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História Elementary - Polaroid


Escrita por: ollgzain

Notas do Autor


Escrever esse capítulo foi muito complicado.
Você tem que descrever algo que talvez não tenha descrição.
Não existe um beijo perfeito. Mas existe beijo com paixão. Com amor. Com companherismo.
Assim ele se faz perfeito.

Capítulo 7 - Polaroid


Fanfic / Fanfiction Elementary - Polaroid

CAPÍTULO SEIS – POLAROID


We keep this love in this photograph (nós mantemos esse amor em uma fotografia)
We made these memories for ourselves (nós fizemos essas memórias para nós mesmos)
Where our eyes are never closing (onde seus olhos não se fecham)
Our hearts were never broken (nossos corações nunca estiveram partidos)
Time's forever frozen still (e o tempo continua congelado)

Photograph - Ed Sheeran 
 

ZAYN

Naquela hora, Zayn sentiu um misto de coisas. Ele se sentiu idiota por não perceber a semelhança entre as duas mulheres na sua frente (o formato do nariz, os olhos até o jeito de sorrir era totalmente igual). Ele se sentiu envergonhado pela mãe de Helena admitir em voz alta que Helena já havia falado dele para ela (ele esperava que isso fosse realmente verdade). Só que o pior, foi se sentir envergonhado por Eleanor Dion, a cantora britânica mais famosa da atualidade e mãe de Helena, tivesse o chamado de gostoso.

Zayn não conseguiu abrir a boca nem para agradecer. Ele estava corado, ele tinha certeza absoluta disso. Ele sentia seu coração bater rápido e o sangue esquentar em seu rosto. Aquilo era surreal para Zayn.

Mas pior que o menino Malik, estava Helena. A menina de cabelos azuis estava com a boca aberta, olhos quase soltando as órbitas de tão arregalados e com o pescoço levemente inclinado para frente. Era como se ela não acreditasse se sua mãe havia dito aquelas palavras em voz alta.

- Não me olhe assim, Rose – Eleanor riu – Eu reconheço um belo rapaz quando eu vejo um. Qual o seu nome, querido?

- Ah, hum... Zayn Malik, senhora – Zayn gaguejou no começo, coçando a nuca, tentando não estender o clima pesado que pairava sobre a sala.

- Nome bonito para um garoto bonito – Ela concordou olhando para Zayn dos pés à cabeça e virando-se para Helena com um sorriso de tirar o fôlego em qualquer um – Rose, estou indo para a sessão de fotos e não sei que horas voltarei. Mary vai ficar com vocês. Juízo e não faça nada que eu não faria.

Eleanor piscou, sorrindo maliciosa e saindo da vista de ambos. Helena relaxou a postura no mesmo instante que sua mãe saiu pela porta e olhou apavorada para um Zayn claramente incomodado.

- Me desculpe, Zayn! Tente ignorar o máximo possível das coisas que minha mãe fala – Ela estava gesticulando muito enquanto falava – Você aceita alguma coisa para beber? Água? Chá?

- Eu vou aceitar um copo d’agua, obrigado – Ele pede. Ela pede para ele ficar à vontade e ele se senta no sofá um tanto acanhado. Ele ainda não tinha ingerido tudo que havia acabado de se passar.

Os pais de Helena Rose Clarke não tinham apenas uma vida financeira boa. A mãe de Helena era simplesmente uma das 10 celebridades mais influenciadoras do mundo. E o quanto o apresentador do jornal disse que ela havia arrecadado com os shows dela? Um milhão de libras. Zayn não imaginava a dimensão de dinheiro que isso era, mas ele não conseguia parar de pensar que Helena era milionária.

- Aqui – Helena havia voltado com uma jarra de água e alguns cubos de gelo (por Deus, até nisso ela tinha que ser chique? Ele só pediu um copo de água!) e entregando para Zayn e sentou-se ao seu lado.

- Você é filha de Eleanor Dion – Zayn afirmou, olhando para o copo em suas mãos.

- Sou – Ela concorda – Olha, me desculpa por não te contar isso antes. Não quero que fique chateado comigo.

- Chateado com você? – Zayn olhou para Helena – Helena, você acha que eu estou chateado com você?

- Você não está? – Ela perguntou baixinho.

- É claro que não! – Zayn deixou seu copo de água intocável em cima da mesa do centro da sala – Eu estou surpreso e um pouco chocado, mas chateado é uma coisa que eu definitivamente, não estou.

- Bem, é difícil de qualquer forma, Zayn – Ela suspira – Para mim ela é minha mãe, não uma cantora famosa. Geralmente eu penso nela como uma mãe que trabalha demais e sempre tem que viajar.

- Ela te chamou de Rose – Zayn comentou, tentando colocar um tom neutro em sua voz – Porque?

- Ela sempre me chamou de Rose – a menina da os ombros – Acho que ela é a única que me chama assim também. Eu já me acostumei.

- Quem sabe? Na St. Paul, quem sabe? – Zayn quis saber.

- A diretora Rowie, talvez alguns professores. Chloe e Colin. Anthony e Jessica. Thomas – Ela responde contando nos dedos – E agora, você.

- Então se eu não descobrisse, você não me contaria?

- Não acho que seria dessa forma – Helena responde – Eu te contaria quando eu achasse que fosse a hora de você saber.

- Você simplesmente esconderia de mim que é filha de uma cantora famosa? – Zayn começou a ficar levemente irritado com a possibilidade de Helena não confiar nele. Percebeu que estava sendo muito ríspido e balançou a cabeça – Me desculpe, eu estou sendo um babaca. Isso só diz respeito a você e eu simplesmente estou te atacando, como se você me devesse explicação.

- Só tente não me apedrejar – Helena deu um sorriso afetado – Eu não te culpo, Zayn. Mas não é como se eu gostasse ou pedisse para ser filha dela. Eu a amo, claro, é a minha mãe. Mas ela fica tanto tempo longe que, quando ela está aqui... É bizarro.

- Agora isso explica alguns fatos sem resposta sobre você – Zayn diz, de repente.

- Como assim?

- O porquê de sua mãe nunca ir nas reuniões de pais e mestres. Nas cantatas do dia das mães. Nos jogos. Nas feiras acadêmicas – A lista era interminável. Nunca havia visto a mãe de Helena, mas achava que era porque ela simplesmente não vivia com a mãe ou porque já era falecida. Nunca imaginaria que o motivo era turnês mundiais.

Helena deu um sorriso triste – Às vezes eu imagino com seria minha vida se ela fosse uma mulher normal. Com um trabalho normal.

Zayn se lembrou de um fato – Então é por isso que Mrs. Rudthse queria tanto que você cantasse no grupo de música da escola.

- Não sou talentosa como minha mãe para música – Ela afirma, sorrindo um pouco mais animada – Eu tenho outros hobbys.

- Deus! Isso explica até porque Zummach ficar tão animado com música depois que começou a andar com você – Zayn riu um pouco e depois se virou para olhar para Helena, finalmente – Como você conseguiu? Digo, se esconder da mídia. Todo mundo sabe que Eleanor tem um filho. E eu nunca te vi com um irmão.

- Heitor é dois anos mais velho que eu – Ela olhou para Malik com um brilho de divertimento nos olhos – Mas ninguém sabe que ele é Heitor Clarke, do Chelsea.

Se Zayn já estava surpreso com o parentesco de Helena como Eleanor Dion, a revelação de que o irmão mais velho dela era ninguém menos do que a mais nova revelação do campeonato Inglês e da seleção, fazia Zayn querer se beliscar para ver se ele realmente estava dormindo ou se tudo aquilo era real.

- Meu Deus! Mais alguém famoso da sua família que eu deva saber? – Zayn brincou, mas com um fundo de verdade – Por exemplo, você ser neta da rainha ou algo assim.

Helena gargalhou – Não. Só minha mãe e meu irmão.

- E o seu pai?

- Meu pai é professor em Oxford – Ela comentou – Quando eu tinha pouco mais de um ano, meus pais se separaram. Minha mãe iria começar a gravar o primeiro disco e meu pai tinha conseguido passar no mestrado dele, acho que foi aí que as coisas desandaram. Meu irmão foi morar com meu pai e eu fiquei com minha mãe.

- Mas como conseguiu esconder por tanto tempo? O parentesco – Zayn pergunta.

- Nem eu, nem meu irmão gostamos muito de chamar atenção, mesmo ele sendo um jogador. O sobrenome Clarke ajuda e também, não queríamos que nossos méritos tivessem alguma relação com a mamãe. É muito fácil eu gritar para o mundo que sou filha de Eleanor Dion e esperar as portas se abrirem para mim. Uma vez eu ouvi ‘portas largas demais tem caminhos estreitos demais, mas portas estreitas sempre irá abrir caminhos onde o horizonte não se alcança’.

- Eu posso entender – Zayn concordou – Eu fico feliz que esteja compartilhando isso comigo.

- Eu não quero que você me olhe como a filha de Eleanor Dion – Ela morde os lábios – Eu só quero que você me veja como Helena.

- Acredite quando eu digo que sempre te vi assim – Zayn colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha – E isso não vai mudar. Nem hoje. Nem nunca. Nem se você for neta da rainha Elizabeth.

Helena sorriu aliviada.

- Eu quero te mostrar uma coisa – Ela começou a dizer, num tom baixinho – Mas você tem que me prometer que não vai me achar uma maluca.

Zayn franziu o cenho não compreendendo o que ela estava falando.

- Tipo o que?

- Vem comigo – Ela se levantou e estendeu a mão para ele.

Mais que depressa ele pegou a mão de Helena (adorando o contato novamente) e ela o puxou para fora da sala. Subiram alguns degraus da escada de vidro, parando no segundo andar da casa; ela abriu uma das três portas que tinha no corredor daquele andar e entrou para dentro. Era o quarto dela. O carpete tinha tons claros, como o da sala, mas no geral, o quarto era um tom bem escuro.

Era grande e espaçoso. Havia muitos discos, posters, colagens e muitas fotos ao redor do quarto. Uma das paredes tinha um papel de parede em forma de mandala (seria por isso que aquela seria a tatuagem de Zayn favorita de Helena?) e alguns piscas-piscas desligados dando uma vinda ao quarto. Perto do sofá branco de couro, havia um violão. Não sabia se era isso que ele esperava do quarto de Helena, mas era a cara dela, com certeza.

O mural de fotos. De longe Zayn sabia que eram fotos de Polaroids, ele conhecia bem, Safaa adorava tirar fotos em família com a sua Polaroid. Mas a surpresa veio quando ele se aproximou. Era ele.

Não apenas ele. Ele e Liam. Liam e Sophia. Harry e Louis. Niall e Josh. Todos eles, descontraídos. Risonhos. Relaxados. Eles fazendo caretas. Eles comendo. Eles estudando na biblioteca. Havia variadas fotos, mas era Zayn Malik na parede do quarto de Helena Rose Clarke. O quão improvável parecia essa ideia?

Ele logo rumou para o outro canto, onde também havia outras fotos. Agora dela com Eleanor (antes dos cabelos azuis), ela com Chloe. Ela com McDaniel. McDaniel sozinho. Reed, Zummach e McDaniel ao redor de um piano. Era tipos variados de fotos, mas todas em um modelo: a espontaneidade.

- Que merda é essa? – Zayn apontou para uma das fotos que ele classificaria como a mais vergonhosa de todas. Ele se lembrava do dia: era a feira do dia do trabalho, naquele mesmo ano. Ele e Harry haviam ficado com o trabalho de anunciar as palestras, entreter o público e apresentar os ganhadores dos concursos internos da escola.

- É uma das minhas fotos favoritas – Helena riu – É pela espontaneidade do Harry, digo. Não pela pose.

- Você tem fotos nossas no seu quarto. E sem permissão – Zayn sorriu para ela – Você tem fotos minhas no seu quarto!

- Você está me achando muito stalker? – Ela perguntou um pouco ansiosa para saber a resposta.

Stalker? Ele perseguia ela com o olhar desde os doze anos, por Deus! E quando ela postava alguma foto no facebook? Ele esperava pelo menos cinco minutos para a foto ganhar curtidas para poder curtir como se tivesse sido algo aleatório. E ele havia de matriculado em debates só para ter pelo menos uma aula extra com ela naquele último ano. Helena Rose Clarke não poderia ser chamada de stalker porque tirava fotos anonimamente de Zayn (e dos outros, mas o foco aqui era ele).

- Você está longe de parecer uma stalker para mim, Helena – Zayn lhe afirmou – Você tem uma polaroid?

- Tenho – Ela afirmou – A maioria das fotos eu não tirei nela, mas eu gosto do efeito que elas têm, então eu apenas revelo elas como se fosse uma cópia. Porque?

- Eu e você vamos tirar uma foto – Ele afirmou – Eu estou te autorizando usar meu direito de imagem.

Helena piscou duas vezes antes de responder:

- Você quer tirar uma foto comigo?

- Eu quero uma foto com você – Ele pesou seu tom, querendo colocar confiança na sua voz.

Helena foi até um dos móveis e abriu a gaveta. Sua Polaroid era branca, mas tinha alguns desenhos em preto (provavelmente em caneta permanente). Ela se aproximou dele como se esperasse que ele comandasse como seria a foto. Zayn sorriu e pegou a Polaroid de suas mãos. Passou a mão pelo pescoço da garota e levantou a Polaroid acima de suas cabeças.

- Vou contar até três... No três, faça uma careta – Ele comanda. Ela concorda então ele começa a contagem – Um, dois, três.

Zayn e ela não haviam olhado para a câmera. Ele, que havia encostado sua bochecha na dela e passado seu braço tatuado (a mesma da Mandala) pelo pescoço dela até alcançar sua própria bochecha. Ela, fazendo um bico com os lábios, olhando de soslaio para ele, apreciando o total contato que tinham. Era uma boa foto.

Ele sorriu com o resultado e entregou para ela. Ela pegou a foto, analisando-a enquanto se dirigia a sua mesa de estudos, pegando uma caneta permanente num estojo qualquer em cima da mesa. Ela escreveu algo e virou-se para mostrar a Zayn.

‘com ele ❤ 09.10 ’

Zayn sabia que a letra de Helena era bonita, mas aquilo, aquelas palavras... Ele não era um cara que demonstrava as coisas. Ele geralmente não falava muito (sempre aprendeu com o pai que ‘nós nascemos com dois ouvidos e uma boca, não foi atoa’ de seu pai) mas expressava ao limite o que estava sentindo. Então ele fez o que tinha que ser feito.

- Helena... Acho que vou te beijar – Ele já estava próximo dela. Helena estava sentada na cadeira e agora olhava para ele com uma expressão tão neutra que Zayn não poderia ao menos deduzir o que se passava na mente dela.

- Por favor – Ela levantou de supetão – Não ache. Faça.

O toque dos lábios foi simples. Aquele sentimento de compreensão do universo, de libertação, de complemento. As mãos dela no cabelo dele, as mãos dele na cintura dela. A sintonia, o desejo, o carinho, a falta de ar.

Estava tudo ali. Tudo intenso, tudo vivo e tudo quente.

Muitos dizem que o beijo é algo mais íntimo que um casal poderia ter. Sexo é necessidade, é calor do momento, é momentâneo e é carnal. Beijo é carinho, é morno, é prolongado e é espiritual. O beijo de Helena Rose Clarke era vida, era esperança, era como tirar um 10 em uma prova sem ter estudado.

O beijo de Zayn era como se você tivesse procurado tanto tempo algum lugar para ficar e até que enfim, achou uma casa. Era como se todas as peças de um quebra-cabeça tivessem sido encaixadas. Era melhor que ganhar de goleada do rival. Era completo e era dela.

- Você acha possível gostar tanto de alguém em menos de vinte quatro horas? – Ela perguntou entre o beijo e quando os lábios finalmente se soltaram de vez, ele colou sua testa na dele – Porque é isso que eu sinto.

Ele sentia seu coração batendo mais rápido que a velocidade da luz. Ele não quis responder, apenas a beijou de novo, como quisesse mostrar que ele sentia o mesmo, ou a mais. Ela concordou em silêncio com a resposta dele. Ela entendia que ele dizia que sim, era possível.



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