1. Spirit Fanfics >
  2. Os Doze - Livro I: Guerra >
  3. Ária

História Os Doze - Livro I: Guerra - Ária


Escrita por: Thiagowillyam22

Capítulo 3 - Ária


Não existe nada mais honroso do que morrer pelo dever, morrer por aquilo que acredita. É isso que eu quero acreditar, me faz sentir menos a dor, me faz dormir um pouco mais tranquila a noite. Esse pensamento diminuiu meus pesadelos, é um processo lento mas começo a me acostumar com a falta dela, mas é uma espada de dois gumes, pois ao mesmo tempo que a dor vai indo embora eu esqueço dela sem perceber, esqueci de como seu ficava quando ela sofria, ah, aquele sorriso, foi a última vez que a vi.

- Está na hora - A voz dele me tira do transe. É fácil devanear quando se está sozinho e em silêncio, é é como estou na maior parte do meu tempo. Me ponho a caminhar atrás dele, muda como fui ensinada a ficar.

- Devaneando novamente? - Ele pergunta - Ainda sente falta dela… - Ele para - Que pergunta idiota, claro que sente,ela era sua irmã…

- A saudade diminui a cada dia, senhor - Respondi fria.

- Não precisa fingir ser forte, eu a conheço Ária, você é forte fisicamente, mas o coração é sensível.

- Não deveríamos estar falando de vida pessoal senhor - Rebato com frieza. Ele é seu rei sua idiota, não seu amigo - Vossa Graça tem assuntos mais importantes a tratar.

- Que seja então, só tentei ser educado …

- O senhor é meu rei, não meu amigo.

Ele para antes de abrir a porta da sala de reuniões.

- Espero que um dia você supere e isso, é volte a ser feliz.

- Eu também - Respondo baixinho, ele ouve e sorri para mim, um sorriso triste, por mim e por ele, por nós dois,  jovens demais para o peso que carregamos nas costas.

A porta se abre e la estão eles, quatro homens reunidos em volta de uma mesa redonda, todos de pé, todos de olhos postos em nós.

O rei caminha em direção a eles, queixo para cima, postura perfeita, cumprimenta todos com um leve sorriso e se assenta em seu lugar, eu permaneço de pé esperando a permissão.

- Cavalheiros, por favor. - Ele aponta para as cadeiras. Todos se sentam.

- Senhor, está radiante hoje. - O chefe das relações elogia.

- Poupe- me de elogios e palavras inúteis. Hoje não é um dia radiante, então não há motivos para estar da mesma maneira…

- Fala sabiamente… - Ele emudece.

- O que vocês tem para mim? - O rei pergunta.

- Mais notícias de guerra e mortes, senhor, sinto em dizer. - O Mestre do tesouro tomou a frente - Dessa vez na parte sul, um jovem dobrador de metal, trabalhava em uma metalúrgica, na fábrica de armas.

- Nenhuma novidade - Falou o chefe da segurança -  esses lunáticos insistem em continuar com sua loucura… Devo informar-lhe senhor que meus oficiais que estavam de serviço no momento do ocorrido serão punidos! É inadmissível ninguém ter visto nada!

- Faça como achar melhor! Confio no senhor, lorde Sandor. - O rei responde - Mas não acredito que irá descobrir nada, o reino e terra já tentou o mesmo, e falou.

- Senhor - Lorde Simons, o Mestre da comunicação, inicia - Se me permite, minhas fontes tem me informado coisas bem sérias com relação ao ataque.

- Então diga

- Tenho sido levado a acreditar que o próprio povo está se virando contra nós, os mesmos que apoiam os rebeldes parecem a apoiar essa nova organização criminosa.

- Não me surpreende… - O rei fala - Nossos inimigos tem achado maneiras novas de nos atacar a cada dia…

- Lorde Simons - chama lorde Sandor - devemos tomar cuidado com decisões precipitadas. Não podemos nos esquecer da última missão, e sobre o que aconteceu com senhorita Arison.

- Eu nunca esquecerei - O rei se irrita - Senhores, já faz mais de um mês, e vocês insistem em me lembrar do meu fracasso. Sou levado a acreditar que saboreiam isso, que gostaram de me ver fracassar.

- Senhor nós…

- Cale a boca lorde Simons! Os chamei aqui para encontrarmos maneiras de combater essa crise que assola o reino do ar, não para me lembrarem que tudo piora a cada dia!

- Senhor, seu pai sempre dizia…

- Meu pai está morto, e agora eu sou o rei, vocês gostando ou não!

- Rei Natanael - Lorde Ramos se levanta, ele estava calado até agora. - Ja que entramos nesse assunto sinto em ter de lhe falar a verdade mesmo que isso custe minha cabeça… Nunca esperamos que seu pai iria nos deixar tão cedo e muito menos em meio a crise que nos encontramos, mas aqui estamos nós. O Senhor ainda é jovem, uma criança eu diria, não tem experiência e muito menos o amor do povo, que é o que lhe restava ter… Quando dissemos que não estava preparado, dissemos com verdade, Vossa Graça.

- O que sugere então, lorde Ramos? Já que está com tanta verdade nos lábios, diga o que quer dizer.

- Sugiro que o senhor nos deixe tomar as decisões! Deixe seu conselho governar, já que não ouve nossos conselhos! E eu lhe garanto que em um ano acabamos com essa crise e destruiremos todos os inimigos do reino.

- Está sugerindo que o rei não governe? - O rei a levanta.

- Sim, se é o que quer ouvir… Sim, seu governo tem sido um desastre!

- Então que assim seja, você foi competente para meu pai, e também será para mim. Amanhã o reino estará sob o comando de vocês, irei mandar preparar os papéis da posse…

*

Faz duas semanas desde a execução pública dos quatro lordes. O reino continua um caos, houve um segundo ataque da organização, dessa vez no norte. E o povo culpa o rei, dizem pelas ruas que “ foi uma represália a morte desses quatro grandes homens que serviram tão fielmente o rei ”, pobres pessoas, não sabem de nada…

O rei em pessoa os executou, foi tudo rápido e limpo. A espada desceu rápido, não houve gritos nem lamúrias, só os sussurros do povo rejeitando a atitude do rei.

Lorde Ramons foi o mais corajoso, disse ao rei tudo o que queria dizer, e os outros três só concordaram. A expressão do lorde foi de surpresa quando o rei disse que ja lhe dar o que ele queria. Ele não recebeu o que queria recebeu o que merecia…

“ Este homem é acusado de traição contra o reimo “ foram as únicas palavras do rei diante do povo, antes da espada descer sobre o pescoço de cada um e ele se retirar de volta ao interior do Castelo Branco.

- Quem serão os novos membros do Conselho? - pergunto ao rei.

- Não haverá mais Conselho, não confio em ninguém além de você!

- Não deveria confiar em ninguém, além de si mesmo, Senhor.

- Mas confio em você, é o que basta. Não estou sozinho no ninho das cobras.

- E nunca estará…

- Você viu com seus próprios olhos, Ária. Eles confessaram diante de nós! Não é mais seguro…

- Sim, eu sei…

- Então sabe porque pedi a você que fizesse isso.

- Também, sei.

- Então, uma última vez irei perguntar. Você irá? Pelo bem do reino?

Ele está me pedindo muito, mas  eu também pedi muito dele, a vida pediu muito de nós. Eu nunca quis ir, assim como minha irmã também não quis, mas ela foi cumprir seu dever para com o reino, ela fez o que foi preciso não o que ela quis. Talvez eu tenha o mesmo fim que ela teve, talvez não… Só os deuses sabem. “ Não vou falhar, Aris… ” .

- Sim, Senhor. Eu irei… - “ Deuses, eu vou me arrepender disso… ” - quando…?

- Amanhã - Ele me interrompe - na madrugada de amanhã. No primeiro trem, irei organizar tudo o mais rápido possível!

- Então é um adeus.

- Não, é um até logo. - Nossas mãos estavam próximas, ele tenta tocá-las e eu retiro a mão. “ Não vou fazer isso com você, nem comigo ”. Me viro e vou em direção a porta.

- Você sabe que eu nunca quis isso para nós, não sabe…

- Eu sei - paro, com os olhos fitos no chão - mas o destino quis!

- O destino foi cruel com nós dois…

- Sim…

- Já que pode ser a última vez que nos vemos…

Não se atreva a dizer novamente, não agora… ” Penso

- Eu te amo, sempre te amei…

- Sim, eu sei. - E me retiro, antes que as lágrimas caiam e eu diga que também o amo.

 


Notas Finais


Demorei, mas consegui postar o capítulo. Já tenho outro pronto, em breve irei postá-lo também.
Obrigado por ler, espero que tenha gostado.
Ah, e se você ficou confuso com algo não explicado direito, digo que fique calmo, pois conforme os capítulos forem saindo as sombras irão se dissipando...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...