História Em pé de guerra! - A real órdem de Shinigami

- UWAAA!!- Maka se via impressionada, enquanto andava pelo calçadão- Incrível!!

- De fato, o Brasil tem lugares realmente chamativos... - disse Lizzy, olhando para a enorme estátua com braços erguidos no topo da montanha. - Então esse é o Rio...

- É realmente um lugar impressionante, mas não se esqueçam de nosso objet... – Kid ia dizendo, quando uma garota usando um biquini de listras horizontais passou ao seu lado. Na cintura, a parte inferior era presa com laços, que estavam diferentes um do outro - IMPERDOÁVEL!!- ele gritou, fazendo a menina parar, assustada., - Como ousa fazer laços tão assimétricos?! ISSO É UM ABSURDO!!- ele começou á desfazer os laços da garota, mas Maka deu uma livrada na cabeça dele, dando tempo da outra fugir.

- Comporte-se, seu pervertido. – disse Maka, com um olhar de desprezo.

- Imperdoável... – murmurava Kid, estirado no chão e com um jato de sangue jorrando do topo da cabeça, enquanto que Patty gargalhava estirada no chão e Lizzy tentava fazê-lo se levantar.

- E então?- Maka olhou para Black Star. - Onde você o encontrou?

- Bem... – Black Star olhou ao redor. - Era diferente... Tinham casas menores e...

- Aqui é a área nobre da cidade. – Tsubaki suspirou. - Onde o encontramos... Era no subúrbio. Haviam favelas e ruelas...

- Tsubaki falando assim... – Kid e Maka se viram espantados, e Tsubaki soltou um suspiro mais longo.

- Vamos. Me lembro de um lugar onde ocorriam as lutas ilegais entre armas... – Tsubaki disse, enquanto apressava o passo.

O grupo a seguiu, sem contestar mais nada, e pegaram um táxi. Ao serem deixados no pé de uma montanha, Maka olhou pra cima, impressionada com o tamanho da rua que via á sua frente, que seguia em uma morro interminável, virando para algum lado qualquer. Haviam casas, ruelas e pessoas que desciam e subiam o morro. Havia também escadas e pequenos becos entre casas, e enquanto subiam, recebiam olhares mal encarados de alguns que se encontravam parados, em um ponto ou outro.

Quando chegaram em uma área , com uma quadra de futebol no centro, e várias casas ao redor, Maka olhou para todos os lados. Todos ali os olhavam com curiosidade. Tsubaki foi falar com um homem que fumava um cigarro, sentado na arquibancada, pois dizia já ter conversado com ele quando estavam em missão, anos atrás, e era sorte encontrá-lo no mesmo lugar de antes. Ela retornou pouco depois, parecendo contente com algo.

- Parece que o Demônio Branco foi visto aqui não faz mais de um dia... – Tsubaki disse.

- Demônio... É assim que ele se auto-intitula?- Maka segurou a vontade de rir.

- É assim que é conhecido... Aquele é o Paulo-san... Ele era um dos que lutou contra o Soul, quando ele ainda morava aqui... Em lutas ilegais...

- Sabemos onde é o apartamento dele... – Black Star disse, com cara de quem não quer nada.

- Mesmo?- Kid perguntou, e Black Star e Tsubaki apontaram para um pequeno prédio numa rua de baixo. Ele era branco, com pichações e a tintura desgastada. Eles deram a volta e chegaram ao prédio pouco depois. Após entrarem, um dos moradores indicou o número do apartamento, no terceiro andar, e ao chegarem lá, a porta estava entre-aberta.

Maka entrou de uma vez, sem cerimônias, apenas para encontrar um colchão estirado no meio da sala, várias embalagens de macarrão instantâneo e uma mochila no canto. Não havia nada além disso. As paredes tinham infiltrações e mofo e na janela, uma cortina grossa e escura impedia qualquer luminosidade de entrar. Maka fez uma careta diante de tudo aquilo, mas não encontraram Soul.

- Talvez se perguntarmos por aí... – disse Lizzy.

- Okay. – Maka concordou, enquanto saía do apartamento. - Vamos nos separar. Assim recolhemos mais informações e cobrimos uma maior área ao mesmo tempo.

Durante o resto do dia, eles passaram perguntando á todos se sabiam sobre um moleque albino de olhos vermelhos, mas ninguém tinha informações para dar. Quando se reuniram, na frente do prédio, sentindo-se derrotados e sem informação alguma, um homem careca, grande como uma porta, com os braços e pescoço tatuados e o porte de um urso, e a palavra Gang tatuado na testa se aproximou deles.

- Oe... Vocês estão atrás de um moleque albino que voltou á pintar por essa área, certo?- o homem murmurou, e todos concordaram. - Se querem saber sobre ele, é inútil perguntar para pessoas que não tem nada á ver com o assunto...

- Sabe onde o Soul está?- Maka perguntou.

- Se eu sei...?- o homem sorriu. - Quanto me darão pela informação, pivetes?- ele perguntou.

Enquanto andava pelas ruelas, Soul mantinha as mãos no bolso da calça e a cabeça abaixada, atento á qualquer movimento suspeito. Não era muito querido ali, pois sabia que havia faltado com seus compromissos da última vez em que pisara ali, por isso era provavelmente um inimigo do chefe.

Enquanto andava, á passos calmos e lentos, ele via algumas portas serem fechadas, e janelas batidas, de acordo com que se aproximava de seu objetivo. A casa laranja, com detalhes brancos encontrava-se logo no fim da rua, e antes mesmo de se aproximar dela, sentiu algo frio e afiado ser pressionado contra a pele de sua garganta.

- Não achei que voltaria á ver sua cara, pivete... – disse o homem, que segurou firme no braço de Soul, enquanto mantinha o outro braço na forma de uma lâmina e a mantinha contra o pescoço do garoto. - Chefe quer te ver.

- Já imaginava isso, K. – Soul sorriu. - Não precisa dessa intimidação toda... Sabe que eu não me intimido fácil... – o homem desfez o braço de lâmina, e segurou Soul pelo pescoço.

- Tem ideia do quão puto o chefe tá contigo, moleque?- o homem disse. - Se tem um último desejo, diga antes que eu te leve para o local da sua morte.

- Quero me redimir. – Soul sorriu, despreocupado- Tenho uma ótima proposta para o chefe... E acho que ele ganharia muito mais do que ganharia naquela noite... – o homem analisou Soul por algum tempo, antes de colocá-lo no chão e puxá-lo pelo braço, em direção á casa.

Ao passar pela porta, Soul viu logo de cara o chefe, sentado em um sofá marrom, com sua pança confortável esparrada sobre as pernas, e sua camisa de botões com metade deles abertos, mostrando um peito com pelos enrolados e grossas correntes douradas penduradas no pescoço, enquanto que tragava um cigarro e segurava uma mão de baralho, e outros dois homens, sentados em cadeiras á sua frente, lançavam cartadas na mesinha que se estendia á sua frente.

- Chefe, quanto tempo. – Soul sorriu, quando foi empurrado na direção do homem, que sequer o olhou.

- Soul... Pequeno Soul... – disse o homem, em português. - Há quanto tempo...

- “Foi o que eu disse, burro...”- Soul segurou a vontade de revirar os olhos. - Sabe... – ele começou, falando em português para que o homem o compreendesse. - Eu passei por tantas coisas...

- E o que seriam...?- o homem descartou uma carta sobre a mesa.

- Um sequestro, uma escola, ovos de kishin, uma traição, uma quase morte e uma união forçada. – Soul resumiu tudo, dizendo rapidamente. - Mas não importa, por que aquela vida não era pra mim...

- Faz dois anos que você me deixou na mão, sabe... – o homem disse, coçando a barba rala do queixo, e tirando o cigarro da boca, soltou a fumaça na direção de Soul, que sequer se incomodou.

- Pois é... Tava divertido no início... Mas eu prefiro o jeito das favelas... – Soul disse, com um dar de ombros. - Agora, o motivo por que voltei...

- Foi para reaver toda a grana que apostei em você... E perdi no momento em que fugiu daqui com o rabo entre as pernas?- o homem disse, enfiando o cigarro novamente entre os lábios.

- Na verdade, foi pra pegar almas. – Soul deu de ombros, e o homem finalmente o fitou, com um olhar desconfiado.

- E o que eu tenho com isso...?- antes que o homem terminasse de falar, uma lâmina lhe atravessava o peito. Seus olhos esbugalharam, no instante em que cuspiu uma enorme quantidade de sangue.

A mesa no qual jogavam fora virada de cabeça pra baixo, no mesmo instante em que os dois homens que jogavam junto do chefe se levantaram, sacando suas armas, e o homem que trouxera Soul tornara á virar o braço em uma lâmina, e avançava contra Soul.

Os sons de tiros ecoavam pelas ruelas, e durante longos segundos, era a única coisa que podia-se ouvir. Maka e o grupo seguiam o homem “Gang”, sem saber pra onde iam, quando ouviram os sons de tiros, e correram para saber o que havia acontecido. O homem seguia na frente, reconhecendo o local de onde os sons vinham.

Quando chegaram, viram apenas uma casa repleta de buracos nas janelas, na porta e os vidros sujos de algo vermelho. Eles pararam á poucos metros da casa, e antes que dissessem ou fizesse qualquer coisa, a porta se abriu e de lá saiu um garoto ruivo, com olhos pretos e suas roupas cobertas de sangue. Haviam respingos de sangue em seu rosto, e nos cabelos.

- Oh... Já me encontraram... – o garoto murmurou, enquanto andava em suas direções.

- Maldito... O que fez com... – o homem transformou o braço na lâmina de uma serra e avançou contra Soul, ao ver o garoto segurando várias almas, mas Soul foi mais rápido, atravessando-o com a lâmina, e tornando o braço de volta ao normal logo em seguida, ainda mantendo a mão dentro do peito do homem.

- Tsc... – ele exclamou. - Escória atrás de escória continuam á aparecer... – ele arrancou o coração do homem, que ainda pulsava, enquanto que o corpo virava uma pilha de fumaça e desaparecia, deixando apenas uma bolinha azul e brilhante flutuando no ar. O coração que Soul segurava se desfez logo em seguida, e Soul olhou para os outros.

Maka estava chocada, igual aos outros. Todos olhavam para Soul, que caminhou calmamente em suas direções.

- Fiquem longe... Ou matarei vocês também... – Soul disse, passando pelo grupo, que se mantinha paralisado.

- S-Soul... – Maka murmurou, tomando coragem e se virando para fitá-lo. – O que...

- Não sou Soul... Sou Eater. – ele sorriu, sem sequer se virar, enquanto caminhava.

- O que... Fará com essas almas...?- Kid perguntou, enquanto que Lizzy e Patty se tornavam suas armas. Tsubaki, fez o mesmo, mesmo se sentindo contrariada á possível batalha que travariam.

- Dá-las. – o garoto disse, finalmente parando de andar. - Mas... Vocês pretendem me impedir, certo...?- ele sorriu.

- Exatamente. – disse Maka. - Não podemos deixar você fazer o que bem entender com Soul...

- Eu apenas faço o que ele quer... – o garoto disse, se virando. - Mas se querem realmente me enfrentar... – ele abriu a boca, enfiando todas as almas de uma vez.

- NÃO!!- Maka tentou pará-lo, mas Kid a segurou.

- Tarde demais... – Kid murmurou. - Ele já comeu outras...

- Então... – Maka olhou para Kid.

- Soul já devorou outras almas... Por isso, ele comer essas almas, não fará a menor diferença... – disse Kid, enquanto se preparava para lutar. - Nosso... Verdadeiro objetivo era...

- Não me diga... Que Shinigami-sama já sabia... – Maka se via chocada.

- Infelizmente, ele sabia que a alma de Soul já estava infectada... Mas queria vê-lo mudar, e então apostou tudo em você... – Kid disse, num suspiro. - Mas... Ele deixou claro que se caso não conseguíssemos trazê-lo de volta... Era para...

- Não. Definitivamente há uma maneira de salvar Soul. – Maka disse, confiante.

- Garota estúpida... – o garoto disse, enquanto transformava o braço em lâmina. - Não há como salvar um demônio...

- E quem disse que Soul é um demônio?- Maka estufou o peito e apoiou as mãos na cintura. - Eu digo que é só um albino de merda cabeça dura dado pra fazer cagada e que ouve qualquer um que diga que ele tem razão.

- Eu já comi almas suficientes por ele... – o garoto riu, dobrando os joelhos e inclinando o corpo pra frente. - O único jeito de nos parar é nos matando. – ele avançou de repente, e apareceu atrás de Maka, dando um chute nas costelas dela, a lançando contra uma casa.

Kid começou á disparar contra Soul, mas o garoto desviava de forma ágil dos disparos. Black Star tentou cortá-lo, mas Soul defendeu-se com a lâmina, e girando o corpo, deu um chute em Black Star, o lançando pro lado, e trocando de pé, ia dar outro chute, mas Black Star apoiou as mãos no chão e impulsionou o corpo para o lado contrário, dando um chute no rosto de Soul, o lançando para trás.

Kid novamente disparou na direção de Soul, mas Soul ricocheteou os disparos com a lâmina, enquanto corria na direção de Kid em uma velocidade impressionante. Em um piscar de olhos, ele surgiu na frente de Kid, desviando a direção em que ele apontava as armas com a lâmina, enquanto apoiava a mão no chão e o chutava na barriga com os dois pés, fazendo as armas mirarem pra cima.

Kid trincou os dentes, enquanto apoiava um joelho no chão e pressionava a barriga.

- “Ele não deveria ser tão forte assim...”- pensou Kid, enquanto que Maka finalmente se reerguia.

- Kid, Black Star... – Maka tentou falar algo, quando viu os dois avançarem novamente contra o albino/ruivo e os três distribuírem golpes simultaneamente. Soul os atingia várias vezes, sendo um desafio até para o Shinigami, e Black Star tentava enrolá-lo com as correntes da kurisarigami.

- Tsubaki, modo shuriken!- Black Star disse, saltando pra trás, e no instante seguinte, lançou Tsubaki, que havia se transformado numa shuriken, e Soul saltou pro alto, antes que fosse cortado pela garota.

- Será que poderiam esperar um pouco?!- Maka gritou, enquanto que a luta seguia sem sequer se importarem com sua presença.

- Cansei disso... - Soul disse, saltando sobre um muro e subindo em cima de uma casa.

- Maldito... - Kid murmurou, mirando as armas na direção de Soul. 

- Kid!- Maka chamou a atenção do Shinigami ao lançar um livro nele.

- Maka! Não atrapa... - Kid ia dizendo, quando Soul saltou em sua direção e o prensou contra o chão, colocando a lâmina em sua garganta. - Nossa missão passou de busca e salvação para eliminar o alvo! Soul não é mais um humano... Ele já comeu muitas almas no passado, e agora está começando á ficar instável. - Kid disse, enquanto tentava tirar a lâmina do pescoço, a empurrando com as armas. 

- Isso... Não pode... - Maka ia dizendo, quando Black Star deu uma voadora em Soul, o tirando de cima de Kid, e o garoto rolou alguns metros.

- Maka, presta atenção. - Black Star disse, quando Soul se reergueu. - Mesmo que paremos o Soul... Ele não pode se recuperar tão fácil... Ele já está no caminho de se tornar um ovo de kishin...

- Mas...

- É UMA ÓRDEM DE DEUS!-Kid gritou, já incomodado com a persistência da loira. - Eliminar Soul Eater é a ordem que recebi de chichi-ue! Pretende desobedecer uma ordem de Deus?!- Maka pensou, por um breve momento, mas Soul avançou novamente contra Black Star e Kid.

Maka fechou os olhos, respirando fundo, e avançou também, e enquanto Kid tentava parar Soul com tiros, Black Star lançava novamente a Shuriken na direção do albino, mas Soul desviou dos tiros e saltou para o alto, e pisou em cima da lâmina de Tsubaki, a fazendo parar de girar.

- Isso é tudo o que conseguem?- Soul riu, enquanto Tsubaki caía no chão, com o pé do albino no centro da Shuriken.

- Tsubaki, agora!- Black Star gritou, e Tsubaki se transformou em kurisarigami, e suas correntes se enrolaram nos pés de Soul. Black Star puxou uma das lâminas de Tsubaki, que havia ido parar em sua mão assim que ela se transformou, e Kid mirou em Soul.

- Temos que eliminar a foic... - Kid ia dizendo, quando Maka deu um chute em Soul, o arremessando longe. Seu pé se soltou das correntes, e o garoto bateu em um muro, o atravessando e indo parar dentro de uma casa. 

- Se temos de matar meu parceiro... - Maka disse, enquanto se reerguia- Pelo menos que ele seja ele mesmo. - ela disse decidida. - "Aquele que enfrentaram sequer era Soul... Que idiotice matar aquele ruivo estúpido..."- Maka andou em direção á casa, e a família que morava ali estava em pânico, quando o ruivo que atravessara sua parede, começou á se reerguer.

Ela se abaixou ao lado de Soul e o fez se deitar outra vez, enquanto tirava uma seringa do bolso e a injetava no pescoço dele, antes que ele fizesse qualquer outra coisa. Em poucos segundos, ele ficou inconsciente. Seus cabelos voltaram á ficar brancos aos poucos, e ele soltou um longo suspiro.

- Não vou deixar que matem Soul. - Maka disse. - Não temos que matar esse albino idiota. - Kid e Black Star se aproximaram, olhando para o albino inconsciente. - Temos que matar o demônio que está controlando ele. - ela disse, convicta de que era o melhor meio. - Depois disso, se algo não mudar... Eu mesma matarei o Soul.