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História Em Dívida Com o Inferno - Falha no "Plano A"


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! ^-^
Eu havia me esquecido dos trabalhos da escola, e realmente só consegui tempo para postar agora ;-;
Espero que gostem :3 boa leitura!! *-*

Capítulo 9 - Falha no "Plano A"


 

— Dean — chamou Sam, quase em um sussurro. — Isso é mesmo necessário?

O mais velho dos Winchesters manteve-se indiferente ao questionamento feito pelo irmão. Seus olhos permaneceram fixos no casal asiático enquanto respondia à pergunta.

— Você viu a força desse tal de Samael. Castiel não é forte o bastante para segurá-lo, e com certeza você e eu também não. Se ele se soltar enquanto fazemos o exorcismo, estaremos ferrados.

Pigarreou ao final da frase, ao perceber que Taehyung terminava de cumprir a ordem que dera há alguns minutos.

— Assim é mais seguro — acrescentou, vendo pelo canto do olho Sam assentir em concordância.

À alguns metros da dupla de irmãos, Taehyung cumpria com êxito (e uma pitada de receio) a ordem dada por Dean.

Uma corda grossa lhe havia sido entregue, e sua tarefa era garantir que ela segurasse os pulsos de Jungkook presos à cama, para o caso de Samael resolver tentar algo.

O mais novo — dentre todos que estavam na casa, por sinal — observava o rosto notoriamente concentrado do noivo enquanto este se esforçava para deixar o nó o mais firme possível em torno de seus pulsos.

— Isso seria muito sexy se não fosse pelo motivo que estou te amarrando — disse Taehyung, dando-lhe um sorrisinho.

Jungkook riu. O corpo de Taehyung pendia sobre o seu conforme ele se inclinava para apertar o nó da corda.

— E ainda diz que eu sou o pervertido — replicou, sorrindo audacioso.

— Não é você que está amarrando um cara bonito na cama — respondeu, corando sutilmente.

O mais novo sorriu, relaxando um pouco. As circunstâncias que o cercavam haviam o deixado tenso e angustiado, mas Taehyung era capaz de distraí-lo até mesmo na atual situação em que se encontrava; algemado e amarrado à cabeceira da cama, aguardando por um ritual de exorcismo.

Não era lá muito animador.

Do outro lado do quarto, os Winchesters os observavam, desconcertados.

— Vou buscar mais sal grosso — ditou Sam, saindo às pressas do quarto antes que Dean pedisse para que ficasse.

O mais velho praguejou, resmungando baixinho.

— Isso não é nada educado.

Dean assustou-se ao ouvir a voz de Castiel, já que, supostamente, o anjo deixara o recinto havia alguns minutos.

No entanto, quando olhou para o lado, lá estava ele. Talvez resolvera voltar para ajudá-los.

— Castiel, você tem que parar de aparecer assim — murmurou, mas sua voz não demonstrava irritação.

Até porque, não queria ser o único a ficar na companhia do casal que agora trocava sorrisinhos cúmplices.

— Quando Taehyung acabar, vamos checar os nós da corda para ver se estão bem presos e então poderemos começar — explicou Dean.

Castiel assentiu em um menear.

Após mais um puxão firme, Taehyung terminou de firmar o último nó.

— Se eu sobreviver, talvez deixe você me amarrar — brincou Jungkook, com uma pitada de malícia.

Todavia, a diversão contida nos olhos redondinhos do mais novo pareceu ser barrada pelo olhar desgostoso do Kim mediante a frase.

— Você vai sobreviver — respondeu Taehyung, e sua voz soou firme aos próprios ouvidos. — Não diga mais coisas assim, ok? — pediu encarecidamente.

Jungkook assentiu, mesmo que a voz de sua consciência lhe sussurrasse a todo momento que sua vida estava em risco.

E que, inevitavelmente, estava pondo Taehyung em perigo por mantê-lo perto.

Taehyung afastou a franja de Jungkook para o lado e desferiu um selar carinhoso sobre a testa do rapaz.

Dean observara o gesto, junto dos olhares preocupados que os rapazes lançavam um ao outro.

Taehyung lhe aparentava ser alguém protetor, tentando a todo custo ajudar o noivo. Jungkook porém, lhe parecia ser mais aéreo (talvez por causa da atual situação), mas, por outro lado, possuía um charme natural inquestionável.

Talvez fosse pela personalidade — não tão maleável quanto a de Taehyung, o que causava uma impressão mais forte aos olhos de quem o via —, ou pela fisionomia combinada ao olhar de íris escuras e cabelo de mesmo tom.

De alguma forma — a qual desconhecia a origem de tal pensamento —, ele sentia já ter visto aquela cena. Entretanto, se negava a acreditar na ideia que reverberava em sua mente; a de que aquele casal lembrava-lhe dele e de Castiel.

Por certo estava ficando louco. Ele e Cass não eram e jamais seriam tão melosos. Com toda a certeza do mundo ele estava confundindo as coisas, trocando sua linha de raciocínio ímpeto e perspicaz por uma com falhas.

Lacunas em branco que ele julgava não saber como preencher.

Divagações que, entre um instante e outro, levavam-no a pensar em Castiel.

Em como a postura assumida por Taehyung lembrava-lhe de si mesmo perante Castiel.

O modo como Castiel lhe olhara perdido quando agachara-se para o socorrer, assim como Jungkook olhava para Taehyung.

Castiel, Castiel, e... Castiel.

Tinha que tirar o anjo da cabeça.

— É... Dean? Acabei — disse Taehyung, e o Winchester sentiu uma alegria contida pelo ato.

Se tivesse algo para fazer, decerto não teria tanto tempo para pensar no anjo que estava parado de pé ao seu lado.

— Ótimo. Vou chamar o...

— Estou aqui — replicou Sam, adentrando o cômodo.

Dean o encarou, incrédulo.

— Você estava ali o tempo todo e me deixou sozinho com... — interrompeu a si mesmo ao perceber que Taehyung lhe ouvia falar.

Apesar de frustrado, ainda tinha o bom senso. Não lhe parecia uma boa ideia dizer que Sam o havia deixado "sozinho com o casal gay que não para de se paparicar".

— Certo, vamos logo com isso — disse Dean por fim, aproximando-se de Jungkook.

Sam havia pintado no teto acima da cama — usando-se de uma lata de tinta spray que trouxeram com aquela finalidade — uma Chave de Salomão*, pouco antes do irmão dar a ordem a Taehyung para que amarrasse Jungkook sob o símbolo.

Dean tirou do bolso um caderno antigo — mais especificamente o diário de seu falecido pai, que pegara da mala no porta-malas do carro.

Folheou-o até encontrar a página onde havia um ritual de exorcismo — a qual estava amarrotada pelas tantas vezes que a usaram — e caminhou até estar próximo a Sam, para que pudessem ler juntos.

— Taehyung — chamou Sam. — Você precisa sair de perto do círculo — alertou, referindo-se ao círculo do símbolo que desenhara no teto.

Com o olhar pesando preocupado sobre o noivo, o Kim afastou-se.

Se posicionou ao lado de Castiel, sorrindo em cumprimento; só então se deu conta de que não haviam sido apresentados.

Os Winchesters entreolharam-se, e então puseram-se a ler os garranchos rascunhados na folha amarelada.

— Omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii...

Jungkook fechou os olhos.

Omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica…

Taehyung cravou as unhas nas palmas das mãos, nervoso. Seus olhos mantinham-se vidrados em Jungkook, aguardando por qualquer movimentação.

Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana,
inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis.
Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge.

As palavras em latim davam à casa um ar sombrio, com uma pitada de algo que Taehyung não sabia pôr em palavras nem mesmo em sua mente.

Algo ruim.

Algo que o deixava com uma sensação de aperto na boca do estômago e uma angústia alarmante em seu peito.

A dosagem de adrenalina aumentava sempre que a voz de sua consciência gritava para ele que era Jungkook a ser exorcizado.

Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt…

Afinal, fora ele o responsável por chamar os Winchesters.

— Ab insidis diaboli, libera nos, domine. 

Amarrara Jungkook à cama, tirando assim quaisquer chances do rapaz defender-se ou até mesmo de pedir ajuda.

Ut ecclesiam tuam secura tibi facias, libertate servire...

Havia posto a vida de Jungkook nas mãos de estranhos.

Te rogamus...

Se algo de ruim acontecesse, a culpa recairia sobre seus ombros, e ele sabia que não aguentaria carregar consigo tamanho fardo.

Audi nos.

E então, silêncio.

As palavras e sentenças pararam de ecoar pelas paredes do cômodo e por sua cabeça.

Taehyung olhou para os Winchesters. Sentia o coração pulsando acelerado, como se quisesse sair pela garganta.

A dupla de irmãos observava Jungkook atentamente. Tinham os cenhos franzidos e as sobrancelhas curvadas, notoriamente desconfiados de algo.

Ao vê-los cochichando um para o outro, Taehyung se aproximou.

— O que acontece agora? — Perguntou, deixando-se levar pela curiosidade.

— Acabou — replicou Dean, com os olhos fixos em Jungkook.

Taehyung calou-se por instantes.

...Era isso?

— Então agora Jeonggukie está bem? Quer dizer, sem esse tal de Samael e...

— Por que não vimos nada de ruim saindo dele?  — Perguntou Sam, voltando-se para o irmão.

— Crowley disse que Samael vive trocando de casca sem que ninguém perceba. Talvez tenha fugido sem que pudéssemos ver.

— Impossível, a armadilha desenhada está intacta. Ele é forte, mas não o bastante para fugir dela.

Taehyung observava-os discutindo, alheios à sua presença.

— O exorcismo não funcionou — disse Castiel de repente, fazendo com que Taehyung se voltasse para ele.

Só então o Kim se deu conta de que o suposto anjo falava consigo.

— Sou Castiel — apresentou-se, estendendo a mão a Taehyung.

— Kim Taehyung — disse enquanto cumprimentavam-se. — Isso já deu errado outras vezes?

— Eu nunca vi dar errado — replicou Castiel, com a voz calma como de costume, porém expressando uma pitada de dúvida.

— É porque nunca falhou — interrompeu Dean. — A gente prende o demônio no círculo, faz o exorcismo e ele sai. É isso que deveria acontecer — disse, notoriamente estressado.

— Talvez tenhamos lido errado, podemos tentar de novo — argumentou o mais novo dos Winchesters, caminhando em torno da cama à procura de algo que justificasse o fracasso do ritual.

— Você e eu já lemos isso um milhão de vezes. Sabemos essas palavras quase de cor! 

— E se... — sibilou Taehyung, hesitando ao ver todos aqueles pares de olhos lhe encarando. — E se não for um demônio? Vocês me disseram que era um cavaleiro do inferno.

Ex-cavaleiro — acrescentou Castiel, objetivo.

— Talvez tenha razão — disse Dean, de repente mais motivado. — Sam, acho que vamos ter que pesquisar sobre isso.

— Mas nós já pesquisamos. Todos os sites e livros dizem que um exorcismo é o bastante.

— Então vamos ter que pesquisar mais sobre tipos de exorcismo e entidades que são imunes a eles — declarou, autoritário.

— Podem me soltar agora?

A voz de Jungkook se fez presente, relembrando a todos de que ele ainda estava preso firmemente pelas cordas.

Taehyung olhou para os Winchesters. Sam assentiu positivamente, enquanto Dean balançou a cabeça em negação.

— Dean — murmurou Sam, franzindo as sobrancelhas como se lhe perguntasse "como diabos você pretende deixá-lo amarrado por tanto tempo?"

O loiro suspirou, cedendo.

— Desamarre ele e solte uma das algemas, mas deixe uma delas presa em um dos braços — disse, direcionando um olhar de esguelha a Taehyung. — Ele não pode ficar sem usá-las.

Com um menear de cabeça cansado, Taehyung aproximou-se do Jeon.

Ao ver-se livre do aperto das cordas em seus pulsos — e de uma das algemas, permanecendo com apenas a que prendia seu braço esquerdo —, Jungkook sentou-se na beirada da cama, ao lado do noivo.

— E agora? — perguntou Jungkook, fitando Sam.

Dean parecia-lhe ter uma personalidade muito forte e mandona, algo que não o agradara.

— Agora, vamos ter que procurar outro jeito de capturar Samael — respondeu, sincero.

— Algo que não conte com a ajuda de Crowley, para sua segurança — ressaltou Dean, frisando os lábios.

 


Notas Finais


*Chave de Salomão: também conhecida como Armadilha do diabo, é o mais famoso e importante de todos os Grimórios da Magia. Também é conhecida pelos fans de Supernatural como círculo de aprisionamento. Quando um demônio é levado para dentro desse círculo – desenhado no chão ou até mesmo no teto — ele não pode sair até ser libertado.
Obrigada por ler!! *----*


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