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História Elementar - Capítulo 6 - A Study in Pink


Escrita por: dingcsbel

Capítulo 6 - Capítulo 6 - A Study in Pink


O trio estava esbaforido quando alcançaram o número 221B da rua Baker. Dos lábios brotavam sorrisos animados enquanto recordavam da perseguição falha que haviam feito. A jovem Beladonna foi a primeira a adentrar no apartamento, ela retirou o pesado casado que utilizava e o pendurou de qualquer jeito no cabide do armário, em seguida vestiu as pantufas de botinha da melhor amiga que estavam perto da porta. Seus pequenos pés pareciam que iriam congelar a qualquer momento, estavam doloridos e com algumas bolhas.

― Isso foi loucura. Insanidade. ― Ela falou rindo divertida enquanto se jogava sobre a poltrona florida próxima a escada. ― Se alguém dissesse que um dia participaria de uma perseguição, diria para a pessoa que ela era louca. Logo eu, Beladonna Petúnia Sherwood.

― Na verdade, isso foi ridículo. ― Assumiu John apoiando as costas na parede ao lado do Sherlock.

― Não acredito que perdi meu par de sapatos favoritos. ― Bela fez beicinho e esticou os pés cansados, movendo em círculos no ar por breves segundos. ― Nossa, Dominique perdeu toda a diversão.

― Ela ficara morrendo de inveja de você, Bela. ― Sherlock riu anasalado, inclinando a cabeça para trás. Tanto ele quanto John e Bela tentavam recuperar o fôlego da maneira mais rápida que conseguiam.

― Essa foi a coisa mais ridícula que já fiz na minha vida. ― Revelou John entre risos abafados.

― E você invadiu o Afeganistão. ― Zombou Sherlock olhando divertido para o novo amigo.

― É, mas não fui só eu. ― Riu John. ― Ainda sim, prefiro isso do que enfrentar uma sala com trinta crianças.

― Hey! ― Exclamou Bela. Ela semicerrou os olhos quando seu olhar encontrou com o do John, em seguida riu animada. ― Pelo menos terei histórias empolgantes para contar aos meus alunos quando começar as aulas.

― Com certeza a escola pareceria mais empolgante se eu tivesse uma professora como você. ― Comentou John sorrindo galante e sendo retribuindo com um sorriso tímido.

― Por favor, contenham vocês dois. ― Sherlock fez careta.

― Por que não voltamos ao restaurante? ― Perguntou Beladorra retirando o pulôver xadrez e o amarrando na cintura. Toda aquela correria havia esquentado seu corpo.

― Não. ― Gesticulou Sherlock com os olhos fechados ao tomar fôlego. ― Ele pode estar vigiando. Foi apenas um palpite mesmo, um tiro no escuro.

― E o que estamos fazendo aqui? ― Perguntou John apoiando as mãos sobre os joelhos.

― Ah! Só passando o tempo. E provando uma coisa. ― Respondeu Sherlock sorrindo divertido.

― O que? ― Perguntaram John e Beladonna em uníssono.

― Você. ― Revelou Sherlock olhando para John, em seguida virou em direção aos cômodos da senhoria. ― Senhora Hudson! O Dr. Watson ficara com o quarto de cima.

― Que bom. ― Comemorou Bela fechando os olhos ao se acomodar de maneira preguiçosa na poltrona.

― Quem disse? ― Perguntou John olhando da Bela para Sherlock.

― O homem na porta. ― Respondeu Sherlock parecendo mais descansado.

― Que homem... ― Antes que Bela pudesse terminar a frase, batidas secas são ouvidas do outro lado da porta. ― Ah! Sherlock é quase um vidente.

― Nada disso, sou apenas bom com cálculos. ― Sherlock desabotoou os botões das mangas das vestes. ― Mas e você, está bem?

― Estou me sentindo viva, cansada, mas viva. ― Bela abriu os olhos e sentou com a coluna ereta na poltrona. ― Isso foi muito legal, temos que fazer mais vezes.

― Pena que perdeu os seus sapatos. ― Sherlock olhou do rosto dela para os pés. ― Como eles estão?

― Isso não é nada! Uma vez quase amputei por causa da neve. ― Bela deu com os ombros. ― Depois vocês me dão outro par. ― Ela riu pelo nariz e olhou para John que havia acabado de regressar para dentro do apartamento. ― Então, quem era, John?

― Vieram me trazer isso. ― Ele ergueu a bengala de metal que utilizava como apoio. ― Agora a Dominique não vai mais poder me chamar de aleijado.

― Não seja por isso, ela arruma outro apelido infeliz para você logo logo. ― Bela riu divertida e gesticulou com uma das mãos.

Os três cessaram as risadas quando a Sra. Hudson saiu do seu apartamento com expressões preocupadas na face. Seus olhos estavam vermelhos, demonstrando que havia chorado por algum motivo, como se algo terrível tivesse acabado de acontecer.

― Sherlock, o que você fez? ― Ela perguntou olhando preocupada para o inquilino.

― Sra. Hudson! ― Chamou Sherlock olhando confuso quando ela parou em sua frente.

― Lá em cima. ― Ela olhou do Sherlock para o alto da escadaria, onde ficava localizado o quarto do detetive.

Antes que a Sra. Hudson pudesse dizer outra coisa, Sherlock e John correram para o andar superior, pulando duas escadas. Antes que Beladonna pudesse acompanhar os rapazes, a Sra. Hudson segurou seu antebraço, a impedindo de continuar.

― Querida, conseguiu falar com a Dominique? ― Perguntou a senhora preocupada.

― Liguei para ela, mas o celular só da caixa postal. ― Assumiu Bela captando a preocupação que a mulher possuía pela sobrinha. ― Não deve ser nada.

― Era para ela estar aqui a algumas horas atrás. ― Explicou a Sra. Hudson. ― Falei com ela pelo telefone. Pelo que entendi o primeiro taxista a levou quase do outro lado da cidade para conseguir comprar os remédios que pedi.

― Então ela já está chegando. ― Bela apoiou a mão sobre o ombro da senhora, tentando lhe passar segurança. ― É a nossa Dominique. A senhora, mais do que ninguém, sabe como ela é.

― Sinto que algo errado está acontecendo, Bela. ― Revelou a Sra. Hudson com pesar. ― Meu sexto sentido nunca falha. Argh! Porque ela tinha de se envolver com as coisas do Sherlock.

― Relaxa, Sra. Hudosn! ― Bela acariciou os braços da dona da casa. ― Minha mãe fala que notícia ruim é a primeira coisa a chegar. Falando em notícia ruim, o que está havendo lá em cima?

― Eu não sei, uns policiais invadiram o apartamento...

Antes que a Sra. Hudson pudesse terminar a explicação sobre o ocorrido, Beladonna desvencilhou dela e subiu as escadarias com passos apressados. Dando alguns tropeções no caminho, ela conseguiu alcançar o andar superior, deparando de imediato com vários policias remexendo nas coisas do detetive, Sherlock resmungando algo para John e Lestrade sentado na poltrona do anfitrião esboçando um sorriso divertido no rosto.

― Você tem um mandado? ― Perguntou Beladonna parando em frente ao detetive Lestrade, o qual desfez o sorriso ao encarar as expressões sérias da Bela. ― É necessário um mandado para qualquer tipo de batida.

― Bem, senhorita Sherwood, esconder evidencias também é um ato criminal. ― Rebateu Lestrade com segurança.

― Mas ainda sim ganharemos o processo relacionado a essa batida de drogas. ― Bela ergueu o tom de voz e aprumou o peito tentando parecer maior. ― De qualquer maneira vocês precisam de um mandado, ou serão punidos por danos morais. Céus! Dominique estava certa quando disse que a maioria de vocês não entende de leis.

― Falando nela. Onde a senhorita Hudson se meteu? Creio que ela iria adorar participar dessa batida. ― Comentou Lestrade sorrindo divertido.

― Ela não é o seu cão de caça. ― Rebateu Beladonna frustrada.

― Não, o Anderson é o meu cão de caça. ― Zombou Lestrade.

― Mas que... ― Começou Beladonna olhando em direção a cozinha, onde Anderson acenava de maneira sarcástica para eles.

― Anderson. O que está fazendo numa batida de drogas? ― Perguntou Sherlock interrompendo Beladonna.

― Ah! Eu fui voluntário. ― Respondeu Anderson sorrindo irônico.

― Voluntário? ― Perguntou Bela arqueando uma das sobrancelhas.

― Todos são voluntários. ― Explicou Lestrade. ― Eles não são da Narcóticos, mas são bem treinados.

― Liga para a Dominique. ― Ordenou Sherlock a Beladonna, este era o mais frustrado com toda a situação. ― Ela vai saber como acabar com isso.

― Estou tentando ligar para ela a noite inteira, não vai ser agora que irei conseguir. ― Respondeu Beladonna frustrada.

― Isso são olhos humanos? ―Perguntou a sargento Donavan trazendo um pote que parecia compota nas mãos.

― Coloque-os de volta. ―Ordenou Sherlock apontando para o micro-ondas.

― Estavam no micro-ondas. ― Resmungou a sargento fazendo careta.

― É para um experimento. ― Rebateu Sherlock irritado. ― Bela, liga para a Dominique, agora.

― Argh! Está bem. ― Bela aproximou do John e estendeu a mão a ele, como seu celular permanecia sem bateria teria de usar o do colega.

― Continuem procurando. ― Ordenou Lestrade permanecendo sentado no sofá, em seguida ele levantou lentamente e andou em direção ao Sherlock. ― Ou você pode me ajudar e eu peço para pararem.

― Isso é infantilidade. ― Resmungou Bela para Lestrade enquanto digitava o número da melhor amiga no celular.

― Não sei se percebeu, mas estou lidando com uma criança. ― Resmungou Lestrade apontando com os quatro dedos para o detetive que andava de um lado para o outro.

― Conseguiu falar com a Dominique? ― Perguntou Sherlock irritadiço.

― Não, só da caixa postal. ― Respondeu Bela tentando fazer mais uma ligação. ― Não sei o motivo disso, ela está sem bateria.

― E só me avisa agora? ―Retrucou Sherlock frustrado.

― Você não me deixava falar antes. ― Bela jogou o celular de volta para John.

― Sherlock, o caso é nosso. ― Começou Lestrade. ― Não pode cuidar dele sozinho, entendeu?

― E o que? Então resolveu armar uma batida de drogas para me ameaçar? ― Gritou Sherlock ao outro detetive.

― Não é fingimento, se eu achar algo. ― Disse Lestrade com calma.

― É danos morais, Sherlock ganharia o caso. ― Explicou Beladonna encostando as costas na borda da lareira.

― Estou limpo! ― Falou Sherlock.

― O apartamento todo é seu? ― Perguntou Lestrade arqueando uma das sobrancelhas.

― Juro que se alguém descer essas escadas para daninhar nos meus pertences, nos da Dominique e da Sra. Hudson, não responderei por mim. ― Bela voltou a cruzar os braços sobre o peito e aprumar o corpo. ― Vocês podem manipular Sherlock, mas comigo a ferida é mais embaixo.

― Droga, como seria bom a Dominique aqui. ― Reclamou Sherlock, ele desabotoou os botões da manga e mostrou o antebraço, revelando o adesivo de Nicotina que permanecia colado. ― Eu nem seque fumo.

― Eu também não. ― Lestrade imitou o movimento. ― Podemos trabalhar juntos, encontramos a Rachel.

― Quem é ela? ― Perguntou Sherlock curioso.

―A filha única de Jennifer Wilson. ― Respondeu Lestrade o colocando a par do caso.

― Uma filha? ― Sherlock perguntou mais para si mesmo que para os outros. ― Por que escreveria o nome da filha?  Por que?

― Isso não importa, achamos a mala. ― Interrompeu Anderson apontando para a mala cor de rosa. ― De acordo com “alguém”, o assassino estaria com a mala. E nós a encontramos com o nosso psicopata favorito.

― Eu não sou um psicopata. ― Corrigiu Sherlock. ― Sou um sociopata funcional. É diferente, faça a sua pesquisa.  ― Em seguida ele virou para Lestrade. ― Traga Rachel, quero interroga-la.

― Ela está morta. ― Respondeu Lestrade com calma.

― Existe uma conexão? ― Perguntou Sherlock interessado.

― Eu duvido, já que está morta há quatorze anos. Tecnicamente nunca esteve viva. ― Explicou Lestrade ao detetive. ― Rachel foi um natimorto da Jennifer.

― Isso explica o casamento ruim. ― Comentou Beladonna aos sussurros.

― Não, não pode ser... ― Choramingou Sherlock frustrado. ― Isso não está certo. Por quê ela faria isso?

― Pensar na filha em seus últimos momentos? Sociopata. Entendi agora. ― Ironizou Anderson.

― Ela não pensou na filha dela. Arranhou o nome dela no chão enquanto morria. Ela estava morrendo, exige esforço, machuca. ― Respondeu Sherlock irritado.

― Disse que as vitimas tomaram o veneno sozinhas. Mas ele as obrigou. ― Disse John tentando pensar em uma teoria enquanto olhava Sherlock caminhar de um lado para o outro do quarto. ― Talvez ele, não sei, tenha falado com elas, talvez ele tenha usado a morte da filha de alguma forma.

― Foi há quatorze anos, porque ainda ficaria incomodada? ― Perguntou Sherlock com desdém, fazendo um clima pesado surgir no ar.

― Isso foi tenso. ― Falou Beladonna soltando um assobiou baixo.

― Foi ruim? ― Perguntou Sherlock ao notar que todos estavam incomodados com o comentário.

―Foi péssimo. ― Respondeu Bela assentindo com a cabeça.

― Nem um pouco bom. ― Falou John.

― Mas se estivesse morrendo. Sendo assassinado. Nos últimos minutos de vida. O que diriam? ― Perguntou Sherlock olhando da Bela para o John.

― “Por favor, me deixe vivo” ― Chutou John.

― Chato! ― Sherlock virou para Bela. ― Seja criativa, como uma escritora deve ser.

― Algo que pudesse identificar meu assassino, algum tipo de código ou senha. ― Respondeu Beladonna franzindo o cenho. ― Ela pode ter feito isso, algum código por trás da palavra Rachel. Jennifer era esperta, estava tentando dizer alguma coisa.

― A campainha não tocou? ― Perguntou a senhora Hudson subindo as escadas e parando ao lado do John. ― Seu táxi chegou, Sherlock.

― Não chamei táxi. Mande-o embora. ― Ordenou Sherlock gesticulando para a Sra. Hudson enquanto andava de um lado para o outro no apartamento.

― Minha nossa, estão fazendo uma bagunça, querido. ― Comentou a senhora olhando os policiais remexendo os pertences do Sherlock. ― O que estão procurando?

― É uma busca por drogas, Sra. Hudson. ― Respondeu John.

― Mas são calmantes herbais, para o meu quadril. ― Respondeu a Sra. Hudson preocupada, fazendo com que Beladonna risse pelo nariz e por breves segundos.

― Fiquem todos quietos! Não falem! Não respirem! Estou tentando pensar. ― Gritou Sherlock gesticulando para os demais. ― Anderson olhe para o outro lado, está me incomodando.

― O que? Te incomodando? ― Perguntou Anderson irritado.

― Todos quietos e imóveis. ― Ordenou Lestrade conhecendo com perfeição a forma diferenciada que Sherlock trabalhava. ― Anderson, vira de costas!

― Meu Deus! ― Resmungou Anderson.

―Cale a boca e vire de costas! ― Ordenou Lestrade aos berros.

― Anda logo, depressa. ― Resmungou Sherlock tentando se concentrar em suas teorias.

― E seu táxi? ― Insistiu a Sra. Hudson.

― Sra. Hudson! ― Gritou Sherlock assustando a senhoria. A qual saiu correndo escada abaixo para falar com o tal taxista. ― Ah! Ela foi esperta. ― Sherlock começou a andar de um lado para o outro do apartamento, mas dessa vez mais calmo. ― Era mais esperta que vocês e está morta. Beladonna foi a mais próxima da resposta até agora. Não entenderam? Ela não perdeu o celular. Ela plantou o telefone no assassino. Quando ela saiu do carro, ela sabia que iria morrer. Ela deixou o celular para nos levar a ele.

― Mas como? ―Perguntou Lestrade confuso.

― Como assim como? ― Perguntou Sherlock olhando confuso para Lestrade, o qual apenas deu com os ombros sem saber como responder.

― Céus! É óbvio. ― Comemorou Beladonna. ―Rachel. Não entenderam? Rachel!

― Olhem para vocês, tão perdidos. ― Zombou Sherlock quando os outros permaneceram em silêncio. ― É legal não ter uma mente brilhante como a minha? Deve ser relaxante!

― Rachel não é um nome. ― Explicou Bela coçando a nuca, ficando levemente envergonhada.

― Então o que é? ―Perguntou John frustrado.

― Na mala, há uma etiqueta. ― Gesticulou Sherlock para John, em seguida puxou uma cadeira para sentar na frente do notebook que havia emprestado da Bela. ― Um endereço de e-mail.

― É [email protected]. ― Contou John ao ler o endereço eletrônico da etiqueta.

― Agora tudo faz sentido, ela não tinha um notebook. Ela fazia os negócios pelo celular. ― Contou Sherlock colocando o endereço eletrônico no site que havia acabado de abrir quando o notebook parou de hibernar. ―É um smartphone. Então há um site para a conta dela. O usuário é o e-mail e a senha é...

― Rachel! ― Respondeu Beladonna aproximando do detetive.

― Podemos ler os e-mails, e daí? ― Perguntou Anderson com desdém.

― Anderson não fale alto, diminui o QI da rua inteira. ― Ordenou Sherlock sem ao menos olhar para o perito criminal. ― Podemos fazer mais do que isso. Se a Dominique estivesse aqui, com certeza já estaríamos com o caso solucionado, diferente de vocês, ela não deixaria esse fato passar. É um smartphone, tem GPS. Significa que se perder pode localizar online. Ela está nos levando direto ao homem que a matou.

― A menos que tenha se livrado do aparelho. ― Sugeriu Lestrade.

― Sabemos que não. ― Respondeu John.

― Vamos, vamos. Rápido! ― Resmungou Sherlock olhando para a tela do computador.

― Sherlock, querido! ― A senhora Hudson entrou apressada no aposento, estava com expressões preocupadas no rosto. ― Esse taxista...

― Sra. Hudson, não é hora das suas ervas calmantes? ― Perguntou Sherlock levantando irritado da cadeira. Ele caminhou até ela e parou em sua frente por breves segundos antes de começar a andar de um lado para o outro do quarto. ― Nós temos de agir depressa, a bateria do celular não vai durar para sempre.

― Só temos um mapa de referencia, não um nome. ― Disse Lestrade ao detetive.

― É um começo. ― Rebateu Sherlock.

― Aqui? ― Perguntou Beladonna olhando preocupada para John quando notebook apitou a localização do aparelho celular. ― Você não acha que...

― Sherlock! ― John chamou o amigo, interrompendo a pergunta da amiga. ― Sherlock!

―Onde está? Depressa. ― Ao ouvir o chamado, Sherlock correu até os amigos, olhando para o computador sobre o ombro do John.

― Ele está aqui. Baker Street, 221. ― Contou Beladonna apontando para o ponto brilhante.

― Como isso é possível? ―Perguntou Sherlock. ― Como?

― Talvez quando trouxa a mala, ele tenha caído em algum lugar. ― Sugeriu Lestrade com as mãos na cintura.

― O quê? E eu não percebi? Logo eu? ― Perguntou Sherlock descrente dessa hipótese.

― Mandamos uma mensagem para ele e ele ligou. Impossível estar aqui... ― Beladonna suspirou e começou a andar de um lado para o outro. Pensava em uma teoria cabível dentro de toda aquela confusão.

― Pessoal, procuramos pelo celular pertencente a vitima. Olhem em todos os lugares. ― Ordenou Lestrade aos seus subordinados.

― Sherlock! Está tudo bem? ― Perguntou John olhando preocupado para o amigo que havia ficado em silêncio de repente.

― O quê? ― Perguntou o detetive ainda perdido em pensamentos por ter saído do transe. ― Sim. Sim. Estou bem.

― Como o celular pode estar aqui? ― Perguntou Beladonna batendo a mão na testa algumas vezes, tentava de qualquer forma arrancar alguma teoria lógica do emaranhado de ideias que surgiam em sua mente. ― Pensa, Bela. Precisa apenas puxar o fio certo.

― Eu não sei. ― Revelou Sherlock distante. ― Continue tentando, está indo bem.

― Vou tentar de novo. ― Falou John regressando ao lugar na frente do computador.

― Boa ideia! ― Concordou Sherlock deixando o apartamento.

― Onde está indo? ― Perguntou John confuso.

― Comprar sorvete para a Dominique. ― Falou Sherlock sem olhar para trás. ― Não vou demorar.

― Está bem mesmo? ― Insistiu John.

― Estou bem. ― Assentiu Sherlock deixando o apartamento.

Devido a quantidade de pensamentos bagunçados em sua mente como uma gigantesca teia, Beladonna demorou alguns minutos para compreender a frase que Sherlock havia dito antes de sair.

― Sorvete... ― Falou Bela ficando com as expressões pálidas. ― Sherlock disse que ia comprar sorvete.

― Sim, para a Dominique. ― Assentiu John tirando os olhos do computador por breves segundos.

― Dominique é intolerante a lactose, não pode comer nada que não seja feito de leite de soja. Tanto que a Sra. Hudson só tem leite de soja na geladeira. ― Explicou Beladonna gesticulando nervosa. ― Oh, não!

― O que houve? ― Perguntou John preocupado.

― É o código RDM. ― Bela começou a andar de um lado para o outro do apartamento. ― Preciso puxar o fio certo, rápido. John, liga para o Sherlock e tenta descobrir o que ele sabe.

― Fio do que? Que Código? ― Perguntou Lestrade olhando ansioso para Beladonna, a qual andava de um lado para o outro do apartamento com os olhos fechados e acariciando a têmpora.

― Shiu! Não me atrapalhe. ― Ordenou Bela sem olhar para o detetive inspetor. ― Preciso escrever.

Apressada, Beladonna correu até a escrivaninha. Ela retirou de dentro da primeira gaveta do móvel uma folha de sulfite em branco e pegou a caneta azul do porta-treco. Para que pudesse alinhar seus pensamentos e assim tirar uma conclusão, começou a montar uma lista sobre tudo o que sabia sobre o assassino até então. As listas sempre lhe ajudaram a ordenar os pensamentos, assim como as pequenas anotações em post-it coladas nas bordas dos livros e cadernos.

✱As vítimas não possuíam nada em comum;

✱Não havia marca de violência nos corpos da vítima;

✱O assassino caça no meio da multidão;

✱O assassino levou as vítimas em seu carro;

✱Cada um dos “suicidas” entraram no carro de um desconhecido;

✱Sumiram em um local movimentado;

✱O carro é um modelo comum;

✱O assassino é alguém em quem confiamos cegamente;

✱Não são os policiais.

Durante alguns segundos Beladonna leu e releu cada item da lista com atenção, a reposta estava nela e algo dentro de seus pensamentos dizia que a resposta era óbvia. Precisava achar a resposta o mais rápido possível, para que assim pudesse livrar Dominique do problema que havia se metido.

― Sherlock entrou no táxi. ― Revelou John após guardar o celular no bolso.

― Isso, John! ― Comemorou Beladonna solucionando parte do quebra-cabeça.

― Isso o que? ― Perguntou John confuso.

― Venha, te explico lá embaixo. Não temos muito tempo. ― Beladonna grudou na mão do John e puxou para fora do apartamento, enquanto desciam as escadas Bela voltou a falar. ― Já sei o que é nosso assassino, deveria ter feito a lista antes. Droga! Estivemos tão próximos, porque nunca pensamos nele?

― Nele quem? ― Perguntou John franzindo o cenho. ― Beladonna, poderia explicar o que está acontecendo.

― Pois bem... ― Suspirando, Bela ficou nas pontas dos pés e começou a tatear a parte de cima do armário dos casacos, buscando assim a chave reserva da moto que Dominique costumava manter escondida para caso perdesse a principal. ― Sabemos que o assassino levou as vítimas de carro, que as mesmas entraram no carro de um completo estranho com consentimento, não foram forçadas. Confiavam no assassino.

― Mas não o conheciam. ― Disse John tentando acompanhar a linha de pensamento da colega.

― Exatamente. ― Assentiu Bela pegando a chave da moto e correndo para fora. ― Vítimas diferentes, nada em comum a não ser o assassino. E pelo que lembro da matéria no jornal, nenhum carro estranho esteve parado próximo aos locais que ocorreram o assassinato.

― Entendo o que quer dizer. ― Disse John afivelando o capacete que Beladonna havia jogado em sua direção.

― Sério? ― Ela perguntou animada subindo na moto.

― Não. ― Revelou John fazendo careta e montando na garupa. ― Espera, você quer dizer que o assassino usou um carro invisível?

― Sim! Exatamente! ― Comemorou Bela dando partida na moto. Por sorte havia tido algumas aulas de pilotagem com Dominique, mas não havia tido coragem de tirar a carta. ― Há carros que passam como fantasmas. Invisíveis. Indetectáveis. Há pessoas que confiamos, sempre. Quando estamos sozinhos, bêbados, perdidos, cansados, em Londres pela primeira vez. Nunca vemos seu rosto, mas todos os dias desaparecemos em seus carros na frente do tráfego e das multidões. Te dou a perfeita máquina de matar da era moderna...

Ao parar no semáforo atrás do ônibus vermelho, Beladonna apontou para o táxi que levava Sherlock Holmes dobrando a esquina. Estavam em uma perseguição sigilosa dessa vez, não poderiam chamar a atenção do assassino, tinham de manter uma distancia segura do alvo.

― Beladonna... ― Começou John, mas não conseguiu pensar em nenhum adjetivo que estivesse a altura da mulher que segurava pela cintura.

― Ninguém nunca pensa no taxista. ― Ela sorriu com o canto dos lábios e deu a partida quando o sinal voltou a abrir. Continuando assim com a perseguição.



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