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História Elementar - Capítulo 1 - A Study in Pink


Escrita por: dingcsbel

Notas do Autor


Também posto essa história no Nyah com o codinome PANDORA. O nome dos capítulos estão de acordo com o caso que irão resolver. Espero que apreciem, boa leitura a todos.

Capítulo 1 - Capítulo 1 - A Study in Pink


Fanfic / Fanfiction Elementar - Capítulo 1 - A Study in Pink

O apartamento 221B na rua Baker nunca esteve tão movimentado e barulhento como naquela manhã. Ao som de músicas animadas de uma playlist qualquer do Spotify, duas jovens mulheres tentavam amenizar a bagunça e diminuir a quantidade de caixas abertas espalhadas pelo pequeno quarto que dividiriam. Elas cantavam a pleno pulmões e brincavam com a maioria dos pertences que encontravam dentro das caixas.

― Nós poderíamos usar uns desses enfeites para o quarto. ― Comentou a mulher ruiva rindo enquanto erguia parte de uma gigantesca centopeia com letras do alfabeto.

― Pare com isso, Dominique. ― Pediu a morena caminhando até a amiga e retirando o objeto de sua mão. ― Você é desastrada, vai acabar rasgando o material didático, isso é para decorar minha sala de aula. E deixe essa caixa quieta, ela é exclusivamente para a escola.

― Ah! Vai tomar no cú, Beladonna! ― Ordenou a ruiva em tom brincalhão enquanto dependurava o seu uniforme de policial no armário. Tomava todo o cuidado para não amassar as peças de roupa, pois assim poderia causar boa impressão e talvez ser designada a alguma função interessante na nova equipe.

― Isso foi rude, querida! ― Repreendeu a Senhora Hudson ao entrar no quarto carregando uma bandeja com chá e biscoitos.

A senhora Hudson era uma mulher encantadora. Havia cuidado da sobrinha Dominique durante alguns anos, antes da mesma ingressar para a faculdade junto com Beladonna, a qual era sua melhor amiga desde a infância. Após ambas se formarem, foi sugestão da própria senhora Hudson que as duas amigas vivessem na mesma casa que ela, onde não precisariam se preocupar com aluguel e poderiam dar início a uma nova empreitada em suas vidas.

― Desculpa, tia. ― Dominique aproximou da senhora e a abraçou pelos ombros, depositando um beijo carinhoso em sua bochecha. ― Juro que essa é a última vez que falarei palavrão.

― Não prometa as coisas que não pode cumprir. ― Bela semicerrou os olhos e sorriu sem mostrar os dentes.

― Ela não cumpre isso desde os oito anos de idade. ― A senhora Hudson deu dois tapinhas sutis no rosto da sobrinha e desvencilhou dela. ― Agora verei se meu novo inquilino precisa de alguma coisa, espero que goste do chá senhorita Sherwood.

― Espera, novo inquilino? ― Perguntou Dominique correndo até a porta do quarto, antes que a tia saísse do apartamento. Ela sabia que a tia estava interessada em alugar a segunda parte da casa, mas não esperava que a mesma tivesse arrumado um novo inquilino tão rápido. ― A senhora nem me esperou para fazer a entrevista, ele pode ser um maníaco. Tia, isso pode ser perigoso.

― Concordo com ela, senhora Hudson. ― Bela levantou e caminhou até a melhor amiga parando ao seu lado. A diferença de altura entre elas fica evidente, Dominique sempre havia sido a mais alta da turma com seus 1,80 enquanto Beladonna mantinha a altura de 1, 57 desde seus doze anos. ― Tudo bem que temos uma policial em casa, mas é perigoso.

― Não se preocupem, o conheço a algum tempo, é um velho amigo. ― A senhora gesticulou para que esquecessem o assunto. ― Você também o conhece, Domi. Mas talvez não se lembre, afinal só o viu seis ou sete vezes.

― Conheço? Quem? ― Perguntou Dominique cruzando os braços sobre o peito.

― Sherlock Holmes! ― Respondeu a Senhora Hudson sorridente, em seguida olhou para Beladonna. ― Ele é um bom rapaz, detetive.

― É, ele é um maníaco. ― Murmurou Dominique revirando os olhos com a escolha de inquilino.

― Eu ouvi isso, e não, ele não é um maníaco. ― Repreendeu a senhora Hudson saindo do apartamento.

― Que droga! ― Resmungou Dominique regressando ao quarto e sentando no chão.

Emburrada, Dominique voltou toda sua atenção a organização dos pertences. Vez ou outra resmungava incongruências e revirava os olhos esverdeados. Beladonna apenas ria baixinho enquanto arrumava a cômoda da maneira que queria. Ela já havia escutado Dominique falar sobre o engenhoso Sherlock Holmes, o detetive que trabalhara no caso do tio sentenciado a morte na Flórida e que sempre descobria quando Dominique havia feito algo escondido da sra. Hudson, o que no último caso fez com que ela pegasse raiva dele.

― Sabe, Tinker Bell... ― Abruptamente, Dominique levantou do chão e segurou na mão da melhor amiga a puxando para fora do quarto. ― Você deveria conhece-lo.

― Conhecer quem? ― Perguntou Beladonna tentando reorganizar os pensamentos, ela havia sido pega de surpresa e apenas seguia a companheira.

― Sherlock, o cara mais irritante do universo. ― Respondeu Dominique revirando os olhos. Ao alcançarem as escadas, Beladonna tropeçou nos primeiros degraus. ― Cuidado onde pisa!

― Você quer parar de correr! ― Pediu Bela tropeçando nas escadas pela segunda vez.

― Claro! ― Dominique soltou da mão da amiga assim que entraram no apartamento que Sherlock Holmes ocuparia.

Aos tropeços Beladonna cambaleou algumas vezes até cair de quatro no meio da sala do novo inquilino. A sra. Hudson e Sherlock rapidamente pararam de conversar e olharam na direção das meninas que haviam entrado como um furacão dentro do pequeno apartamento. Dominique gargalhava a plenos pulmões do tombo da amiga, enquanto a menor levantava do chão com as bochechas vermelhas.

― Você está bem, senhorita Sherwood? ― Perguntou Sherlock ajudando a morena a se levantar.

― Er... Eu estou sim! ― Disse Beladonna envergonhada e olhando para o chão quando aceitou ajuda. ― Essa louca da Dominique que só me faz passar vergonha.

― Nique, pare de rir! ― Repreendeu a sra. Hudson dando um peteleco no braço da sobrinha.

― Desculpa! ― Pediu Dominique tentando segurar o riso, mas acabou fazendo barulho com a boca. Os três olharam de forma repreensora a ela. ― Okay, desculpa! Eu só achei que seria uma boa ela conhecer o Sherlock. Já que seremos vizinhos, para se acostumar com a maneira excêntrica dele.

― Dominique, nós não julgamos as pessoas aqui. Você sabe disso! ― A sra. Hudson cruzou os braços sobre o peito e olhou levemente irritada para a sobrinha.

― Isso é um crânio? ― Perguntou Beladonna aproximando da lareira para admirar melhor o objeto, com cuidado ela o pegou em suas mãos. ― Humano... Isso é um crânio humano?

― É um amigo. ― Sherlock retirou o crânio da mão dela e devolveu no lugar. ― Então tome cuidado com ele.

― Sherlock, use dos seus dons. Conte a vida inteira da Tinker Bell. ― Pediu Dominique se jogando no sofá como se estivesse em sua própria casa. ― Sabe, ele tem um site que se chama “A ciência da dedução”. É impressionante.

― Às vezes acho que me odeia, outras vezes que me ama. Você é estranha, Dominique. ― Sherlock voltou a organizar seus pertences.

― ‘Tá, agora usa os seus dons. ― Pediu Dominique esticando as longas pernas no sofá, ficando parte delas para fora.

― Me empresta o telefone! ― Pediu Sherlock aproximando da Dominique e esticando a mão.

― Você tem o seu. ― Resmungou a ruiva retirando o celular do bolso, mas hesitando em entregar a ele.

― Está sem bateria. ― Ele manteve a mão esticada. ― Dominique!

― Espere... ― Beladonna retirou o celular do bolso, destravou e entregou para Sherlock. ― Pode usar o meu.

― Obrigado. ― Agradeceu enquanto digitava mensagens. ― Lembrou de ligar para seus pais?

― Desculpa, como? ― Perguntou Beladonna franzindo o cenho.

― Pelo visto não. ― Ele fez careta e devolveu o telefone a ela. ― Seus pais devem estar preocupados, deveria avisa-los que está tudo bem em Londres e se possível passe o telefone a senhora Hudson. Eles precisam ter certeza de que está em boas mãos.

― Você não ligou para os seus pais? ― Perguntou Dominique ficando horrorizada. ―Eles não confiam em mim e você esquece de ligar para eles.

― Desculpa. ― Pediu Beladonna ficando constrangida. ― Como sabia dos meus pais?

― Da mesma forma que sei que conseguiu emprego como professora fundamental na escola católica, que faz trabalho comunitário e vai à missa todos os domingos. ― Sherlock sorriu sem mostrar os dentes.

― A senhora Hudson contou! ― Beladonna riu fraco.

― Não falei nada, querida. ― Disse a sra. Hudson sentando ao lado da Dominique.

― Então foi a Dominique. ― Resmungou Bela revirando os olhos.

― Também não fui eu. ― Domi sorriu divertida.

― Como? ― Perguntou Bela virando-se para Sherlock.

― Simples, você usa um crucifixo no pescoço, logo é uma garota religiosa. Seu sotaque é de garota do interior e quando chegou com a Dominique mais cedo, pude ver que se encantou com as coisas simples lá fora, logo percebo que nunca saiu da pequena cidade que habitava. Seu papel de parede é uma foto em frente da igreja com muitas crianças e adolescentes, logo você faz parte da equipe voluntária.  Seus pais estão nela e seguram em seu ombro, pelas expressões e modo que lhe seguram afirmo que são superprotetores. Então, deveria ligar para eles. ― Disse Sherlock como se aquilo fosse algo comum de perceber.

― Incrível. Mas como soube que eu era professora? ― Perguntou Beladonna estupefata.

― Pelo seu tom de voz, além de haver cola glitter no celular e manchas de giz na sua roupa. Mas principalmente pelo seu tom de voz. A parte da igreja é que reconheci um dos padres, pelo que suponho foi ele que lhe arranjou a vaga na escola. ― Sherlock sorriu sem mostrar os dentes e Beladonna assentiu entusiasmada.

― Isso foi, brilhante. ― Beladonna aplaudiu Sherlock algumas vezes. ― Okay... Hã! Vou ligar para os meus pais e depois vou terminar de arrumar minha bagunça.

Com empolgação, Bela deixa o recinto enquanto elogiava Sherlock a plenos pulmões. Tentava compreender a maneira dele pensar e o que havia o levado as conclusões. Como se descobrir tudo sobre a pessoa em apenas um olhar fosse algo simples.

― Ela sabe que está me elogiando em voz alta, não sabe? ― Perguntou Sherlock voltando o olhar para Dominique.

― Isso é um bom sinal, ela precisa mesmo de inspiração. ― Dominique deu com os ombros.

― Inspiração? ― Perguntou a senhora Hudson curiosa.

― Sim, ela quer escrever um livro. É o seu sonho de princesa. ― Dominique sorriu com o canto dos lábios e levantou do sofá. ― Enfim, obrigada pelo show e bem-vindo a rua Baker.

― De nada. ― Sherlock esperou Dominique alcançar a porta e a chamou novamente. ― Dominique, passe uma pomada na sua alergia e da próxima vez não usa gilete.

― Espera, como você... ― Dominique olhou desconfiada para Sherlock.

― Passou uma perna sobre a outra algumas vezes, assim como disfarçou e coçou as axilas. A sua pele está irritada e há algumas falhas nos lugares que sofreu para alcançar com a lâmina. É só isso que tenho para te falar por hoje. ― Disse Sherlock como quem encerra o assunto.

― Sério? ― Perguntou Dominique arregalando os olhos e forçando expressões de surpresa. ― Sherlock não vai me colocar em maus lençóis. É, talvez seja divertido ter você como inquilino.

― Estou deixando para amanhã, quero descobrir que função terá na polícia londrina. ― Sherlock sorriu sem mostrar os dentes. ― Se será útil ou não para mim.

― Poderia conversar mais, porém tenho uma bagunça para organizar e ainda não mandei você tomar no cú. Quero que esse seja um bom sinal. Então, boa noite Sherlock e nos vemos em casa, tia. ― Acenando com a mão, Dominique deixou o recinto e desceu as escadas, regressando a parte da casa que dividiria com a tia e a melhor amiga.

Enquanto descia as escadas lentamente, Dominique tentava não demonstrar surpresa com o que acabara de acontecer. Desde o primeiro dia que se encontraram, Sherlock foi capaz de descobrir sobre a última bebedeira e até mesmo sobre seu último sexo casual com um cara que sua tia havia implorado para que ela não o visse. Mas dessa vez ele não disse nada que a constrangesse ou colocasse em maus lençóis, apenas comentou sobre sua alergia.

― É, eu estarei fodida amanhã! ― Comentou abrindo a porta do apartamento e regressando para o quarto.



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