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História Em Busca da Verdade - Surpresa


Escrita por: Bekah1201

Notas do Autor


oii amores. Mais um cap pra vcs. Tá meio grandinho esse então aproveitem, não é todo dia que eu consigo fazer um assim.
Boa leitura.

Capítulo 10 - Surpresa


Ao longe era possível ouvir a cantoria dos pássaros que entrava pela janela, inundando o lugar de paz e tranquilidade.

O mármore frio, levemente úmido pelo ar gélido que estava presente, era lascado aqui e ali, alternado em vários lugares.

O quarto era simples, havia uma cama no centro, uma cabeceira ao lado servindo de suporte para um bandeja cheia de remédios e comprimidos.

A luz da manhã nublada se perdia na luminosidade de um pequeno abajur que estava aceso, e que fortemente lutava para se manter resistente.

A descarada sensação de tristeza e sofrimento impregnava tudo, as paredes que poderiam, à algum tempo atrás, ter sido um excelente palco para o antigo e desgastado papel de parede florido; os móveis inadequados e desleixados, cheios de manchas e buracos que ao longo do tempo foram feitos.

A mulher de cabelos grisalhos e traços angulosos que me acompanhou desde a recepção até aqui, abriu a porta para mim entrar e depois foi embora sem dizer absolutamente nada, apenas me deixou lá, confusa e com medo.

Olhei ao redor com a intenção de tentar reconhecer alguma coisa, algo que pudesse fazer eu me lembrar ou imaginar de quem seria aquele quarto.

Meu olhar passava desde um mísero e pequeno detalhe até a mais enorme fonte de informação sobre alguém.

Mas nada.

Nem um sequer lampejo de memória.

Andei até a cama e a fiquei analisando. Levemente bagunçada, os travesseiros brancos afofados com todo o cuidado, o lençol cobrindo o colchão só até a metade.

Me sentei e passei as mãos sobre a cama, um aroma fluiu da mesma. Doce, mas ao mesmo tempo, forte e amadeirado no final. Havia uma discreta semelhança ao aroma de uma jasmim ou então de um cedro. Uma mistura estranha de perfumes, porém o resultado era magnífico ao olfato.

Depois de um tempo a mulher da recepção volta, sorridente e feliz.

- Senhorita Bruna, se você estiver pronta, a Sra. Vinns quer lhe ver. - Disse ela parada na porta, esperando ansiosa minha resposta.

- Sra. Vinns?

Ela me olhou confusa e intrigada depois da minha pergunta. Suas mãos foram para trás do seu corpo e o mesmo tomou uma postura reta e autoritária.

- A senhorita não é Bruna Vinns? - Perguntou ela.

- Sim, sou eu.

- Então, você é parente de Giselle Vinns, certo?

Mesmo com o vento frio que vinha da janela, um fino rastro de suor caía lentamente no canto da minha testa. Meu coração disparou e minha respiração se descontrolou.

A imagem da mulher sorrindo, esperando meu assentimento, foi ficando distante. O quarto começou a girar e o chão a tremer. Quando me dei conta, não havia mais mulher, mais quarto, mais cama, mais chão, mais nada.

Fui sendo engolida por uma escuridão sem fim.

Em um enorme e comprido poço eu fui caindo, desgovernada e intensamente.

Minhas mãos tentavam segurar em algo, mas não havia nada para se segurar.

Apenas vazio.

Quanto mais caía na escuridão, mas desesperada ficava.

O fato de não parecer não ter fim só piorava a situação.

Perdida, confusa e assustada fiquei, até que...

- Bruna. Acorde, vamos acorde.

Mãos calorosas e firmes me sacudiram e me despertaram.

Aterrorizada acordei num pulo.

O vestido da noite anterior estava colado ao meu corpo devido ao suor, a alça havia descosturado de tanto eu me remexer na cama. Respirava ofegante e pesadamente.

A luz do recinto machucava os meus olhos que ardiam em reprovação. Pisquei forte e os abri de novo, tentando me acostumar com a luminosidade.

Aos poucos, minha visão foi focando.

Estava em meu quarto, e dona Catarina estava à minha frente me olhando preocupada.

Seu rosto apresentava um nervosismo implícito que foi logo misturado com uma certa agonia presente na mesma.

- Você tá bem, querida? Fiquei muito preocupada, escutei um grito vindo daqui.

Ela acariciou o meu rosto e depois me abraçou.

- Tô sim. Só tive um sonho estranho.

- Nossa, você me assustou. Tem certeza que está bem? - Disse ela dando fim ao abraço.

- Tenho, dona Catarina.

Sua expressão se aliviou um pouco mais, e a tensão que estava presente em seu corpo foi sumindo.

Ela olhou para o relógio na cabeceira e tomou um leve susto.

- Vamos, você já está atrasada pra se arrumar pra escola. Levante, tome um banho e desça pra tomarmos café.

Ela se levantou e foi embora.

Com um certo esforço, coloquei minhas pernas para fora da cama. Minha visão ora focava, ora voltava a ficar turva. Minha cabeça estava latejando de tanta dor. Meus ossos pareciam que haviam quebrado.

Estava assim por causa da festa ontem, ou por causa do sonho? Ambos talvez, quem sabe. Estou muito mal pra pensar a respeito.

Me levantei meio tonta e fui para o banheiro.

 

 

[...]

 

 

- Bruna, aqui!

Avistei Caio e Alline sentados numa mesa perto do portão que dava para pátio de trás da escola. Fui até eles e lhes dei um sorriso cansado.

- Nossa, Bruna, você tá bem mal. O que aconteceu? – Perguntou Alline.

- Bom, depois que vocês me deixaram sozinha lá na festa ontem, junto com várias pessoas que eu não faço ideia de quem eram, um idiota, babaca, metido a besta, deu em cima de mim e me forçou a ficar com ele, contra a minha própria vontade. Ótima festa, não acham?

Eles ficaram me olhando com os olhos arregalados. Os dois logo empalideceram quando eu terminei de contar.

Alline olhou para Caio e, ainda surpresa e com a mão na boca, ficou esperando alguma reação do mesmo.

- Bruna, nós... nós sentimos muito. – Disse Alline que tinha se voltado para mim novamente.

Abaixei minha cabeça e fiquei olhando para o chão.

- Uau! Nossa. Bruna, e-eu nem sei o que falar direito. É... desculpa, não devíamos ter deixado você sozinha. – Disse Caio, se pronunciando pela primeira vez depois de um bom tempo, sua voz falhando em algumas partes. – Mas e o Fernando? Ele não tava com você?

- Ele tinha ido falar com o Marcos, mas ainda bem voltou antes que acontecesse algo que não teria volta. Porém não foi o suficiente para fazer desaparecer isso da minha cintura. - Disse enquanto levantava um pedaço da minha camisa e revelava uma marca que estava escurecendo.

Caio disse alguma coisa mas não consegui escutar direito, só Alline, que concordou levemente com a cabeça, um pouco indecisa.

- E quem foi o idiota que queria fazer isso com você? – Perguntou Alline, inquieta.

- Um garoto chamado Daniel, não conheço ele e nem pretendo. – Disse enquanto apoiava minha cabeça na mão.

- Sabia! Já tava até imaginando. – Gritou Caio enquanto olhava para Alline, e a mesma revirava os olhos. - Olha, gente, eu acho que eu devia jogar na loteria, o que acham?

- Para com isso Caio, não vê que a Bruna tá mal! – Disse Alline irritadiça.

- Eu sei, eu sei. Eu vou parar. – Um sorrisinho sacana brincou nos lábios de Caio e o mesmo cutucou Alline enquanto lhe dava um beijinho no seu pescoço e dizia. – Mas você ainda me deve 5 reais.

- Para com isso, seu idiota! – Depois que Caio começou a rir de Alline, ela se levantou e antes de ir, se virou pra mim e disse. – Eu sinto muito, Bruna, teve ter sido horrível mesmo. E desculpa pelo Caio, ele não sabe levar a sério um problema desses, só fica fazendo gracinha, né Caio?

Sem dar chances para Caio discordar, ela foi embora, batendo os pés com força e deixando Caio com cara de cachorro pidão. Ele franziu o cenho e cruzou os braços.

- Não é verdade! Ela só ta assim porque me deve 5 reais. E eu me importo com isso, sim. Olha, Bruna, eu também sinto muito, deve ter sido bem traumatizante, até porque o Daniel não é uma pessoa muito agradável, mas se me der uma licencinha eu vou ver se não estrago o meu namoro de vez.

Ele se levantou apressado e foi correndo até Alline que esperava, encostada numa árvore, do outro lado da nossa mesa com a cara emburrada.

- Ok, depois a gente se vê então, e obrigado pelo apoio moral. – Disse desanimada.

Fiquei sentada no baco da mesa até tocar o sinal pra poder entrar na sala.

 

 

[...]

 

 

Entrei na sala e fui me sentar lá no fundo, perto da parede.

“Pelo menos assim vou poder dormir um pouco sem o professor ver.”- Pensei sonolenta.

Quando cheguei lá, Fernando estava ocupando a última cadeira então sentei na da sua frente.

Ele me recebeu com um sorriso e depois disse.

- E aí, Bruna? Você dormiu bem? Sua cara tá horrível.

- Bom dia pra você também, Fernando. – Disse ironicamente. Coloquei minha mochila no chão ao lado da cadeira e me sentei, me virando pra trás para conversar com ele. – E não, eu não dormi bem, ainda to morrendo de sono.

- Ressaca? – Perguntou ele enquanto fazia uma careta.

- Sim e tudo culpa sua!

- MINHA? – Ele cruzou os olhos e bufou indignado. – Por quê?

- Foi você que me acompanhou para aquela festa! E ainda me deu uma bebida, sendo que eu nunca tinha bebido antes.

- Primeiro: eu não ti forcei a beber nada, e segundo: não é culpa minha se você não aguenta um festinha daquelas.

Lhe dei um tapa no ombro e o mesmo gritou em reprovação para depois começar a rir da minha cara.

- É a verdade, não posso fazer nada.

Revirei os olhos e me virei para frente, o professor já tinha chego.

- Bom, gente, abram os seus livros de sociologia e ponham na página 32.

A aula estava seguindo normal, até que depois de uns 10 minutos, uma batida vem da porta e o professor para e vai atender.

- Só um minuto, alunos.

Quando ele abre a porta, se depara com um Felipe desarrumado e desajeitado e um garoto ao lado, do mesmo jeito. Era o garoto que estava junto com Felipe na cantina ontem na hora da confusão que tive com aquela garota, percebi. Ambos estavam ofegantes e com os cabelos bagunçados.

- Oi professor. Desculpa pelo atraso. Não vai mais se repetir. – Disse Felipe entrando na sala junto com o garoto, mas foram parados pelo professor que parecia estar furioso.

- Espere um pouco, garotos, essa é a segunda vez que eu paro a minha aula pra receber vocês dois, atrasados como sempre.

- Por favor professor, é sério, não vai mais acontecer. A culpa é minha, foi eu que nos atrasei. – Agora foi a vez do outro menino falar.

- Mas o que vocês fazem para se atrasarem desse jeito, hein? – Perguntou o professor ainda furioso.

- Nem queira saber, professor! – Um garoto gritou e a sala inteira riu.

- Silêncio, silêncio. E pode parar com a palhaçada, Pedro. – Disse o professor. As risadas foram sessando aos poucos e quando pararam, ele se virou novamente para Felipe e o menino e continuou a falar. – Vocês dois eu acho melhor não se atrasarem mais. Senão vou ter que levar esse caso para diretoria, entendido?

- Sim, senhor. – Disseram em uníssono.

Eles entraram e foram se sentar. Felipe se sentou na minha frente e o menino ao seu lado.

Percebi Fernando rindo atrás de mim e não fui a única, Felipe se virou para ele e lhe mostrou o dedo do meio.

- Tirando uma lasquinha antes da aula, Felipe? Que safado! – Falou Fernando ainda rindo baixinho, tirando de mim uma risada pelo comentário.

Felipe revirou os olhos para nós dois e se voltou pra frente.

 

 

[...]

 

 

Depois de todas as aulas acabarem, eu, Fenando e Felipe estávamos indo em direção ao portão central para irmos embora até que avistamos o sr. Diego ali parado, nós esperando.

Ele nos cumprimentou com um aceno de mão, e com o seu jeito todo calado e sério, ele tentou esboçar um sorriso, mas acabou saindo mais como uma careta.

- Oi queridos. A mãe de vocês ficou meio ocupada hoje no trabalho dela, então eu vim busca-los.

Admito que fiquei meio surpresa por causa desse ocorrido, mas tudo bem.

O caminho seguiu tranquilo, todos muito calados, mas se bem que eu já estava me acostumando com essa quietude.

Chegamos em casa e quando eu estava indo para o meu quarto me arrumar para o almoço, o sr. Diego me chama e diz.

- Bruna, tem uma surpresa pra você lá na sala.

Hesitante fui até o local. No mesmo, uma moça com cabelos enrolados e olhos verdes me esperava ansiosa. Os cachos castanho-mel rodeados por um lenço preto, e um sorriso maravilhoso estava estampado em seu rosto.

Minhas mãos começaram a tremer involuntariamente e meu estomago embrulhou.

- Paula? – Perguntei.

- Meu amor, você não faz ideia da saudade que senti.


Notas Finais


É isso, espero que tenham gostado, comentem e favoritem.
Qualquer erro me avisem, blz?
Bjsss


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