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História Eleenad - Está na hora.


Escrita por: Muizinha

Notas do Autor


Capítulo 4 e tal.

Capítulo 4 - Está na hora.


CAPÍTULO 4

Saímos do parque em silêncio. Tom estava visivelmente inquieto, mas não compartilhava dos seus pensamentos comigo. Eu também não perguntava, o dia estava ruim o suficiente para eu piorá-lo.

- Então... – Quebrei o silêncio. – Voltamos para casa?

Não obtive resposta.

- Tom, eu... – logo fui cortada.

- Kyla, você se lembra de como era o seu mundo? – Tom me questionava ainda sem olhar para mim.

- Não... – Encolhi os meus pensamentos dos pesadelos e torci para que ele não percebesse.

Tom se virou já esperando decifrar qualquer tipo de resposta que eu não tenha dado, mas permaneceu calado.

Suas bochechas estavam coradas, seus olhos estavam contraídos e a ameaça de derramar algumas lágrimas era eminente. Eu nunca o vi naquele estado, ele estava quieto, porém, implorando por alguma ajuda.

Eu sorri.

- Vai dar tudo certo, Tom. – Andei em sua direção e abracei um de seus braços, o puxando. – Vamos para casa.

Eu não conseguia esquecer o que havia acabado de acontecer. Seria certo perguntar para Tom se ele se lembrava de algo, como Saiko disse, mas eu não tinha coragem. Ser seguida e ter uma vida traçada em correr atrás de pessoas “escolhidas” eram coisas demais para digerir em um dia.

Retornamos para a minha casa apenas ouvindo o barulho de carros nos ultrapassando e pessoas conversando. Tom não deveria lidar com aquilo sozinho, então achei melhor passar o tempo conversando com ele. Seria melhor para mim também.

- Tom, não se pressione sozinho. – Falei retirando os meus tênis e sentando no sofá.

- Eles me prometeram que você não se envolveria.

No mesmo instante eu parei e o encarei.

- Você sabia? – Perguntei temendo a resposta.

- Sim. O Conselho iria te contar e eu ficaria para ajudá-los. Eu não deveria ter confiado. – Ele sentou no sofá e colocou as mãos no rosto.

- Você foi bem ingênuo de confiar neles. – Dou um sorriso apagado.

- Eu sei. – Ele retribui.

“Eu não iria te deixar buscar pessoas estranhas sozinho.”

Tom ouviu. Ele me encarou surpreso por alguns segundos e logo soltou a sua verdadeira e branca risada.

- Obrigado.

- Não tem de quê, Mr. Basquete.

As horas passaram rápido depois que nos acalmamos. Tom e eu concordamos que não deveríamos nos afastar enquanto não recebíamos notícias, então continuamos ali, sentados, observando a noite chegar e as estrelas invadirem o céu.

“Você acha que tudo vai... Sabe... Acabar?” – pensei alto torcendo para Tom me entender e não estar tão assustado quanto eu esperando alguma resposta do Conselho.

- Não. – Ele permaneceu quieto.

- No que você está pensando? – O encarei.

- Em uma maneira de não te envolver mais.

Tom estava na mesma posição havia horas. Com os cotovelos apoiados nas pernas e as mãos em seu queixo, era óbvio que ele não gostou do que aconteceu hoje. Ele realmente estava pensativo.

Eu preferi o deixar por um tempo. Peguei os meus tênis e fui em direção às escadas. Eu precisava de um bom banho para entender o que se passava.

Um zumbido repentino tomou conta do meu pensamento, o que me fez derrubar os tênis e me apoiar na parede. Olhei para Tom atordoada, ele também estava ouvindo, mas permaneceu relutante ao barulho horrível que invadiu a casa.

“Está na hora”.

Nós não estávamos sozinhos.



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