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História Eleven Nine - Capitulo Único


Escrita por: Jikookandwoosan

Notas do Autor


Já li N notas iniciais nesse site, e não tenho a menor ideia do que escrever na minha. Irônico não? Enfim, essa é a primeira one que posto aqui e sempre me pediram para postar. Espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 1 - Capitulo Único


Nova York, 11 de Setembro de 2001. 

 

Era manhã de Terça-feira. Ainda deitado, Justin se preparava para levantar da cama. Ao olhar para o lado avista sua esposa Cherry, ela ainda dormia em seu sono tranquilo, sem sequer imaginar o que estava por vir. 

Após passar um tempo observando, Justin decide acordá-la. Com carícias e beijos, ela começa a despertar sorrindo. O que traz a certeza de que Cherry era a mulher de sua vida. 

"Está na hora de acordar, amor." 

"Humm... Só mais cinco minutinhos." Ela pede dengosa. 
"Preciso chegar mais cedo hoje. Ainda tenho que levar Lana à escola." Ele insiste, deixando uma trilha de beijos por seu pescoço, causando arrepios. 

"Tudo bem. Vai tomar um banho quente, que eu vou chamá-la e preparar o café." Cherry levanta seguindo em direção ao quarto da filha, enquanto Justin cruza o hall do banheiro. 

"Lana amor, está na hora da escola." Ela escuta a voz da mãe e logo cobre a cabeça. Ao sentar na cama, Cherry continua. "Vamos, Lana, seu pai não pode se atrasar. Assim você não vai ganhar presente do Papai Noel." 

Em um segundo, Lana começa a pular na cama. Só a menção ao bom velhinho a deixa elétrica. 

"Eu já levantei, mamãe. Ele ainda vai vir né? Diz que sim!" Ela dispara ansiosa. 

"Claro que vai! Mas primeiro você precisa ir pra escola e se comportar até o Natal chegar."
Cherry deixa a filha começar a se arrumar, e começa a preparar o café da manhã. 

Justin já saiu do banho, e aproveita e confere o motor da moto. Ele trabalha como moto-boy. Quanto mais entregas ele conseguer fazer, mais dinheiro entra em casa. 

Quando ele volta a cozinha, Lana e Cherry já estão na mesa. O café é servido como todos os dias. Tudo muito simples, apenas pão, manteiga, leite e café estão presentes na pequena ilha. Enquanto comem, Lana mantém uma conversa empolgada. Ela é a alegria da casa, o motivo de Justin nunca desistir. Não foi planejada, porém o momento errado não poderia ter sido mais certo. 

Após escovar os dentes, Lana pega a mochila e segue o pai. Justin olha fundo nos olhos de Cherry e deixa um beijo carinhoso em sua esposa. Lana sobe na moto e logo eles estão enfrentando o engarrafamento, costurando entre os carros. 

A escola de Lana não fica longe de casa, ela desce da moto e espera o pai ir deixá-la dentro da escola. Em um dos corredores, Lana abraça o pai forte. Justin retribui sem entender muito o que está acontecendo e logo ela começa a soluçar. 

"Hey, o que foi pequena? Você tá sentindo alguma coisa?" Justin se abaixa e questiona preocupado. Ela raramente fica doente. 

"Não vai trabalhar hoje, papai, por favor!" Ela pede com o rosto escondido em seu pescoço.

"Filha, o papai precisa ir. E você precisa ir assistir a aula. Prometo que volto pra buscar você." 

"Promete de dedinho?" Ela se afasta encarando o pai. 

Justin logo levanta o dedo mindinho sorrindo para ela. "De dedinho!" Responde balançando seu dedo enlaçado ao de Lana e seca suas lágrimas. 

Depois de mais um abraço, ela entra na sala de aula. Ele a observa da porta até que ela sente em seu lugar e outro de seus sorrisos. Deixando um aceno, Justin caminha para fora da escola pensando na reação da filha, ela nunca agiu assim. Mas logo balança a cabeça afastando os pensamentos, coloca o capacete e segue em direção à firma. 

Justin tem 15 entregas nesta manhã. A primeira será no World Trade Center. Na recepção ele se identifica, e pega o elevador. No vigésimo nono andar ele para. As paredes são claras, o piso liso e as poltronas em amarelo ocre ocupam o grande corredor. A caixa é pequena e pesada. A secretária recebe a encomenda e Justin volta ao elevador, para fazer a próxima entrega. 

Ainda em casa, Cherry começa a limpar a cozinha. E quando vai começar a preparar o almoço, percebe que falta alguns alimentos. Ela então decidi ir até o supermercado. Caminhando distraída pelos corredores, ela começa a encher a cesta. Mas logo nota uma correria. Ela segue o fluxo de pessoas e lá fora o caos reina. 

Ao olhar para cima, tudo o que ela vê é fumaça e poeira. O ar se torna denso e cinza, dificultando a respiração. As famosas Torres Gêmeas se desfazem como mágica. Tudo o que levou muito tempo para ser erguido vai ao chão em segundos. As pessoas começam a gritar e correr desesperadas, mas Cherry só consegue observar a destruição. Ela cai de joelhos em choque, e logo lembra da filha e agradece aos céus que ela está longe dali, na escola. Livre de tudo aquilo. 

Porém no mesmo segundo Justin vem em sua mente e seu coração se esmaga e sangra de aflição. Ele foi trabalhar e ela não tem a menor idéia de onde ele possa estar no momento. Ela puxa o celular do bolso do vestido florido e disca o número tão familiar. Mas nada. Ele apenas chama e cai na caixa de mensagens. 

A preocupação toma conta do seu ser. E ela reza para que nada tenha acontecido a Justin. Ao tentar pela vigésima vez, ele continua sem atender. Ela então segue desorientada para casa, e esquece totalmente da compras. 

As tentativas frustradas continuam, até que recebe uma ligação. É da escola de Lana para avisar que as aulas foram canceladas e que a pequena chora sem parar desde que soube do acontecido, a professora comunica que ela não fala nada. Apenas chora chamando pelo pai. 

Cherry sai para buscar Lana na escola. Ao chegar lá, a filha corre em sua direção e lhe abraça. E as duas permanecem assim por alguns minutos. O celular de Cherry toca novamente, é um número desconhecido. O medo de uma notícia ruim faz com que sua vista fique embaçada pelas lágrimas. Ela tenta começar a conversa, mas sua voz embargada dificultando tudo. A voz do outro lado da linha é de um policial. 

"Senhora Bieber?" 

"Sim, é ela." A voz sai fraca. 

"Eu não tenho outro modo de dar essa notícia, mas você precisa ser forte. Seu marido foi um dos primeiros encontrados em baixo dos escombros das Torres Gêmeas. Infelizmente ele está morto e a senhora precisa reconhecer o corpo." 

A notícia chega como um balde de água fria e o choro finalmente se liberta. Imaginar que nunca mais poderia receber um abraço confortante de Justin era o fim. Ao ver o desespero da mãe, Lana chora ainda mais. Ela sabe que aconteceu alguma coisa com seu pai. O sonho desta manhã fora muito real.

"Senhora Bieber?" O policial a chama novamente, ela nem lembrava que estava com alguém na linha. "Quando você pode vir?"

"Eu vou o mais rápido possível, obrigada." 

"Estarei aguardando." A ligação é encerrada. 

Na escola as professoras ficaram comovidas com o acontecido, e se ofereceram para ajudar no que fosse preciso. Mas ela só queria sumir e decidiu voltar pra casa. Agora ela tem que pensar na filha, ela só tem a mãe agora. Sem parentes próximos, ela deixa Lana com a vizinha enquanto vai até Justin. 

Chegando ao local, o policial que fez a ligação a recebe e explica como tudo aconteceu. Ele está encarregado de informar as famílias sobre os mortos e sobreviventes. Justin estava do lado de fora do edifício, e foi atingido pelos escombros, sua moto ficou destruída. 

No dia seguinte, ela não tem ânimo para sair da cama. Lana passou essa noite com ela, a pequena demorou muito até pegar no sono. Já Cherry não pregou o olho, pois passou a noite velando o sono da filha. 

Ela, enfim, levanta-se e se arruma para o enterro. Tudo na casa lembra Justin, continuar a viver ali vai ser mais difícil que ela imagina. Ela prepara o café da manhã para Lana, já que a vontade de comer sumiu completamente. A condução para chegar ao cemitério demora mais de meia hora. 

A cerimônia é rápida e simples. Afinal é só ela, a filha e o padre. Lana chora em silêncio abraçada a mãe até que pega no sono. Ao final da cerimônia o padre se retira, deixam as duas ali sozinhas. Assim como será daqui para frente. 



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