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História Elementar - Revelações


Escrita por: metamorfomaga

Capítulo 2 - Revelações


Fanfic / Fanfiction Elementar - Revelações

  Abri os olhos, pelas cortinas de seda marfim podia ver os primeiros raios de sol .
Bem devagar, desfrutei a sensação da minha pele contra o tecido suave, e o macio e cálido lençol de cachemir sobre mim; espreguicei-me e pouco a pouco me senti ativa e totalmente desperta. Levantei; não tardaria muito e chegaria a Audrew para me ajudar como de costume.

Fui calmamente ate a janela; de perto da luxuosa cortina de seda, se podia notar o delicado bordado dourado que serpenteava e fazia contraste com o marco de pedra da janela, e fiquei olhando a paisagem e sentindo a suave brisa tocar minha pele, delicadamente puxei uma mecha dos meus longos cabelos para frente, e senti tocar nos meus seios, só então percebi que seguia sem roupas; e como despertando de um sonho lembrei o que aconteceu a noite . Senti meu corpo estranhamente vazio e frio, assim como as paredes  de Lar da  Tempestade que era uma fonte de poder e minha prisão.    
       

                                        Meses atras...
   Ouvi a porta abrir virei-me e rapidamente assustada, Audrew estava na porta com uma cesta de flores e roupas limpas na outra mão, ela sorriu ao desejar bom dia e vesti minha bata sobre a delicada camisola e corri para ajuda-la a preparar as flores que ficariam sobre minha penteadeira.
  As flores me traziam muita alegria, e Audrew me conhecia como ninguém, percebi que ela sabia o que aconteceu a noite.
 Olhei de relance para ela, e vi pena em seu rosto normalmente feliz e delicado. Ela também parecia cansada!
_ Não me olhe assim Audrew   _ Falei com uma fingida irritação na voz.
_ Assim como querida?
_Sra. Audrew, me refiro a forma que esta me olhando, como se eu fosse um animal indefeso. _ Isso parece muito errado sabia? pensei que eramos amigas.
     No mesmo instante me senti culpada, não devia ter falado assim com ela; afinal ela era o mais próximo de uma mãe que eu já tive.
 Ela se aproximou de mim com o carinho de sempre e tocou meu rosto; era bom ter Audrew por perto. _  Venha Helena, vou lhe ajudar com o banho; voce precisa descer tao rapido quanto seja possivel, seu pai lhe espera para o café da manha.
  Fomos em direção ao quarto de banho, a banhiera de cobre que havia no centro estava preparada e fumegante, o cheiro das rosas era realmente envolvente e perfumava a agua. Entrei com a sensação  agradável do calor se intensificando. Me peguei pensando em minha mãe...
_ Audrew, eu realmente tenho o corpo da minha mãe? _ pareço muito branca quando estou na agua.
_Sim querida, e sua mãe era realmente bela, Sabia? _  Ela tinha o cabelo longo e castanho como o seu, os tinha andulados e graciosamente penteados. tambem tinha a mesma cor de pele que você, Mas seus olhos castanho se confundia muito com o vinho quando estava a luz de velas. Eram vivos, audazes, sábios   e imponentes, mesmo hoje nos quadros ela impõe sua presenca como se seguisse aqui, viva . Você tem mais da sua mãe do que imagina.
Ja seus olhos minha querida, sao iguais ao olhos do seu pai, corajosos, astutos e carinhosos, as vezes cinza como um céu nublado e tempestuoso, outras vezes azul como o mas profundo oceano, é um espelho da sua alma Helena .
_Quer falar sobre ontem?_Ouvi Audrew dizer, e isso me tirou do devaneio em que estava. Respirei fundo, pensar naquele momento era verdadeiramente um desperdício. _ Sinto muito que voce tenha que fazer isso pequena...
_ Nao e sacrifício , devo realmente fazer isso, por meu pai e pela Kathe.
_ Você não teve culpa do que aconteceu.
_ Será mesmo Audrew? levantando, rapidamente me sequei com  toalha macia, queria sair, sentia o peito apertar e o vapor da agua não ajudava muito. Senti que Audrew vinha atras de mim. Sentei na penteadeira e senti suas mãos nos meus cabelos; o toque suave e amoroso, Audrew sabia que o silencio era o que eu precisava.
Naquele momento eu apenas sentia, apenas e puramente sentia, era como ser outra pessoa que via uma jovem mulher amedrontada colocar sua melhor mascara de coragem diante da vida. Realmente nao parecia ser eu a que estava assim, tendo os longos cabelos penteados entre um suspiro e outro. Isso costumava acontecer desde o acidente da minha irma, há alguns meses atrás; levamtei e Audrew me ajudava a me vestir.
_Pronto querida .
  Olhei ao espelho e por um momento pensei ver minha mae. O delicado vestido que moldava meu corpo era vermelho, contornava meus ombros graciosamente, deixando a mostra a curva do pescoço, ficando em total evidencia o colar com a pedra Rubi. Na saia do vestido que se abria com volume, tinha fendas de tecido branco com ramos florais bordados.
  Meu cabelo estava com ondulações perfeitas e tinha ramos delicados dourados e florais que prendiam as mechas elegantemente. Segurando a pedra do colar olhei para Audrew agradecida, me sentia forte e decidida, assim como minha mãe era.
_Você fez um otimo otrabalho Audrew! _ela corou e sorriu docemente.
_Vamos pequena, não queremos deixar o seu pai esperando...
Baixei as escadas o mas rapido que podia, e quando cheguei no salao principal vi o arco de pedra que marcava a entrada para a sala onde estava a luxuosa mesa de madeira que meu pai sentava para refeições matinais nos dias que ele considerava ser um dia importante.
    ***
_ Lord Frederich, Bom dia!
Notei seu olhar de admiração, - Bom dia filha, como dormiu?
_Muito Bem, Obrigada!
_Ja entendi Milady, hoje lhe esperarei no meu escritório para conversarmos. _ Mas pense antes no que falamos a noite. Poderia fazer isso por mim, minha filha ?
_Me emociona sua generosidade e preocupação comigo, porem devo informar que minha decisão ja esta tomada e se for da sua vontade Senhor, estarei satisfeita. _  Meu pai sorriu, eu sabia que ele me conhecia muito bem, e momentos como esse so deixava isso mais claro, comemos em silencio e levantei quando meu pai ja havia se retirado.

Fui em direção a estufa, queria entre flores, amava realmente aquele lugar. O lugar estava abandonado desde que minha mãe tinha morrido e quando tive idade suficiente convenci meu pai que cuidaria pessoalmente do Lugar.  A cada viajem que meu pai faz ele me trás espécies exóticas de plantas. Eu consegui fazer alguns medicinas com as ervas._ Essa, devo admitir era uma habilidade que herdei da minha mãe. assim também como o dom de ser perfumista.
-Noah, sei que esta ai; poderia entrar por favor?
-Sinto muito assusta-la, necessita ajuda? _ perguntou-me contrariado
-Obrigada Noah, poderia dizer a Audrew que estou aqui? e necessito que prepare o meu cavalo, por favor!
-Srta...
-Me chame de Helena;  por favor Noah.  _ele sorriu e corou violentamente.
-Sr... er, fingiu que tossia, parecia muito constrangido. _ quer que eu avise quando seu cavalo esteja pronto ?
-Oh sim, por favor, e não esqueça de avisa a Audrew onde estou.
    Com um aceno exagerado ele saiu; fiquei perdida em pensamentos recolhendo flores e organizando cuidadosamente na cesta. Amava estar aqui, esse lugar me recordava momentos muito especiais e sobretudo foi aqui que encontrei as anotações da minha mãe com métodos de curar através das plantas. Colhi varias flores rosas porque eram as que Kathe mais gostava.
   Claro, não poderia esquecer os lírios, seria um ultraje; esperei a Audrew enquanto cuidava das plantas, eu sempre sabia quem se aproximava pelo perfume que exalava. Desenvolvi essa habilidade e me encanta fabricar perfumes para presentear. Noah por exemplo, tem um cheiro amadeirado que fica mais intenso quando ele esta nervoso, e pelo que pude perceber hoje ele estava especialmente alterado. Ouvi Audrew se aproximar e fui ate ela com as flores na mão.
 -Audrew, obrigada por vir, por favor providencie que a estufa esteja limpa para que entre mas luz, e também preciso de ajuda com os vestidos, essa tarde pretendo cavalgar, você me acompanharia?
- Oh sim, claro que vou lhe acompanhar, e providenciarei que alguém limpe tudo isso hoje. Ah querida, Rupert  chegou hoje de viajem e mandou avisar que trouxe flores para você, serão entregues em breve!
_ acho que ele quer fazer a entrega pessoalmente. _  Disse sorrindo .
-Perfeito, agora preciso ir, quero ver a Kathe antes de falar com meu pai.
-Ela esta linda hoje! disse Audrew sorrindo.
- Há Audrew não deixe-a ouvir isso, ou você estará com serios problemas. _disse entre risos.

Ela me acompanhou ate o grande salão, eu subi as escadas que levaram ao segundo andar como se minha vida dependesse disso. Bati na porta e ouvi passos, abri o sorriso mais encantador que consegui quando vi a cuidadora da Kate,
-Srta. Helena, bom dia! disse ela sem muita emocao.
-Bom dia Sra. Adelaide!
_Vim ver minha irmã e gostaria de falar com ela. Poderia deixar-nos  a sós , por favor? _Tentei ser o mais simpatica possivel, a Adelaide não gostava muito de mim, ela cuidou da minha irmã desde que era uma criança e me culpa pelo que aconteceu a Kathe.
-Sim Srta. ela disse parecendo não estar muito convensida em querer sair.
- Sra. Adelaide, cuidarei bem da Katherine! _disse enquanto entrava encaminhando ela para fora do quarto educadamente, ela girou nos calcanhares e saiu fechando a porta atras de mim .

Olhei a cama da minha irmã, estava recém preparada e vazia. Ao contrario do meu quarto marfim e dourado elegantemente decorado, o dela parecia pertencer a uma fada, com cortinas brancas e tinha muitas flores que embriagavam os sentidos, o quarto tinha suaves tons de rosa e parecia muito iluminado. Olhei a grande janela no lado oposto do quarto, ela estava olhando o jardim que se via plenamente se fundir com o acantilado, e mais além as ondas do mar rompiam nas rochas. Parei desnorteada, ela tinha o cabelo solto caindo em cascatas loiras sobre o delicado vestido de seda azul, estava sentada olhando o mar e parecia em paz, alheia a tudo que acontecia a sua volta, parecia estar comoda, sua boca perfeitamente delineada com uma cor pêssego que ressaltava a cor pálida da sua pele, o azul intenso dos seus olhos estava vivo e brilhava, delineados pelos volumosos cílios negros, ela era linda; se parecia muito ao meu pai. era um verdadeiro deleite poder observa-la. Me aproximei devagar, não queria assusta-la.
_ Kathe ? Ela virou a cabeça em minha direção e sorriu olhando as flores em minhas mãos.
_ Trouxe para você! disse entregando a ela, ela segurou uma das rosas e cheirou com olhos fechados, um delicado sorriso se formou nos seus lábios,
_ Você esta linda minha irmã!
-Posso dizer o mesmo de você Kathe!
O sorriso se foi pouco a pouco, ela ficou muito seria e fez ar de estar ofendida, _ Ora Helena não diga um absurdo desses, hoje estive duas horas tentando terminar de pentear o cabelo e ainda tenho todo esse cabelo solto.
-Você quer ajuda Kathe? posso terminar para você...
- Oh Lena  agradeceria muito! _A Sra. Adelaide acha que sou uma velha e quer fazer em mim o mesmo penteado que usa. _Disse enquanto sorria e se formava covinhas em suas bochechas.
  Peguei a escova dourada e o espelho que estavam na penteadeira, lhe entreguei o espelho e comecei a pentear cuidadosamente seus longos cabelos, me assustei quando ela segurou minha mão.
_O que aconteceu, te machuquei? perguntei assustada
_O que aconteceu e o que quero saber, quando você pretendia me contar?
_Hum... bem, eu vim fazer isso.
Ela me olhava seria e soltou minha mão, pelo espelho podia ver que ela mantinha os olhos em mim. Comecei a contar a ela a noite anterior, nosso pai me informou de seus planos para mim, ele acha que precisamos de proteção e me disse que pretende me unir a uma família importante que poderia me ajudar , a proposta foi feita por essa família . _Há vi apertar os lábios e fiquei apreensiva.
_Kathe, você me ouviu ?
_Sim, te ouvi perfeitamente e acho que você não precisa fazer isso , não e sua culpa o que aconteceu e já falei ao papai que não precisamos de proteção .
_ Eu sei; mas a decisão esta tomada.
_ Eu te machuquei Kathe..._Ela respirou e sorriu discretamente, tentando ficar seria novamente ela perguntou. - E você decidiu casar com um desconhecido, assim do nada; sem questionar?
-Claro que não, vou pedir ao papai que convide-os a vir ao Lar da tempestade e decidirei se quero me unir em casamento a  algum deles. _Vi como ela abria a boca em espanto. 
_Isso e um absurdo, poderia ser uma ofensa
_Eu sei, mas e realmente importante que eu conheca quem será meu marido, quero o amor que tiveram nossos pais Kate, não aceito nada menos que isso.
_Porque voce nao vai ate a casa deles com o Papai, seria melhor e muito mais discreto.
_E deixar voce sozinha? _Não, isso esta fora de questão.
_Helena, voce poderia parar de se culpar pelo que aconteceu? _Você não me deve nada, nao tem culpa de nada.
_Ela me olhava realemente enfurecida
_Quero ter ele no meu terreno Kathe, pensei que você entenderia. _Falei desanimada
_Esta bem, disse segurando minha mão, entao solte os cabelos como usava a mamãe e va falar com ele, assim ele não te negará nada. disse com um sorriso que lhe fazia covinhas lindas no rosto. _Eu lhe beijei o rosto com ternura e fui ate a penteadeira, tirei as forquilhas que prendiam o meu cabelo e arrumei os cachos caprichosamente. Olhei a Kate e ela sorria aprovando. Sai do quarto confiante e desci as escadas, encontrei a Adelaide esperando no fim da escada e assim que me viu ela subiu rapidamente, nao gostava que a Kate ficasse sozinha. fui correndo em direção ao escritorio do meu pai, bati na porta antes de abri; meu pai estava sentado no grande escritório de mogno que era incrivelmente luxuoso . _ pensei que estaria me esperando. _ disse antes de entrar.

No centro do escritório estava um alto e forte homem que ocupava muito espaço, era branco e tinha cabelos pretos e lisos que fazia contraste com seus olhos que eram claros e atraentes...
Helena que nunca ficava calada, nesse momento  não sabia o que fala; ficou sem ar, sentia uma conexão estranha com aquele desconhecido. Percebendo que prendia a respiração, subitamente soltou arfando lentamente  e sorriu.

 

 

                                       



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