História Em pé de guerra! - O fim

- Err... Hum... Tá. Tanto faz. – Soul estreitou os olhos. - Não que eu queira ser amigos de bruxas com poderes de invadir lojas de doces e nem nada, só que... Seria bem legal ter acesso ao estoque do paraíso... – ela tinha os olhos brilhando, com a boca cheia d’água, e as bruxas começaram á rir.

- Você... É mesmo estranho. – elas disseram juntas, deixando Soul confusa.

Quando Maka voltou, ficou um tanto surpreso com a cena que presenciou.

- Oh, então agora são “amiguinhas”?- Maka perguntou, observando as três rindo e conversando normalmente dentro do quarto. - Como isso foi acontecer?

- Ele não é tão ruim quanto pensamos. – disse a bruxa de cabelos rosa, apontando pra Soul.

- OE!- Soul gritou.

- E é engraçado. – disse a outra, escondendo um risinho. - Quando o vimos tratando você mal, achamos que era só escória, mas ele é um cara legal...

- Ohoho... – Maka semicerrou os olhos. - E se cuidou dela com um kit... Pra quê a sua pasta?- Maka entrou e jogou a pasta no colo de Soul.

- Oh, você encontrou!- Soul pegou a pasta e revirou dentro dela, tirando um celular de dentro. - É que mandei um SMS pra um concurso concorrendo á um novo... – Soul ia dizendo, quando Maka lhe deu um murro na cabeça. - EI!

- Me fez correr... Por toda a escola... Pra você recuperar seu celular?

- Exatamente. – Soul fechou a cara. - Agora, escrava voluntária, faça-me o favor de reunir os outros. Amélia precisa tocar todos para destrocar.

- Mas... Nossos corpos reais... – Maka ia dizendo.

- Eu não preciso tocar no corpo do qual vou transferir a mente. Apenas no qual possui a mente que eu toquei originalmente... Irão voltar para seus corpos originais. – a loira sorriu.

- Então resolveram a birra?- Maka disse com uma expressão neutra.

- Sim. – as três sorriram ao mesmo tempo, e Maka bufou, saindo do quarto o mais rápido que podia. Novamente demorou meio século para conseguir encontrar á todos, e a maioria sequer estava na escola, pois haviam se atrasado.

Quando todos estavam reunidos no quarto onde as bruxas estavam, e Amélia tocou na mão de todos, e de repente, seus corpos começaram á mudar outra vez. Alguns diminuíam de tamanho, outros encolhiam, e poucos segundos depois, se viram em seus corpos originais.

Soul não estava repleto de piercings muito menos com os cabelos pretos, e até usava as roupas que usava na noite em que seu tormento havia começado. A primeira coisa que fez, foi enfiar a mão dentro da calça, sorrindo feito um bobo por ter certeza de que o que devia estar lá estava.

- Finalmente me sinto normal... – disseram Maka e Tsubaki, ambas com as mãos unidas e uma expressão sofrida no rosto.

- Não aguentava mais pensar apenas em comida. – disse Kid, enquanto derretia no chão. - Quero saber de quem era o corpo do glutão que eu ocupei, pra mandar ela fazer uma dieta, já que acho que a engordei pelo menos uns oito quilos.

- Não é tanto... – Black Star ia falando.

- Na verdade foram três, mas três é um número feio. Não é simétrico. Já o oito, é um número perfeit...

- Já ouvimos essa história. – todos falaram de cara fechada.

- Soul!- as duas bruxas saltaram em Soul. - Você é mais fofo assim!- as duas disseram, o apertando.

- E-EI! ME LARGUEM!- Soul tentou afastá-las. - O que raios é isso de “fofo”?!

- Você. – as duas disseram ao mesmo tempo.

- Eu não sou fof... – Soul bufou, obviamente irritado.

- É um coelho tsundere. – Amélia riu, apertando as bochechas de Soul. - Ei, podemos morar com você?

- Sabemos cozinhar, lavar, passar e faremos todos os doces que quiser. Sempre!- Amália ofereceu e Soul sorriu.

- Sabem fazer... – Maka o acertou com um livro.

- Já não basta aquela gata. – Maka disse. - E sou eu quem a alimenta. Se levar mais bruxas para morar naquele apartamento, onde elas vão dormir?

- No seu quarto. – Soul deu de ombros. - Afinal “Mulheres podem fazer isso e aquilo” e “Não tem problema, por que são todas mulheres”. – Soul semicerrou os olhos.

- Não tem nada á ver. – Maka fechou a cara. - Escute, coelho de merda, caso não tenha prestado atenção, por sua culpa ficamos todos presos naqueles corpos.

- E eu com isso?- Soul coçava o ouvido, com cara de desinteresse

- TUDO! VOCÊ TEM TUDO COM ISSO!! JÁ PEDIU DESCULPAS Á ELAS?!!- Maka gritou, puxando a orelha de Soul. - Você as ofendeu e ainda fica com essa cara deslava...

- Ah, está tudo bem. – Amélia disse. - Nós já nos resolvemos.

- Isso, isso. – Amália sorriu. - Só ficamos irritadas por ele te maltratar. E aí ele ainda nos xingou. Fora que estava te perseguindo, tentando te matar, e daí te atropelou e...

- Ah, aquilo, quando ela disse que iria tocar na MINHA moto. – Soul estreitou os olhos e olhou com ódio para Maka. - Eu já deixei claro, apenas eu toco naqueles guidons. Apenas eu engato a marcha. Apenas eu... Guio. Se não se contenta em ser passageiro, vai correndo que com certeza chega ao destino algum dia.

- EU JÁ DISSE QUE ERA BRIN-CA-DEI-RA. – Maka falou.

- Má ideia. – Kid cruzou os braços. - Quando se trata da moto desse rapaz, não adianta. Apenas ele a guia, e brincadeiras não são permitidas.

- Isso, isso. – todos os outros falaram.

- Bem, eu não sabia. – Maka deu de ombros. - Mas se está tudo resolvido, vou pra casa.

- Eh? Mas ainda estamos no meio das aulas... – Kid tentou, mas Maka saiu andando.

- E eu corri feito louca de lado á outro. Estou morta, então me poupe. – ela saiu da sala, arrastando os pés com os ombros caídos.

- Isso explica o hálito de cadáver... – Soul murmurava quando um livro o acertou, o nocauteando. Maka retornou, quase cuspindo fogo e o agarrou pela gola da camisa.

- E quanto á você, acha que me esqueci do inferno que passei com você versão loli encapetada... – Maka sorriu, de forma sádica. - Não pense que sairá barato dessa vez... Albino de merda.

- O-oe, espera. – Soul tentou se arrastar. - A-Aquela não era eu. Todo mundo estava com personalidades diferentes, esqueceu? M-Maka, esper... – Maka saiu o arrastando pelo corredor. - E-eu não fiz por mal. Estava sendo forçad...

- Boa sorte, Soul. – todos falaram, acenando da porta, inclusive as bruxas.

- NÃO HAJAM COMO SE EU ESTIVESSE SENDO CHAMADO PARA O EXÉRCITO!!- Soul berrou, enquanto tentava se segurar em algo, e Maka agora o arrastava pelos pés, enquanto ria de forma doentia. - SE ELA ME MATAR, EU SAIO DO INFERNO PRA COMER A ALMA DE VOCÊÊS.... – eles ouviram os gritos dele sumirem pelo corredor.

- Foi uma honra te conhecer... - Black Star disse em tom solene, e todos fingiram tirar um chapéu e olharam tristes para o chão. Após alguns minutos, Kid resolveu falar algo.

- Talvez seja melhor irmos atrás... – ele saiu andando.

- S-só pra garantir que ela não exagere... – Black Star concordou.

- Ela vai quebrar ele todinho. – Lizzy disse, dando um longo suspiro.

- Essa eu quero ver!- Patty começou á gargalhar.

- Será que ele vai ficar bem?- Tsubaki engoliu em seco, enquanto as duas irmãs bruxas se olharam e sorriram, enquanto seguiam o grupo. Estavam se coçando pra ver o que mais iria acontecer.

- Já... Não acha que foi tempo demais...? – perguntou Tsubaki, com um ligeiro ar de preocupação.

- Concordo... – Black Star encarava a figura amordaçada á sua frente.

- T-talvez ele já esteja com sede ou... – Lizzy tentou, ainda com os olhos fixos nas cordas que o pendiam.

- Não!- Maka disse, segurando um bastão na mão. - Doze horas. Esse é o castigo. – ela disse séria, enquanto apontava para o albino, amarrado, vendado e amordaçado, pendurado de cabeça para baixo numa árvore. Maka usou o bastão para girá-lo outra vez- Divertido, não?

- Err... – todos olharam para o lado, pensando se respondiam ou não. - “Demônio... Ela é um demônio...”- todos pensaram, enquanto viam ela continuar á girar Soul.

Soul ainda sentia-se enjoado, quando finalmente se jogou no sofá de sua casa, com a ajuda de Black Star. Seus braços, pulsos e tornozelos estavam marcados pela corda, e seu rosto estava verde, como se fosse vomitar á qualquer momento. 

- Oe, está tudo bem?- Black Star perguntou, enquanto Soul tapava os olhos com o braço.

- Vou ficar em um ano ou dois... Ou depois que arrancar a pele daquela desgraçada... - Soul murmurou, enquanto sentia tudo girar ao seu redor. - Doze horas me girando de cabeça pra baixo... 

- Nem sei como ainda tá vivo... - Black Star riu. - Mas você mereceu...

- Mereci nada, por que não fiz nada demais. - Soul disse. - Só que a personalidade da Mei era um porre de aturar até pra mim... 

- Vou pegar uma águ... - Black Star se levantou e quando ia pra cozinha, viu Blair passar saindo do corredor.

- Oh, Black Star-kun... - Blair falou. - O que te traz aqui?

- Hmm... - Black Star ia responder- Soul está lá em baixo... Já voltou ao normal e... - ele sequer precisou terminar, pois Blair já saltava da janela. Black Star trancou a janela rapidamente e suspirou aliviado.

- Blair se foi... - Soul perguntou.

- Pode relaxar mais um pouco. - Black Star foi até a cozinha e pegou a água, levando até o albino.

- Acho que vou vomitar... - Soul ia pegar o copo mas se levantou, indo em direção ao quarto tapando a boca. Black Star suspirou e olhou para a porta. O restante do grupo havia se espalhado por aí, e Maka havia ido ao supermercado, já que não era dia de feira.

- Ela é cruel, não é?- Black Star perguntou, indo atrás de Soul, e parando na porta do banheiro do quarto dele, o vendo vomitar na privada.

- É um demônio... - Soul murmurou, limpando a boca com as costas da mão.

- E você também...

- Não mesmo... Sou um anjo comparado á aquilo...

- Caso não se lembra do motivo de odiar sangue... Você é sim um demônio, e vive bem com isso, certo?

- Bem... Sim...

- Então por que não a aceita como parceira e deixa ela te guiar como artesã?

- Nem ferrand...

- Não é todo dia que eu digo isso... - Black Star encostou no batente da porta e sorriu. - Mas vocês são incrivelmente fortes juntos.

- Oh... - Soul se sentou no chão, apoiando os cotovelos nos joelhos. - Black Star admitindo algo assim...

- Exatamente. - Black Star apoiou as mãos na cintura e inflou o peito. - Vocês são fortes! Não mais que eu, claro, mas são fortes!

- Desculpe, Ó Todo Poderoso... - Soul reverenciou Black Star. - Mas essa ideia já me veio em mente á um tempo. - ele riu. - Mas ainda é divertido estar em pé de guerra, então não vou dizer nada. 

- Oh, então deu o braço á torcer, enfim...

- Se ela não me fizer uma Death Scythe, eu acho que vou desmembrá-la e vender os órgãos no mercado negro, de todo o jeito... - Soul murmurou.

- Aliás, eu estou faminto, e te ajudei. - Black Star disse. - Cozinhe algo pra mim.

- Normalmente isso é algo que se oferece... 

- Comida. - Black Star insistiu.

- Faço quando estiver me sentindo melhor... Em um ano ou dois... - Soul riu, enquanto sentia o estômago revirar outra vez.

Maka on:

Tudo bem. Sei que exagerei. Amordaçar, amarrar e vendar uma pessoa, amarrá-la de cabeça pra baixo e ficar girando ela por doze horas foi bem... Pesado...

Mas olha só, na nona hora e meia a corda arrebentou, então o castigo foi diminuído.

O que Soul fez enquanto era Mei-chan foi um inferno. Não parava de me atormentar por um minuto sequer, me fazendo passar sufoco á cada minuto... Então, não me importo de me vingar um pouquinho. 

Quando voltei com as compras, vi a porta do quarto de Soul aberta, mas não vi nem Black Star, que iria ficar pro jantar, muito menos Soul, que estava basicamente bêbado, perambulando por aí, ao ponto de ter de ser carregado, em lugar nenhum. Caminhei em direção ao quarto e sem querer ouvi algo...

-... Essa ideia já me veio em mente á um tempo... - era a voz de Soul, sem dúvidas. - Mas ainda é divertido estar em pé de guerra, então não vou dizer nada. 

- Oh, então deu o braço á torcer, enfim...- era a voz de Black Star.

- Se ela não me fizer um Death Scythe, eu acho que vou poder desmembrá-la e vender os órgãos no mercado negro, de todo jeito... - OH! ESTÃO FALANDO DE MIM!!

Q-QUER DIZER QUE ELE ME ACEITOU COMO ARTESÃ, CERTO?!

CERTO!!??

Oh, eu venci... 

Segurei pra não rir de minha vitória, e acho que acabei fazendo barulho. Acho melhor ir logo guardar essas coisas... Acho que ainda devo um sushi pra esse albino idiota.

Maka off: