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História Eles nunca sabem. - Um mistério interminável, memórias turvas.


Escrita por: NasooLover

Notas do Autor


Hi gente! Como estão vocês? Nesse capítulo fiz algo que tava muito querendo fazer! UAHUAHAUHAUA, não sei se vão gostar, mas eu amei! KKKKKKK, espero que gostem! BJ BJ BJ

Capítulo 10 - Um mistério interminável, memórias turvas.


Sinto o toque de Chanyeol em minhas mãos. Ouço sua voz pedindo para que eu volte. Nunca na vida estive tão determinado a fazer algo quanto estou agora.

Houve uma época em que eu achava que a faculdade de medicina não seria fácil. Era o que eu sempre ouvia desde o momento em que decidi que iria cursa-la. Agora vejo o quão errado todos nós estávamos. Sabe o que é difícil? Difícil é você estar em uma espécie de coma e ouvir o sofrimento nas vozes das pessoas que te amam. Difícil é tentar com todas suas forças responder alguém e ainda assim não conseguir. Difícil é o desespero que você sente aumentar a cada vez que pensa na possibilidade de não conseguir voltar a si nunca mais. De fato, no mundo há muitas coisas difíceis. Mas a vida não é isso? Superar as dificuldades que aparecem no caminho e ir tentando viver?

A mão de Park me dá força de alguma forma. É como se ele transferisse toda a esperança do mundo para mim com apenas um toque. Tento mais uma vez abrir meus olhos.

Sinto a claridade que tanto senti falta voltar para a minha vida.

Inicialmente não vejo nada. Aos poucos minha visão ganha foco. Voltando a vida. Voltando ao mundo das cores e com isso deixando para trás a escuridão.

Olho para a pessoa ao meu lado. Park aperta minha mão e só então percebo que ele está chorando.

Alguma coisa em minha mente não acreditava que eu estava vendo Park Chanyeol chorar. É como se isso fosse impossível.

Retribuo seu aperto em minha mão e vejo-o abrir os olhos em um rompante.

Chanyeol se aproxima de mim e me abraça. Abraça-me tão apertado que penso que se o abraço tivesse durado por mais tempo, talvez eu tivesse ficado sem ar. Porém, vejo Taeyeon empurrá-lo e se jogar sobre mim em choro.

Pelo canto  dos olhos vejo Park sair do quarto e nos deixar sozinhos.

- CHANYEOL! ESPERA! – Grito na tentativa de impedi-lo. Porém, a tentativa é vã. Uma vez que ele não ouve.

Minha namorada afasta-se de mim e pergunta gritando. – POR ACASO VOCÊ BATEU A CABEÇA TÃO FORTE QUE ATÉ ESQUECEU A PROMESSA QUE FEZ?

Durante esses dias que não pude fazer nada além de escutar as pessoas e pensar, me peguei analisando coisas como o fato de eu ser um tremendo de um babaca. Isso mesmo! Byun Baekhyun é um babaca.

Taeyeon foi durante um bom tempo a única pessoa em que pensei e até mesmo desejei. Não acredito que houvesse algo que ela pudesse pedir que eu não pudesse fazer por ela. Nos casaríamos! Eu costumava ter certeza disso, hoje já não tenho mais...

- Taeyeon. Podemos conversar sobre isso depois? – Digo sem olhá-la.

- Baek... Eu vou te dar suas opções agora. Se você continuar falando com esse... Homem - Ela diz fazendo aspas com os dedos na palavra ‘’homem’’. – Se você escolher isso, não vejo mais motivo para eu ficar. Estará tudo acabado entre nós.

Durante os três anos de namoro, Tae sempre ameaçava terminar comigo quando eu fazia algo que não a agradava. Isso sempre me deixava chateado. CARALHO! Supostamente alguém que me ama não deveria querer me deixar por qualquer besteira, não é? Porém, hoje eu posso dizer que me senti aliviado ao ouvir essas palavras.

- Taeyeon... Durante esse tempo que passamos juntos não importava quanta tristeza você me causasse, eu ainda não estaria disposto a deixa-la. Nem ao menos pensaria nessa opção. Mas eu estou cansado, sabe? Estou cansado de você sempre agir assim e achar isso normal. Estou cansado desse relacionamento. Não dá mais. A melhor coisa a fazermos é terminar. Eu costumava achar que você era a mulher da minha vida. A mãe de meus filhos... Mas hoje eu vejo que me enganei fodidamente! Não quero que uma mulher de atitudes tão infantis assim seja a mulher mais importante da minha vida, muito menos irei querer que seja a dos meus filhos. – Digo e pela primeira vez encaro-a.

A loira me encara por um tempo sem falar nada. A expressão de fúria em seu rosto é tão intensa que por um segundo acredito que ela vai me matar. Quando resolve falar o que estava pensando, algo a faz desistir e apenas a vejo deixar o quarto à passos rápidos.

Uma vez sozinho, entro em uma espécie de crise de choro. Choro. Apenas choro. Choro sim, mas não pelo término do namoro. Não. Choro por algo maior. Choro pela oportunidade que me foi dada. Por ter conseguido voltar a mim. Por ainda estar aqui e poder consertar as merdas que fiz.

Em algum momento que não sei ao certo qual, adormeço. Um sonho sem sonhos. Apenas uma forma de livrar-me momentaneamente de tanta confusão e dúvida.

Quando acordo, vejo uma enfermeira trocando meu soro e checando minha pressão. Ao canto do quarto, sentado em uma cadeira está Chanyeol.

Park parece radiante. Quase como se ele fosse algum daqueles brinquedos antigos que ficam dentro de uma caixa esperando o gatilho para que possam pular caixa afora.

Quando a enfermeira checa tudo e nos deixa sozinho, Chanyeol se aproxima lentamente. Parece receoso com algo.

- Cadê sua namorada super simpática? – Park pergunta dando um sorriso irônico.

Antes de responder analiso seu rosto. Chanyeol está mais magro?

- Você anda comendo? – Pergunto sério.

- O que interessa aqui não sou eu. Como você está? – Pergunta ainda sorrindo.

- Chanyeol, você está comendo? – Pergunto de novo.

- O que significa ‘’comer’’ para você? – Diz dando um sorrisinho torto.

Reviro os olhos e massageio as pálpebras para não ter de dar uns tapas na cara dele.

- Park Chanyeol, sem gracinhas. Vá comer! Quando você voltar conversamos. – Digo em um tom mais sério, se é que isso é possível...

- Desculpe, acho melhor conversarmos agora. Não quero encontrar com sua namorada super amigável! – Diz em um tom irônico.

- Não irá. Agora vá. Só volte quando estiver devidamente alimentado. Imagina se você desmaia aqui. – Digo.

- Se eu topar ir comer... Quando eu voltar podemos conversar sobre nós? – Diz cauteloso.

Concordo com a cabeça e o vejo sair apressado.

Mais uma vez sozinho. Mais uma vez sozinho com meus pensamentos. Não sei quanto tempo depois Park Chanyeol entra no quarto novamente. Pensar em como contar as coisas me distraiu.

- Comeu? – Pergunto.

- Comi. – Park diz dando um sorriso malicioso.

Reviro os olhos e fico observando-o se sentar na cadeira ao meu lado. Ficamos em silencio por alguns minutos. Apenas esperando que um dos dois quebrasse o silêncio.

Fecho os olhos e conto até 10 enquanto me preparo para começar a falar.

Sinto as mãos de Chanyeol na minha e logo em seguida ouço sua voz rouca. – Ele é só um amigo.

- Hã? – Pergunto confuso.

- O cara que você viu me beijar. – Diz olhando em meus olhos.

- Sabe? Normalmente eu diria que você não me deveria explicação alguma. A vida é sua, não temos nada além de amizade, não é mesmo? Mas eu não vou dizer isso. Eu definitivamente não acredito mais nessa conversa para boi dormir. Chanyeol, eu não sei quando começou. Eu nem sei porque diabos isso começou! Mas de alguma forma eu acho que talvez eu esteja gostando de você... – Digo e sei que ele percebe o quão nervoso estou, pois minhas mãos suam frio.

Vejo Park abrir a boca para responder mas o interrompo. Ainda tenho coisas a falar.

Tento organizar meus pensamentos de forma coesa para poder transmitir a mensagem que quero, mas porra nenhuma funciona.

- Minha mente fodida de alguma forma me empurrou para você... Como eu poderia gostar de um homem? Me fiz essa pergunta várias vezes no último mês... O que acontece é que eu não sei. Eu não sei como lidar com isso! Você pode imaginar o tamanho da confusão em minha mente? – Digo e puxo minha mão da dele para que possa cobrir meu rosto.

Sinto a mão de Park delicadamente puxando a minha e depositando um beijo nela.

- Byun Baekhyun. Não sei se você pode chamar de destino ou carma, mas eu sei que desde o momento em que te conheci, há 14 anos , algo em você me atraiu de uma forma tão intensa que não pude ignorar. Muitas pessoas me chamariam de louco ou masoquista, mas quando você acha a pessoa mais importante de sua vida você foge? – Chanyeol diz olhando em meus olhos tão intensamente que sinto que ele pode ver minha alma.

- Há 14 anos atrás? – Pergunto confuso.

- Há 14 anos atrás um garotinho estava de férias passeando com sua família na cidade de Seul. Iriam acampar ao lado de um lago. Esse garotinho era um tanto aventureiro. – Ri e continua. – Em uma de suas aventuras ele acidentalmente caiu no rio. Como um garoto que não sabia nadar poderia sobreviver?! Naquela ocasião o garoto realmente acreditou que não havia salvação. Por mais que ele pedisse ajuda, ninguém aparecia. Não havia esperança. Enquanto afundava ele apenas ficava triste por sua vida acabar tão cedo. Sem nem ao menos ter vivenciado aquele sentimento glorioso de que todos falavam. O tal do amor. – Park diz e para por um momento.

Algo na história em que ele conta soa familiar. Porém, por mais que me esforce para lembrar, não consigo.

Abro a boca para perguntar de onde ele tirou essa história mas sou interrompido por seu dedo, que pede que eu espere um momento.

- O garotinho sentia a água entrando nos seus pulmões aos poucos. A escuridão aproximava-se sorrateira. Tudo devia ter dado errado. Aquela seria a história de vida dele. Não viveria mais do que seus 11 anos. Porém, a vida tem um jeito engraçado de mudar as coisas... Um garoto aparecera e salvara a vida do pequeno garotinho. – Prossegue e dá um sorriso bobo. – Eram duas crianças. Não sabiam muito sobre a vida... Não havia em seus mundos a palavra ‘’preconceito’’. Vendo o garotinho desmaiado, seu salvador imediatamente fez respiração boca a boca.

Chanyeol interrompe mais uma vez a fala e parece segurar-se para não chorar.

E analisando seu rosto eu percebo. Analisando seu rosto eu me lembro.

Naquela manhã de março, há 13 anos, eu estava em uma caminhada com meus pais perto de um lago onde íamos com frequência. Eles me deixaram ir sozinho até o lago, já sabendo de minha fascinação por ele. Disseram-me para encontra-los no lugar que costumávamos fazer piqueniques.

Caminhei por um tempo apenas ouvindo o barulho dos pássaros, exatamente como eu gostava. A calmaria daquele lugar sempre me fizera muito bem. Porém, eu havia ouvido gritos pedindo ajuda que quebraram aquele silêncio. Lembro de inicialmente não ter sabido ao certo de onde vinham. Havia apenas corrido para o lago enquanto procurava ao redor freneticamente. Quando avistara alguém se afogando nem sequer pensara um segundo. Havia mergulhado e nadado o mais rápido que pudera. Quando tirei o garoto da água vi que ele devia ter minha idade. Estava desacordado. Durante um milésimo de segundo havia me perguntado se deveria ou não fazer respiração boca a boca. Não seria errado? Deixar minha boca tocar a de outro garoto? Mas no fim, algo nele fez com que eu ignorasse tal pensamento. Lembro ainda de não ter suportado a ideia daquele garoto morrer por bobagem. Ele não podia morrer.

Olho para Chanyeol e tento imaginá-lo mais jovem. Com 11 anos. Aos poucos percebo a semelhança entre ele e o garoto que eu salvara há 14 anos.

- Era você? – Eu pergunto perplexo.

Park assente com a cabeça e então vejo lágrimas silenciosas descerem por seu rosto.

- Quando eu acordei e vi você, eu senti uma alegria tão grande que não pude entender. Naquela idade eu não tinha certezas sobre muitas coisas... Na verdade, que criança tem certeza sobre algo? – Chanyeol diz e ri. – Mas Baekhyun, naquele momento eu tive certeza que eu queria você na minha vida para sempre. A ideia de nunca mais te ver me causava desconforto... Como pode, não é mesmo? Um garoto que eu acabara de conhecer provocar sentimentos tão intensos em mim..

Park dá uma pausa, junta as mãos sobre a boca e balança a cabeça, como se estivesse contando a maior bobagem do mundo para alguém.

- Mas sabe... Você não podia ficar. Por mais que eu pedisse a você, você ainda não ficaria... Eu ficara tão desesperado... Naquele curto momento eu pensara em tantas maneiras de encontrar você... Com a desculpa de querer agradecer a você por me salvar, perguntei seu nome. Quando você se foi, eu jurei que iriamos nos ver de novo. Essa sempre foi a única certeza de minha vida, Byun Beakhyun. – Park diz e só então volta a olhar para mim.

Não sei o que dizer. Não conseguia acreditar que eu tivesse tido tanta importância na vida de Park Chanyeol. Não conseguia acreditar que ele estava ali por minha causa.

- Não quero que ao ouvir isso você se sinta culpado ou até mesmo se sinta responsável por minha obsessão ridícula por você. Baekhyun, eu só quero pedir a você que não me ignore de novo. Por favor, não me deixe outra vez. – Chanyeol diz e posso ouvir o desespero em sua voz.

- Chanyeol? – Digo e pego a mão dele nas minhas.

Quando Park volta seu olhar para mim, trago sua mão até minha boca e deposito um beijo ali.

- Eu não sei como lidar com isso. Eu acreditei durante toda a minha vida que eu era hétero. Durante os últimos dias por muitas vezes eu acreditei que estava perdendo a sanidade. Como poderia eu estar interessado em um homem? Como poderia eu estar tendo ciúmes desse mesmo homem? Posso te dizer que eu realmente não sei como fazer isso dar certo... Mas eu quero tentar. Eu quero saber se durante minha vida toda eu estive errado sobre tudo. Park Chanyeol... Eu acho que eu posso estar me apaixonando por você... 


Notas Finais


É só isso mesmo! Bjs


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