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História Elmarf - Real Oracle


Escrita por: Ersj

Notas do Autor


No capítulo anterior, Fernanda procura com raiva a pessoa que mexeu em seu guarda-roupas e Manuela revela por flashbacks que ela deixou que Rafaela e os outros fugissem por estar apaixonada por Alex. Manuela treina Emerson por três dias, eles acabam se aproximando. No último dia quando acabou o treino um homem ataca Emerson e ia matá-lo.

Capítulo 13 - Real Oracle


POV. Rafaela

Está tarde, porém não muito. Nossos cavalos cavalgam apressados, já é possível avistar Elmarf. Laís olha pra mim com um sorriso no rosto.

Laís: Finalmente posso voltar a ver minha casa.

Os cavalos entram em Elmarf, correm por onde ficam os campos floridos, porém agora no inverno só é possível ver neve. Já é possível ver as montanhas que cercam o reino, as florestas e também o grande castelo junto com a vila, fico animada. Cavalgamos mais um pouco e passamos pelos muros que cercam a vila e o castelo, poucas pessoas andavam por ali já que está tarde. No estábulo descemos dos cavalos e vamos em direção ao castelo.

Valquíria: Elmarf não mudou nada.

Rafaela: Já veio em Elmarf?

Valquíria: Morava aqui.

Rafaela: Não me recordo de você.

Valquíria: Sempre fiquei trancada na casa dos pergaminhos, mas em uma invasão que houve há um ano atrás fui sequestrada.

Rafaela: Na casa dos pergaminhos?

Valquíria: Sim, sei tudo sobre a profecia de vocês.

Olho para Laís desconfiada.

Laís: É verdade.

Volto a olhar para Valquíria.

Rafaela: Como sabe tanto?

Valquíria: Eu que a previ.

Paro de andar e ela também.

Rafaela: Está querendo dizer que tem algum tipo de magia?

Pergunto franzindo a testa.

Vaquíria: Entenda como quiser.

Ela volta a andar e Laís corre atrás dela puxando Alex.

Laís: Venha Valquíria, vou mostrar o reino todo a Alex, só assim você relembra de tudo também.

Antes pudesse comentar qualquer coisa, escuto alguns gritos vindo de uma casa na parte de trás do castelo. Corro até lá, vejo Vitória com algumas malas saindo de casa e Alessandra seguindo ela.

Alessandra: Vitória!

Vitória: Mas que ultraje! Gostaria que a rainha Rafaela estivesse aqui!

Vitória me vê e corre até minha frente.

Vitória: Rainha, rainha! Que bom que está de volta.

Alessandra também se aproxima.

Rafaela: O que está acontecendo?

Vitória: Alessandra, ela fez alguns monges me benzerem.

Rafaela: Por quê?

Olho para Alessandra sem muita preocupação.

Alessandra: Bem...

Vitória: Calma, não parou por aí. Eu passei quatro longos dias sendo exorcizada.

Vitória começa a chorar e me abraça, olho espantada para Alessandra.

Rafaela: Alessandra!

Alessandra: O que foi?

Ela falava com total tranquilidade.

Rafaela: Isso é verdade?

Alessandra: Nem foi tão ruim como ela diz.

Vitória me solta e olha para ela.

Vitória (chorando): Não foi tão ruim? Como tem coragem de dizer isso? 

Vitória deita na neve.

Vitória (chorando): Eles me jogaram assim no chão, mas estava completamente amarrada. Então começaram a aplicar líquidos em mim e a bater em minha cara gritando: "Senhor! Tire esse demônio!". Depois comecei a gritar e eles disseram que eram os espíritos dentro de mim se rebelando. Na hora de dormir eles me penduraram de cabeça para baixo e ficaram me girando por uma hora por enquanto que vomitava, em seguida me soltaram e comecei a ter convulsões, eles disseram que era uma espécie de invocação.

Vitória começa a se debater no chão mostrando como foram suas convulsões, Alessandra segura o riso. Em seguida Vitória se levanta limpando o vestido cheio de neve.

Vitória (chorando): No terceiro dia eles me amarraram em um cabo preso ao chão e tocaram fogo na ponta do meu vestido, mandaram eu usar os poderes demoníacos para apagar. O fogo começou a se espalhar pelo meu vestido e eu fiquei gritando desesperada e assoprando para o fogo apagar, eles viram que não usaria os poderes que achavam que eu tinha e jogaram urina de ovelha para apagar o fogo. No quarto dia fizeram um ritual na floresta e me deixaram presa o dia todo em uma árvore, quase fui morta por um urso.

Ela volta a me abraçar chorando desesperadamente, lanço um olhar reprovador para Alessandra e ela sorri. Aliso a cabeça de Vitória e ela me solta, depois sorrio para ela.

Rafaela: Não se preocupe, está tudo bem agora. Volte pra sua casa e conversarei com Alessandra.

Vitória me obedece limpando as lágrimas. Subo com Alessandra para meus aposentos, lá abro todas as cortinas e deixo o vento gelado e a luz do luar invadirem ele. Respiro aquele ar de Elmarf que me deixa alegre, porém me viro séria para Alessandra.

Rafaela: O que você tinha na cabeça quando resolveu mandar Vitória para os monges? Não viu como ela ficou desesperada?

Alessandra: O que você tinha na cabeça quando foi atrás de Laís e não me disse que viriam quatro reis aqui?

Abaixo a cabeça, suspiro e volto a olhar para Alessandra.

Rafaela: Desculpe, esqueci de mencionar isso. O que houve? Os reis criticaram minha ausência e foram embora?

Sento-me na minha cama.

Alessandra: Fingi ser você, dois deles aceitaram a aliança.

Me levantei suspresa.

Rafaela: Sério? Que ótimo! Pensando bem... E na próxima visita deles? Não irão gostar de saber que não foram atendidos pela verdadeira rainha.

Alessandra: Melhor do que eles terem vindo e descoberto que você não estava, não teria nenhum reino aliado.

Ela sorri sabendo que estava certa.

Rafaela: Tem razão.

Alessandra: Obrigada.

Rafaela: Mas o que isso tudo tem a ver com Vitória?

Alessandra: Por enquanto que fingia ser você para os reis, ela apareceu te procurando e dizendo que queria falar com a verdadeira rainha. Chamei os guardas e disse que ela estava ficando doida, mandei eles levarem ela para os monges e só lembrei de que a deixei lá quando já ia dormir. Eu fui atrás dos monges mas eles nunca estavam no mosteiro, provavelmente estavam tentando exorcizá-la em diferentes locais. Resolvi não ligar pensando que eles perceberiam que ela não tinha nenhum problema, mas pelo visto não perceberam.

Rafaela: Não faça isso novamente, também prometo não sair mais do castelo quando marcar um reunião.

Ela concorda balançando a cabeça.

Alessandra: Então conseguiram resgatar Laís?

Rafaela: Sim, ela já está bem. Agora está andando pelo reino junto com Alex e Valquíria Scott.

Alessandra: Quem são?

Rafaela: Alex é o... Bem, Laís está apaixonada por ele mas tenho dúvidas se ele sente o mesmo por ela.

Lembro da guerreira de Blooth que deixou a gente fugir depois que Alex falou com ela.

Alessandra: E por que Laís foi a Blooth?

Rafaela: Justamente por esse guerreiro, ele é um dos guerreiros do pai dela. Na viagem de volta para Elmarf ela me contou tudo, conheceu o pai, ele se chama Elton e é o líder dos Guerreiros Pissaruz.

Alessandra: E quem é Valquíria Scott?

Rafaela: Eu não entendi bem, ela está presa em Blooth faz um ano. Ela diz ter poderes de um oráculo, ela que previu a profecia.

Alessandra: Acredita nisso?

Rafaela: Não sei mas... Alguém colocou aquela profecia no pergaminho, então deve ter sido ela.

Alessandra: Mas se foi ela quem fez isso, e Dora?

Rafaela: Me pergunto a mesma coisa.

Alessandra: E Emerson? Ele foi com você até Blooth, não foi?

Abaixo a cabeça, Laís me contou as coisas que ele disse a ela. Desde que entrei naquele maldito castelo não tive a chance de falar com ele, mas sei que não gostaria que eu falasse mesmo.

Rafaela: A profecia estava certa, ela sempre esteve.

Alessandra: Ele ficou em Blooth?

Volto a olhar para ela.

Rafaela: Sim, ele está do lado deles agora.

Alessandra: Eu sempre soube, ele foi só um oportunista.

Rafaela: Gostaria de apenas falar com ele, mas não consegui. Queria houver ele dizer tudo o que pensa, não acredito que tenha mudado tão facilmente.

Alessandra: Já ouviu aquele ditado: "Os bonzinhos são os piores"?

Rafaela: Infelizmente sim.

Alessandra: E o que descobriu sobre Blooth?

Volto a sentar na minha cama, mas dessa vez Alessandra faz o mesmo.

Rafaela: Blooth é um reino grande e obscuro, tudo parece sem vida. Tem muitos guardas e muitas armas, sem falar do rei. Rei Clark é o que manda em todos, vejo a própria morte em seus olhos, ele é perverso e cruel. Naquele reino a única pessoa que não o teme e pode enfrentar suas decisões é sua filha, Princesa Fernanda. A princesa é tão ruim quanto o pai, parece ter sede de sangue e fome de vingança. O Rei Clark tem ódio de mim e do meu reino, é relacionado a algo do passado dele com meu pai. Escutei boatos que novos guerreiros estão sendo recrutados para aumentar o exército, ele não desistirá até ter meu coração em suas mãos e meu reino aos seus pés.

Alessandra: Que terrível. Não conseguiu descobrir a causa desse ódio?

Rafaela: Não, mas talvez alguém possa nos ajudar.

Alessandra: Quem?

Rafaela: A que se denomina oráculo, Valquíria Scott.

Nos levantamos e descemos as escadarias correndo. Vamos para fora do castelo e vejo Laís vindo em nossa direção com os outros dois.

Laís: Vamos jantar?

Alessandra: Claro.

Rafaela: Vão subindo, antes tenho que fazer uma coisa. 

Alguns minutos depois estavam todos na mesa, eu estava na cabeceira esquerda e Alessandra na direita, Laís e Alex estão do lado esquerdo da mesa e Valquíria Scott e Vitória do lado direito.

Vitória: Que honra jantar com a rainha e a princesa em um banquete reservado.

Ela sorri tímida e retribuo com um sorriso também.

Rafaela: É o mínimo que poderia fazer depois do acontecido.

Alessandra me lança um olhar mortal, mas apenas ignoro, ela esquecerá isso mais rápido do que pode imaginar.

Alessandra: Então Valquíria, o que pode nos dizer sobre a profecia?

Valquíria: Apenas o que já sabem. 

Alessandra: Não tem nada que sabe além do que diz que escreveu?

Valquíria: Não sou nenhuma cigana.

Valquíria ri, porém todos continuam sérios.

Valquíria: Perdão.

Rafaela: Valquíria, você não sabe por que o Rei Clark nos odeia tanto? Passou um ano em Blooth, deve ter escutado algo.

Valquíria: Não, sempre escuto as mesmas coisas. Ele diz que você irá pagar, "Klaus começou a guerra e eu, Rei Clark, irei acabar!".

Troco olhares com Laís e Alessandra.

Laís: Não sabe de mais nada?

Valquíria: Pra ser sincera não.

Terminamos a janta, Laís e Alex vão para os aposentos dela juntos, o que não me agrada. Vitória se despede e vai para sua casa, Valquíria ia para a sua também. Corro até ela junto com Alessandra.

Valquíria: Ah, obrigada pelo jantar rainha.

Rafaela: Disponha. Você conhece Dora?

Valquíria: Dora? Quem é essa?

Alessandra: Não conhece Dora?

Valquíria: Não, devia conhecê-la?

Alessandra: Ela está na sua casa, ela que nos mostrou a profecia.

Valquíria franzi a testa tentando lembrar se alguém que ela conhecia tem sua chave, Alessandra me olha de fora acusadora.

Alessandra: Temos uma impostora.

Rafaela: Acha mesmo que a Dora é uma impostora?

Alessandra: Sempre achei que tinha algo estranho naquela senhora. Além disso, se Dora não for uma impostora essa Valquíria Scott é.

Valquíria olha para Alessandra ofendida.

Rafaela: Não tomemos conclusões precipitadas.

Valquíria: Isso serve para você, Alessandra.

Alessandra: Silencie-se, já estás toda errada começando por teu nome.

Valquíria: O que queres dizer com isso?

Alessandra: Não ouviste bem? Não sabe nenhuma feitiçaria para resolver isso?

Ia tentar acalmar as duas, mas escuto alguém assoviando entre algumas casas. A pessoa insistia em me chamar a atenção, corro seguindo o som, por conta das discussão as duas não reparam meu afastamento. Passava por pequenos becos formados entre algumas casas, alguém me puxa, para minha sorte foi Lucca.

Rafaela: É só você.

Disse aliviada.

Lucca: Só eu? Esperava outra pessoa?

Ele perguntou com a sobrancelha arqueada, pareceu incomodado com meu comentário.

Rafaela: Sim, não, apenas fiquei surpresa.

Lucca aproxima mais seu rosto do meu, porém me afasto.

Lucca: Rafaela, apenas um.

Rafaela: Alessandra já deve estar me procurando, terei que voltar.

Olho para os lados para ver se ela estava vindo.

Lucca: Isso que eu ganho por te esperar preocupado por uma semana.

Rafaela: Sabe que não podemos, não assim de modo tão arriscado.

Lucca: Você também não me deixou ir com você para salvar sua irmã.

Me aproximo novamente dele.

Rafaela: Sabe que preferia ir sozinha.

Lucca: Mas ele foi com você, o guerreiro que você deu onde morar, treino e tudo mais.

Rafaela: Ele me seguiu.

Lucca: Eu também, mas quando alcancei você vi que ele estava ao seu lado na floresta aqui de Elmarf. Pensei que seria melhor deixá-la ir com ele, já que pareceu não se incomodar com a insistência do mesmo.

Rafaela: Lucca pare com isso, você sabe que só tenho olhos para você. Se Emerson foi comigo, foi por que ele é muito próximo da minha irmã e nada mais. 

Lucca: Sei disso, porém...

Ponho o dedo indicador em seus lábios, fazendo ele parar de falar. Aproximo meu rosto e dou um beijo, ele segura minha nuca com direita. Quando ficamos com pouco fôlego nos separamos, ele sorri, parece muito contente agora.

Lucca: Não quer dar outro desse?

Rimos, observo seus olhos azuis e seguro sua mão.

Rafaela: Tenho que ir.

Ele faz cara de choro, solto sua mão e aliso seu rosto, depois volto aonde Alessandra e Valquíria discutiam.

Alessandra: Voltaste mesmo de Blooth só para me irritar aqui?

Antes que Valquíria respondesse as duas olham para mim chegando.

Alessandra: Onde estava?

Rafaela: Olhando as estrelas.

Valquíria: E por que não olhaste daqui?

Rafaela: Não tem graça observar as estrelas com vocês duas discutindo, concordam?

Uma lança um olhar mortal para outra.

Alessandra: Pensando bem, Dora parecia ser uma senhora adorável, não creio que ela seja a impostora.

Valquíria: Incrível como muda de opinião depressa.

Alessandra: Não tão depressa quando a  velocidade que irá mudar de reino.

Rafaela: Chega! Por obséquio foquem na situação! Tem uma impostora no meu reino, seja a Valquíria ou a Dora temos que descobrir! Então vamos logo a casa dos pergaminhos e resolveremos isso.

As duas me olham e depois tiram a expressão raivosa do rosto.

Rafaela: Agora vamos.

Começa a nevar.

Rafaela: Só o que faltava agora.

Andávamos em direção a casa dos pergaminhos, a nevasca ficava a cada passo mais forte.

Alessandra: Não acham estranho a nevasca repentina?

Valquíria: E ela está ficando ainda mais forte, não acham melhor voltarmos?

Rafaela: Se quiserem pode voltar, eu irei até a casa não importa a força da nevasca.

Já estava impossível enxergar qualquer coisa, Alessandra segura em meu braço direito.

Alessandra: É melhor ficarmos unidas.

Valquíria segura no meu braço esquerdo.

Rafaela: Enxergam algo?

Alessandra: Não.

Valquíria: Eu sim.

Valquíria nos guiou até a casa dos pergaminhos, entramos rapidamente, Valquíria fecha a porta e liga a luz.

Valquíria: Que saudade desse lugar.

Rafaela: Dora? Estamos aqui.

Eu e Alessandra procuramos Dora atrás de cada estante e do caixa, mas nenhum sinal dela.

Valquíria: Seja quem for essa Dora, não está aqui.

Alessandra: Cada pergaminho desse é uma profecia?

Valquíria: Sim, algumas ainda serão escritas, outras apenas já ocorreram e ninguém pode evitar por não saber que havia um pergaminho narrando sua história.

Rafaela: Por que vive em Elmarf?

Vaquíria limpa um livro empoeirado.

Valquíria: Já nasci aqui, minha mãe dizia que existe algo especial nesse reino, por isso nunca deveria sair daqui para seguir meu rumo de oráculo.

Alessandra pega um pergaminho e vai abrir.

Valquíria: Não faça isso! Só pode abrir um pergaminho que for correspondido.

Rafaela: Foi o que aconteceu comigo, o pergaminho brilhou.

Valquíria: Exato.

Me aproximo de Valquíria que ainda mexia no livro.

Rafaela: Como impedimos que a profecia aconteça?

Valquíria: A profecia sempre acontece, o que pode mudar é o resultado.

Rafaela: E qual é o resultado da nossa?

Valquíria: Mortes, inúmeras mortes.

Sinto meu coração acelerar,  a porta se abre trazendo a nevasca para dentro, apagando as velas.

 

 

 

Continua...


Notas Finais


No próximo veremos mais sobre Laís e Alex.


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