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História Em Busca da Verdade - Só o tempo revelará o futuro.


Escrita por: Bekah1201

Notas do Autor


Oiii gente. Tá aí mais um capítulo pra vcs. Espero que gostem!!!!
Boa leitura.

Capítulo 3 - Só o tempo revelará o futuro.


Fanfic / Fanfiction Em Busca da Verdade - Só o tempo revelará o futuro.

"Amizade verdadeira não é ser inseparável... é estar separado e nada mudar."

 

A luz do sol entrava no meu quarto como uma cachoeira desaguando em sua foz.

Olhei para o relógio e o mesmo avisava  que eram 9:30 da manhã.

 Me sentei, e fiquei encarando o nada. Ainda estava morrendo de sono e cansaço. Depois de uma longa noite, agora eu só queria continuar a dormir. Mas é como se diz o ditado, nem tudo que a gente quer, a gente pode ter.

Me levantei e fui direto para o banheiro. Liguei a torneira, com esperança de ainda ter água quente, mas como previsto ela já tinha acabado. Havia mais de 40 ou 50 meninas aqui, então se você espera ter água gente depois das 8 da manhã, pode riscar essa opção da sua lista.

Com uma certa birra e desanimo, fui escovar meus dentes e arrumar o meu cabelo.

Um coque meio desarrumado foi o único resultado em que eu consegui chegar.

Fiquei me analisando no espelho do banheiro e tomei um susto.

O coque que fiz, até pouco tempo atrás, não conseguiu disfarçar o emaranhado de nós que estava em meu cabelo. Meu rosto amassado era como um palco para as olheiras que ali se formaram, me deixando com uma aparência mais velha e desleixada.

Eu estava mole e sonolenta, mas tinha que sair daquele quarto.

Peguei uma roupa qualquer em meu guarda-roupa e a vesti. Abrir a porta e sai em disparada à cozinha, já pensando no generoso café que iria tomar.

No caminho, encontrei Paula. Ela estava com uma camisa de alça branca e uma calça de moletom cinza. Os cachos que eu tanto adorava estavam soltos e acentuavam a beleza daquela linda mulher. Ela veio em minha direção e sorriu para mim.

- Bom dia, meu amor. Dormiu bem? - Disse ela depois de colocar as mãos nos bolsos da calça.

- Na verdade não. Fiquei pensando em Dani e Marcela quase a noite toda.

- Dani e Marcela? Por quê? Aconteceu alguma coisa com elas?

- Não, é que ontem eu contei pra elas que eu iria ser adotada e... Elas não reagiram do jeito que eu esperava. – Suspirei e olhei pra mulher em minha frente.

- Como assim? - Antes de eu responder, Paula me guiou até um banco próximo e esperou eu continuar a contar. Sua expressão mostrava o quão confusa ela estava. Foi Paula que me apresentou Dani e Marcela, e ela sabia o quão próximas nós três éramos.

- Elas ficaram tristes, e pensam que eu vou deixá-las quando eu for embora.

A expressão confusa de Paula logo foi suavizada e ela balançou a cabeça em sinal de compreensão.

- Entendo. E como você está a respeito disso?

- Não sei direito. Eu estive pensando sobre isso ontem à noite, mas ainda não cheguei em uma conclusão. Sinto que estou meio dividida com essa história, sabe? Eu tava tão feliz com essa notícia mas quando eu contei pra Dani e pra Marcela e as vi tristes e chorando, eu senti um aperto no meu coração. Uma dúvida tá me corroendo e eu não sei o que fazer a respeito. Eu quero muito ter uma família, uma mãe, um pai, irmãos... Mas não quero me separar delas. Eu amo elas e... Não sei. Não consigo chegar numa conclusão pra não magoá-las e ao mesmo tempo não me magoar. E se o lugar onde essa família mora for muito longe? E se eu não puder mais vê-las? Eu não sei o que fazer, Paula, não sei!

Senti as lágrimas caírem em meu rosto. As lágrimas que eu tanto odiava e lutava contra. Mas não consegui dessa vez. Eu simplesmente não aguentei mais. Baixei meu rosto e continuei a chorar.

Paula levantou o meu rosto e limpou as minhas lágrimas. Seus olhos verdes me direcionavam um olhar acolhedor e compreensivo, me passando amor e o conforto de sempre.

- Você vai dar um jeito, meu anjo. Você sempre dá um jeito. - Ela me puxou para um abraço e depois acariciou meus cabelos, tranquila e cuidadosamente. -Não se preocupe com o depois. Apenas o tempo vai revelar o que está guardado pra nós. Pense no agora e faça o que o seu coração manda.

Me ajeitei em seus braços e disse quase em um sussurro, mas não tão baixo para que ela conseguisse ouvir.

- Eu vou sentir tanta saudade de você.

 Ela sorriu e disse.

- Eu também, meu amor. Eu também.

 

(...)

 

Antes de ir à cozinha, desviei o caminho para o banheiro. Tinha que lavar o meu rosto, que aparentemente estava inchado de tanto choro.

Entrei no mesmo e fui até a pia.

Enchi minha mão com água gelada e joguei em meu rosto.

O contato com a água gerou um leve choque, que se distribuiu por todos os meus nervos. A sensação de levar várias agulhadas foi transmitida ao meu subconsciente e eu estremeci com isso quase que em imediato.

Sequei o meu rosto e fui em direção à porta.

Quase cai pra trás quando tombei com Marcela na porta do banheiro.

Ainda se endireitando e ajustando sua roupa, ela olhou para mim e reconsiderou a ideia de mandar um olhar furioso quando viu que era eu.

- Ah, é você. Me desculpe, eu não a vi. - Disse ela.

- Tudo bem. - Eu fiquei analisando seu rosto. Percebi que ela estava com uma aparência cansada porém, ao mesmo tempo, inquieta. - Você está melhor?

-Sim. Eu iria até o seu quarto, na verdade, pra ver você, e dizer que eu sinto muito.

- Pelo quê?

- Por ontem.

Eu senti outro aperto no coração, dessa vez mais forte, quando ouvir sua resposta. Lembranças daquele dia aparecendo tão forte e insistente como uma onde batendo num  grande muro de pedras.

- Nós não apoiamos você, e isso não se faz com uma amiga. Não mesmo.

Abaixei minha cabeça e continuei a ouvi-la.

- E que nós ficamos tão chocadas e tão confusas que não pensamos em você e nos seus sentimentos. Todas nós sabemos que ultimamente não está fácil achar um lar adotivo, uma família adotiva. E quando você disse que finalmente conseguiu, nós ficamos muito triste e apenas ficamos pensando na nossa separação e em nada mais. Eu falo isso por mim e pela Dani. Você sabe como ela é com palavras e com os próprios sentimentos. - Ela parou e eu olhei para a mesma. - Eu sinto muito mesmo.

Por um momento, não consegui me mexer tampouco falar alguma coisa. Já estava me engasgando com as palavras, que lutavam para não saírem. Forçei alguma coisa e apenas saiu um "Tudo bem, eu entendo.".

Marcela esticou os braços e com um olhar me pediu permissão para me abraçar.

 Pulei em cima dela e lhe dei um forte abraço. O abraço que tanto me acalmava. Marcela poderia ser apenas algumas meses mais velha que eu, mas eu já lhe considerava uma mãe assim como Dani também era.

Aqueles frágeis braços me passavam um amor fraterno incrível e, é só onde eu consigo me sentir segura de verdade.

 

(...)

 

Fomos até a cozinha, tomamos nosso café da manhã, sentamos em uma mesa e ficamos conversando distraidamente.

Só depois das 11 horas que Dani apareceu.

Ela estava com olheiras maiores que as minhas e um cabelo bem bagunçado. Seu rosto estava mais branco que o normal, fazendo com que suas sardas se destacassem, junto com a cor ardente de seu cabelo ruivo. Ela passou direto para a fila e pegou um prato com um sanduíche dentro. Olhou ao redor procurando um mesa vazia (já que todas as meninas do abrigo estavam tomando café e estava difícil de encontrar uma) e finalmente nos avistou.

Ela respirou fundo e veio em nossa direção.

Com muita dificuldade ela falou.

- Posso me sentar com vocês?

Sorri para a mesma e lhe respondi.

- Claro.

Ela se sentou e comeu seu sanduíche, quieta. O silêncio era a única coisa que predominava entre nós três. Até que eu falei.

- Então... você está bem, Dani?

Ela me olhou e balançou a cabeça positivamente.

- Que bom. - Respondi tentando disfarçar minha decepção em ouvir a sua resposta.

Eu tentava encontrar o seu olhar mas ela desviava-o.

- Dani, eu...

- Bruna, por favor, pare! - Ela disse com a voz firme, sem olhar para mim.

- Dani, eu acho que deveria me desculpar com você.

- Não. Não deve. Sou eu que deveria me desculpar com você. - Eu olhei para ela e abaixei minha cabeça. - Você não fez nada de errado. Eu fui egoísta e só pensei em mim mesma e em como eu ficaria se você fosse embora, sem ligar se você estava feliz ou não.

- Tudo bem, eu...

- Deixe eu continuar, Bruna, antes que seja tarde demais. - Ela me interrompeu e eu assenti, derrotada. - Eu quero que saiba que estou muito feliz por você, de verdade. Você conseguiu essa oportunidade e eu não lhe apoiei como eu deveria. Bruna, você é praticamente minha irmã mais nova e eu não dei valor pra isso. Crescemos juntas e não esqueceria você por nada, nenhuma de vocês duas. - Ela disse olhando de mim para Marcela, e depois para mim de novo. - Então não deixe de ser adotada por causa de nós. Ok?

Isso foi o suficiente para fazer as lágrimas voltarem. Ouvir Dani falando aquilo tudo era muito raro. Ela, na maioria das vezes, se fechava e não falava o que realmente queria dizer. Sorri para ela e concordei com a cabeça.

Ela se levantou e veio até mim e Marcela e nos abraçou. Um abraço fraternal.


Notas Finais


Não esqueçam de comentar. Bjsss


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