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História Élise e Arno - A História Nunca Contada - Voltando para casa


Escrita por: Lady_Kitana

Notas do Autor


Mais um capítulo pra vcs. Espero que gostem☺

Capítulo 13 - Voltando para casa


Arno

   Quando cheguei em casa, já passava de uma da tarde. Entrei de fininho pela porta dos fundos e subi as escadas procurando não fazer barulho algum. Quando cheguei ao corredor dos quartos, a porta do quarto de Élise abriu. Felizmente, era uma criada com um cesto de roupas na mão. Ela seguiu a diante e nem olhou na direção de onde eu estava. Quando coloquei as mãos na maçaneta da pora do meu quarto, sinto uma mão pesada em meu ombro. Provavelmente era Olivier que já vinha me pedir para fazer alguma coisa, mas a voz que falou comigo provou o contrário.

- Onde você estava? - falou. Merda, eu sabia exatamente quem era o dono daquela voz. Quando me virei para encarar o sujeito, minhas suspeitas foram confirmadas.

- Monsieur De la Serre! - minha voz saiu um pouco assustada.

- Arno. - ele disse me analisando. - Onde você estava? - ele voltou a perguntar.

- Eu...Ah...eu fui dar um passeio na cidade. - falei tentando soar o mais natural possível.

- Por duas semanas?  - ele ergueu uma sobrancelha.

- Ah...bom...

- Você estava com a Élise? - ele me interrompeu. Sua voz ficou mais séria. Droga, como ele descobriu?

- Ah... - comecei a pensar em uma resposta.

- Não minta para mim. - ele me encarava.

- Err...Sim, eu... eu estava com ela. - gaguejei e fiquei olhando a reação dele.

- O que vocês estavam fazendo por esse tempo todo? - ele continuava a me encarar. Eu não podia dizer o que realmente estava acontecendo entre nós. Então tentei uma última saída. Lancei meu olhar mais inocente possível para ele.

- Eu estava fazendo companhia para ela, monsieur. A coitadinha estava desesperada, estava com medo de como seriam as coisas lá, então fiquei lá com ela até ela se acostumar. É  o que qualquer irmão faria. - gesticulei abrindo os braços e dando um sorriso despreocupado.

- Bem, de qualquer modo, isso que você fez foi muito arriscado. Você teve muita sorte de ninguém te ver. Eu espero que isso não aconteça de novo. - ele saiu andando pelo corredor.

   Sei que isso não é um bom motivo para ter orgulho mas...eu sou um ótimo mentiroso. Ou talvez o monsieur De la Serre é inocente ou burro de mais.

   Afastei esses pensamentos e entrei para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Eu suspirei e escorreguei para o chão. Fiquei sentado ali olha do pela janela a tarde toda. Fiz de tudo para não pensar em Élise, mas confesso que não consegui. Passei a noite em claro pensando nela e quando dei por mim, percebi que eu estava chorando. Essa era uma coisa que eu não fazia a muito tempo. Mas Élise era tudo para mim, eu havia me acostumado com a presença dela pela casa, com o brilho dela, com a sua voz. Tudo naquela casa me lembrava Élise.

   Naquela noite, fui até o quarto dela, tranquei a porta e fiquei lá, procurando algo que ela tivesse deixado para trás. Com sorte, achei uma blusa no fundo de sua gaveta, a blusa tinha o cheiro dela. Me deitei na cama e enterrei meu rosto na blusa. Infelizmente, aquilo não chegava nem perto de me fazer acreditar que Élise estava ali ainda, que ela não tinha ido em bora. Isso só fez minha angústia aumentar ainda mais.


Élise

Já se passaram 10 meses desde que Arno voltou para casa. Cada dia tem sido pior que o outro e cada noite tem sido mais longa, mais vazia, mais triste. Sem Arno por perto, meu mundo havia sido coberto por escuridão. Não havia uma luz sequer. Sempre trocávamos cartas mas nunca escreviamos sobre o nosso relacionamento, tínhamos medo de que elas caíssem em mãos erradas e alguém acabasse descobrindo sobre nós.

   Cada tentativa minha de ser expulsa daquela escola, era sempre em vão. Outro dia, eu peguei Joana pelo cabelo e enfiei sua cara dentro da panela de sopa que havia na mesa de jantar. Ela não havia me provocado, eu fiz isso apenas por diversão. E adivinhe só? Tudo que levei foi uma bronca. Mas eu tenho um truque na manga. Suspeito que ela tem um caso com o jardineiro, que tem idade para ser filho dela. Imagina so se todos soubessem desse segredinho? Isso com certeza vai ser o meu passe de saída para fora desse inferno.

   Estava perto do Natal e eu ja começava a me perguntar se meu pai havia se esquecido de mim. Ele dificilmente me escrevia ou vinha me visitar. O único que me visitava com frequência era o Sr. Weatherall. Hoje ele veio me visitar novamente e me trouxe notícias que me deixaram com mais vontade ainda de sair de lá.

   Quando minha mãe ainda era viva, ela e eu saímos para fazer compras na cidade. Quando voltávamos para a nossa carruagem, já estava escuro e no caminho, sofremos um ataque. Dois homens apareceram e nos cercaram. Eles queriam matar a minha mãe, porém, eles não sabiam das habilidades de luta que minha mãe possuía, até aquele dia, eu mal fazia idéia de que ela sabia lutar. Minha mãe conseguiu matar os dois sem fazer muito esforço, mas isso deixou todos da ordem preocupados. O Sr. Weatherall começou a investigar quem foi o verdadeiro mandante daquele crime. E hoje, ele me trouxe notícias de que finalmente, tinha conseguido postas sobre o paradeiro do canalha.

   Na primeira oportunidade que eu tivesse, eu iria atrás desse homem. O Sr. Weatherall disse para eu não me envolver nisso e que ele vai resolver sozinho. Mas é claro que eu não vou escuta-lo.

   Uma batida na porta acaba me assustando.

- Senhorita De la Serre? - era a voz da chata da Madame Levene.

- Sim? - respondi abrindo a porta.

- Arrume suas malas. Seu pai vai mandar uma carruagem para te pegar. A senhorita vai passar o Natal com ele. - ela me diz, fazendo uma cara de quem comeu e não gostou.

- Perfeito. - Por dentro eu estava gritando feito uma louca, de tanta felicidade. - Quando a carruagem chega? - perguntei tentando me conter.

- Amanhã de manhã. Virei chama-la. - ela se vira e vai embora.

   Eu fecho a porta do quarto e começo a dançar enquanto começo a arrumar minhas coisas. Finalmente depois de tanto tempo, eu vou poder vê-lo.




Arno


- Olivier, os cavalos serão responsabilidade sua até que eu arranje um novo cocheiro. - Monsieur De la Serre falou para Olivier. - Volto mais tarde. Tenho negócios para resolver na cidade.

   Eu estava sentado em um banco no jardim,  como sempre, pensando na Élise. Eu já estava pensando seriamente em fugir so para poder vê-la novamente, mas fiquei com medo dela se encrencar. Felizmente, depois de muito esforço, consegui convencer o Monsieur De la Serre de pedir que Élise fosse liberada para passar o Natal conosco. Ele não me disse quando ela viria. Mas a cada dia que passava, eu sabia que estava mais perto para mim encontra-la.

- Arno?  - Olivier me gritou. - Venha cá.

- O que houve Olivier? - perguntei me aproximando.

- Olha, eu preciso que você dê comida e água para os cavalos. Tenho uns assuntos para resolver lá dentro. - ele me deu um balde com ração e saiu andando.

   Eu sabia exatamente que "assuntos" eram esses. Madeleine e Olivier assumiram  um relacionamento poucos dias depois da minha volta, e os dois adoravam "tratar de assuntos" pelos cantos da casa. Eu já perdi a conta do número de vezes que os surpreendi "tratando de assuntos" na dispensa, nos estábulos, a noite no jardim, e uma vez tive o desprazer de pega-los no tapete do meu quarto. Pelo menos, cheguei antes que eles inventassem de subir na minha cama.

- Olivier? - gritei e ele se virou. - Fiquem longe do meu quarto. - brinquei e acenei. Olivier fez cara feia e retribuiu meu aceno me mostrando um dedo. Assim que Olivier se virou e também retribuí o dedo.

- Mas que modos são esses Arno? - uma voz familiar me surpreende.

   Quando me viro, dou de cara com o Sr. Weatherall.

- Olha, quem começou foi ele. - falei tentando justificar

- Sei, sei. O François está? - ele pergunta

- Não. Ele foi na cidade. Acho que so volta mais tarde. - falei indo em direção aos estábulos.

- Tudo bem. Vou colocar minhas coisas em um quarto de hóspedes. - ele saiu andando

- Cuidado para não ter nenhuma surpresa desagradável. - falei me lembrando que Olivier estava lá dentro com Madeleine. O Sr Weatherall olhou para mim um pouco confuso e foi andando para a mansão. Provavelmente ele não entendeu a minha piada.

  

  


Notas Finais


Espero que tenham gostado. 😘❤


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