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História Elementary - Extra - Um pouco do seu coração


Escrita por: ollgzain

Notas do Autor


Um extra do Harry e Bea :D
Adoro esses dois kdljsdjskjd

Capítulo 15 - Extra - Um pouco do seu coração


Fanfic / Fanfiction Elementary - Extra - Um pouco do seu coração

UM POUCO DO SEU CORAÇÃO

I don't ever tell you how I really feel (Eu nunca te contei como eu realmente me sinto)

Cause I can't find the words to say what I mean (porque eu não consigo achar palavras para dizer o que quero)

And nothing's ever easy, that's what they say (e nada é sempre tão fácil, é o que dizem)

I know I'm not your only (eu sei que não sou seu único)

But I'll still be a fool (mas ainda vou ser um idiota)

'Cause I'm a fool for you (porque eu sou um idiota por você)

Just a little bit of your heart - Ariana Grande

- Sexta, então?

Harry perguntou, dando aquele sorriso mostrando a maioria dos dentes brancos perfeitamente alinhados. Às vezes, eu gostaria de dar um murro naqueles dentes perfeitinhos. Às vezes, eu gostaria que as covinhas das bochechas não fossem tão fofas, a ponto de me fazer querer cutuca-las com a ponta do dedo.

Quarta feira era aquela fase de transição. A semana estava no meio e quanto mais o tempo passava, mais animava eu ficava por saber que a quinta logo chegaria e depois dela, a minha sonhada sexta; eu estava tirando minhas apostilas do armário bege claro (na verdade, não faço ideia de que cor era aquela, mas se parecia com bege claro) quando fui abordada por um sorridente Styles.

Eu odiava quando ele aparecia sorrindo. Porque ele não era o corcunda de notre dame ou sei lá, o Shrek... Ele ao menos poderia ser banguelo. Mas não. Harry Edward Styles tinha que ser tudo o que eu gostava em um cara. Alto, sorriso bonito, pose máscula, tatuagem à mostra, olhos brilhantes...

E por fim, um completo babaca.

Quando eu saí da Espanha eu finalmente pensei que havia deixado esse karma para trás. Karma que eu digo, é de se apaixonar à primeira vista por um cara e logo descobrir que ele é um completo idiota. Eu sou um imã para idiotas, pelo visto.

Mas Harry Styles é o maior de todos.

Eu odiava meninos babacas, mas o tipo de babaca que Styles era, definitivamente, eu tinha nojo. Esse estilo de one kiss, one night, ‘oi eu peguei sua amiga, mas agora quero você’, ‘desculpa, gata, não vou ligar para você de manhã porque realmente eu só quis te beijar e agora que eu beijei, bem... acabou. Feliz natal’ era o que definia o moreno para mim.

Só que lá estava ele, mais um dia, de mais uma semana, desde o início do mês pedindo para sair comigo. Tirei meus livros de saúde sexual (eu não entendo porque temos essa aula, quero dizer, a gente nem transa mesmo. Se fosse uma aula de Netflix aposto que seria mais produtivo) e meu roteiro de Romeu e Julieta e fechando a porta do armário e me virando para o garoto.

- Olha, Styles, não é porque eu disse que te desculpava e que poderíamos tentar ser amigos que você pode ficar me perseguindo, mandando mensagem, me atrasando para aula e me irritando de cinco em cinco minutos – Comecei a dizer, dando um suspiro longo – Eu não quero sair com você.

- Ok – Ele responde, ainda não tirando o sorriso do rosto.

Franzi o cenho. Styles nunca concordava comigo quando ‘não’ e ‘sair’ estavam na mesma frase.

- Ok?

- Tudo bem – Ele balançou a cabeça – Vou indo então. Até.

E então, Harry Styles piscou para mim e começou a andar para longe, sendo cumprimentado pela maioria da população da St. Paul. Sinceramente, deveria ter vários ‘?’ em cima da minha cabeça agora e a única coisa que eu consegui tirar daquela conversa foi que eu não conhecia Harry Styles e que ele era imprevisível.

E quando eu digo imprevisível, eu estou frisando a palavra.

Porque na sexta à tarde pós aula, véspera do primeiro jogo dele e dos garotos pelo campeonato extraoficial da St. Paul, Harry Styles estava sentado no sofá da casa de minha host family¹ tomando chá das cinco com minha mãe postiça.

¹: a família que te acolhe quando você faz intercâmbio e é au pair.

Dorea Winterfield era realmente a pessoa mais amável que eu conhecia. Ela e o marido, John, tinham duas filhas lindas, Megan e Molly, com 9 e 6 anos respectivamente. E eu era a sua au pair² desde Agosto. John era um promoter famoso e um dos sócios da Scorpius, uma casa noturna bem famosa pelos arredores (digo famosa mesmo, já que ele foi contratado pela Eleanor Dion para organizar sua festa de fim de turnê, a qual eu tive o privilégio de ir).

²: é um tipo babá intercambista;

Mas voltando ao meu estado atual, Harry Styles estava estado no sofá conversando com Dorea. As garotas estavam no tapete desenhando qualquer coisa e quando me viram, deram um grito de felicidade vindo ao meu encontro. Não podia negar que eu adorava essas pestinhas.

- Até que enfim, Tante³ Bea – Molly logo me disse – Eu pensei que você fosse chegar nunca!

- Acabei de chegar, liebe³, agora vamos brincar muito ok? Só deixa eu falar com sua mutter³ e meu amigo – Comecei a usar as palavras que aprendi em alemão com Dorea. A matriarca da família era alemã e fazia questão de nos ensinar os costumes de germânicos que exalavam dela. Era ótimo porque eu aprendia a mais, era como uma promoção dois em um.

- Guten tag³, Bea – Dorea sorriu – Eu e Harry estávamos tendo uma conversa muito agradável sobre você.

³: Tante: tia/ mutter: mãe/ liebe: amor /guten tag: boa tarde/ em alemão.

- Ah, é? – me expressei sem muito interesse, mas mandando o meu melhor olhar mortal direcionado ao garoto sentado no sofá.

- E que horas você pode me trazer ela de volta? – Dorea perguntou como se perguntasse como estava o clima hoje.

Oi?

Me buscar?

Que?

- No horário que a senhora desejar, Mrs.Winterfield – O moreno de olhos verdes, mais conhecido(por mim) como capeta particular respondeu todo sorridente – Não quero ser uma pedra no sapato de ninguém, muito menos da senhora.

Mas ser pedra do meu sapato você quer, né, Styles?

- Apenas Dorea, por favor, Harry – a mulher pediu – Acho que 22hrs está perfeito.

Abri a boca em descrença. Geralmente eu ficava com as crianças nesse horário para Dorea e John saírem e agora ela está deixando eu sair (meu Deus, ela está me deixando sair com Harry Styles) na noite de sexta.

- 21 horas e 50 minutos, então – Ele piscou para Dorea (que deu uma risadinha) – Vamos, latin girl?

- Agora? – Perguntei, descrente.

- Sim – Ele olhou para o relógio no pulso – Se quisermos fazer tudo o que eu planejo e ainda te trazer pontualmente de volta para casa, temos que sair agora.

Olhei para Dorea e ela já me olhava com um brilho de animação no rosto. Como ele conseguia? Se fosse qualquer outra pessoa ela nunca deixaria eu ir.

- ‘Tá, vamos logo – resmunguei, me virando.

- Você não vai querer trocar de roupa? – Ele perguntou com um tom de voz neutro.

- Porque eu deveria?

E aí que eu percebi que ele não estava com a mesma roupa que ele estava vestindo hoje de manhã; tudo bem que nossa última aula era educação física, mas como ele conseguiu chegar aqui tão rápido e o mais perturbador de tudo: como ele sabia onde eu estava morando?

- Vai fazer frio a noite e eu realmente não quero que você pegue um resfriado – Ele comentou – Então sugiro uma roupa leve, mas quente. Você tem algo assim?

Dorea rapidamente se levantou – Eu tenho algo perfeito, vem cá Bea, vou te emprestar uma roupa. Fique à vontade Harry.

Dorea me puxou para o segundo andar da casa, sussurrando coisas do tipo ‘ele é uma graça’ e ‘porque você não aceitou sair antes?’ e eu apenas limitei dizendo que estava focada demais no intercambio para querer sair com qualquer cara (uma desculpinha esfarrapada, mas com um fundo de verdade). Tomei um rápido banho, porque afinal, por mais que eu esteja indo sair com Styles eu não queria o título de ‘porquinha’.

Saúde higiênica é tudo, galera.

Troquei de roupa e desci as escadas. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e cruzei os braços se aproximando de um Styles bem à vontade no sofá, digitando qualquer coisa no celular dele. Ele parecia bem focado, porque não prestou atenção na minha chegada na sala de estar, o que me deu alguns segundos de vantagem para poder analisá-lo melhor.

Ele estava numa pose corcunda, mas que não tirava a masculinidade dele. Usava um suéter claro, o que era bem diferente de tudo que ele usava na escola, como blusas estampadas ou de bandas de rock antigas. Seu cabelo estava como sempre, ondulados e perfeitos. Ele tinha um cabelo melhor que o meu, sem dúvidas. E quando seus olhos se encontraram com os meus, acho que eu prendi a respiração, porque sinceramente eu não me lembrei como era respirar.

Seus olhos eram provavelmente, o tom de verde mais bonito que eu já tinha visto em íris humana. Era um tom claro em determinada hora, mas agora eles estavam totalmente escuros, brilhantes; percebi que ainda estava prendendo a respiração, então a soltei, tão rápido que me fez engasgar um pouco, mas tentei manter a pose.

- Hum, então, tô pronta – Comentei, dando um sorriso amarelo. Ele abriu um sorriso sem mostrar os dentes, não elevando dando a covinha da bochecha (e tentei não ficar decepcionada com isso).

- Meu carro está logo ali na porta – Ele comentou, quando nos dirigíamos para a porta (ouvindo um ‘divirta-se’ de Dorea e as crianças).

- Como é que você tem habilitação? – Perguntei, curiosa.

- Eu não tenho – Ele sorri malicioso – E quem vai dirigir é você.

Eu pisquei como se não tivesse entendido o que ele havia falado.

- Eu vou dirigir? – Perguntei, mas ele nem respondeu, apenas estendeu a chave do carro para mim. Peguei a chave, resmungando em espanhol algo como ‘idiota preguiçoso’.

- Eu adoro quando você fala espanhol – Ele comentou comigo, pouco tempo demais que eu liguei o motor do carro. Era automático, o que facilitava um pouco, já que eu não estava acostumada a dirigir do lado esquerdo – Estás linda hoy.(Você está bonita hoje)

- Está hablando español a mí?(Está falando espanhol comigo?) – Perguntei sorridente – Me pegou desprevenida, Styles. Não esperava você falando espanhol.

- Eu tive que dar meu jeito – Ele disse, colocando o cinto depois que entramos na rodovia – Ah, siga pela A3.

Franzi o cenho – A gente vai sair do bairro?

- Não muito longe – Ele afirmou – Quero te levar no London Eye.

- Quer me levar no ponto turístico mais conhecido de Londres? – Perguntei como se fosse óbvio para que ele entendesse que eu já havia ido ao London Eye.

- Provavelmente todo mundo vai no London Eye pela manhã, mas comprei os ingressos online e no último horário – Ele expôs para mim um papel que havia acabado de tirar da mochila que estava no banco de trás – E depois vamos no Hyde Park.

- Vamos fazer o passeio mais clichê de Londres, então – zombei, dando seta para entrar na A3.

- Clichê seria se fosse um encontro romântico, mas isso é só um encontro entre amigos – Ele alargou o sorriso – E se você não sabe, meu nome do meio é clichê.

- Pensei que fosse Edward – brinquei, ignorando a parte do encontro.

- Como você sabe? – Ele levantou uma sobrancelha para mim.

- Quem não sabe? – Retruquei – Parece que todo mundo naquela escola conhece tudo da vida do outro.

- Eu não sei o seu sobrenome e não sei nada de você – Ele fala.

- Não é como se eu escondesse algo de você também, né – Respondi sem dar muita importância – O que você quiser saber é só me perguntar, sou um livro aberto.

- Qual é o seu signo? – Ele logo me perguntou e eu rolei os olhos, dando uma olhada no retrovisor.

- Dinossauro.

- Esse signo não existe – Ele franziu o cenho.

- Igual esse troço de signo. Você acredita nisso? – Perguntei e ri quando vi que ele fazia uma careta infantil para mim.

- Ah por favor! Como aqueles horóscopos podem me descrever tanto? – Harry me perguntou – ‘Com a lua em Júpiter, Vênus em Peixes, você ganhará uma bela notícia no dia de amanhã’ e ai quando é o próximo dia, vejo que tirei 10 em física aplicada quando eu não tinha estudado nada.

Procurando por uma vaga próxima ao London Eye fiz a minha melhor cara de descrente.

- Você tirou dez em física aplicada? Seu monstro! Você é um mutante ou algo assim?

Ele fez uma cara de ofendido muito engraçada e não consegui me segurar e comecei a rir. Percebi que ele começou a rir também, mas fora por causa da minha própria risada. O clima no carro estava ameno e era a primeira vez que eu e Harry ficávamos juntos sozinhos por mais de cinco minutos e não o xinguei nenhuma vez. Era bem esquisito. Ok, Bea, o que está acontecendo com você?

- Eu gostaria de me fantasiar de Mutano – ele me confessou, quando estávamos saindo do carro, depois de estacionar em uma sortuda vaga a poucos metros do London Eye.

- E eu de Ravena – concordei com ele – Seria engraçado te ver verde.

- E seria bonito te ver de maiô – Ele me mandou um sorriso sacana e eu revirei os olhos. Não tive vontade de xingar ele porque sinceramente não queria acabar com o clima de paz que estava ali – Vem, temos que chegar lá antes das seis e meia.

Peguei meu celular do bolso da calça e conferi o horário. 18:23.

- Porque?

- É o horário que eu marquei – Ele levantou o papel que havia me mostrado no carro – Vem logo, latin girl!

- Eu realmente não gosto quando você me chama assim – Falei enquanto andávamos rapidamente (na verdade a gente ‘tava quase correndo) até a entrada do London Eye. Havia uma fila considerável para comprar os tickets então deveria ser por isso que Harry comprou online. Ele realmente sabia o que estava fazendo.

- Você prefere Bea? – Ele perguntou, entregando os papeis ao cara que trabalhava na entrada do ponto turístico.

- É como todos me chamam – Eu comentei.

- Bea – Ele falou como se testasse o som nos lábios dele – Eu não sou todo mundo.

Considerei as palavras dele quando entramos no enorme cubículo do London Eye. A primeira vez que estive aqui foi dois dias depois que eu havia chegado em Londres. Havia sonhado tanto tempo com essa viagem e visto tantos comentários a respeito da visão espetacular que a vista nos propunha que foi mágico estar sentindo aquilo de novo.

Claro que em uma situação que eu jamais imaginaria. Harry me conduziu até a extremidade da cabine da roda gigante mais famosa do mundo e apontou para frente. O céu estava um pouco nublado e com poucas nuvens, o que era perfeito para observação das estrelas, só que era uma pena não ter tantas estrelas assim no céu Londrino. Ouvi boatos desde pequena que o céu londrino havia perdido suas estrelas por conta da revolução industrial e pela poluição que ela havia adquirido ao longo dos anos por suas fábricas e máquinas.

Mas eu não poderia deixar de notar que a paisagem daquele lugar, naquele horário, era muito mais bonito que pela manhã. O sol já estava quase sendo engolido pela terra, mas em Londres demorava muito para escurecer, então as estrelas ainda não estavam todas no seu ápice.

- É de tirar o fôlego – Eu comentei alto, olhando o Parlamento Inglês a minha direita, depois voltando meu olhar para o horizonte do Tâmisa.

- Eu sei – Ele responde baixo – É como se todos seus pensamentos se dissolvessem enquanto você olha para frente.

- Acho que eu entendo o que você quer dizer – concordei com ele, agora ficando do seu lado. Harry era bons centímetros mais alto que eu e minha cabeça batia um pouco acima do seu ombro, mas ele sempre teria que abaixar seu olhar um pouco parar falar comigo.

Não que eu fosse referência de altura, de qualquer forma.

- Sabe o que eu mais gosto em você? – Ele me perguntou de repente após alguns segundos em silêncio.

- Minha beleza interior? – Brinquei, dando uma olhada rápida para ele.

- Eu gosto do jeito que você me trata – Ele disse, só que não estava olhando para mim. Seus olhos verdes estavam fixos no horizonte, como se ele estivesse conversando propriamente com o horizonte e não comigo. E aquilo, de alguma forma, me incomodou. Ele não me olhar quando dizia aquelas palavras. – Eu gosto do jeito que você me rejeita e eu gosto quando você me diz não. Eu gosto do seu sotaque engraçado e quando você fala espanhol me deixa louco.

Eu arfei e ele então fixou seus orbes esverdeados em mim.

- Eu nunca vou te contar realmente como eu me sinto em relação a você, latin girl, porque eu não consigo encontrar palavras para isso.

Harry se aproximou e eu pensei ‘puta merda, ele vai me beijar no London Eye e no pôr do sol’, mas ele não o fez (e eu não queria afirmar que eu me decepcionei com isso). Harry beijou minha testa e sorriu, virando-se para o horizonte de novo.

Minha guarda então se abaixou e eu senti um arrepio percorrendo minha espinha. Uma das mãos frias de Harry havia se encontrado com uma das minhas. O toque foi sutil, cálido e depois o frio eu tive a sensação de calor. Aquele calor confortável de quando você entra em casa no inverno e sua lareira está ligada; Harry era basicamente uma lareira humana, pensei por fim. Ele era conforto ambulante. Sempre que precisasse de calor no inverno, lá estava ele.

- Não é fácil... – Comecei a dizer, mas não encontrei forças para continuar. Harry entrelaçou nossos dedos e sorriu (mesmo eu olhando para ele e ele não fazendo o mesmo).

- Não é fácil, eles dizem – Ele abaixou a cabeça e eu percebi que ele estava diferente – Mas sabe o que é engraçado, Bea? Eu ainda vou ser idiota.

A cabine já estava na descida quando ele disse isso. Tentei não me sentir estranha com o que ele havia acabado de me falar, mas não consegui. Quando as demais pessoas começaram a sair, eu e Harry ficamos lá, parados. Ele olhando para baixo e eu o fitando, como se quisesse desvendar todos seus pensamentos.

- Harry – chamei – Temos que ir.

Ele levantou a cabeça e concordou, começando a andar e me puxando. Ainda com as mãos dadas, parecíamos um casal que havia acabo de discutir, pelas nossas caras. Só que não éramos isso; entramos no carro com aquele desconforto mútuo. Liguei o carro e sai da vaga com agilidade, logo seguindo o tráfego pela via Knightsbridge (a via de acesso mais rápido ao Hyde Park e a mais cara, pois havia dois pedágios!!!). Não consegui puxar conversa e pelo jeito, ele também não.

Passamos o Green Park e logo estávamos tendo a visão do Hyde Park. Quando estacionei e tranquei o carro, Harry logo estava ao meu lado, pegando minha mão e me guiando para onde queria me levar.

Hyde Park era conhecido por ser um dos parques da família real britânica, mas naquele momento ele estava se parecendo um parque comum para mim. Como Harry havia dito, havia esfriado rapidamente e o céu já estava quase todo escuro. O parque estava bem iluminado e quando eu vi o letreiro ‘Dream Ice’ não pude deixar de sorrir.

- Nós vamos patinar! – Exclamei um pouco animada demais. Eu não era uma boa patinadora, mas eu realmente gostava de patinar.

Harry alugou nossos patins e fiquei curiosa para saber como ele sabia meu número. O gelo estava limpo, o que deveria significar que fora varrido em poucos minutos. Harry comentou então, que era o dia de abertura e estava surpreso por tão pouca gente estar aqui. A pista de patinação era uma tradição no inverno. Mesmo que ainda não estivéssemos no inverno, mas quase chegando, o Hyde Park decidiu adiantar a pista nesse ano.

Descobri que Harry era um ótimo patinador e que eu ficava na sarjeta ao lado dele. Ele tinha um equilíbrio de dar inveja e sua postura ereta me fazia ficar com raiva de todos os quase tombos que eu levava quando me desiquilibrava. Não sei quanto tempo ficamos ali, mas fomos patinando e em um determinado momento Harry me guiava pela pista, segurando minha cintura e mão, como aqueles patinadores em competição.

Quando saímos do Dream Ice, eu tinha começado a ficar com fome e para transformar tudo no mais bonito clichê londrino, Harry comprou Fish ‘n Chips para comermos em um dos bancos. A tradicional batata e peixe frito enrolado no jornal estava uma delícia e eu não sabia ao certo se era por causa do lugar ou pela companhia.

Quando continuamos a andar, passamos pela estátua em homenagem a Lady Diana, chegando no Speaker’s Corner. O recanto do orador era um dos lugares mais aclamados da multidão no quesito de crítica e discursos, mas hoje estava particularmente calmo. Havia a regra que nenhum inglês poderia proclamar nenhuma ideia em solo, então teriam que estar em cima de um caixote ou em cima de um banco para proferir suas palavras e opiniões.

E eu só estou explicando isso porque Harry Styles estava subindo em cima de um banco e se virado para mim começando a proferir suas palavras.

- Eu não consigo pensar direito no que falar para você, Bea – Ele começou, em um tom baixo, olhando tão fervorosamente para os meus olhos que eu não consegui não corar – Mas eu não preciso temer de ficar aqui em cima para te falar o que eu deveria ter dito a muito tempo.

E com um pulo, ele saltou do banco ficando próximo de mim.

- O que você está fazendo, Harry?

- Você não é mais uma. Você não é qualquer uma – Ele afirmou, segurando meu rosto com suas mãos – Só um pouco do seu coração. Tudo que eu estou pedindo é um pouco do seu coração. É tudo o que eu quero, porque Bea, eu sou um tolo por você.

Entreabri os lábios, completamente chocada com a informação que ele me diz. Harry Styles estava se declarando (o que era surreal para mim) na minha frente, para todo mundo ouvir no meio do Hyde Park.

- Eu... Sabe o que eu mais gosto em você, Styles?

- Sinceramente? Não.

- Pois é, eu também não faço ideia. Porque por mais que eu odeie admitir, eu gosto de tudo em você – Eu revelei de supetão – Eu gosto quando você sorri e mostra essas covinhas. Eu gosto em ver o como você é persistente e não desistiu até hoje de vir atrás de mim. Eu gosto de ver você tentando falar espanhol e eu gosto quando você me chama de latin girl.

Eu despejei tudo que havia estado preso em minha garganta naquele mês. Harry não esperou muito e colou nossos lábios, me fazendo tomar um pequeno susto com o choque térmico que aconteceu entre aquele simples toque. Não era agressivo, era extremamente gentil, algo que eu não imaginava dele. Sua mão deslizou sob seu pescoço, puxando-me mais para ele e aprofundando, enfim, o beijo.

É claro que eu não estava apaixonada. Mas era óbvio que eu gostava de Harry Styles.

E ele tinha um pouco do meu coração.


Notas Finais


gostaram do ponto de vista, em primeira pessoa? ahuhaua eu particularmente adorei!


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