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História Elycia: por trás das câmeras e da realidade - I'll protect it with my life


Escrita por: Charlotte_Luy

Notas do Autor


Oi Pessoal! Atualização mais cedo...

No capítulo anterior, despedimo-nos definitivamente de Lexa nas gravações do episódio 316; tivemos o tão esperado "I love you" and "Me too", no meio disso teve um "obrigada" da loira, mas entre elas nada é conforme o script, certo?

Obrigada pelos comentários e boa leitura!

Retorno na semana que vem!

Bjaum

Charlotte

Capítulo 16 - I'll protect it with my life


Fanfic / Fanfiction Elycia: por trás das câmeras e da realidade - I'll protect it with my life

I'll protect it with my life

**

Eliza estava em L.A. Chegou por volta das 18h, quando Alycia disse que estava terminando as fotos, mas na verdade ela já estava no apartamento fazendo uns preparativos para a namorada, que foi convidada a jantar por voltas das 21h.

Tudo pronto! Agora é só esperar a loira”. Disse a si mesmo Alycia ao notar as velas, flores, jantar à mesa, champanheira abastecida e, ao se olhar no espelho, um lindo coque de cabelo.  O interfone tocou e ela autorizou a entrada, avisando à namorada que a porta do apartamento já estaria destrancada, bastava atravessar. Foi o que ela fez. Ao entrar no apartamento viu um ambiente iluminado por velas, e ao som de “Let’s get it on” de Marvin Gaye, um caminho de flores no chão que a levavam até a mesa do jantar e, obviamente a sua namorada, que estava sentada, com as pernas cruzadas e apoiadas para o alto na ponta da mesa, usando apenas uma gravata e um salto alto vermelho, que ao ver a loira perguntou: como foi seu dia, querida!?”. Eliza soltou um lindo e sensual sorriso, levantou a sobrancelha e elogiou a gravata da namorada. Em seguida foi em direção a Alycia e com a boca entreaberta deixou seu lábios encontrarem os delas em um doce beijo e ao se entreolharem disse: “Você é maravilhosa! Vamos botar para quebrar, sexo Clexa novamente?!”. Alycia sorriu e delicadamente disse que a escolha da música se deu por essa razão. Sorriram as duas.

**

Depois de alguns carinhos recíprocos as duas estavam absolutamente com o apetite aguçado. Alycia vestiu o chambre para que pudessem fazer uma tranquila refeição. Só depois Eliza foi apresentada ao quarto da namorada. Um espaço límpido, harmonioso, roupas de cama em tons de papel e branco, colchão em estrados, uma moldura na parede que servia de painel de fotos com os amigos, dentre elas, uma de Eliza, um pequeno vaso de flores no canto da parede e um tira de pequenas lâmpadas pendurada como luminária. As velas que iluminavam o local pareciam ser provisórias e postas exclusivamente para a ocasião a deixar um aroma no espaço.  

Alycia acomodou o corpo da namorada sobre a cama e entre carícias, desejos e cumplicidade de toques ela confessava o quanto havia imaginado ter Eliza naquele espaço, sobre aqueles lençóis. Já a loira se perguntava mentalmente como era possível estar ainda mais apaixonada por Alycia. A resposta era dada pelo seu corpo ao se deixar mais uma vez livre nos braços da namorada. Entre sons de “eu a amo” elas novamente se permitiam a ter a mais livre, pura e delicada intimidade de duas pessoas que se desejam completamente.

**

Na manhã seguinte Eliza acordou com uma bandeja de café da manhã já ao seu lado e no canto da cama via a namorada segurando uma caneca de café a olhá-la docemente. Alycia parecia estar naquela admiração há alguns minutos. O dia em L.A não era dos mais bonitos, chovia e estava bastante nublado. Na janela era possível visualizar os pingos d’água que se formavam no vidro. O barulho da leve chuva era compatível com a calmaria do espaço e com a maneira de Alycia olhar a namorada. Um bom dia sussurrado e doce sai da boca da loira para dar início aquele dia que elas passariam juntas.

Pela manhã elas ficaram aproveitando o som da chuva e trocaram confidências na cama, na sala, no banheiro, enfim, o apartamento inteiro estava liberado para elas. Sorriram, fizeram confissões, declaram-se eternamente apaixonadas uma para outra. Alycia falou de seus planos profissionais, inclusive a mencionar que já estava escrevendo material para, no futuro, não tão distante, expor seu desejo de ser produtora. Eliza tentou descobrir sobre o que a namorada estava escrevendo, mas a única coisa que conseguiu arrancar foi que era fonte de inspiração. As duas ainda tiveram uma acirrada “discussão” musical, uma tentando convencer a outra de que fulano era melhor que beltrano. A briga terminou em beijos ardentes, corpos nus, excitantes penetrações e orgasmos simultâneos.

Eliza conheceu – literalmente – a cozinha da namorada ao fazer a refeição para as duas. À tarde, tiraram no “par ou ímpar” a decisão de assistir a Harry Potter ou a “Pulp Fiction: Tempo de Violência”. Alycia ganhou e o bruxinho ficou para outra oportunidade. Depois do filme, cochilo vespertino abraçadinhas no sofá. Banho, vinho, pizza e, evidentemente, sexo. As duas se acomodaram para dormir.

Após um pedido de Eliza, Alycia fez a leitura em voz alta de seu livro semanal, algo relacionado ao espaço, o qual a loira não prestara muita atenção no conteúdo por estar vidrada demais no som delicado da namorada em ler e nas batidas do coração dela, já que estava com a cabeça encostada entre os seios a ter os braços dela contornando suas costas. Assim como canção de ninar, o som da leitura de namorada fez Eliza cair no sono. Alycia ainda leu alguns capítulos e depois encaixou seu corpo no da loira a admirá-la antes de adormecer.

As duas se perderam na hora. Acordaram com o som do telefone de Alycia. Eliza não tinha retomado toda a consciência matinal e talvez por essa razão tenha feito confusão no que ouvia da namorada ao telefone: Oi! Tudo bem. Estou em casa... Quando? Sei... Ah... Não! Não! Eu desço, aguarde-me aí embaixo, já estou descendo. Só me dê uns minutos” depois de sentir um beijo na sua testa Eliza ouviu “Vou descer para comprar café e cupcake para você”.  Voltou a cochilar.

**

Alycia acordou a namorada com alguns cupcakes e o tradicional copão de café. Deu um bom dia e um beijo em seus cabelos a perguntar se ela havia dormido bem. A loira respondeu com um sorriso tímido que sim, abriu os olhos para encontrar o café e o olhar carinhoso de Alycia. Sentou-se a cama e após o primeiro gole perguntou por que Alycia resolveu descer para buscar café. “Eu queria que você experimentasse os bolinhos da confeitaria aqui embaixo, só por isso”. Alycia parecia incomodada então Eliza lembrou-se que no seu entressonho a namorada estava ao telefone. “E quem era ao telefone tão cedo?”. Alycia levantou-se da cama, sem fitar a namorada e em direção à porta do banheiro, disse apenas: “Trabalho, amor... trabalho!”. Na volta perguntou o que a loira gostaria de fazer, já que o tempo californiano estava propício para dar uma volta. Eliza se espreguiçou e disse que faria o que a namorada quisesse. Depois de jogar algumas amoras na boca,  Aly deu um beijinho na loira e respondeu com um “ok! Arrume-se, vamos conhecer L.A juntas!”.

**

As duas visitaram pontos turísticos corriqueiros em L.A, ignorando que moravam na própria cidade e a possibilidade de já terem visitado todos eles – mais de uma vez – em outra ocasião.

O primeiro destino: calçada da fama. As duas conversaram todo o percurso que fizeram sobre suas preferências e as razões de cada uma delas. Divergiam sobre algumas estrelas e contemplavam outras em comum acordo. Depois de Eliza afirmar que um dia haveria uma estrela com nome de ADC, Alycia foi delicada em esclarecer que não era algo ao qual ela almejasse. Não tanto quanto ao Oscar ou Emmy, por ser uma real materialização do reconhecimento daquilo que ela tanto amava fazer: atuar. Ademais, ela não busca fama, mas apenas fazer o que gosta. Falando nisso, o segundo destino foi uma visita ao Dolby Theatre.  

Sonhando alto, Alycia revelava a namorada que atravessaria aquele tapete vermelho em noite de indicação. Eliza – com o típico levantar de sobrancelhas – completou que ela sairia do Teatro com a estatueta na mesma noite. (Risos). Depois de um silêncio e os olhos cheios de emoção daqueles que têm esperança na realização de tudo que é pronunciado, Alycia perguntou se Eliza estaria ao lado dela neste dia. A loira pressionou os lábios nos dentes a fechar a boca e depois dizer:

- Eu sempre estarei torcendo por você, babe.

- Não foi isso que eu perguntei Liz...

- Eu não me sinto bem em grandes eventos, você sabe... Tenho pesadelos só de pensar em Comic-Con, imagine acompanhá-la quando você for receber o Oscar... Sem chances! (sorriu timidamente)

- Entendi... (Alycia pegou no pulso da namorada a conduzi-la para dentro do Teatro).

Quando estavam lá dentro, sentadas nas cadeiras do local, a loira fez de sua mão esquerda um microfone e imitou uma apresentadora a revelar o famoso “And the Oscar goes to... Alycia Debnam-Carey for Elycia: Behind the Scenes and Reality!!”.

Com as mãos sobre o peito a ganhadora levantou surpresa a sorrir, abraçou Eliza e saiu pelo corredor. Parou a frente do painel central e, fingindo segurar a estatueta, começou a discursar “OMG! Eu estou tão surpresa! Eu não estou acreditando! OMG! Eu... eu eu gostaria de agradecer aos produtores e e e todos os demais que estiveram envolvidos neste projeto. Ah... OMG! Ah, minha mãe que sempre foi a minha maior produtora, meus familiares, OMG! Meus fãs. Ammm, todo mundo, Obrigada! Obrigada! Em especial, a minha esposa Eliza Taylor e aos nossas crianças: Aden, Lexa, Clarke, Costia, Raven, Clexa. Eu não seria nada sem eles, não chegaria tãoo longe.. Então, eu os amo! Eliza Taylor: Obrigada!”. Alycia se aproximou de Eliza, que não continha as lágrimas de risos e de emoção.

Os olhares entre as duas eram repletos de esperanças e cumplicidades. Em meios a gargalhadas que inundavam o vácuo do Teatro, as duas se preparavam para deixar o local. A loira ao pegar no braço da namorada ainda disse “Babe, precisamos repensar nos nomes das crianças, não quero o nome da ex-namorada da Lexa nos nossos filhos!”. Novas risadas enaltem o espaço vazio do ambiente. Eliza ainda perguntou se no discurso a palavra “obrigada” era em agradecimento ou era o “I love you” à moda Eliza Taylor. Alycia respondeu com afeto que entre elas a palavra “obrigada” jamais seria apenas um agradecimento.

As duas seguiram o passeio e foram ao “The Grove” a aproveitar o bosque, obviamente, e os excelentes restaurantes, inclusive, fizeram uma incrível refeição antes de continuar o percurso, o qual teria por sequência o “Griffith Observatory” para uma incrível vista de L.A. A falta de tempo não permitiu que elas visitassem o “L. Paul Getty Museum”, já que preferiram o parque que dá vista ao letreiro de Hollywood. Estacionaram o carro e com os olhos saudosos, subiram no capô e ficaram a admirar aquelas letras. “Hollywood, a Cidade dos sonhos. Qual é o seu sonho?”. Pensou alto Alycia. A loira olhou para namorada e docemente respondeu “Que você realize todos os sonhos profissionais que compartilhou comigo hoje”. Alycia agradeceu. A loira então perguntou sobre o sonho dela. Aly ficou em silêncio por alguns instantes, olhou para Eliza e depois para o letreiro e disse suspirando: “Você!”. Voltou os olhos para a namorada. Eliza deixa seu coração se encher de esperanças e amor a sorrir com lábios e com os olhos. As duas se perdem no olhar uma da outra.

O momento é quebrado pela 3º chamada de Maia no telefone de Alycia, que brincou ao dizer caso não atendesse a polícia seria acionada pela amiga. Eliza soltou um “claro, babe! Qualquer coisa eu falo com a Maia também!” Alycia deu um leve beliscão na namorada a dizer que ela não chegaria perto da Maia, nem mesmo ao telefone.

- Hei! Qual a urgência, Maia?! (Disse Alycia ao telefone em tom de brincadeira!).

Maia exaltava com a amiga pelo sumiço dos últimos dois dias e reclamava que ela estava em L.A. e até agora não havia combinado sequer um café com ela. E que isso estava cheirando a romance e ela queria saber o nome do responsável. “OMG! Você está errada, só estou....estou resolvendo algumas coisas antes de voltar ao México e podemos combinar um café amanhã ou durante esta semana”.  Eliza ria e deslizava as mãos na perna da namorada a sussurrar “essas coisas?”. Alycia tentava se concentrar em meios àqueles olhos azuis sedentos de malícia e os questionamentos de Maia ao telefone, inclusive, a perguntar se era de seu conhecimento que Marcus estava se mudando para L.A. A resposta foi apreensiva e se resumiu a “Já estou sabendo...”. Do outro lado da linhaComo soube? Você não está com ele, está?” A última coisa que Alycia queria era que Eliza ouvisse o nome Marcus ao telefoneÉ claro que não! As notícias correm. Quando você quer tomar café?”. Alycia buscou mudar de assunto e deixou em aberto o dia em que elas poderiam se ver antes de voltar ao México. Maia foi compreensiva e disse que aguardaria, enquanto Eliza fingia mandar beijinho para amiga de Alycia, que ao desligar o telefone, agarrou a namorada em cima do capô do carro a fazer cócegas em sua barriga a questioná-la se ela ainda queria mandar beijinho para Maia. Entre lágrimas de risos do ato, ela exaltava eu estava brincando, babe, OMG, desculpe, pare...!”.

**

As duas seguiram para a casa novamente depois deste dia tão atípico no relacionamento delas.  Ao chegarem a casa, Eliza disse que tomaria um banho e depois prepararia algo para elas beliscarem, umas brusquetas, enquanto isso Aly poderia escolher algum filme para assistirem. Não houve oposições. No entanto, quando Eliza foi ao banho,  Alycia enquanto conversava com o agente ao telefone, desceu até a confeitaria para pegar cafés e outras besteirinhas a contrariar os planos da loira em querer ir à cozinha.

Ao sair do banho, a loira notou a mesa totalmente preparada a extrair um “Ahmmm, eu queria cozinhar para você”. Alycia apenas deu um selinho a dizer que ela já fizera isso muitas vezes e que a sua função naquela noite era a escolha de um filme que não envolvesse bruxaria (Risos).

Ao olhar para o balcão da cozinha, Eliza notou um buquê de rosas vermelhas – já bastante murchas – e questionou a namorada se elas estavam ali pela manhã. “OMG! Esqueci-me de colocá-las no vaso pela manhã e até agora”. Alycia se encaminhava para pegar um vaso enquanto Eliza fazia um gesto carinhoso nas flores a sussurrar carinhosamente por elas terem ficado o dia todo murchando na cozinha. Aliás, ela pensou o quão estranho foi o comportamento da namorada, já que ela era sempre tão atenciosa com flores. Ao notar a estranheza da loira, Aly justificouEu comprei de manhã quando fui buscar o café, deixei-as em cima do balcão quando fui aquecer os cupcakes e acabei esquecendo”. Embora tivesse aceitado a justificativa, continuou achando estranho, mesmo porque, rosas vermelhas estavam em última posição de preferência de compra para Alycia. A loira parou de se questionar quando Alycia segurou seu queixo e levemente deixou seus lábios encostarem-se ao dela, a avisar que tomaria banho, enquanto isso, Eliza buscou escolher um filme.

Quando estavam sentadas à mesa comendo, Alycia anunciou para a namorada que a semana de “love” delas iria sofrer um pausa. O agente dela havia ligado avisando-a que teria que ir a Nova York no dia seguinte para representar o cast de FTWD. Voltaria no final do dia seguinte. Eliza soltou aquele fofo “aaaahhh” com direito a jogadinha de cabeça no ombro direito e tudo. Ah, e mais um biquinho lindo! Após, perguntou sobre o horário do voo (as 10h00 da manhã). Alycia ainda completou que deixaria a namorada em casa antes de embarcar.Oh.. babe, não precisa, eu pego um táxi mesmo. Perguntei para saber se passaríamos a noite juntas (risos)”. A loira sentiu em seus lábios o beijo carinhoso de Alycia a dizerÉ claro que vamos!”. Em tom descontraído Eliza brincoucancela o filme!”.

Antes de se preparem para dormir, literalmente, mais uma entrega perfeita de emoções entre os lençóis.  Alycia deslizava sem pressa suas pontas dos dedos sobre a pele macia e clara de Eliza. Era visível o arrepio causado a estimular os lábios úmidos de Alycia ir ao encontro do calor provocado no corpo da namorada pelo ato. Elas não tinham pressa, pela primeira vez, a entrega era feita sem resquícios de urgência ou infinitas saudades. Os planos futuros compartilhados nos últimos dois dias deixaram-nas completamente livres para sonhar, livres para acreditar que seria para sempre e, por isso, cada toque poderia ser apreciado com a leveza do sentimento eterno. A respiração ofegante dá lugar aos sorrisos tímidos entre olhares. O movimento acelerado de corpos é substituído pelo encostar demorado de pele, de lábios e de entrelaçar de mãos. O tempo parece parar. Nenhum som externo é ouvido, senão o pulsar de corações entregues ao mais puro e raro encontro de almas. O beijo afetuoso na testa de Alycia seguido de mais um “amo você” revela os corpos relaxados depois do prazer mútuo.

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Na manhã seguinte, quando as duas estavam saindo na portaria do prédio, deram de frente com o agente de Alycia já a sua espera para irem ao aeroporto. Eliza ficou constrangida, ainda pelo incidente em Vancouver. Alycia ficou tensa pela conversa que teve com ele logo após o ocorrido. As duas se despediram com um rápido e singelo abraço a entrarem cada uma em um táxi, Alycia com seu agente.

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Ao chegar a casa Eliza esbarrou em Matt que inventava algumas panquecas esquisitas para o café da manhã dele e da namorada. Logo após os cumprimentos iniciais de bom dia! Tudo bem?”, o amigo questionou a loira das razões de ela estar em L.A e não na Austrália com a família, conforme houvera mencionado que faria assim que acabassem as gravações. Eliza explicou que tinha um motivo australiano para ficar aquela semana em L.A e remarcou sua visita à família e aos cangurus para março.

Enquanto Alycia estava fora, a loira aproveitou para colocar algumas coisas pessoais e profissionais em ordem. Visitou alguns amigos, foi ao cinema com outros. Colocou a conversa e as fotos em dia com seu amigo Rhys.  Neste período a loira foi confirmada para fazer “Thumper” um drama policial a ser gravado em maio. A loira optou por contar a novidade para a namorada pessoalmente, no dia seguinte. No entanto, as coisas naquela semana realmente não estavam saindo como elas haviam programado.

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Alycia não conseguiu voltar de NY na data prevista. No dia que chegou Eliza já estava envolvida em reuniões com o seu novo projeto a ser filmado em maio, mas que não a impediu de organizar um jantarzinho para a namorada em sua própria casa, já que Valentina decidiu voltar mais cedo e o apartamento de Alycia não estava mais disponível para as duas. Matt (<fofo>) foi à casa da namorada para deixar o ambiente livre para elas e Rhys foi “expulso” delicadamente com um pedido da amiga.

A loira passou em um restaurante, escolheu um bom vinho e preparou o ambiente algumas  flores e velas para receber a namorada. Tomou um banho relaxante e beliscou alguns aperitivos em conserva enquanto aguardava. Era 22h quando Alycia ligou dizendo que não poderia ir, porque seu agente havia remarcado uma entrevista com um produtor em um restaurante qualquer e que esta era a única oportunidade em que as agendas seriam compatíveis. Eliza resolveu por bem não deixar a namorada ansiosa com o “bolo” que recebeu e delicadamente disse que o jantarzinho ficaria para o dia seguinte e que estava um pouco cansada também. Jantou sozinha e foi dormir.

Na noite seguinte Alycia teve outro evento e elas sequer marcaram de ser verem. Eliza estava nos preparativos do filme, então, durante o dia ficou inviável de se encontrarem também. Na noite posterior Eliza avisou que a casa estava liberada e que não precisaria expulsar ninguém, preparou o jantar e uma sobremesa de chocolate e frutas de que Alycia gostava. Era 2h da manhã quando Alycia pegou o celular para avisar que estava chegando à casa de Eliza depois da última reunião. No entanto, Eliza estava cansada demais e antes de pegar no sono, por volta 01h mandou mensagem para a namorada dizendo que resolvera dormir. Alycia estava enlouquecida de raiva de si mesmo e do seu agente que decidiu marcar todas as reuniões dos últimos três anos em uma semana. Ela entendia, no entanto, que naquela noite não poderia bater na casa de Eliza como já fizera outras vezes, apesar de estar morrendo de saudades. Afinal, ela havia cancelado todos os encontros dos últimos dias. Deu meia volta no caminho e foi à própria casa.

Na manhã seguinte Eliza acordou com um cesta de café da manhã cheia de iguarias de que gostava. No cartão apenas um “eu sei que sou essa confusão, mas eu a amo tanto! Perdoe-me! Estou com saudades”. A loira não conseguia ficar com raiva da delicada Debnam-Carey, mesmo porque era a carreira dela deslanchando, buscou o telefone e as duas marcaram de almoçar juntas, assim preferiu Alycia, a impedir qualquer “bolo” inesperado a evitá-la de ver a loira antes de embarcar no dia seguinte para o México.  

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A vontade das duas era de esquecer a refeição e ir para um local mais reservado. O desejo nos olhos, na respiração, no passar de língua sobre os lábios e na mordida deles eram a inquietação de que elas estavam explodindo de saudades. Duas razões privaram as duas de uma tarde mais quente. Eliza tinha compromisso no início da tarde, sobre divulgação the100 e Alycia estava em dias impróprios para atividade sexual. Durante o almoço e entre palavras de saudades e desejos numa garfada e outra, elas combinaram de se verem na casa de Eliza, por voltas das 20h. Alycia deixou a namorada no local da reunião e antes que ela saísse do carro foi puxada para um ardente beijo seguido de “eu não consigo resistir a você. Esses dias sem o seu beijo, foram intermináveis!”.  A loira retribuiu com um sorriso seguido de uma mordidinha de lábios acompanhados de “eu também senti saudades, babe (outro beijo) Eu a amo”. Eliza baixou os óculos que estavam em seu cabelo e ao fechar a porta do carro ouviu um “Amo você!” com um beijinho jogando ao ar.

**

Por voltas das 17h, Alycia foi informada de um coquetel de última hora com o um produtor que seu agente houvera conseguido.  Ele assegurou que seria rápido e que às 22h ela já estaria liberada. Alycia informou Eliza logo em seguida, que foi bastante compreensiva, até mesmo para não deixar a namorada angustiada em mais uma vez estar remarcando de se verem. Embora quisesse muito estar com Alycia, a loira entendia que todos os compromissos eram em prol da carreira que ela tanto se preparou, mais do que isso, era visibilidade para fazer o que mais ama.

As 18h, Eliza encerrou seu compromisso. Com os braços cheios de peônias, ao chegar à porta principal de casa havia a sua espera uma visita indesejada. Franziu o semblante a questionar “Como descobriu meu endereço? O que faz aqui?”. O resultado da conversa entre os dois originou uma ligação desesperada para o outro lado do mundo.

**

“Mom!?” Dizia Eliza aos prantos ao telefone em busca da voz calma de sua mãe.

-“Liza, o que houve!?”.

- Mom! (um grande suspirar seguido de uma voz acelerada) Eu.. eu...eu não sei o que fazer.... eu não tenho escolha...eu preciso... eu preciso.. protegê-la, os sonhos dela.... ele...ele vai destruir...

- Quem vai destruir? Conte-me o que aconteceu... Deve ter outra maneira... Acalme-se, meu bem, deve existir outra forma.... o que você precisa fazer?

- Não! Não há! (o timbre de voz é mais alto, quase tentando negar-se) Mãe....  eu .. eu preciso (novas lágrimas interrompem o falar angustiado) me afastar... eu preciso desistir dela, do contrário, ela ... a intimidade dela...mom ela... ela vai ficar destruída...ela ..ela é tão doce, é tão delicada....mãe....eu não quero vê-la sofrer...

- Mas, meu bem, se você se afastar, ela também não vai sofrer?

(Um breve silêncio) - Eu... eu.... sou o menor sofrimento dela neste momento.... Ela vai... mas... mas ela tem sonhos tão altos eu não posso ... não posso ficar....(os soluços já consomem o timbre de voz de Eliza) ficar no caminho.... não agora... ela está começando...ela está começando (a respiração se funde com o choro, os soluços, o amargo das palavras) ela vai superar...com o tempo.... ela não merece... Mãe, não merece isso... eu prometi que iria protegê-la... eu prometi, mãe.... e não se quebra promessas.... eu não posso quebrar...

- Você prometeu amá-la também...

- Essa promessa eu não quebrarei, porque ... p-porque eu nunca... nunca vou deixar de amá-la...  essa promessa eu não quebrarei.....

- E o seu sofrimento, meu bem, vai passar algum dia?

(novo silêncio) - Nunca... Eu nunca vou esquecê-la, mãe... é o meu sacrifício e saber que ela será feliz.... é o suficiente.

- Você não pode simplesmente se afastar, meu anjo. Não pode passar meses mostrando que a ama e de repente dizer que acabou você precisa e ela merece um motivo, uma razão....

- A carreira, o trabalho dela, os sonhos... o coração tão doce... É a razão... eu  não quero vê-la... vê-la exposta....

- O trabalho não pode ser motivo do fim de um grande amor. Liza, meu bem, você estava tão feliz... deve haver outra maneira.... Não faça isso... Vocês encontrarão outra maneira... sempre há dois caminhos...

- Ela vai encontrar outra pessoa, mãe... Você conhece nosso meio... eu não posso deixar isso acontecer com ela, não agora... ela está começando.... (Eliza enxugou as lágrimas, respirou fundo e com um tom de voz firme revelou sua decisão à mãe) eu preciso agir com a cabeça e não com meu coração...

(silêncio na linha)

- Venha para casa meu bem e pense melhor.... Não queira ser emocional assim.. tão nervosa.. de cabeça quente... (com a voz serena, Lucy tentava acalmar a filha)

“Eu .. eu não tenho escolha, mãe! (Exaltou Eliza) E também não posso ir agora pra casa... Ainda tenho compromissos aqui.... Mãe... será que existe coração nas coisas feitas pela razão? (Eliza volta a soluçar com choro preso).

- Neste caso, no seu caso, meu bem, eu só vejo coração em sua decisão. Não decida nada hoje.... uma noite no meio da tempestade revela uma calmaria pela manhã...  E, meu bem, não se termina um relacionamento virando as costas... você precisará de um motivo palpável...

- Ela não vai aceitar que eu me afaste para protegê-la...(a voz é cada vez mais acelerada e cheia de dor) Ela me ama, mãe... ela me ama... e ela ...ela é tão delicada... é tão sensível... eu a amo tanto... tanto... eu.. preciso...preciso senti-la mais uma vez... eu preciso de uma última noite... eu preciso de último toque...de um adeus....de todos os sofrimentos... eu sou o  menor que ela pode ter...

- Você não pode medir o sofrimento dela.... ninguém sabe exatamente a dor do outro, meu bem... Converse com ela... vocês podem encontrar uma solução....

- Eu não ... não quero que ela precise escolher... ela não tem que fazer isso!.. Ela não precisa deste fardo, mãe. Eu farei isso por ela... Eu carregarei o peso da escolha.... eu farei isso por ela.... quem sabe um dia.... quem sabe um dia... eu possa tê-la em meus braços novamente...

- Minha filha... minha pequena... Minha Liza-Loo... não tente salvar alguém afogando a si mesma, fale com ela... divida com ela o peso da escolha, se ela tiver que ser feita...Pense...ligue-me mais tarde.. .com calma...

- Obrigada, mãe,  mas eu já decidi. Obrigada...

**

Depois de preparar a recepção para a namorada, que chegaria por voltas das 23h, Eliza resolveu passar um tempo mais longo no banho, buscando que aquela água quente que caia sobre sua cabeça alcançasse sua alma, acalmasse seu coração, que mostrasse o caminho menos doloroso para as duas. Contudo, só o que lhe vinha à cabeça era a última frase de sua conversa mais cedoSó há um tipo de filme que Aly fará caso não se afaste dela. E como lhe mostrei, ela jamais ganhará um Oscar por eles, ou qualquer outro prêmio digno da carreira e compatível com a suave Alycia Debnam-Carey. Você só precisa se afastar, mais nada!”.

**

22h40

Em frente ao espelho Eliza certificava-se que estava tudo bem. Em pensamento: tudo pronto. Banho. Jantar preparado. Casa liberada. Coração apertado. Basta esperar a porta se abrir e ela atravessar ao encontro dos meus braços, da minha boca, das minhas mãos, para que eu possa me despedir. Espero não desabar sobre ela com a minha dor. Uma despedida. Uma noite. Eu quero tocar cada parte do corpo dela. Olhar cada sorriso. Gravar em minha memória o timbre doce da sua voz. O riso leve e tímido depois de fazermos amor. Eu não vou conseguir! Eu não vou conseguir! (as afirmações frente ao espelho não impediam as lágrimas de molhar seu rosto). Eu vou desabar, vou quebrar na frente dela! Eu não vou conseguir! (novas lágrimas deixam os olhos azuis avermelhados).

Depois de secar o rosto, a loira buscou o celular para saber o paradeiro da namorada. “Ok. Três chamadas da Aly, isso não é bom!”. A loira se recompôs e com um timbre de voz desesperado: “Hey! Só agora vi suas ligações,  você já está chegando?”.

Hmm, Ah. Eu sinto muito, Liz. Eu não vou conseguir sair daqui, meu agente está um dos produtores atrasou e estou ligando para que você não fique esperando. Eu sinto muito, meu bem, eu .. eu... estou morrendo de saudades...Deixe-me ir após o evento, diga que vai me esperar, por favor. Não quero embarcar amanhã sem ver você antes. Eliza só conseguia lembrar-se do conselho de sua mãe mais cedo: você precisa de uma razão, você precisa lhe dar um motivo palpável. Então, Alycia foi interrompida pelo tom de voz indignado de Eliza: “É quarta vez esta semana, Aly! Você embarca para o México amanhã e não nos vimos, praticamente... eu ... (a voz começa a falhar, Eliza Taylor começa a atuar...) eu... eu deixei de ficar com a minha família para passar a semana com você... não vou ficar esperando... eu.. eu estou no meu limite, Aly”. Do outro lado, uma voz suplicada “não desligue, por favor, Eliza... por favor!”. Ligação cortada. Eliza sabe que não pode ficar em casa, porque conhece muito bem a namorada e tem certeza que ela baterá em sua janela mais tarde. Sem celular, sem rumo, apenas sua dor na noite californiana.

**

(04h30min)

“Obrigada!! Foi um prazer conhecê-la.” Disse Eliza cambaleando um pouco as pernas a fechar a porta de um mini cooper azul conduzido por um linda morena de lábios carnudos, olhos grandes escuros e cabelos curtos. Eliza brigava com a bolsa em busca da chave enquanto se encaminhava até a porta de casa ao som da buzina do carro que acabara de deixá-la. Ao chegar ao primeiro degrau do acesso à porta principal, surpresa ou não, vê Alycia surgir da lateral da casa com uma expressão mendicante. Mais uma vez ela só consegue lembrar-se do que falara com sua mãe: um motivo, uma razão.

“O que você está fazendo aqui?” Eliza pergunta entrelaçando a língua usando como causa a quantidade de álcool ingerida durante toda a noite. “Assistindo minha namorada chegar à casa bêbada e acompanhada de uma desconhecida!”. Disse Alycia ao franzir de testa.

- Namorada? (risos irônicos) Eu não sou sua namorada, Alycia Debnam-Carey. Eu sou no máximo sua amante! (Dizia Eliza parecendo embriagada a balançar os braços após encontrar as chaves da casa, sem notar o olhar preocupado de Alycia) Ou por acaso você pode falar de mim para a sua companheira de apartamento? Ou para sua melhor amiga? Eu posso passar ação de graças com sua família? Não... Não e Não. Portanto, você pode me chamar de qualquer coisa: amante; foda fixa, porque é só para isso que você me procura; amiga com benefícios, menos de namorada, Aly! Menos de namorada, Aly! (Alycia tem o olhar cada vez mais surpreso com as palavras da namorada).

Eliza virou-se em direção a porta para ignorar o triste olhar decepcionado de Alycia ao ouvir todas aquelas meias verdades.  “Droga!” Esperneou Eliza ao deixar a chave da porta cair sem conseguir abri-la. Alycia se aproximou a juntar a chave e logo em seguida, em silêncio, abriu para que Eliza passasse. Fechou a porta atrás delas.

- Você não precisa entrar. Porque você não vai ficar lá com seu agente e suas reuniões? Nossa carreira em primeiro lugar! Deixe-me sozinha, Aly, ops,  você já faz isso na maior parte do tempo!

Alycia se encaminhou a cozinha a pegar um copo de água a falar para ElizaEu vou me assegurar que você fique bem depois deste porre. Venha vou colocá-la para dormirAlycia segurou seu braço para que pudesse apoiá-la para subirem as escadas, mas Eliza continuava áspera “Eu não preciso da sua ajuda (empurrou com o cotovelo o apoio recebido) tenho prática com estas escadas, mesmo bêbada. Oh, shit!” Liza tropeçou e ouviu o resmungar de Aly é, parece que tem muita prática...”.

Mal chegaram ao quarto, Alycia buscou uma camiseta no armário e pediu para que Eliza senta-se a cama. “Você acha que pode mandar em mim, na minha própria casa? Alycia, você está redondamente enganada!” Resmungava com o tom de voz embriagado, ao mesmo tempo, que se sentava na cama e parecendo uma metralhadora falante continuou:Você me fez encher a geladeira com aquele monte de frutas e e... e... comida saudável de que eu não gosto e desmarcou todos os nossos encontros... aproveita que está aqui e leva tudo pra você....Eu não vou querer comer aquilo...”

Alycia abria um tímido sorriso, enquanto Eliza continuavaNem pense em sorrir.... Você não tem este direito, está proibida de .... de me hipnotizar.. (suavizava o tom de voz, quase sussurrando) com toda esta delicadeza de existência... você (Alycia se aproximava tirando o sapatos, brincos e colares a olhar nos olhos de Eliza) você não pode entrar na minha vida assim.... com  este sorrisinho suave...e me deixar com o coração partido... com, OMG! (Alycia começava a desabotoar a calça dela) ...eu não vou fazer nada com você! (Eliza apontava o dedo indicador próximo ao rosto de Alycia tocando levemente sua pele se controlando para não beijá-la)... eu nunca mais vou ser sua (Alycia apartou os olhos a esconder rapidamente o sorriso que cobrira seu rosto), pode tirar estas pontas de dedos sobre a minha pele, eu... eu.. oh! Shit! Por que seu toque faz isso com meu corpo? (Alycia volta a sorrir lentamente quando nota o arrepio e o fechar de olhos de Eliza ao sentir suas mãos puxando seu jeans apertado) eu estou falando com você, Alycia Carey! Não adianta tirar minha roupa.... eu não vou beijar esta sua boca...eu não vou deixar você me tocar... nem ..nem... sua boca é tão gostosa, sabia? Você saaaabe! (continuava a elogiar os lábios de Alycia enquanto levantava os braços para que sua blusa fosse retirada) Você quer meus peitos? Os gêmeos? Você gosta deles! Mas eu não vou deixar  (Eliza cruzou os braços sobre eles tentando escondê-los) você não vai mais pegar neles, sabia? Porque eu não posso ser sua... (os olhos dela se enchiam de lágrimas) não mais.... contudo, eu tenho tanta saudades dos seus (Eliza direciona seus olhos para o decote de Alycia). Você é tão linda...Alycia a dona de corações...e estes olhos... verdes... são tão lindos pela manhã... você é tão linda... tão amável....tão inesquecível (Alycia nunca havia visto Eliza tão bêbada e por alguns instantes ela estava adorando conhecer as vulnerabilidade dela. Enquanto a ouvia, vestia a camiseta para ela dormir) são tão lindos, seus olhos....você é tão linda pela manhã, mas eu não posso ter isso, nunca mais..... (um breve silêncio como se Eliza não quisesse continuar com o show) porque você sempre vai embora antes do amanhecer, você sempre me abandona sozinha na cama pela manhã... então (Alycia voltava a ficar apreensiva com tudo que Eliza estava desembuchando) eu tinha uma vida muito boa antes de você, sabia? Eu saia para dançar, eu bebia horrores e pegava muitas mulheres bonitas, você sabia? Eu transava .... toda semana... todos os finais de semanas... (Alycia ficava cada vez mais angustiada com cada coisa que Eliza dizia )... eu transava a noite toda e na manhã seguinte eu batia a porta do quarto sem olhar para trás...(um leve suspiro se mistura com o nó em sua garganta acompanhado de um timbre de voz exaltado)  era eu que deixava as pessoas esperando.. Aly....era eu... você não podia ter me mudado....eu não deveria esperar por você todas as noites... (Eliza franziu o semblante a olhar fixamente nos olhos de Alycia) Mas eu passaria todas as noites a sua espera, porque todos já sabem que estou amando.... todos, todos... sabem que eu sempre vou amá-la, mas você... eu melhorei por você, eu mudei para você..... e eu não posso ter você... você vai seguir em frente não deve se importar... (Os olhos de Alycia começam a encher d’água ao notar a mágoa de Eliza guardada) mas isso mudou... isso mudou (Eliza levantou o dedo indicador) sabe por quê? (Eliza buscou na alma as palavras certas para alcançar seu objetivo) Eu não sou mais sua! (Alycia gelou e as primeiras lágrimas começam a cobrir seu rosto).

Ao ver as bochechas molhadas de Alycia, Eliza lembra-se de tudo que levaram elas até ali, esquece-se de atuar para protegê-la,  e gruda a ponta de seu nariz no dela, sussurraLexa!” e busca os lábios trêmulos de Alycia para um longo  e ardente beijo ao som deamo você, Aly”. As vertigens da mistura de bebidas parecem fazer efeitos a interromper aquele encontro de lábios e Eliza desaba finalmente na cama, ainda a resmungar dolorosa e conscientemente: “Eu odeio amar você Alycia Carey! Eu odeio...” Eliza se acomodou embaixo das cobertas a ouvir um baixinho de Alycia: “Perdoe-me por sentir o contrário, mas eu amo, eu amo amar você!”. E quando ela se afastaria, Eliza a puxou para que deitasse junto dela. De conchinha, a loira colocou a mão de Alycia por baixo de sua camiseta,  pousando-a sobre um de seus seios a dizer “eu vou proteger você... eu prometo... eu.. ainda ... ainda sou sua, só sua... só sua”.  Com lágrimas nos olhos a loira se deixou pegar em sono profundo. Alycia soluçou até ser vencida pelo sono.

**

Oh, Droga! Minha cabeça!” Foram as primeiras palavras roucas pronunciadas por Eliza naquela manhã mal humorada que somente fora amenizada quando ela notou Alycia dormindo ao seu lado. Ela ficou alguns minutos a olhá-la, admirando, enaltecendo-a em pensamento; em conflito consigo mesmo diante de sua instabilidade diante daquela criatura tão angelical. Torturando-se por cada palavra premeditada que disse na noite anterior. Foi seu personagem mais difícil de interpretar, pensou. Decidiu levantar mansinho e tomar um banho, torcendo para que em seu retorno Alycia ainda estivesse em sua cama dormindo.

Ao sair do banho Eliza viu Alycia sentada na beira da cama com os olhos baixos a encarar a porta do banheiro se abrir.

**

Hey.” Foi o que consegui dizer apesar de ter pensando mil e umas coisas debaixo d’água quente do meu chuveiro. Alycia moveu apenas as pálpebras lentamente em forma de cumprimento. Um silêncio. Olhares. Suspiros. Eu caminho em direção ao closet para pegar uma toalha seca para passar no meu cabelo úmido e  evitar o contato visual com ela quando ouço:eu nunca quis que você se sentisse desta forma. Nunca quis magoá-la, Liz. Nunca quis transformá-la nisso. Eu sinto muito”.

Só conseguia pensar “Você não fez nada, babe! Não fez nada!”, mas eu precisava continuar,  sabia o que estava fazendo, e do que precisava fazer: “Aly, eu não devo ter me expressado muito bem. Esquece a forma com que falei, eu estava embravecida, apenas. Você não tem culpa de nada.... são fatores externos... que...enfim, deixa tudo tão complicado.. eu .. eu .. Eliza foi interrompida por Alycia que se aproximava delaVocê estava brava e embriagada, e só por isso conseguiu dizer exatamente tudo que estava guardando para si. Tudo que estava sufocando você e ... e... (a garganta começava a secar e o nó se formar)  não a deixavam dizer em sã consciência. Eu só escutei verdades esta noite, Liz. E todas elas me machucaram... e não porque foram ditas ou como foram ditas, mas sim porque você estava sofrendo e eu não fui capaz de perceber....porque eu estava este tempo todo machucando você....eu nunca quis fazer isso...” Alycia brigava para que as lágrimas não cobrissem seu rosto ainda que seu timbre de voz denunciasse toda vontade de chorarmas nós podemos consertar isso, certo? Eu consigo ficar mais disponível.... eu consigo colocar você em primeiro lugar na minha vida... e foda-se meu agente... foda-se o que ele pensa... eu não quero perder você, Liz... eu não quero...”

Eliza se afastou a ficar de costas para Alycia buscando de alguma forma o álcool ainda em seu sangue para criar coragem de dizer o que jamais pensou que diria, mas que deveria ser feito, com tom acelerado para que não se arrependesse começou: “Eu não posso seguir com isso, Aly (voltou a encará-la) eu preciso voltar a me encontrar, eu preciso ser mais disponível para mim mesma, você entende? Em algum momento eu me perdi e passei a ficar a sua sombra... a sua espera... e até não vejo problemas nisso, mas então eu percebo que sou sempre eu a esperá-la, nunca você, quando eu preciso.... você nunca pode... e eu realmente entendo, sua carreira está deslanchando, você precisa se firmar em FTWD, não se sinta culpada por sua ausência, mas também não exija mais do que eu já lhe dei....”

Alycia não consegue segurar as lágrimas que já incham seus olhos, nariz e lábios. Suas mãos estão úmidas por não conseguirem acompanhar o choro que inunda seu rosto. Seus pensamentos estão completamente fora de ordem, fora de órbita, sua razão, sua emoção, tudo está desmoronando e ela não quer ouvir nada daquilo, ela não quer aceitar que está perdendo Eliza, por outro lado, ela também não consegue se imaginar fazendo a loirinha sofrer ainda mais. Ela precisa organizar seus pensamentos, precisa de um tempo, uma forma, uma maneira de provar que elas podem superar isso. Contudo, ela está tão quebrada com tudo que ouviu e não quer forçar, neste momento, uma reconciliação. Ela vai ao encontro da loira, desliza sua mão no pescoço dela a alcançar sua nuca; encosta seus lábios no dela bem firme a sugá-los delicadamente antes de beijar seu queixo e sair pela porta do quarto, sem olhar para trás, apenas a pensar “eu não vou perder você!”.

Eliza deixa seu corpo escorregar pela parede do quarto como se estivesse segurando um colete salva-vidas em meio a um naufrágio. Ela passa a língua sobre os lábios para sentir a saliva de Alycia deixada neles. Ela respira, respira, fecha os olhos e deixa todas as lágrimas inundarem seu rosto até subsistir o gosto doce do último beijo pelo salgado de seus olhos desesperados. “Eu vou proteger você”. Ela se encaminha para a cama e repete essa frase embaixo das cobertas para se convencer que está fazendo o certo. Adormece.

 


Notas Finais


Não vou perguntar se gostaram e se quiserem me xingar usem o Twitter @Charlotte_Luy só para mantermos a harmonia dos comentários dos últimos 15 capítulos. Fechado?

Até semana que vem!

Bjaum

Charlotte


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