História Elogio fúnebre - Confissão

Eu fui ao seu velório. Fui sozinho, sóbrio e deprimido. Fui com vontade de me enterrar junto a ti. Levei minhas palavras para você, mas não consegui e não achei apropriado dize-las em público. Direi somente a você, onde quer que você esteja.

Han, eu não consigo mais não ter fé, não quero que você tenha apenas morrido, não quero que esteja apenas enterrado.

Ainda ontem, sentei na cama e lembrei de você sorrindo. Aquele sorriso que eu recebia assim que abria os olhos pela manhã. Pensando bem, a cama era a coisa mais preciosa para nós. Usávamos para tudo: rir, brincar, fazer refeições, transar. Ah sim, você era bom nisso também. Sexo com você era fabuloso. Era não, é. Jamais haverá algo tão bom com qualquer outra pessoa. Mas saindo da melancolia e pegando aquele clichê falando apenas das suas qualidades, foi uma dádiva aquela vez que você bebeu e quis cantar na festa, todos amaram, você parecia uma super estrela. Eu mentia pra você, dizia que você nem era tão divertido, mas era sim. Tudo com você tinha vida e aventura e eu amava até sua mania incessante de arrumar o cabelo a todo momento.

Amor, você lembra quando eu queria velejar e você riu de mim? Então, agora eu vou. Vou subir num barco na companhia de dois ou três e viajar o mundo. Não é porque eu já te esqueci ou não quero ficar aqui e te lembrar, é porque eu vou pessoalmente espalhar suas histórias, sua essência pelo mundo. Vou dizer a todos o quão doce até seus xingamentos suavam e o quanto era acolhedor quando você me abraçava. Também vou contar seu lado mais quente, perdoe, porém todos devem saber o quão sexy era quando você resolvia falar baixarias pra mim em locais públicos para me excitar.

Xiao Luhan, sei que você odiava quando eu lhe chamava assim, mas só mais uma vez antes de partir nessa aventura para viver sua eterna lembrança marcada em mim, precisava te irritar. Agora você estaria fazendo bico, eu te beijaria e diria: basta que eu te amo.