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História Élise e Arno - A História Nunca Contada - Doce Amor


Escrita por: Lady_Kitana

Notas do Autor


Segundo capítulo da história pessoal. Espero que gostem ; )

Capítulo 2 - Doce Amor


Fanfic / Fanfiction Élise e Arno - A História Nunca Contada - Doce Amor

  Quatro anos haviam se passado e Élise e Arno ja não eram mais crianças. Ambos cresceram juntos como irmãos,  porém sabiam que não eram.

- Você está muito devagar hoje. - Élise gritou para Arno enquanto corria

- Nada disso, você só está em uma melhor forma que eu - Arno disse ofegante enquanto perseguia Élise pelos campos gramados.

- Ha! Você diz isso como se estivesse acima do peso. Vamos mostre essa barriguinha. - Élise o provocou

- Não vou mostrar minha barriga para você Élise De la Serre. - Arno falou se virando. - Terá que me pegar primeiro! - e com isso Arno saiu correndo pela campina desta vez Élise o perseguia.

- Assim está fácil demais. Eu vou te pegar mais rápido do que imagina!

   Conforme eles cresciam iam se aproximando cada vez mais. Élise não sabia explicar o porque mas estava começando a sentir algo a mais por Arno,  um sentimento maior que amizade estava crescendo naquele coração. E por mais que ela odiasse adimitir, ela gostava de ver a barriga de Arno, não só a barriga, mas também sentia algo diferente quando o via com pouca roupa. Ela gostava de admirar o corpo de Arno. O fato de terem sido  criados juntos, fez com que eles já tivessem se visto de roupas íntimas várias vezes, e até mesmo sem elas.

   Arno também admirava Élise, porém assim como ela, ele não gostava de adimitir isso. Diferente de Élise,  Arno tinha certeza de seus sentimentos por ela. Mas tinha medo de dizer isso para ela e ela não reagir bem a isso, ou até pior, tinha medo  da resposta, e isso acabar comprometendo a amizade entre eles.

- Já estou te alcançando - Élise disse o ameaçando. E Arno começou a correr um pouco mais rápido.

- Você não vai conseguir me pegar Élise. Eu sou muito mais rápido que você. - Ele continuou a correr e não muito tempo depois, Élise pulou em suas costas, o que os fez cair.

   Élise e Arno tombaram no chão enquanto davam gargalhadas. Arno amorteceu a queda enquanto Élise continuavaem suas costas.

- Arno? Você ainda está vivo?  - Élise perguntou saindo de cima de Arno para que ele pudesse se levantar. Arno se virou mas continuou deitado de barriga pra cima. - Oque foi? - Ela disse o sacudindo.

- É tão bom passar o tempo com você Élise.  - Ele sorriu e se virou para onde Élise estava. Ele pegou a mão de Élise que agora estava sentada ao seu lado - Você alegra o meu dia.

- Também penso o mesmo à seu respeito Arno. Sabe... - Ela fez uma pausa, engoliu em seco e continuou - faz algum tempo que percebi isso. Mas nunca tive coragem para te contar. - Élise parou por um breve momento e pensou se aquilo era o certo a se fazer. Mas é claro que Élise De la Serre,  a garotinha que sempre falava tudo que pensava não iria deixar de dizer isso. Era mais forte que ela. Tudo isso era.

- Pode falar Élise? - Arno se levantou e sentou ao lado Élise. Ele colocou uma mecha solta do cabelo de Élise atrás da orelha.

- Arno, eu... eu... er...

- Élise?  Você está hesitando em falar alguma coisa? Oque deu em você?

- Arno eu te amo. Você sempre foi como um irmão para mim e o meu melhor amigo, porém com o passar do tempo o meu amor por você foi se transformando. Eu não quero ter você só como amigo... quero algo mais. - as palavras começaram a sair da boca de Élise descontroladamente como sempre acontecia.

   Élise sempre dizia tudo que pensava e sempre era sincera. Mas desta vez ela tinha medo que isso prejudicasse a sua amizade com Arno.

- Eu amo você Arno, mas acima de tudo amo a nossa amizade. E sim eu quero ter algo com você.  As vezes olho para o futuro e nos imagino casados, fazendo piquenique na lago beira do lago com nossos filhos e... - Arno colocou um dos dedos na boca de Élise.

   Em seguida ele se inclinou para frente e a beijou. No começo Élise ficou em choque e não reagiu. Ela não esperava aquilo. Arno ficou parado imóvel com seus lábios colados nos de Élise esperando que ela tivesse alguma reação.

   Após absorver o choque, Élise retribuiu o beijo, que começou suave e tímido,  mas  logo depois ficou selvagem e apaixonado. Élise entrelaçou os dedos no cabelo de Arno e o puxou para mais perto. Arno segurou suavemente a nuca de Élise, para dar mais firmeza no beijo. E colocou seu outro braço em volta da cintura de Élise, de modo que assim ficaram ainda mais próximos um do outro.

   O beijo foi longo e apaixonado. Quando pararam de se beijar, ambos estavam ofegantes. Élise estava sentada no colo de Arno - nem ela mesma sabia como ela foi  parar ali. Arno estava com um sorriso enorme no rosto e isso fez Élise corar.

   Élise tinha acabado de descobrir que Arno também sentia o mesmo por ela. Aquele beijo tinha sido a resposta que ela precisava. E Arno que sempre foi apaixonado por Élise, tinha acabado de dizer para ela tudo que sentia. Não com palavras,  mas com um beijo. Um beijo que esclareceu todas as dúvidas que eles tinham sobre seus sentimentos. Um beijo que colocou para fora a paixão que existia dentro deles e acabou despertando todo o amor que sentiam um pelo outro.

   Élise percebendo onde estava, acabou se envergonhando da situação e levantou rapidamente. O que fez com que Arno levantasse logo atrás. Ele abraçou Élise.

- Sempre sonhei com este dia Élise. O dia que finalmente te beijei de verdade, do jeito que sempre quis te beijar. - Ele sorriu e deu um beijo suave nos lábios dela.

- Eu também Arno. Mas tenho que ir agora. Papai tinha dito que queria falar comigo antes de sairmos, eu disse para ele que não iria demorar. Nos vemos mais tarde Arno. - Élise se desvencilhou do abraço de Arno e foi correndo para casa.

   Arno se sentou novamente na grama confuso. " Oque fez Élise correr assim? Sera que ela não gostou do beijo? Será que ela não gostou de eu ter a beijado assim tão de repente? " - ele pensou. Apesar da insegurança que ele sentia sobre a reação de Élise,  ele estava feliz por ter a beijado. Arno sonhou com aquele momento desde que seus sentimentos por Élise ficaram claros. Deixando os pensamentos de lado, Arno voltou a se deitar na grama e acabou cochilando.

   Quando ele acordou, o sol ja estava se pondo e não havia nenhum sinal de Élise por perto. Ele levantou meio tonto por causa do sono e foi caminhando em direção a mansão dos De la Serre. Ele queria ver Élise, estava preocupado com o fato de que Élise podia não ter gostado da sua atitude de tê-la beijado tão inesperadamente.

   Quando Arno entrou na casa, a sala de estar estava vazia, nem mesmo os criados da casa estavam ali. Ele deu uma rápida espiada na cozinha, onde Madeleine estava sozinha preparando o jantar. Arno decidiu investigar o segundo andar, subindo as escadas ele conseguiu ouvir uma discussão que vinha do quarto de François. Aquela era a voz inconfundível de Élise quando estava brava com alguma coisa, e a julgar pelo seu tom de voz, ela parecia estar chorando.

- Deve haver outra solução - ela berrou - não pode fazer isso comigo papai,  ja sou grande o bastante para decidir o que eu quero - ela falou chorando.

- Ja está decidido Élise. A carruagem vem busca-la daqui à dois dias.

- Não! Não pode ser. - Élise parecia inconsolável. - porque está fazendo isso comigo? Eu não vou conseguir ficar longe daqui. E Arno... - ela fez uma pausa - oque ele vai dizer.

- É para o seu bem Élise. O assunto está encerrado. - François disse com uma voz firme.

   Espiando pelo buraco da fechadura,  Arno não conseguiu ver nada mais que uma poltrona vermelha que ficava em frente à porta no quarto de Élise. Após segundos depois da discussão ter cessado, Arno viu François indo em direção à porta, oque o seu tempo de correr para o seu quarto antes que François o visse.

   Ele rapidamente pegou um livro e sentou em sua cama fingindo estar lendo, para o caso de François resolver entrar para ver Arno,  oque não aconteceu.

   Minutos depois, a porta do quarto se abre e um emaranhado cabelos ruivos cruza a porta com as mãos no rosto. Élise pulou na cama e começou a chorar incontrolavelmente.

- Oque houve Élise? - Arno perguntou tentando a acalmar. - Porque está assim?

- Meu pai - ela disse soluçando - ele quer me mandar para longe. Quer me tirar daqui - Ela disse entre soluços

- Não estou entendendo Élise. Porque ele quer fazer isso? Me explique melhor. Tente se acalmar. - ele abraçou Élise, que aproveitando a oportunidade,  aninhou sua cabeça no ombro de Arno e chorou ainda mais.

- Ele... ele quer me mandar para uma escola, um internato na verdade. Uma tal de Maison Royale de Saint Louis. Ele disse que preciso ir para la - ela esfregou os olhos - para poder concluir meus estudos e aprender boas maneiras. - ela voltou a chorar.

- Eu não posso acreditar. - Arno estava chocado.

- Ele disse que irei precisar disso no futuro. - ela assoou o nariz na gola da blusa de Arno.

- Ei! Essa blusa é nova - ele resmungou.

- Cale a boca! Não ve que estou com problemas? - ela levantou a cabeça e fitou os olhos de castanhos de Arno.

- Não sei porque seu pai quer te mandar para lá. Ele mesmo diz que você é a filha que ele sempre quis ter e agora quer te mandar para uma escola de boas maneiras. Vou tentar conversar com ele. Eu não quero que você vá Élise. - uma lágrima caiu dos olhos dele. - Não quero ficar longe de você - ele falou enquanto enrolava um cacho do cabelo dela.

- Também não quero ir. Não vou aguentar ficar longe de você. Muito menos agora que... - ela esfregou os olhos - que estamos começando nos entender de outro jeito. Você sabe oque quero dizer Arno. - ela voltou a aninhar sua cabeça no ombro dele. - Não quero ir, não sem você.

- Então eu vou junto. Vou estudar la com você. - Ele disse decidido. Élise sorriu

- Mal posso esperar para ver você de vestido e salto.

- Não estou entendendo Élise. 

- Ai Arno,  a Maison Royale é uma escola para meninas. - ele se entristeceu. - Nem eu gosto de usar essas coisas, você sabe.

- Nem me lembro quando foi a última vez que te vi usar um  vestido. - Ele disse brincalhão  - Não sei oque vou fazer sem você para iluminar o meu dia.

- Eu não vou conseguir sobreviver a um dia sequer lá naquele lugar. - Élise levantou a cabeça e com um pulo, se levantou da cama. - Se eu for para aquele lugar, eu estou motivada a transformar o dia de todos naquele lugar em um verdadeiro inferno. Até que eu seja expulsa. - ela colocou as mãos nos quadris. - E você sabe que nada me fará mudar de idéia. - Ele sorriu

- Se Élise De la Serre falou, quem sou eu para a contrariar?  - Arno disse brincalhão. - Então você vai para lá? 

- Se eu não conseguir fazer nada a respeito disso, sim eu terei que ir. Mas vou transformar a vida de todos em um verdadeiro inferno.

- Vou sentir sua falta Élise. Meus dias sem você jamais serão os mesmos. Prometo que vou tentar fugir e ir te ver sempre que eu puder. - Ele falou levanando da cama.

- É melhor não, é muito perigoso. Soube que a segurança lá é alta. Eles não deixam desconhecidos entrar.

- Está falando com o garoto que te ajudou a roubar maçãs no Palácio de Versalhes. Uns guardinhas não são páreos para mim. - Ele sorriu e se aproximou de Élise. Agora eles estavam cara a cara.

- Papai me disse que poderei visita-los em alguns feriados. - ela abraçou Arno e encostou a cabeça em seu peito, ouvindo os batimentos suaves de seu coração. - Vou sentir falta disso.

- Eu também vou. - Arno começou a acariciar o cabelo de Élise. - Eu te amo Élise. Sempre amei. - ele a abraçou forte e Élise retribuiu o abraço.

Ela se inclinou e o beijou timidamente nos lábios. Arno sorridente, retribuiu o beijo e levou suas mãos até a cintura de Élise, que timidamente, entrelaçou seus braços ao redor do pescoço de Arno.

   O beijo foi lento e apaixonado, Arno acariciava timidamente a língua de Élise com a sua. Élise, sem perceber, colocou uma de suas mãos no bumbum de Arno,  que percebeu oque Élise estava fazendo,  porém não se importou.  Ele apenas continuou a beijando com a mesma paixão e desejo que sentia. Suas línguas se entrelaçavam com uma paixão e desejo ardente.

   Arno, sem conseguir controlar suas emoções,  começou a abrir o botões da blusa de Élise, que no mesmo instante o empurrou para a cama e caiu por cima dele. Eles continuaram a se beijar e Élise desabotoou delicadamente a blusa de Arno, até que ela estava aberta e então ela a tirou.

   Élise plantou vários beijos delicados pelo peito e barriga de Arno, que começou a sentir algo queimando dentro dele, um desejo ardente e inexplicável que havia começado no momento em que começaram a se beijar minutos atrás, mas que estava aumentando agora. Aumentando em um nível que ele nunca havia sentido antes.

- Élise - ele suspirou - Eu te amo tanto. - disse acariciando o cabelo ruivo dela, que sempre estava preso em duas mechas para trás, porém as pontas cacheadas sempre ficavam soltas.

   Ela voltou sua atenção para a boca de Arno e voltou a beija-lo apaixonadamente. Arno voltou a desabotoar a blusa bege de seda que Élise usava, quando ele começou à deslizar a blusa pelo ombro de Élise , alguém abriu a porta do quarto, os surpreendendo.

   Para a sorte dos dois, não era François, mas sim Madeleine. Que fez a expressão de quem acabou de ver um fantasma quando olhou para a cama e viu os dois ali.

- Madeleine! - Os dois gritaram em uníssono e com um sobressalto, se sentaram na cama. Élise começou a abotoar a blusa rapidamente, não conseguindo conter a vergonha de ter sido pega em tal situação.

- O... O... - Madeleine gaguejou desconcertada. - O jantar está pronto. - Com isso ela se virou rapidamente e fechou a porta atrás de si.

- É melhor eu ir Arno. - Élise falou desconcertada terminando de abotorar a blusa. - E se Madeleine disser para o meu pai oque viu? Estaremos encrencados. - Ela levantou rapidamente da cama. Arno segurou seu braço.

- Por favor Élise, não vá agora. Fique aqui comigo - ele implorou.

- Acredite, eu bem que queria - ela falou sentando na cama  perto de Arno - mas se demorarmos à descer,  meu pai pode subir aqui para ver o porque estamos demorando, e isso com certeza será bem pior. - ela se levantou puxando Arno. - Vamos descer.

- Tudo bem Élise. - Arno concordou pegando sua camisa e deu mais um beijo em Élise. Ele vestiu sua camisa e os dois desceram para a sala de jantar.

      Os dois chegaram na sala de jantar ao mesmo tempo, François olhou para os dois de soslaio antes de começar a falar.

- Já imagino porque demoraram tanto assim para descer. - ele comentou. - Se Madeleine não fosse os chamar estariam até agora fazendo Deus sabe oque. -

   O comentário de François fez Élise e Arno olharem desconfiados para Madeleine,  que por sinal, também estava olhando para eles, o que os fez desviar o olhar rapidamente.

- Provavelmente Élise foi te contar a novidade. - ele continuou - Ela parte depois de amanhã.

- Com licença monsieur De la Serre - Arno se dirigiu a ele - não à nada que possa fazer-lo mudar de idéia sobre este assunto?  - Arno perguntou inquieto - Não quero ficar tanto tempo longe de Élise. Acho que nenhum de nós suportaria. Afinal, essa casa jamais será a mesma coisa sem ela.

- Sinto muito Arno,  mas isso é uma coisa que já está decidida. Isto é para o bem de Élise,  por mais que ela não veja isso agora, porém no futuro ela saberá que foi necessário. - Arno olhou para Élise entristecido

- Eu... eu compreendo monsieur. - Arno disse, a voz saiu quase um sussurro e só quem estava perto dele conseguiu escutar-lo. Ele segurou a mão de Élise por baixo da mesa.

- Sem mais perguntas sobre isso. Este assunto está encerrado. Comam logo antes que a comida esfrie ainda mais. - François disse isso e começou a encher seu prato de carne.

   Élise pegou apenas um pedaço e mesmo assim, não conseguiu come-lo todo e Arno acabou terminando de comer o pedaço para ela.

- Élise,  você precisa comer - Arno sussurrou preocupado no ouvido dela.

- Não estou com fome - e com isso ela se levantou. - Com licença, não estou me sentindo muito bem. - e saiu da sala de jantar.

- Élise oque foi? - Arno perguntou mas não obteve resposta.

- Deixe ela. - François falou - Ela está assim porque não quer ir para a Maison Royale.

- Se me permite dizer monsieur,  não acho justo obriga-la a isso. - Arno comentou de cabeça baixa

- É para o bem dela, mais tarde ela irá me agradecer por isso. Além do mais, Élise precisa aprender umas boas maneiras. Ela não se comporta como uma menina da idade dela. 

- Élise tem seu jeito próprio, monsieur. E acredito que uma escola de boas maneiras não fará ela mudar.

- Sabe Arno, - François sorriu - Élise esta cada dia mais parecida com a mãe. Tanto na personalidade, quanto na aparência. Tenho muito orgulho dela, porém ela precisa saber se comportar em certas ocasiões. Por isso estou a mandando para esta escola. - Arno assentiu.

- Pelo menos poderei visita-la? - ele perguntou

- Receio que não. Uma visita na Maison Royale precisa ser organizada e marcada com meses de antecedência. Mesmo assim eles somente tutores ou os pais das alunas tem permissão para vê-las. Terá que esperar até o feriado de ações de graças, que será quando ela virá passar alguns dias conosco.

Arno apenas assentiu calado, se entristecendo com oque acabara de escutar.

- Com licença Arno - François se retirou da sala e logo em seguida, Arno também se levantou.

   Madeleine estava parada ao lado da porta que dava para o salão interno da casa, onde ficava escada que dava acesso ao segundo andar da mansão. Quando Arno passou por ali, Madeleine pigarreou, o que fez Arno parar e se virar para ela.

- Está sentindo algum incômodo na garganta Madeleine? - ele perguntou e Madeleine não disse nada. - É melhor tomar cuidado. Sugiro que procure um médico antes que seu problema vire uma tuberculose. Você sabe, é uma doença sem volta. - Arno disse brincalhão e fazendo uma mesura, se virou em direção à porta e a abriu.

   Passando pelo grande salão da casa, Arno se dirigiu em direção à escada que levava ao segundo andar. Aquele salão o fazia lembra de sua antiga casa. Das poucas lembranças que ele tinha de sua antiga casa, nenhuma envolvia sua mãe. As vezes ele se perguntava se a veria de novo ou se ela ainda estaria viva.

   O pai de Arno, assim como François, também pertencia a classe da nobreza, porém ele mal tinha tempo de aproveitar os luxos que tinha direito.

      Arno muitas vezes se recordava de seu pai se ausentando por várias semanas e até meses. Ele fora criado por Clarisse, uma empregada da casa que cuidava dele desde que sua mãe sumiu, segundo oque seu pai o disse, a mãe de Arno acabou se aborrencedo devido as ausências constantes do marido e acabou os abandonando antes de Arno completar seu segundo ano de vida.

   Flashs de memória com seu pai chegando em casa ferido e Clarisse limpando seus machucados,  passavam pela mente de Arno, que nunca entendia o porque de seu pai chegar em casa daquele jeito. Arno nunca soube oque causava aqueles ferimentos em seu pai. Sempre que ele perguntava, Charles mudava de assunto e como Arno era apenas uma criança, acabava se deixando levar e esquecia o assunto.

   Preocupado com Élise,  ele subiu rapidamente a escada que dava para o segundo andar, e após passar por mais uma porta ele já estava no corredor dos quartos.

   Ele parou em frente a porta do quarto e Élise e hesitou. Ele não sabia ao certo se ela queria ficar sozinha naquele momento, mas como Élise sempre gostava da companhia de Arno e raramente o expulsava para fora de seu quarto quando estava brava com algo, ele resolveu bater.

- Élise? - ele falou enquanto dava duas batidas na porta - Eu posso entrar? 

   Élise não disso nada, apenas abriu a porta. Ela já estava com seu pijama, o que fez Arno perceber que ela já estava se preparando para dormir.

- Não quero atrapalhar. Apenas vim ver se você está bem. - ele tirou uma mecha de cabelo da frente do olho de Élise.

- E eu pareço estar bem? - ela respondeu baixo. - Arno, a última coisa que eu estou nesse momento é bem.

- Ei. - Arno disse levantando o queixo de Élise para que ele pudesse ver melhor o rosto dela - Você sabe que pode contar comigo para tudo Élise. Eu sempre estarei disposto a te ajudar. Você está assim por  causa do que seu pai disse na hora do jantar?

Ela apenas assentiu

- Não fiquei assim - Arno falou  a abraçando. - em breve você irá me ver jogando pedras na janela de seu quarto na Maison Royale. Sabe que eu não conseguiria ficar tanto tempo longe de você.

- Arno, eu agradeço tudo que você está fazendo, mas seria quase impossível você ir me visitar naquela escola. Acha que meu pai não iria notar a sua ausência?  Não quero que se arrisque tanto assim. Além do mais levam várias horas de viagem até Maison Royale. Você levaria quase um dia inteiro só para chegar lá. - Élise se desvencilhou do abraço de Arno e agarrou em seu braço. - Entre, daqui a pouco meu pai irá dormir e passará por aqui. Se ele nos ver conversando até uma hora dessas ele vai surtar. - Ela puxou Arno para dentro do quarto e fechou a porta logo em seguida. - Vamos para longe da porta para meu pai não ouvir nossas vozes.

   Elise o puxou até o canto mais longe da porta e eles se sentaram para conversar ali no chão mesmo.

- Eu não ligo para nada disso Élise. Vou ver você sempre,  nem que para isso eu tenha que nadar até o outro continente. - ele segurou a mão de Élise e olhou no fundo de seus olhos. - E não adianta tentar me impedir. - ele beijou a mão dela. E Élise sorriu - E quando eu chegar lá, quero ouvir histórias sobre as pessoas que infernizou. - Élise se sentiu melhor e deixou a tristeza de lado.

- Tudo bem. - ela disse com um sorriso enorme no rosto. - Obrigado por me fazer sorrir. Você é o único que consegue fazer isso. Os dias em que eu não puder te ver, serão os mais tediosos da a minha vida. - Ela encostou a cabeça no ombro de Arno. Ambos estavam sentados em frente à grande janela que havia no quarto de Élise. As cortinas estavam abertas e isso fazia com que a luz da lua refletisse sobre a pele deles.

   Fitando o jardim escuro lá fora, Élise se perguntava quando veria aquela vista novamente, quando poderia passar a noite acordada conversando com Arno sob a luz da lua, como sempre faziam quando algum tinha um problema ou quando simplesmente estavam sem sono. Arno abraçou Élise e a beijou delicadamente no rosto.

- Tudo vai ficar bem Élise, você vai ver. Quando menos esperar você já estará em casa novamente.

- É o que eu espero. - ela suspirou.

- Eu te amo Élise. - Arno sussurrou enquanto olhava para o reflexo dela na janela. A luz da lua deixava a pele de Élise mais pálida que o normal, o que fazia com que seus cabelos ruivos e olhos azuis se destacassem ainda mais.

   Élise se virou para Arno, que estava olhando fixamente para a janela. Ela chegou mais perto dele e então o abraçou. Arno retribuindo o abraço, voltou sua atenção para Élise,  que repousava suavemente a cabeça em seu peito.

- Você fica tão linda á luz da lua. - ele passou a mão por seus cabelos ruivos e os cachos se enrolaram em seus dedos. Élise suspirou

- Você também Arno... você também - Ela murmurou sonolenta e Arno se levantou com Élise em seus braços.

- O que está fazendo? - ela disse despertando

- Estou colocando você para dormir - Arno disse enquanto andava em direção à cama dela.

- Eu não sou uma criança,  Arno! Me ponha no chão. - ela resmungou se debatendo, porém, Arno não a obedeceu.

- Élise? - ele a chamou fazendo com que ela voltasse sua atenção para ele.

- Oque foi? - ela parou de se debater e fitou os olhos de Arno. E então ele a beijou. A beijou calma e delicadamente, enquanto a segurava em seus braços feliz por tê-la ali com ele, o amando e o querendo.

   Élise soltou o cabelo de Arno, que ficava preso em um rabo de cavalo, fazendo os fios castanhos cairem soltos sobre os ombros dele. As pontas do cabelo dele roçavam o rosto de Élise a fazendo sentir cócegas no nariz. Ela passeou com os dedos pelo cabelo dele, ela amava fazer isso.

   Arno voltou a caminhar em direção á cama de Élise até que esbarrou no colchão com seus joelhos. Ele continuou parado ali até o beijo acabar. Quando o beijo acabou, Arno colocou Élise em cima da cama e a cobriu. Ele sentou ao seu lado.

- Amanhã iremos passar o dia juntos, pois infelizmente não poderemos fazer isso por um longo tempo. - Arno disse meio triste enquanto dava um beijo na testa de Élise.

- Está combinado - ela sorriu. Arno levantou da cama e se abaixou para beija-la mais uma vez antes de sair.

- Boa noite meu amor. - ele sussurrou e depoistou um suave beijo em seus lábios.

- Boa noite - Élise respondeu sorrindo e puxando as pontas do cabelo dele. - Até amanhã.

- Até amanhã - ele disss andando na direção da porta. Élise sorrindo, fechou os olhos sonolenta e logo assim adormeceu.

   Assim que Arno saiu do quarto de Élise e se virou  caminhando em direção ao seu quarto que ficava logo ali ao lado, ele deu de cara com Madeleine passando no corredor. Ela olhou para ele,  em seguida para o quarto de Élise e voltou a olha-lo novamente, desta vez Arno sentiu que ela estava reparando em sua aparência - cabelos soltos e bagunçados, roupa amarrotada, descalço...

- Madeleine. - Arno a cumprimentou para romper o silêncio. Ela o olhava espantada, com a mesma cara que havia feito mais cedo antes do jantar, quando os havia pego naquela situação constrangedora.

   Madeleine não respondeu. No lugar disso ela permaneceu parada ali, olhando para Arno de cima a baixo, sem mudar de expressão. Confuso e com um pouquinho de medo do que Madeleine pudesse fazer, ele caminhou rapidamente para seu quarto e antes de entrar, deu mais uma olhada no corredor para ver se Madeleine ainda estava ali. E ela estava. Ela permanecia parada olhando para ele, e Arno rapidamente entrou em seu quarto e fechou a porta, a trancando logo em seguida.

   Quando Arno entrou em seu quarto, ele foi direto para a cama. Após se deitar, ele não conseguiu dormir. Ficou em Élise e nas coisas boas que tinham acontecido com eles nos últimos dias. O fato de Élise estar indo para aquele internato, estava deixando Arno triste. Quando ele percebeu, estava chorando. A última vez que Arno chorou foi á sete anos atrás, quando seu pai morreu. Desde então, ele nunca mais chorou. Nem mesmo a morte de Julie o fez chorar, não como ele estava chorando agora. Ele não podia suportar a ideia de ficar longe de Élise tanto tempo assim, então naquela noite, ele bolou um plano. Um plano que ele pretendia por em prática assim que ela partisse.

  
   


Notas Finais


Sei que a história pode estar meio chata, mas no próximo capítulo ela vai melhorar. Os primeiros capítulos foram só para entrar na história, essas coisas. Já estou postando o terceiro capítulo aí. Obrigado por lerem! Espero que estejam gostando.


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