História Eles - Eles

O motivo de eu contar isso para vocês, bem, eu fui a responsável pelo encontro dos dois. Eu era amiga deles, uma amiga em comum, mas eles não se conheciam, começaram a conversar por minha causa.

Eu estava na casa de SeHun, e ele tinha a mania de assistir jornal, sim, a única pessoa na idade dele que assiste jornal por vontade própria que eu conheço. Enfim, começou uma reportagem sobre um assalto em um bairro da China, e haviam feridos, a maioria dos reféns foram feridos pelos assaltantes, alguns ferimentos foram bem graves. Poderia não me importar com isso, mas, detalhe, LuHan morava naquele bairro, bem perto do local. E se ele estivesse passando por ali na hora? Um desespero tomou conta de mim, e se ele fosse uma das vítimas? E o pior de tudo, eu estava sem celular (obrigada professora, te amo) e não poderia nem tentar o contatar. Então peguei o celular de SeHun, no final ele estava bem, na verdade, ele nem sabia do que tinha acontecido, pois, apesar da incrível repercussão da reportagem, ele estava na biblioteca e não ficou sabendo de nada. Ficamos conversando por um tempo e eu expliquei tudo para ele, inclusive o número desconhecido.

O que eu não soube é que SeHun e LuHan acabaram continuando a se comunicar, seja pelo Line, Facebook, Snow e até mesmo pelo Instagram. E eu só soube disso quando fui fazer uma pegadinha com SeHun. Ele depende do celular pra tudo, lembretes e despertadores principalmente. Eu ia desligar o despertador do dia seguinte, pois é, sou dessas, mas uma notificação do Line chamou minha atenção, era da conversa com LuHan. Então, no dia seguinte, além de se atrasar, uma certa pessoa também perdeu nota de um trabalho. Ninguém mandou não contar as coisas para a amiga. Mereceu.

Redes sociais eram o único meio de comunicação que eles tinham, já que a distância entre eles era enorme.

Algum tempo depois recebi uma notícia, meu veado do amanhecer favorito, vulgo Luhan, iria se mudar para cá. Motivos: bullying. Ninguém naquele país aceitava ele pelo que ele era, infelizmente, nem seus pais. É triste dizer isso, mas é algo muito comum, mais do que vocês imaginam. Mesmo sendo algo que vá contra os direitos humanos, eles não ligam pra isso, só querem saber de ferrar com sua vida, te ensinar uma lição por sua maneira de ser, e te julgar pelas tuas escolhas. E depois de algumas agressões ele decidiu dar um basta e se mudar. Eu não faria melhor, mentira, faria sim, além de me mudar jogaria altas verdades na famosa cara da família tradicional. Digo mesmo. Fiquei bem chateada quando soube que ele não tinha feito isso, mas fazer o que?

 Ele veio para cá, e aconteceram muitas coisas no tempo que ele ficou em minha casa, muitas mesmo, algumas bem estranhas…? Mas isso é história para outra hora, até por que meu tempo acabou.

Até mais.

Levy desligando…

                                     Alícia S. Gesser