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História Elementary - Extra - Somos azuis


Escrita por: ollgzain

Notas do Autor


UM CROSSOVER DE HEITOR VS BLAKE
Capítulo à parte!
(não interfere em nada na continuação da história)

Capítulo 12 - Extra - Somos azuis


Fanfic / Fanfiction Elementary - Extra - Somos azuis

WE ARE BLUE

Blue is the colour, football is the game (Azul é a cor, futebol é o jogo)

We’re all together and winning is our aim (Estamos aqui todos juntos e vencer é o nosso objetivo)

So cheer us on through the sun and rain (Para nos alegrar através do sol e da chuva)

‘Cause Chelsea, Chelsea is our name’ (Porque Chelsea, Chelsea é o nosso nome)

Blue is the colour – Chelsea FC

Sempre diziam que, quando um jogador se lesiona gravemente pela primeira vez ele nunca volta a ter o mesmo talento, a mesma conduta, a mesma postura e a mesma magia dentro de campo. Heitor sempre achou que eles estivessem errados sobre isso. Era impossível um jogador mudar tanto por causa de uma lesão. Mas aprendeu que não. Eles não estavam errados.

Sua primeira lesão grave foi aos dezessete anos, em um jogo amistoso da seleção inglesa (seu primeiro jogo com a sonhada camisa 17 da seleção principal) contra a Nigéria, no Anfield, estádio do Liverpool. O camisa número 5 do time africano deu um carrinho por trás, acertando o calcanhar de Aquiles de Heitor, aos 45 do segundo tempo. Ele havia marcado um gol naquele jogo e dado uma assistência. E lesionado gravemente seu tornozelo esquerdo tendo rupturas nos ligamentos.

Ele havia acabado de ser chamado por Mourinho, técnico do time principal do Chelsea, para o time profissional. Ele tinha dezessete anos e estava se tornando uma estrela em ascensão e uma futura promessa do futebol inglês. Mas agora, tudo que ele tinha pela frente eram meses de fisioterapia pesada. Ele havia sido cortado igual erva daninha em um campo de flores da copa do mundo de 2014, no Brasil.

Ele viu seu padrinho de clube e capitão (tanto do Chelsea como na seleção) John Terry, comandando o time que havia sido desclassificado logo na primeira fase, somando apenas um ponto (havia perdido de virada para a Itália e Uruguai e empatou de zero a zero com a Costa Rica) voltando rapidamente para as terras britânicas.

Depois de três meses de fisio (seis dias por semana e quase oito horas por dia), Heitor Clarke conseguiu voltar aos gramados. Ele, então, havia entendido porque tantos comentaristas esportivos afirmavam que um jogador quando se lesiona pela primeira vez nunca mais era o mesmo dentro de campo; ele estava com medo de jogar. Ele estava com medo que algum adversário lhe marcasse, de que algum zagueiro estilo Pepe tentasse algo a mais e que da pior (pior das piores) hipóteses, ele se machucasse de novo.

Seu rendimento caiu e de ascensão do Chelsea e promessa do futebol, Heitor Clarke foi eleito reserva e praticamente nunca entrando em nenhum jogo (e quando entrava, sempre no final do segundo tempo, só para queimar as três substituições permitidas do jogo). Só que tudo mudou quando em um treino extraordinário, o Chelsea Ladies foram jogar um amistoso com o time masculino e ele a conheceu.

Definitivamente, ela era muito diferente de qualquer pessoa que Heitor já havia conhecido na vida.

Blake Durm era bonita, amava futebol, jogava bem e era Blues de coração. Ela era um ano mais velha que ele, mas somente ela havia colocado os pensamentos dele em ordem. Ela havia falado na cara dele tudo o que outros não disseram. Ela havia falado ‘ei, idiota, se você não soar a camisa, nada vai acontecer para você voltar a ser o que era antes’, enquanto muitos apenas davam palmadas em suas costas dizendo que tudo iria ficar bem.

- O quanto você ama jogar, Clarke?

Ela perguntou um dia, quando ele a chamou para jantar pela primeira vez. Estavam em um restaurante italiano perto do London Eye, comendo macarrão e tomando vinho (Ele havia acabado de completar dezoito). Heitor a encarou um pouco incomodado pela pergunta.

Heitor não poderia colocar numa tabela de 0 a 10 porque sabia que ele amava jogar muito mais que isso. Jogar futebol para ele deveria se equivaler a cantar para sua mãe, ou a dar aulas para os universitários, para seu pai e até mesmo tirar fotos, como sua irmã mais nova. Não era só futebol, mas muitos não entendiam. Para ele futebol era a razão dele ter nascido. Ele sabia que nasceu para isso. Era sua estrela guia e seu porto seguro. Não era, definitivamente, só futebol.

- Não sei se posso medir o quanto – Ele afirmou para ela, depois de pensar um pouco.

- E o que te impede de entrar em campo e correr atrás da bola?

Heitor suspirou – Você não entende, Blake...

- O que eu não entendo Heitor, é o seu medo de fazer aquilo que você ama – Ela respondeu, tão autoritária quanto uma garota de dezenove anos poderia ser – O que eu não entendo é você ter esse dom que encanta milhões de pessoas e se contentar com tão pouco! Você era um titular indispensável e agora é quase parte do banco de reservas! Dá até para ver suas teias de aranha se formando no Stamford Bridge.

- Eu tenho medo, ‘tá legal? – Ele se exaltou – Eu não quero sentir aqueles olhares de pena para mim de novo, eu não quero sentir a dor da fisioterapia, nem as críticas pesadas dizendo que eu nunca vou voltar a ser o mesmo. Mas ‘tá ai né, Durm, eu não sou mais o mesmo e nunca voltarei a ser.

- Você é um medroso – Ela o acusou – Você se deixa atingir por comentários idiotas, fica se martirizando por uma coisa que você nem sabe se vai acontecer. E quer saber? E dai se você se machucar? E dai se eles te olharem com pena? Você é Heitor Clarke. Você conseguiu uma vaga titular de Mourinho. Conseguiu vaga para a seleção. Conseguiu voltar aos gramados em tempo recorde quando diziam que nem futebol você deveria jogar mais. Se for para te ver você comer banco, Clarke, eu prefiro que você peça demissão e saia do Chelsea o mais rápido possível.

E foram aquelas palavras que fizeram Heitor Clarke abrir os olhos.

Blake Durm era a psicóloga particular de Heitor Clarke. Não que ele dissesse isso em voz alta, ou coisa do tipo. Mas palavras como as que ela falou para ele, duras e verdadeiras, o fez pensar em várias possibilidades. Ele teria coragem de largar o futebol? Ele teria forças para jogar três meses de dor e luta da fisioterapia no lixo porque tinha medo de se machucar de novo? Quantos jogadores excepcionais não se machucaram feio (até mesmo aqueles que perderam membros ou sentidos primários como visão) deram a volta por cima e mostraram que sim, eles poderiam voltar a ser os mesmos de antes?

Não demorou nem três semanas para ele ser relacionado com os titulares do Chelsea de novo. E no outro amistoso da seleção, ele havia sido convocado também. E quando saiu a lista de convocação para as Eliminatórias foi a mesma coisa, ele estava relacionado. Heitor Clarke agora poderia discordar fielmente que, nenhum jogador perdia o talento depois de sua primeira lesão. O jogador perdia a coragem de voltar a ser melhor do que era antes.

E foi aí que a segunda lesão de Clarke aconteceu. Não foi num campo de futebol. Não foi disputando uma bola com um jogador do time adversário. Não foi no treinamento, ou nas aulas de boxe ou nas férias em Ibiza, quando dirigia loucamente um jet ski.

Foi quando Blake Durm assinou a proposta do Liverpool Ladies e que se transferiria para a próxima temporada para as ‘Reds’¹, como a contratação do ano(e a maior do futebol feminino, o que era estranho, já que Blake nem era atacante ou algo do tipo), deixando ele louco de raiva e apavorado por perder Blake de suas vistas.

¹ ‘Reds’ é o apelido do time do Liverpool, tal como ‘Mengão’, para o Flamengo, ‘Timão’ para o Corinthians, ‘Galo’ para o Atlético/MG.

- Você não ‘tá entendendo, Lake – Heitor havia a parado antes dela entrar no complexo C, que abrigava o centro de treinamento do Chelsea Ladies, no Fulham, campo de treinamento do Chelsea.

- Então, por favor, Heitor, me explica porque a minha massa cinzenta não está processando as coisas que você fala – Ela cruzou os braços e o encarou de forma bruta.

Ela estava com terceiro uniforme do Chelsea, o preto, com cabelos presos em um rabo de cavalo e com suas meias sujas da grama. Como zagueira, Blake sempre se sujava a mais, porque disputava as bolas (sinceramente, Heitor não gostava de imaginar, mas temia que a garota lesionase alguém, porque ela era realmente uma máquina em campo), corria para marcar e etc. Seu rosto estava um pouco vermelho, mas Heitor não sabia se era por causa da atividade física que ela tinha acabado de fazer ou por estar com raiva dele.

 - Porque elas são o Liverpool²! Quantas vezes você xingou cada uma delas para mim, após qualquer jogo da liga?

²: O Liverpool Ladies é um dos maiores times da Liga Inglesa de Futebol Feminino, e tem grande rixa com o Chelsea Ladies e o Arsenal Ladies.

- Você está dizendo que eu não devo ir para o Liverpool Ladies só porque elas são rivais do Chelsea?

- Não é isso... – Ele suspirou pesadamente – Eu não quero te ver de vermelho. Eu não quero ter que chegar no Fulham, todos os dias e saber que você não vai estar no campo, treinando com o resto do time. Eu não vou suportar ver você longe de mim e você vai estar a quilômetros de distância. Você vai entrar em campo ao som de 'You'll never walk alone'³ e eu vou estar aqui.

³: Música tema da torcida do Liverpool, 'você nunca irá andar sozinho', em português.

Ele pensou que ela fosse dar um tapa nele ou o chamar de idiota. Ela estava com uma expressão facial tão furiosa que Heitor realmente achou que ela iria socar a cara dele, e o mandar para aquele lugar nada agradável. Só que, diferente de tudo que Clarke pensou, Blake o puxou pelo colete verde fluorescente e grudou os lábios dela com os deles.

No final da história, para o choque da impressa inglesa e para a alegria dos torcedores do Blues (e principalmente para Heitor), Blake Durm, camisa 17 da seleção americana e camisa 4 do Chelsea Ladies, quebrou contrato com o Liverpool Ladies e renovou contrato por mais três temporadas vestindo a camisa azul.

Blake Durm provavelmente era melhor que muitos médicos, porque com simples palavras (duras, verdadeiras, irritantes e imutáveis) e um selar de lábios, ela havia cicatrizado Heitor Clarke de todas suas lesões. E Heitor Robert Clarke poderia afirmar de todo coração que Blake foi sua segunda lesão, mas agora, ela era a sua cura.

Não era só futebol.

Era futebol e Blake Durm.

 

 


Notas Finais


Eu sinceramente amei escrever esse crossover por dois motivos:
1) Heitor é inspirado em Marco Reus, tanto em carreira, como em suas lesões. É ótimo poder ver quando um jogador volta curado para o campo (eu sou bem suspeita de falar, na verdade, eu sou apaixonada por futebol).
2) Foi baseado também, na frase mais simples e verdadeira, tirada do filme 'A procura da felicidade', com Will e Jaden Smith.
"Nunca deixe ninguém dizer que você não pode fazer alguma coisa. Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer, e dizem que você também não vai vencer. Se quer alguma coisa, corre atrás."


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