e dando ênfase em criança. Sei que vai ficar irritada.

- Criança? – Pergunta saindo do meio abraço em que nos encontrávamos e cruzando os braços em seguida. – Cale a boca, seu idiota. – Diz num tom firme, mas extrovertido.

Estava pronto pra retrucar, mas o coreano me interrompe.

- Pera ai, deixa eu ver se entendi. Você é filha do Daryl? Desse Daryl? – Pergunta olhando-a.

Ela revira os olhos.

– Por acaso tem algum outro Daryl Dixon aqui? Quer que eu desenhe? – Respondeu sem paciência.

- Essa é minha garota. – Digo.

- Ok, realmente é o fim do mundo. – Diz Sasha rindo.

Olho para Carl, seu rosto está sem cor. Ele encara Safira fixamente. Me incomodo com isso. Safira se manifesta.

- Perdeu alguma coisa cowboy? Ou apenas está admirando minha incrível beleza? – Pergunta irônica.

Ele resmunga um “convencida” e sai com Judith no colo.

Segundos depois, Safira se manifesta novamente.

- Eu estou morrendo de fome. – Diz sincera. Todos riem.

Puxo-a pelo braço e digo.

- Vem, vamos pegar algo pra você. – Ela assente e me segue.

Pego algo pra ela comer e a faço sentar em uma das mesas do refeitório. Sento em sua frente e a observo comer. Tão surreal.

Em um momento ela percebe que a encaro e diz.

- Porque esta me olhando desse jeito? Está me assustando. – Diz rindo.

- Nada. – Respondo.

Ela desvia sua atenção da comida e me encara com uma sobrancelha arqueada. Me desafiando. Realmente minha filha.

- É só que isso. – Digo me referindo a nós dois. – Isso e tão novo e tão estranho. Quer dizer, a uma hora atrás, não fazia a menor ideia de que poderia ter uma filha e agora você está aqui. – Digo sincero.

Ela assente.

- Agradeço por ser você. – Continuo. – E não uma menina mimada. Você é boa. Corajosa, forte. Gosto disso. Sobreviveu todo esse tempo sozinha. Tenho orgulho de você. – Digo por fim.

Um sorriso abre em seu lábios. Iluminando o ambiente.

- Fico feliz que seja você. Quer dizer, Merle é um porre, mas é legal as vezes. Mas não o imagino como meu pai. Gosto de você. – Diz e eu sorrio. Incrível como ela consegue me fazer sorrir tão facilmente.

Antes que pudéssemos continuar a conversa, Rick chega e nos interrompe.

- Daryl, preciso falar com você. – Diz firme. – Em particular. – Completa.

Olho para a Dixon e pergunto.

- Você vai ficar bem sozinha? – Pergunto.

- Vou sim. Pode ir, tudo bem. – Ela diz.

- Tudo bem. – Digo me levantando. – Qualquer coisa que precisar, me procure. – Digo beijando o topo de sua testa e saindo com Rick. Percebo logo depois o gesto que acabei de fazer, Rick percebe meu espanto e ri. 

Antes de deixar o refeitório, vejo a imagem de Carl entrando no local e indo em direção a mesa de Safira.