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História Em Nome do Amor - I - Lugar Novo.


Escrita por: JSBaby

Notas do Autor


Caramba, quanto tempo que eu não escrevo, acho que devo até ter perdido a prática hehe, bem-vindas pessoas, eu sou a Juh, espero que gostem de verdade porque, até mesmo eu, estou gostando do que estou escrevendo.
Boa leitura!

Capítulo 1 - I - Lugar Novo.


Fanfic / Fanfiction Em Nome do Amor - I - Lugar Novo.


I — Lugar Novo.
                                                                          "Porque me assusta decifrar, o que há por trás de mim..."
 

Não vou mentir, eu estava assustada. Meu suposto pai estava prestes a me jogar dentro desse colégio onde eu não conhecia ninguém. Estava com meu moletom, de capuz, com a expressão meio arregalada, analisando tudo e querendo correr dali.
Vi meu pai sorrir ao homem, e depois de cumprimenta-lo sair na minha direção. Eu tinha medo dele, por isso, esfreguei um pouco mais meus braços em busca de me aquecer de um frio que senti ao pensar no que ele poderia fazer comigo.

— Consegui. — Ele disse com sua voz sombria — Você ficará no segundo ano.

— É a minha escolaridade, obviamente. — Revirei os olhos e ele pareceu suspirar sem paciência.

— Entre. — Seu tom foi frio e rígido, fiquei alguns segundos o observando, como ele podia fazer isso comigo? Essa pergunta martelava na minha cabeça e eu passei a mão pelos olhos secando as lágrimas que nem sequer haviam caído.

Não disse nada, apenas assenti, abaixei meu capuz e entrei pisando firme por aqueles corredores frios onde pessoas uniformizadas me olhavam estranho. Eu não sabia como me comportar perto de pessoas. Eu nasci em Los Angeles, mas vivi minha vida toda em uma região afastada em Seattle, cresci cercada de empregados e os bichinhos do jardim da imensa mansão de meu pai eram meus únicos companheiros, além da infinidade de livros que eu lia.

Lembro-me de sujar as saias de meus vestidos com a lama e a terra, passar horas olhando para o céu, sorrindo, tendo aulas com professores particulares, sem tirar aquele meu sorriso do rosto, eu me sentia bem. A única coisa que me fez falta foram pessoas comigo, houve uma época em que comecei a assistir televisão, as famílias nos filmes eram felizes, elas corriam livremente pelas ruas e tinham com quem conversar e brincar. Naquela noite, eu chorei por não ter uma mãe comigo, por meu pai não ligar para mim, ou por não ter amigos. Coitada do meu eu na infância, mal sabia que era a primeira de muitas noites...

— Você é Clary Muniz? — Uma voz delicada me chamou, e só ai eu percebi que havia ido parar no refeitório e estava sentada em uma mesa afastada.

— Sim, sou eu. — Encarei a garota a minha frente, cabelos cacheados e castanhos, olhos azuis me olhando em expectativa, eu cheguei a achar que já havia visto em algum lugar, ela era muito familiar.

— Meu nome é Ágatha Fontenelle, sou presidente do corpo juvenil, estou no terceiro ano e tenho dezoito anos, completo dezenove daqui a uma mês. — Sorriu a mim.

— É sério? Completarei dezessete daqui a dois meses. — Nós rimos e ela se sentou ao meu lado.

Deixei que Ágatha me contasse tudo sobre ela, em pouco tempo consegui descobrir seus gostos, suas manias, suas histórias, seus traumas, e até sobre sua família, me disse que tinha uma irmã gêmea, e eu achei aquilo super cool, lembrei de meus irmãos e fiquei um pouco triste. Ela também tinha um irmão mais velho e uma mãe, seu pai morreu quando ela era bem pequena e ela falou pouco sobre isso. 
Eu entendo, lembro de quando perdi meus dois irmãos em um trágico incêndio, eles teriam nove anos, morreram aos quatro. Mia e Thomas eram gêmeos, filhos de meu pai e minha ex-madrasta, convivi muito pouco com eles, mas o suficiente para ama-los com toda a minha alma. Eles tinham cabelos loiros como a mãe e olhos azuis como meu pai. Eu, infelizmente, não tinha os olhos dele, mas sempre que eu via meu reflexo no espelho sorria por ter os olhos vivos de minha mãe.

Ágatha me perguntou sobre mim, mas eu fui bem reservada dizendo onde eu nasci, onde me criei e que meu pai era um homem muito ocupado. Ela me apresentou a escola e sua melhor amiga, Julia, ela era bem louca e direta, consegui me identificar com as duas, já que era um pouco de cada uma delas. Uma bipolar, para falar a verdade.

— Minha mãe vivia em Los Angeles quando eu era bebê, mas ela não fala muito sobre lá. — Ágatha me disse enquanto caminhávamos em direção aos dormitórios.

— Eu não lembro de lá também, mas fico orgulhosa de ter nascido na cidade das estrelas.

Nós rimos.

— Esse é o nosso dormitório, você ficará aqui comigo, Julia e Louise. Te peço que não se incomode muito com a última. — Ágatha suspirou enquanto parávamos na porta, fiquei envergonhada por meu nome ser o único que não havia o sobrenome da mãe, todas elas tinham nomes compostos, grandes e lindos. Clary Muniz era simples, pequeno e inútil perto dos delas. 

Ela abriu a porta e uma música tocava alta ali dentro, duas meninas conversavam animadamente e o cheiro forte de esmalte e acetona me fez tossir, trazendo a atenção das duas para mim.

— Droga, Louise. Já te disse para pelo menos abrir as janelas quando estiver fazendo as unhas. — Ágatha reclamou e elas continuaram me olhando. Revirei os olhos, minha blusa colada ao corpo, minha calça jeans, os cabelos lisos e longos, mãos segurando meu moletom, de boot e o modo de que mascava o chiclete lhes chamava atenção? É, devia ser isso. Eu era estranha.

— Quem é? — Uma delas levantou e perguntou à Ágatha, apontando para mim.

Eu, — Comecei dando ênfase — sou Clary. 

— Ah, sim... A órfã. — A mesma menina me olhou com um pequeno sorrisinho vitorioso e com nojo. Meu coração não apertou como eu pensaria que apertaria, ele se encheu de raiva, mas eu abri um sorriso ao invés de rebater.

— Maria! — Ágatha repreendeu-a e eu soube seu nome. Maria, argh... — Bom, Clary, essas são Louise e Maria. Somente Louise dorme aqui, eu nem ao menos sei o que Maria está fazendo aqui. — Olhou feio para outra.

— Eu estou com a minha melhor amiga, Ágatha. E eu cheguei primeiro, estamos em horário livre, imagino que já tenha se acostumado com minha presença o tempo todo aqui no quarto. 

Ela também deu ênfase e eu respirei fundo, nosso santo não bateu. Ótimo, Clary. Nem chegou ao colégio e já fica fazendo inimizade, pensei comigo mesma.

— Eu vou dar uma volta por aí. — Me pronunciei.

— Te acompanho.

— Não precisa, Ágatha, eu preciso conhecer tudo sozinha. A gente se vê. — Acenei e sai do quarto.


Notas Finais


Até mais! <3


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