Camila P.O.V
Chegamos ao local e o mesmo parecia ser uma chácara, tinha uma casa e parecia estar habitada. Lauren estacionou ao nosso lado e desceu do carro com cara de poucos amigos, ela usava seus óculos escuros e permaneceu com eles nos privando de ver seus lindos olhos. Aproximamos-nos da casa e Harry chamou por alguém, um senhor saiu para nos atender, ele aparentava ter por volta de 60 anos.
- Pois não?
- Bom dia, nós somos da MPD! – ele cerrou os olhos – Estamos aqui para lhe fazer algumas perguntas.
- Entre, eu vou preparar um café para vocês! – educado ele é.
- Obrigada! – agradeci e acenei para que Harry ficasse do lado de fora, só para o caso de ser uma armadilha. – Qual é o seu nome?
- Castro, Sebastián Castro! – assenti e ele seguiu para a cozinha – Sente-se, eu não vou demorar.
Lucy e eu nos sentamos, Lauren ficou de pé, parecia estar analisando o local, sua expressão era fria e vazia. O Sr. Castro realmente não demorou, ele voltou com uma bandeja contendo uma garrafa de café e xícaras. Lauren recusou o café, não sei se por falta de vontade ou medo de ser envenenada.
- Em que posso ajuda-las? – Sebastián perguntou em um tom tranquilo.
- Há quanto tempo o senhor mora aqui?
- Há pouco mais de dez anos! – ele pareceu pensar – Eu estou aqui há muito tempo.
- O senhor se lembra dos antigos donos do local? – Lucy questionou.
- Não, não muito! – ele sorveu seu café – Lembro-me apenas de que era um pai e um filho de aproximadamente 13 anos, ele não tinha esposa, mas pareciam ser felizes. Por quê?
- E o senhor se lembra dos nomes deles? – Lauren soltou um risinho cínico ao ouvir minha pergunta. – Ou ainda possui a escritura do lugar?
- Não me lembro dos nomes, mas tenho a escritura! – ele se levantou – Esta no meu quarto, eu vou busca-la para vocês.
- Que pergunta inteligente, Cabello! – Lauren falou com deboche – É obvio que ele usou nomes falsos.
- Não custa tentar! – respondi com firmeza – E você, o que você esta fazendo? Nada, então não enche.
- Ao contrario, eu já descobri tudo o que precisava! – agora fiquei intrigada – Estou apenas assistindo uma palhaçada, muito sem graça por sinal.
- Olha aqui...
- Mila! – Lucy me interrompeu antes que perdesse minha paciência – Eu concordo com ela, ele não é quem procuramos e não sabe de nada.
- Obrigada, Lucy! – eu vou dar um soco na Jauregui para ela parar de ironia.
- Tudo bem, então o que foi que você descobriu, oh majestade? – fiz uma reverencia exagerada para ela.
- Obrigada pelo majestade, talvez se eu fosse inglesa eles me tratassem como uma, reconhecendo meu valor! – revirei meus olhos – Mas voltando ao que interessa você precisa ligar e pedir para que a equipe de buscas e forense venha aqui, precisamos dos cães farejadores, as coordenadas são bem específicas e eu tenho certeza de que o local é ali naquela mata.
- O local de que?
- Eu ainda não tenho visão raio-x, Cabello! – agora ela revirou os olhos – Suspeito que haja algo enterrado lá, mas precisamos de uma equipe de buscas aqui.
- Vou chama-los! – peguei meu celular e pedi para que meu pai mandasse uma equipe de buscas com cães farejadores. – Pronto, eles não irão demorar.
- Eu vou esperar lá fora! – Lauren falou saindo da casa.
- Amiga... O que foi isso? – Lucy curiosa.
- Uma discussão por causa do caso! – dei de ombros e ela semicerrou os olhos – O que foi?
- Sei... Vou fingir que acredito!
- Aqui moça! – Sebastián apareceu com a escritura me estendendo – Esta velha, mas dá para ler.
- Obrigada! – peguei e comecei a ler, retirei meu celular do bolso e fiz algumas fotos – Muito obrigada Sr.Castro, outra equipe esta vindo, pois precisamos verificar a mata aqui atrás da sua residência.
- Tudo bem, fique a vontade! – assenti lhe entregando a folha – Só não assuste minhas galinhas, porque dá muito trabalho correr atrás delas.
Lucy e eu rimos e permanecemos conversando sobre como ele veio parar nos EUA, ele nasceu no México e como muitos mexicanos atravessou a fronteira em busca de uma vida melhor, segundo ele sua esposa faleceu há dois anos, eles eram casados há trinta anos. Com a conversa o tempo passou rápido e a equipe chegou. Eu já estava pronta para seguir as coordenadas quando percebi que a Lauren permanecia encostada na varanda da casa.
- Você não vem?
- Não, eu acho que vocês possuem capacidade para usar um GPS sem se perder! – sarcástica como sempre.
Nem me dei ao trabalho de responder, fui na frente dos policiais seguindo as coordenadas, quando chegamos ao local os cães começaram a farejar algo, dei permissão para que eles cavassem e eles começaram, outros policiais começaram a andar com outros cães para tentar encontrar mais alguma coisa, Harry estava ao meu lado já que Lucy ficou com a Jauregui na residência.
- É um esqueleto Capitã! – um dos policiais falou – Tem um esqueleto aqui.
- Tenha cuidado! – ele assentiu – E verifique se não tem mais alguma coisa. Harry avise a princesa de gelo sobre o que encontramos, por favor!
- Princesa de gelo? – ele perguntou sugestivo, mas o encarei sem paciência – Está bem, já estou indo.
Não demorou nem dez minutos e Harry voltou trazendo consigo Lauren e Lucy, Lauren possuía luvas cirúrgicas, onde foi que ela arrumou aquilo? E porque ela anda com elas?
- Só tem um? – ela perguntou se abaixando, ela pegou na mão do esqueleto e começou a analisar – Era um homem, ele já era um adulto.
- Então não tem nada haver com o IV? – Harry questionou.
- Na verdade você esta olhando para a primeira vitima do IV! – Harry arregalou os olhos assim como os outros policiais – Provavelmente este era o verdadeiro dono deste sitio. Ele tem um afundamento no crânio o que mostra que houve uma pancada na cabeça, talvez não tenha sido premeditado, pode ter sido apenas porque ele descobriu alguma coisa, mas a morte só será mais bem detalhada pela Mani.
- E a Senhorita descobriu isso tudo apenas olhando? – um dos policiais que não aparentava ter mais de vinte anos perguntou.
- São anos de pratica e estudos! – ela respondeu com serenidade, porque comigo é sempre grossa ou indiferente?! – Bem, eu já vou indo, não tem mais nada o que eu possa fazer aqui.
- Você vai voltar sozinha?
- Eu vim sozinha, Cabello! – estou dizendo que é só comigo – Nos vemos no departamento.
E assim ela se retirou, voltei minhas atenções para o esqueleto que estava sendo retirado e assim que ele foi retirado os peritos forenses encontraram embaixo dele um saco plástico pequeno, e dentro dele havia uma carteira de motorista, o nome impresso na carteira era o mesmo que constava na escritura que o Sr. Castro nos mostrou. Assim que terminamos voltamos para o departamento, entrei em minha sala e encontrei Lauren deitada no sofá com o braço direito descansando sobre seus olhos, sua boca estava entre aberta e seus lábios extremamente convidativos, engoli seco e sentei-me em minha mesa.
- Ele foi enterrado com a carteira de motorista! – digo tentando chamar sua atenção.
- Deixe-me adivinhar... Ele era o verdadeiro proprietário do terreno?! – diz ela sem mudar de posição – E agora você terá de procurar por possíveis parentes?!
- Sim, ele provavelmente foi registrado como desaparecido pela família! – ela começa a se sentar – Bem, isso é, se ele tem algum parente vivo, e se eles moram aqui.
- Hum... Eu estou indo almoçar! – ela avisou – A Mani já foi informada sobre o esqueleto, uma amiga nossa ira ajuda-la com a parte do teste de DNA.
- Okay! – ela se retirou – Porque você age dessa forma Jauregui?
Perguntei a mim mesma, mas logo voltei aos meus papeis. Lucy não demorou a aparecer me chamando para almoçar, dessa vez Mani se juntou a nós, porém Lauren não estava presente e Mani disse que ela havia ido almoçar em casa, acredito que ela ficou chateada com a brincadeira da Chee, depois eu converso com ela. Após o almoço Mani disse que precisaria retirar umas amostra do esqueleto para enviar para a tal amiga fazer alguns testes, as horas foram passando e Lauren só retornou as 15:00 horas, ela se sentou sem dizer nada e começou a responder alguém no celular.
- A Mani já esta retirando uma amostra para enviar a amiga de vocês! – ela assentiu sem desviar atenção do celular, aquilo já estava me irritando – Posso te fazer uma pergunta?
- Já esta fazendo! – ela deu de ombros – Mas prossiga.
- O que você tanto digita nesse celular?
- Sério? Sua pergunta é essa? – ela me encarou com diversão e eu assenti – Estou resolvendo os últimos detalhes do meu próximo livro.
- Você irá lançar outro livro? – soei mais empolgada do que queria.
- Sim, daqui a dois meses será o lançamento!
- E ele é sobre o que? É mais um com analises de perfis de diferentes tipos de criminosos, ou é mais um romance policial? – ela me encarava intrigada.
- Você leu todos os meus livros, Cabello? – assenti meio envergonhada. – Hum... É mais um romance policial, porque a pergunta?
- Eu gosto dos seus livros! – resolvi ser sincera – Mal posso esperar para ler.
- Do que você gosta mais? – ela perguntou – Digo, da parte do romance ou da parte policial?
- Dos dois! – ela arqueou uma sobrancelha – O desenrolar dos fatos é sempre surpreendente, mas o romance não deixa a desejar e você sabe disso... Quer dizer, se eles não fossem bons não seriam Best-Sellers.
- Então você não odeia meus finais trágicos?
- Não, como você mesma já disse em entrevista, é o ciclo da vida! – ela assentiu – Todos morrerão um dia.
- Mani e Ally não gostam, segundo elas é triste demais! – assenti – Alexa também nunca gostou dos finais, ela sempre me enche por causa deles.
- Hum... Bem, eu acho que eles não teriam se tornado Best-Sellers se as pessoas não gostassem! – digo tentando me segurar para não perguntar quem é Alexa?!
Ela assentiu e voltou sua atenção para o celular, pelo menos agora eu sei que ela esta trabalhando. Voltei minha atenção para a papelada em minha mesa, eu ainda não tinha terminado o caso do Sr. Coltton, mas já estava quase lá, Lucy e Harry estavam tentando achar algum parente do esqueleto que encontramos mais cedo. As horas voaram e eu nem me dei conta.
- Você vai fazer hora extra, Cabello? – seu tom era debochado.
- Não, eu já estou de saída! – ela se levantou guardando o celular – Até amanhã, Jauregui!
- Boa noite, Camila! – ela me surpreendeu ao me chamar pelo nome e sem ser irônica. Ela saiu e eu desliguei meu computador, tranquei minha sala e me despedi de Harry e Lucy que já estavam de saída.
Assim que sai do departamento pude ver Lauren parada na calçada, ela parecia estar esperando a Mani e ela não estava feliz, isso era visível. Passei por ela em direção ao meu carro, mas antes acenei com a cabeça para ela que retribuiu. Não sei ao certo o que aconteceu nos minutos seguintes, ouvi Lauren me chamar e então só senti alguém me puxar pelo braço de maneira rápida, tudo aconteceu rápido demais.
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