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História Em pé de guerra! - Enfim, um fim


Escrita por: A-ChanCrazy

Notas do Autor


Oii

Talvez a A-chan tenha se expressado mal, dizendo "como faltam dois capítulos" no capítulo anterior, sendo que na verdade, que esse é o último U.U

Deixe-me explicar antes que comprem as armas e as foices para me matar!!
É que "dois" capítulos, contavam com o 31, e esse U.U é que sou uma anta que se perde nas próprias matemáticas.

Então é isso.

O último capítulo de Soul Eater, Em Pé de Guerra, vocês lerão abaixo.
Ele será longo, como o último, e espero que gostem. Eu estou tão animada pra lançar a segunda temporada, e conto com a presença de todos vocês lá.
Talvez ainda hoje lançarei um preview de como ela será hehe
Ah, e a segunda temporada- NÃO ME MATEM NEM ME ODEIEM- começará á ser lançada em um mês.

MOTIVO: A-chan já tem um monte de trabalhos da escola acumulados, fora o muay thay, o cursinho, a escola e o trabalho, agora tem a porcaria de uma reforma aqui em casa, então por isso, vai ficar um pouco apertado por um tempo


Então, espero que gostem, e tenham uma boa leitura!

Capítulo 32 - Enfim, um fim


Fanfic / Fanfiction Em pé de guerra! - Enfim, um fim

Enquanto esperavam na sala de espera, todos mantinham-se tranquilos o máximo que podiam. Lizzy elogiava Patty, que lia – completamente errado- um livro infantil sobre animais de fazendo, Kid havia desaparecido, atrás de algo pra deixar simétrico, Black Star contava suas fabulosas histórias de heroísmo com gosto para Tsubaki, que, por generosidade ou inocência, acreditava em todas e repetia diversas vezes o quanto o parceiro era incrível, e Maka lia um livro que Spirit havia levado pra ela.

- Vocês são os acompanhantes de Soul Eater?- um médico perguntou, se aproximando. - Que condições submeterem aquele garoto para ficar naquele estado?

- Estado...?- Maka se levantou. - Como...?

- Eu digo o coração. – o médico falou. - Primeiro, cuidam de uma ferida daquele tamanho... E ainda o trazem aqui com o coração daquele jeito?

- Bem, é que nós não... – Maka ia dizer, quando o médico suspirou, ajeitando os óculos no rosto.

- Tiveram sorte de termos tido um ótimo cirurgião...  – ele sorriu. - O ventrículo esquerdo do coração dele parece ter uma falha, por isso há insuficiência ventricular. Se tivessem chegado um pouco mais tarde, uma cirurgia não resolveria mais nada. Precisamos trocar uma válvula e...

- Cortando os papos difíceis... – Black Star cortou o médico. - Soul tá vivo?

- Bem, sim. – o médico disse, sem demora.

- E tá bem?- Maka perguntou.

- Sim, mas...

- Podemos vê-lo?- Maka, Black Star, Lizzy, Patty e até Tsubaki perguntaram ao mesmo tempo.

- Receio que não. – o médico disse. - Ele acaba de passar por duas cirurgias, e precisa de repouso. As próximas quarenta e oito horas ele estará em observação. Algum parente poderia me seguir, por favor?- todos trocaram olhares, e no fim, Maka resolveu ir. - O que você é dele?

- Bem... – Maka ia dizer, quando Spirit parou ao seu lado.

- Ele e ela são meus filhos. – Spirit disse, segurando a careta.

- Ótimo. – o médico disse. - Sigam-me, por favor. – ele saiu andando, e Maka e Spirit seguiram o homem.

 

Pouco depois, retornaram, com a mesma cara de paisana com a qual foram.

- O que houve?- Kid perguntou.

- Ah... Nada... – Maka murmurou.

- Nada... – Spirit murmurou.

- É... Nada... – Maka tornou á repetir. Todos trocaram olhares, e tornaram á fitar pai e filha.

- O que aconteceu? De verdade. – Kid insistiu, sacudindo Maka.

- A... Conta. – Maka estendeu um papel. - É um absurdo... – Kid olhou o papel, arregalou os olhos, e em seguida, suspirou.

- Tudo isso por uma cirurgia e... – Kid ia dizendo. - Os remédios... E a estadia... E o almoço do médico?! ESSE CARA ESTÁ ABUSANDO!!- Kid estourou.

- Mas... “É pelo Soul”... – Maka murmurou, enquanto fazia aspas com os dedos. - E como a família... – Maka apontou pro pai. - Ele irá pagar... – ela mal terminou de falar e todos viram a alma de Spirit escapulir de seu corpo flácido e pálido. - Uma conta tão grande...

- Bem... – Kid disse. - Eu posso pagá-la... Se tiver tudo bem, afinal...

- Não. - Maka se recompôs. - Sentiríamos em débito com você. É sério, não precisa.

- Mesmo?- Kid tornou á olhar o papel.

- Não deve ser tanto assim... – Lizzy puxou o papel. - Oe, com isso dá pra comprar uma casa. Não acha que esse médico tá dando um golpe?

- Perguntei o mesmo. – Maka disse- Mas ele disse “Tudo pelo pobre Soul”... Tsc. É um salafrário...

- E então?- Tsubaki perguntou. - Soul poderá ficar e...?

- Ficará. Mas depois ficaremos com isso nas nossas costas. – Maka suspirou. - Mas tudo bem. Ele pode trabalhar feito burro pro resto da vida e...

- Por que não vendem algum órgão dele?- Black Star disse.

- Não podemos fazer nada por agora, além de descansar. – disse Kid, enquanto todos claramente ignoravam Black Star. - Maka, retorne para seu quarto. Acho melhor nos dispersarmos por hora. Voltaremos quando amanhecer.

- Certo. – Maka disse, com um leve aceno de cabeça, e todos se levantavam, prontos para irem embora. - Ah, papa... – Maka segurou a manga do paletó do pai. - Obrigada por aquilo. – ela disse, ficando na ponta do pé e dando um rápido beijo na bochecha do pai. - Vai descansar também, e amanhã traga algumas roupas minhas, okay?- o homem havia recuperado a alma e toda a veracidade no instante em que recebeu aquele rápido beijo da filha.

- Papa fará tudo que Maka pedir!- ele sorriu, com os olhos brilhando, e esbanjando felicidade.

Maka riu e entrou em seu quarto, indo até a sua cama. Teriam de dar um jeito de pagar a divida, mas no momento o que importava era que havia conseguido salvar Soul de Eater, e conseguiram levá-lo á tempo pra um hospital. Ele estaria morto, se não fosse por seus amigos, e Blair.

 

- “Mas se bem que poderíamos ter evitado essa conta se Dr. Stein não estivesse em uma missão sabe-se lá aonde”. – ela pensou, afundando a cara no travesseiro, apenas para dormir pouco depois. Estava exausta, no fim das contas.

 

Alguns dias depois


Quando as visitas para Soul foram liberadas, Maka, que já havia recebido alta do hospital, o visitava com frequência, esperando até que ele finalmente acordasse. Em uma dessas visitas, ele chegou no momento em que uma enfermeira trocava os curativos do peito dele.

Ela viu uma enorme cicatriz, que cortava desde a cintura até o ombro, e um pequeno corte na lateral do peito, abaixo do braço. Ela suspirou e esperou do lado de fora, até que a enfermeira saísse. Ao entrar no quarto, ela se aproximou e fitou o albino, que ainda parecia dormir. Ela se aproximou e parou ao lado de sua cama e afastou a franja do garoto, que caía sobre o rosto.

- Se... Tentar me beijar nesse estado... Jogo spray em você... – Soul disse, com uma voz fraca, assustando Maka. – Você me atacava á todo momento quando era Mei... – ele riu, sem forças.

- SOUL! Não me assusta assim!- ela quase deu um soco nele, mas controlou-se pelo fato de ainda estar hospitalizado. - Achei que estava dormindo.

- Estou sedado... – ele disse, meio lerdo. - Acordei á pouco, passando por uma trincheira, e me encheram de remédio... Acredite ou não, mas você está brilhando...

- Parece mesmo mal. – ela disse, sentando-se na cama. - Como se sente?

- Como um porco indo ao abate após... Ter o peito aberto por um facão e costurado com fio dental e um garfo...

- Parece terrível. – ela fez uma careta, mas Soul segurou a mão dela.

- Maka... Obrigado... Eu acho que ainda estaria seguindo Eater, se você não... – ele murmurava, cada vez mais lento.

- Oe, depois me agradece. Agora, só descansa... – uma enfermeira entrou no quarto, segurando uma prancheta.

- Ah, desculpe. – a mulher disse, ao ver Maka. - Não achei que ainda estivesse aqui, Maka-chan.

- Ah, não. Eu já estava de saída. Tenho uma gata manhosa pra cuidar. – ela disse, se levantando e soltando a mão de Soul. ,- Oe, albino, vê se fica bom logo. – ela tornou á olhá-lo, mas ele parecia dormir outra vez. Ela sorriu, mesmo que sem querer, antes de fitar novamente a mulher, mas no mesmo instante, um rapaz surgiu atrás dela.

Ele entrou no quarto, sem cerimônia alguma, e olhou para Soul, arregalando os olhos em seguida, em surpresa. Maka viu naquele rapaz, muitas coisas familiares. Cabelos brancos, pele clara, olhos vermelhos e os dentes afiados. O homem tapou a boca, enquanto puxava os cabelos pra trás, e lágrimas vinham pela face.

- Não acredito... – ele murmurou, enquanto chegava perto da cama e se ajoelhava ao lado dela, puxando a mão de Soul e a apertando. - Isso é algum sonho...?

- Quem... É você?- Maka perguntou, se curvando ao lado dele.

- Eu?- o homem a olhou, ainda chorando - Eu vim buscar meu irmão... – ele disse, passando a mão no cabelo de Soul, enquanto voltava á fitar o albino.

Maka sentiu a respiração falhar, enquanto seu chão sumia. Várias perguntas e respostas óbvias lhe vinham á mente, e a única coisa que conseguia pensar era: Ele não pode levar Soul.

Não sabia exatamente o por que de sentir tanta posse sobre o albino, mas sentia-se incomodada com o fato de um estranho surgir e dizer que o levará embora. Afinal, era ela quem o salvara diversas vezes nos últimos meses. Ela tinha algum direito de contestar?

- Você... É irmão do Soul?- Maka perguntou, num fio de voz, sentindo a garganta se fechar em um bolo. - O que... Ele matou...? Wes... – san...

- Naquela noite... – o homem ainda chorava. - Ele me feriu bastante... E eu realmente, quase morri... Mas eu nunca consegui odiar meu irmãozinho... Eu quem o fiz fazer aquilo...

- Wes... – Soul murmurou, parecendo estar meio acordado.

- Oi?- Wes respondeu, enquanto se curvava pra frente.- Ei, ei... Soul, o seu irmão está aqui, está bem? Como se sente...?- ele dizia, com uma voz trêmula. - Eu dizia que nem em cem anos eu morreria... – ele riu baixo, enquanto sentia-se tentado á abraçar o irmão. Soul abriu os olhos aos poucos, apenas para ver o rosto chorão do irmão.

- Wes... É você mesmo...? Ou eu que morri...?- Soul murmurou, enquanto que seus olhos enchiam-se de lágrimas. - Onii-sama... Desculpa... E-eu não... Me desculpa... Onii-sa...

- Por que não me chama de Onii-chan, como era quando tinha quatro anos, hein? Era mais bonitinho... – Wes sorriu, em meio ás lágrimas. - Ei, o onii-chan veio buscar você... Eu vou te levar e você vai voltar á ter a vida que...

- Eu... Não posso... – Soul murmurou, parecendo voltar á dormir. - Tenho que proteger... Uma sem peito irritante... – ele riu rouco, fechando os olhos. - Onii-sama... Me... Desculpe...

- Soul?- Wes o chamou. - Ei, garotão? Irmãozinho...?

- Ele está sob o efeito de remédios fortes pra suportar a dor. – disse a enfermeira. - Por isso estará “fora do ar” por mais algum tempo. Eu gostaria que o deixassem descansar mais um pouco.

- Hai... – Maka disse, dando uma última olhada nos irmãos, e vendo Wes beijar outra vez a mão de Soul, enquanto se levantava, beijava a testa do albino e enxugando as lágrimas, seguia a loira.

Os dois pararam na sala de espera e se sentaram, lado á lado.

- Então... – Maka não sabia como começar. - Como encontrou Soul?- o albino a fitou por alguns instantes, em silêncio, mas suspirou, sorrindo. 

- O hospital ligou para minha família há alguns dias. Ao que parece, o diretor daqui é um entusiasta apaixonado por música clássica, e ele quem cuidava do Soul quando ele ainda era pequeno. Sabe... Por sermos albinos, tomamos alguns remédios que ele inventou, que nos permite sermos mais resistentes aos raios UV... Mas Soul, era prematuro... – o rapaz dizia, com um olhar distante. - Ele sempre foi fraco quanto á gripes e resfriados, e sempre... Sempre tinha ataques de asmas... Daí descobrimos as doenças no coração, e a esposa desse diretor, foi contratada para ser a enfermeira particular do meu irmão...

- Espera, espera, espera... Você está falando como se... Como se fossem extremamente ricos...

- A nossa família é... Bem, tem ligações com a realeza... – ele disse, um pouco sem jeito, e envergonhado. - Já deve ter ouvido falar dos Evans, nobres, gênios, com talento natural para a música clássica, ligações com reis e rainhas. Tocamos em bailes da realeza, compomos músicas especialmente para outros nobres... Orquestras...

- Entendi... – Maka respirou fundo, absorvendo tudo aquilo. - Então... O Soul... É um nobre...?

- Ele nunca lhe disse nada disso?

- Eu nem sabia que ele tinha família até poucos dias atrás. – ela encolheu os ombros e Wes riu baixo. - E acabo de descobrir o nome verdadeiro... Voltando ao assunto... Soul é prematuro?- ela não iria esconder: estava curiosa sobre o passado éo albino e iria descobrir mais, mesmo que fosse encher o irmão de perguntas. 

- Ele nasceu com seis meses e meio. – Wes riu. - Eu o via e queria tanto carregá-lo. Parecia... Um filhotinho, pequeno, e encolhido... Ligado por várias máquinas e fios... Era tão bonitinho... Ainda é. Mas ele parecia um coelhinho, quando mais novo. – Wes riu mais, e dessa vez Maka o acompanhou, pois lembrou-se da foto que vira no quarto “proibido”, e nela um garoto realmente parecia um coelho. - E por isso ele tinha uma saúde muito frágil... Com medo de que algo acontecesse á ele, nossos pais o trancaram durante muitos anos... Só deixaram ele ir para uma escola, poucos quilômetros de nossa mansão, depois que ele fez oito anos... Como a esposa do diretor desse hospital era quem cuidava da doença que ele tinha no coração, ela acabou por reconhecê-lo por esses dias... Até lá... Acreditávamos que Soul estava morto... Pois testemunhas disseram tê-lo visto correr até a praia e mergulhar no mar, e não emergir em momento algum. Procuraram durante meses... E minha mãe até pouco atrás estava se auto-destruindo... Ela acreditava que tudo era culpa dela, por isso... Se isolou depois do sumiço de Soul... Ainda se isola, pois não acreditou quando eu lhe disse sobre a ligação... – ele disse, com um sorriso bobo no rosto. - Nunca pensei que tornaria á ver meu coelhinho... E ele está ali... – ele olhou para o quarto de Soul. - Ele... – Maka viu novas lágrimas brotarem nos olhos de Wes e escorrerem por sua face. - Não sei por qual inferno ele passou... Mas prefiro morrer á ver meu irmãozinho continuar assim... Por isso eu irei levá-lo... Talvez... Vê-lo vivo... Faça minha mãe voltar á ser quem era... Eu já até assinei os papéis de transferência... E paguei a conta...

- Entendo... – Maka suspirou. - Você ama muito o Soul, né?

- O tanto quanto um irmão poderia amar. – ele sorriu, se voltando para Maka. - E você seria... A garota que ele quer ficar para proteger...?

- Sou Maka Albarn. Artesã do Soul. – Maka disse. - Ambos somos da Shibusen...

- Então... Ele é realmente uma arma... – Wes disse, olhando para o chão. - Ele é qual arma?

- Uma foice. Shinigami-sama está animado para vê-lo se tornar uma arma completa, sabe... Foices são armas raras de surgirem... Meu papa é uma. Queria poder transformar em uma Death Scythe que superasse a que minha mama fez... – Maka olhou para o teto. - Mas se Soul estar longe da família é tão problemático... Acho que eu deveria dar uma passada na casa da minha família também, não é?- Maka sorriu. - Imagino como mama estará sem mim...

- Obrigada por entender, Maka-chan... – Wes sorriu, enquanto colocava a mão no ombro de Maka. - Prometo que quando tudo em nossa casa se acertar, meu irmão poderá fazer como bem entender...

- Quem diria... Eu, Maka Albarn... Acabaria me tornando artesã de um nobre... – Maka começou á rir. - Diz aí... Vocês conhecem príncipes e princesas? Os bailes são como... Os dos filmes e tudo o mais...?

- Acho que... Se continuar sendo amiga do meu irmão, um dia poderá conhecer tudo isso pessoalmente. – Wes piscou, enquanto se levantava. - Tenho outras coisas pra resolver... Até lá, cuide de Soul pra mim?

- Eu faria sem que precisasse pedir. – Maka sorriu, enquanto via o rapaz se afastar. - “Se Soul for ficar como Wes-san, acho que vai ficar um gostosão...”- Maka semicerrou os olhos, vendo a figura de Wes desaparecer no final do corredor. - "Mas que Senhora Bunda desse homem... Soul, por favor... Não desista dos exercícios físicos..."- ela pensou mais em uma oração do que um pedido.

 

Mais tarde, Maka retornou ao hospital, e dessa vez, Soul estava  completamente consciente, enquanto tomava uma sopa.

- Precisa de ajuda?- Maka perguntou, ao se sentar ao lado da cama, em uma cadeira. Soul a olhou, com uma resposta sarcástica queimando na ponta da língua, mas apenas entregou a tigela á ela.

- Soprar isso me deixa sem ar. - ele disse. - Sopre e depois me dê.

- Okay... - ela disse, desanimada. Havia oferecido ajuda por educação, e agora ele a usava como empregada usando sua atual condição como desculpa. - Ah, Soul, você... Se lembra de alguma coisa... De mais cedo...?

- Mais cedo?- ele a olhou, um pouco confuso, enquanto apertava o botão de um pequeno controle remoto e a parte superior da cama subia, enquanto ele rangia os dentes e fazia caretas de dor. Quando não aguentou mais, parou de subir. - Ai carai... Essa merda dói pra caraca... - ele alisou suavemente o peito.

- É. Hoje cedo... - ela remexia a sopa e a soprava ao mesmo tempo.

- Aconteceu algo?

- Não se lembra?

- Lembro... De ter alguns sonhos estranhos e... - ele murmurou, bagunçando os cabelos. - E em um deles...

- Você disse "Quero ficar e proteger uma sem peitos irritantes". - Maka disse, com um olhar medonho. - Espero que você esteja falando de outra despeitada...

- Oh... - Soul pareceu surpreso. - Então okay. Mel. Ela precisa e muito da minha... - Maka soprou uma colherada de Sopa tão forte que esparramou pela cara de Soul- TÁ DOIDA?! ISSO TÁ QUENT... - ele fez menção de se mover, mas gemeu de dor, voltando á posição inicial.

- Acho que soprei forte demais. - Maka sorriu, enquanto entregava um lenço de bolso para ele usar. - Mas eu estava querendo saber... Lembra-se de Wes ter estado aqui?

- Wes...?- Soul pareceu chocado ao ouvir o nome do irmão. - C-como sabe sobre...

- Ele... Está vivo. Ele me disse que quase morreu "naquela" noite. Demorou pra se recuperar, mas se recuperou. Só pra depois descobrir que o irmãozinho estava morto, pois havia se afogado no mar. - Maka disse. - Sei que não é da minha conta, e por isso não vou perguntar. Mas seu irmão quer levá-lo de volta... Sua mãe está sofrendo muito desde aquilo tudo, e ele acredita que se ela ver que você está vivo, ela...

- Não irei voltar. - Soul disse, sério. - Tenho minhas coisas aqui. Se eu voltar, nem sei se um dia conseguiria voltar pra cá.

- Não teria problemas. - Maka deu de ombros. - Eu finalmente poderei voltar pra minha vida também... 

- Eu... Decidi que iria deixar você cumprir sua promessa ridícula. - Soul disse. - Me transformar em uma Death Scythe. Mas é só por que salvou a minha vida, ouviu, peitinhos?- ele disse, quando Maka soprou outra colherada na cara dele. - OE, JÁ ESTÁ FAZENDO DE SACANAGEM, NÉ?!!- ele se irritou outra vez, e Maka sorriu.

- Ops... - ela cobriu a boca com a ponta dos dedos, olhando pro canto, segurando o riso.

- Sabe que isso é tortura á um incapaz, né?!- Soul tentava manter a voz o mais controlada possível.

- Mas se é capaz de falar, é já é capaz de algo. - Maka começou á rir, quando Soul tomou a colher da mão dela e soprava uma colherada de sopa na cara dela. - Oe... Isso é um pouco demais, não?- ela disse.

- "Ops"- Soul imitou o tom de voz dela, fazendo careta. Maka tomou a colher de novo e soprou mais uma colherada na cara do albino, soltando um "Ops" irritado logo em seguida. Soul, não aceitando que terminasse assim, tomou de novo a colher dela e fez o mesmo, e assim os dois começaram á discutir, soprando sopa um no outro enquanto se xingavam e puxavam o cabelo um do outro.

Wes, que observava á tudo parado á porta, apenas deu passos inaudíveis para trás e fechou a porta atrás de si, com um sorriso no rosto.

 

Mais tarde, depois que Maka se foi, mais irritada do que qualquer outro dia, ele visitou Soul, e os irmãos enfim se entenderam.

No dia seguinte, ao visitar o hospital, Maka não encontrou nada no leito onde Soul estivera na noite anterior. As enfermeiras informaram que ele havia sido transferido no meio da madrugada, mas que deixara um bilhete caso ela aparecesse.

"Explico quando voltar"

Era o que dizia o bilhete. Sem assinaturas, remetentes ou o que fosse. Apenas a letra torta e apressada de Soul, em um guardanapo amarrotado. Maka amassou o bilhete, enquanto sorria e tomava o caminho de volta pra casa. 

Ele havia ido embora, resolver os problemas com sua família. Ele iria fazer a mãe feliz outra vez. Provavelmente Soul estaria feliz ao lado do irmão e dos pais. Provavelmente deveria ter amigos lá também. No mundo dos "nobres e ricos".

Era o que Maka pensava. Deveria estar feliz pelo amigo. Além de ajudá-lo á se livrar do demônio que o atormentava, conseguiu reuni-lo á família.

Mas então por que sentia que haviam lhe arrancado algo? Um vazio preenchia-lhe o peito, enquanto que as lágrimas recusavam-se á cessar.

- Poderia ter ao menos se despedido... - ela murmurou, parada na frente do apartamento. - Soul no baka... - ela murmurou, abrindo a porta, e se deparando com Kid, Lizzy, Patty, Back Star, Tsubaki e Blair, sentados em seu sofá. Todos a olharam no mesmo instante, com a mesma expressão triste, e desviaram o olhar.


- Então... Soul se foi... - Black Star disse, após Maka contar tudo o que havia acontecido. - Ainda me pergunto... Como um nobre francês... Foi parar nas favelas do Brasil... 

- Me pergunto o mesmo. - Lizzy disse.

- Mas ele disse que voltaria, certo? - Kid disse, com um pesar. - Bem, só falta acreditarmos que ele vai voltar... Até lá, não seria melhor... 

- Comer pizza!- Black Star sugeriu. Todos o olharam, antes de sorrirem e concordarem. - Sabia que hora ou outra concordariam com o homem mais divino que os deuses!- ele riu alto outra vez, e todos reviraram os olhos, exceto Tsubaki, que sorria, concordando com o amigo.

Maka olhou para os amigos. Não haviam passado sequer um ano juntos, e mesmo sendo loucos e com manias estranhas, todos estavam juntos quando precisavam. Ela só precisava seu parceiro idiota retornar, para que todos estivessem juntos outra vez, e aquela pizza seria mais saborosa.

 

 

Oito Meses Depois

 

Enquanto voltava da Shibusen, Maka repassava a lista de coisas que precisaria comprar para a semana. Da última vez em que deixara as compras nas mãos de Blair, teve de passar uma semana inteira á base de peixe e arroz. Era quase pior do que passar a semana inteira á base de linguiça- igual uma certa família por aí *piscadinha*-, e só de lembrar de peixes, ela sentia o estômago revirar.

Após as compras, ela já chegava em casa, quando viu uma moto laranja estacionada na calçada, e um garoto albino, de toca, com as mãos enfiadas dentro dos bolsos das calças e uma jaqueta jeans, parado em frente ao prédio, o fitando. Parecia decidir se entrava ou não. Ela sorriu, se aproximando vagarosamente, e dando um belo tapa no centro das costas dele, o assustando.

- O-O QUE... - ele se virou, apenas para ver Maka se dobrando de tanto rir. - O QUE RAIOS PENSA QUE TÁ FAZENDO, TRAÇA DE LIVROS?!!- ele gritou, mais que irritado.

- Você grita feito feminina. - ela ainda ria horrores, enquanto o deixava cada vez mais irritado.

- Que saber, acho que voltarei para meu caviar e vinho tinto pela manhã. Vida de pobre não é pra mim. - ele fechou a cara, voltando pra moto, quando Maka, ainda entre risos, o puxou de lado.

- Você... Demorou mais do que devia, idiota... - ela disse, enquanto o abraçava. - Senti sua falta, sabia?

- Sabia. - ele riu, convencido, enquanto retribuía o abraço. - É que o meu jeito maneiro de ser marca as pessoas de forma tão profunda... - ela deu um soco na barriga dele, enquanto se afastava.

- Não fique tão convencido. Lembra-se das "explicações"?- ela disse, arqueando a sobrancelha. - Chegou na hora certa, albino de merda. - ela o puxou pra dentro do prédio. - Hoje tem sushi de salmão. - ele desfez a carranca e sorriu, a seguindo.

 

Naquela noite, durante o jantar, Soul explicou tudo o que tinha de explicar. Não escondeu detalhes da noite em que quase matou o irmão. Muito menos de como Eater surgiu. Depois de fazer a loira passar por tantas coisas para salvá-lo, era o mínimo que ele poderia fazer: contar a verdade.

Ele disse como foi salvo por um barco de pesca, vagou por vários estados, atravessou fronteiras de forma clandestina até parar no Brasil, entrar em gangues de luta de rua, e ainda por cima, ser sequestrado por Black Star e subornado por Shinigami-sama para ficar na Shibusen. Maka ria horrores de sua história, e o enchia de perguntas, enquanto que Blair apenas observava-os.

Até que os dois começaram á trocar farpas, e o "maravilhoso clima de jantar após reencontro" se tornar uma guerra de comida, com direito á palavrão, rolar pela sala se estapeando, ameaças de morte, tentativas de homicídios e a casa pegando fogo antes mesmo da meia noite. 

- Ah... - Soul lembrou-se de algo, enquanto enrolava-se no cobertor oferecido pelos bombeiros para se esquentar, enquanto tomava chá e o incêndio no apartamento era enfim tido sob controle. - Depois... Que eu me tornar um Death Scythe... Tudo bem eu voltar pra minha família? Eu vou ser uma Arma de Deus... E chamado só em casos sérios, mas...

-... Acho que sim... Né?- ela disse, apoiando a cabeça no ombro dele. - Sirva de travesseiro, albino de merda. E conte-me que papo é esse... De voltar...?- ela bocejava, sonolenta.

- Apenas... Um promessa que fiz há muito tempo... E que pensei em cumprir depois de muito tempo. - ele sorriu de canto, enquanto apoiava as costas na laterai do caminhão dos bombeiros.

- Então depois de tudo... Vai embora de novo?

- É... Como eu disse... - ele sorriu. - Não nasci pra levar vida de pobre. - ele disse, com uma voz esnobe, e Maka começou á enchê-lo de socos. Ele começou á puxar os cabelos dela, e ela á beliscá-lo, e pouco depois, lá estavam eles outra vez, brigando.

Quando enfim pararam de brigar, Maka riu, vendo o rosto do albino todo arranhado, enquanto que ele gargalhava dela, com as bochechas inchadas de tanto ele apertá-las. 

- Me pergunto quando vão parar de encheção de linguiça e se pegarem logo... - Blair murmurou, balançando a calda de forma vagarosa e lenta, observando dois idiotas rindo da cara um do outro na traseira de um caminhão de bombeiros, enquanto se equilibrava em um muro perto dali. - Ai ai... Blair também quer Soul-kun!- ela saltou do muro, ao ver Maka voltar á encostar a cabeça no ombro do albino, passada a crise de riso, e os dois encostarem-se para dormir na lateral do caminhão, e se enrolou no colo do albino.

Fim


Notas Finais


É isso!

Não sei se o final ficou grandes coisas, mas eu não queria um final meio bosta, muito menos um final muita bosta, então foi esse mesmo. Uma tonelada de caquinha!!
Espero que tenham gostado, e a segunda temporada sairá logo logo, e muitas coisas acontecerão.

Como eu disse antes, meio que duas crianças, de doze anos, fazendo "coisas" não é legal. É nojento, na minha opinião.
Por isso, na segunda temporada, eles terão idade suficiente até pra S&M U.U Huehuehue

Muito obrigada á todos que me acompanharam, e muito obrigada á todos que chegaram até aqui.
Kissus no kokoro, minna!


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