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História Em pé de guerra! - Ataque e Uma Nova Técnica


Escrita por: A-ChanCrazy

Notas do Autor


A imagem acima é a figura exata das criaturas que atacam a vila

Só isso á comentar :3

Capítulo 39 - Ataque e Uma Nova Técnica


Fanfic / Fanfiction Em pé de guerra! - Ataque e Uma Nova Técnica

 

Maka on:

 

Nunca pensei que doeria tanto perder uma memória. E no fim, ela realmente levou uma... Só não sei qual...

Assim que ela tirou as mãos frias de mim, a dor e o desconforto sumiram, e eu vi ela passar para Soul, voltando à repetir aquele canto estranho. Só que Soul estava tão relaxado que até dormiu em um momento da música. E eu vi aquela mulher alisando a barriga dele com um sorriso safado. Pouca vergonha...

Quando Soul abriu os olhos, vi ele suspirar e piscar algumas vezes, enquanto seus olhos tornavam-se azul-cobalto. A mulher terminou a música e passou para Tsubaki. Ela também estava tranquila, sem sentir a dor e tão relaxada quanto Soul. Talvez eu não devesse ter resistido mesmo.

Soul virou a cabeça e olhou pra mim.

- Seus olhos... – ele ia dizendo, quando de repente, ouvimos um estrondo, seguido por uma luz forte e a cabana sacolejou.

A música e os tambores cessaram, enquanto todos se alvoroçaram. Soul transformou o braço em lâmina e as correntes se quebraram. Em seguida, ele cortou as minhas e olhou para os outros dois.

Tsubaki estava de olhos fechados e a mulher havia reiniciado o ritual.

- Não podemos interromper esses dois. – Soul disse, e concordei. De repente, outra explosão e uma casa em frente à que estávamos explodiu, queimando em poucos instantes, visto que era de madeira e palha.

Enquanto todos ainda se empenhavam no ritual, nós olhamos para o alto. A Cabana sacudia. As vigas que a sustentavam não pareciam mais tão firmes e até o povo estava preocupado. Senti a alma de nove bruxas de uma só vez. Elas devem ter desfeito a Soul Protect.

Ouvimos gritos, uivos e rosnados altos e quando saí da cabana, quase fui atropelada por pessoas que corriam desesperadas. As casas pegavam fogo, as ruas estavam com buracos de explosões, mulheres tentavam proteger crianças e homens lutavam contra lobos que os atacava.

Não eram lobos comuns, pois tinham o tamanho de cavalos e rosnavam, mostrando presas enormes que salivavam como um rio nojento. Eles rosnavam e pulavam contra os que lutavam, enquanto outros avançavam contra os que corriam e os atacava brutalmente.

Meu corpo reagiu automaticamente, correndo na direção de um dos lobos que saltava contra duas mulheres que tentavam apagar o fogo de uma das casas aos prantos, e dei um chute entre as patas dianteiras e as costelas do bicho, que urrou e rolou pro lado, caindo e rolando na terra, mas logo se levantou e sacudiu a cabeça, rosnando baixo.

- VÃO!- gritei, entrando entre elas e a criatura que se retorcia.

- MAUÁ!!- ouvi alguém gritar, mas quando olhei para a direção, vi a cabana onde eu estava à pouco sendo destruída e duas bruxas saindo de lá como raios. Vi os pilares caindo, e as pessoas correndo pra fora como podiam, quando me lembrei de Tsubaki e Black Star, amarrados. Não poderiam deixar aqueles dois lá, não é?

Como se tudo acontecesse em câmera lenta, olhei para o lobo à minha frente, e ouvi um rosnado ao meu lado, e quando o olhei, havia outro deles saltando direto contra mim, com garras enormes estiradas na minha direção, as presas à centímetros do meu rosto e pude até sentir seu hálito pútrido batendo contra minha pele. Eu iria morrer.

Fechei os olhos com força, quando ouvi o som de uma tecla de piano, e os gritos, choros e os rosnados cessaram. Tudo ficou no mais absoluto silêncio. Abri um olho, pra ter certeza de que estava viva, quando vi aquelas presas à centímetros do meu rosto. Arregalei os olhos e olhei ao redor. Tudo estava parado.

As pessoas estavam olhando-se confusas, e burburinhos começaram à surgir, quando dei um passo incerto pra trás. As garras dele estavam envolta dos meus ombros, e seu corpo paralisado no ar. Todos estavam chocados, olhando para aquilo.

Eu cambaleei para trás, enfim soltando todo o ar do meu pulmão e senti meu corpo tremer por inteiro, quando alguém me tocou no ombro. Amoleci igual pudim e senti todas as forças das pernas sumindo, e caí de joelhos, quando olhei outra vez para o lobo, ele estava mesmo paralisado no ar.

- Maka, você está bem?- ouvi a voz de Tsubaki, e a vi parada ao meu lado, me amparando.

- O que...?- olhei para os lados e vi que todos os lobos estavam parados. Se não no ar, então no chão, após receber um golpe, ou por se prepararem para atacar. Estavam petrificados.

O som das teclas voltaram à soar e todos os lobos urraram, agonizando, tentando se livrar do que os prendia, e outros sons se formaram ao primeiro, formando uma melodia, que os fazia agitarem-se cada vez mais, enquanto se retorciam, e eram puxados para longe. Eles foram sendo colocados longe das pessoas, que se reuniam atrás de mim. Haviam muitos feridos e não emitiam nenhum ruído além dos burburinhos, confusos e curiosos. Os ruídos e ganidos dos lobos tentando se livrar das correntes invisíveis que os arrastavam era o que mantinha a atenção de todos presos naquela cena.

- O que está havendo?- Black Star perguntou, parando ao meu lado.

- Eu... Achei que ia morrer... – murmurei, procurando por Soul, enquanto os lobos eram arrastados no ar, ou no chão, para longe das pessoas. Foi quando vi uma figura sentado no chão, tocando um teclado, sobre a lâmina no próprio braço. Ele tinha os olhos fechados, e enquanto tocava, os lobos eram arrastados, como que por cordas invisíveis.

- O que... Ele está fazendo?- Tsubaki perguntou e encolhi os ombros, retomando o controle do meu corpo, me levantei e segui até Soul.

- Soul... – murmurei, mas ele não parou de tocar. O som dos gritos dos lobos começou à ficar cada vez mais distorcido e parecia uma orquestra infernal, orquestrada pelo próprio diabo, enquanto as chamas lambiam as cabanas de palha. – Soul... – o sacudi, mas ele continuou à tocar. Foi quando um dos lobos explodiu e as pessoas exclamaram, em horror. As patas e o sangue jorraram pra todo lado, enquanto todos se afastavam. Os lobos pareciam estar sendo retalhados por cordas que os apertavam e os espremiam até estourarem, pois um à um, os lobos começaram à se despedaçarem, estourarem, explodirem. Era uma cena pavorosa, e estava assustando à todos. Vi um sorriso se formando no rosto de Soul, enquanto tocava, ainda de olhos fechados.

Era como se soubesse o que fazia e se deliciasse com a cena que todos estavam com medo. Os lobos uivavam e se contorciam de dor, quando de repente puxei o braço dele e a música foi interrompida. Os poucos lobos que restavam, rosnaram e se sacudiram, antes de saltarem pra floresta, com os pelos cobertos pelo sangue dos seus, enquanto emitiam um som parecido com o choro de um cachorro. As almas das bruxas sumiram e Soul piscou várias vezes, enquanto olhava ao redor, com o braço deixando de ser uma lâmina.

- Soul, você... Usou a Soul Resonance... Ou...?- eu o olhava, incrédula.

- Soul Resonance?- ele riu. – Teria usado se você tivesse se lembrado que tem uma arma. – ele enfiou as mãos nos bolsos da blusa, após se levantar.

- Então não usou a Soul Resonance?- Tsubaki nos alcançou, assim como Black Star.

- Não. – ele endireitou as costas. – Embora seja recente eu... Ainda não consigo parar sozinho. – ele fez bico, emburrando a cara.

- Então não deveria usar. – falei, séria. – Assustou os moradores.

- Não usaria se alguém não tivesse espírito de herói e saísse correndo por aí achando que uma força mágica invisível vai surgir do nada e te proteger.

- Não preciso que me protejam.

- Não era o que parecia quando aquele lycan quase arrancou sua cabeça. – ele desdenhou. – Perdeu o jeito, por acaso?

- Não perdi o jeito. – comecei à me irritar. – Você que...

- Eu o quê?- ele se inclinou na minha direção, semicerrando os olhos. – Eu que corri abandonando a arma pra salvar duas pessoas, quase morre e ainda reclama da arma que teve de usar uma técnica incompleta pra salvar seu pescoço?

- Não pedi pra me salvar. – cruzei os braços.

- Nunca pede. Por isso quase morre ou mata alguém. – ele soltou a perola.

- EU NÃO MATEI NINGUÉM!- gritei, furiosa.

- Ainda. – ele sacudiu o cabelo, antes de arrumar a faixa no cabelo.

- Está insinuando o quê?

- Insinuando não. Estou deixando claro. Você é ótima em apontar erros dos outros mas quando não nota os seus tenta jogar a culpa em outros.

- E queria que eu deixasse elas morrer?

- Queria que lembrasse que um duo não é de uma pessoa. – ele disse, e enfim me vi sem argumentos. Ele está certo, de certa forma e... Por que estamos discutindo mesmo?

- Tá... Tá certo... – recuei, suspirando. – Agi errado, e ainda culpei você... – fiz bico, irritada. – Me desculpa?

- Não. – ele fez bico.

- O quê?

- Isso mesmo. Não desculpo. – ele franziu o cenho. - Sempre teima comigo e me faz passar sufoco pra voltar às boas. - ele virou o rosto. Tsc. Infantil.

- O que preciso fazer pra que me desculpe. – o cutuquei.

- Comida. – ele se abaixou. – Infelizmente... Soul Command gasta mais energia quando faço sozinho... Vou morrer de fome... – ele fez careta.

- Soul Command?- Tsubaki perguntou, e quase enfartei de susto. Eles ainda estavam aqui?

- Comando da alma... – Soul suspirou. – Eu uso minha ressonância e capturo a onda da alma de quem eu quero. Quando consigo a onda da alma, posso paralisá-la, guiá-la e fazer com que dance no meu ritmo. É quase igual à quando comando os movimentos de batalha, só que a diferença é que o som vira uma tortura tanto física quanto mental caso a pessoa ou o alvo desobedeça e resista ao comando. Mas isso não é importante. – ele se levantou e olhou Black Star, o segurando nos ombros. Foi quando notei que ele tinha um olho azul e outro preto. – Ela não tirou sua memória, certo?

- Bem... Eu enrolei um pouquinho pra escolher, sabe... Todas ressaltavam minha grandiosidade de forma tão...

- Então ela não completou o ritual. – ele soltou Black Star. – Elas... As bruxas levaram a anciã, certo?

- Foi tudo muito rápido. – Tsubaki disse, com um ar triste. – Não consegui cortar as correntes à tempo e... – vi que ela tinha olhos tão azuis quanto os de Soul. – O que acontecerá com nossa memória?

- Ela disse que seriam devolvidas no fim do ritual, mas ela não o completou. – Soul disse, em um suspiro, mas parou ao olhar os corpos e o sangue pra todo lado. – O que é aquilo?

- Os pobre animaizinhos versão titãs que você destroçou. – falei, em desdém.

- Não... Soul Command não faz isso com um corpo. Se fizesse, Wes já estaria em pedacinhos.. E eu, tomando chá de cadeia... Ou em algum lugar da Índia usando o nome de Pedro Barrabás, vindo de Portugal. – ele disse, dando de ombros. – Hmm... Talvez tenha efeitos diferentes quando penso no alvo como inimigo... – ele saiu resmungando. – Esperem aqui. Vou falar com o povo.

- Se não fugirem de você... – falei, apoiando a mão na cintura.

- Estou precisando urgentemente de um banho. – Tsubaki disse, após um longo momento em silêncio, e concordei, com um aceno de cabeça.

Quando Soul retornou, estava de cara emburrada, resmungando.

- E então? Te mandaram embora? Chamaram de demônio?- falei, segurando o riso.

- Err... Não. – ele fez careta. – Acham que... Sou filho da Mãe Tierã.

- Hein?- Black Star inclinou a cabeça, com os braços cruzados.

- Acham... Que eu sou um... Um tipo de Deus. – Soul disse, como se repugnasse a ideia. Meu queixo caiu em descrença. – É que eles acreditam que os filhos da deusa que eles cultuam tem bênçãos. E acham que tenho controle sobre os animais.

- Só... Pode ser brincadeira... – murmurei, incrédula.

- Pois é. – Soul sorriu. – Disseram que eu deveria descansar enquanto cuidam de tudo e recusaram qualquer outra ajuda minha. Acham que já foram abençoados demais por estarem na minha presença... Povinho doido... Ah, e também estão surtando por que levaram a anciã. Primeiro o líder, agora a anciã. Fora as crianças e os jovens. Os homens querem adentrar na floresta pra procurar os perdidos e não estão dando ouvidos à razão. Se lobos são daquele jeito, imagine os outros animais que vivem ali?

- Tem razão. – Tsubaki falou. – É perigoso deixá-los ir.

- Fora que é nossa missão ir investigar. – completei.

- ENTÃO É ISSO!- Black Star berrou do nada. – VAMOS RUMO À FLORESTA! YAAHUUU!!!- ele saiu andando, todo cheio de si, enquanto apontava para a montanha.

- É. Vamos. – Soul revirou os olhos. – Afinal, ninguém precisa comer, dormir ou tomar banho, de todo jeito. – Black Star parou e se virou.

- É melhor ficarmos e descansarmos. – falei. – Partimos pela manhã.

- Certo. – Black Star falou, sério. – Sem comida, nenhum homem supera nada... – ele saiu murmurando, enquanto que Soul sentava-se no chão.

- Eu vou ver como os outros estão. – Tsubaki saiu andando. - Maka?

- Eu... Vou falar com Soul antes... – falei, me abaixando na frente dele e Tsubaki concordou, saindo andando rumo aos moradores da vila. Olhei bem pra Soul, e ele arqueou a sobrancelha.

- O quê?

- Você está bem?

- Já estive melhor. – ele disse, enquanto escorava-se numa pedra.

- Vai ficar bem?

- Sim... – ele murmurou. – Maka... Qual memória você...?

- Eu não sei. – dei de ombros. – Não sinto que falta alguma memória na minha mente. E você?

- Acho que entreguei uma noite. Tenho todas... Exceto uma... Num dia eu estava em casa, recebendo lições, me preparando mentalmente pra porcaria do meu aniversário, e no outro, estava em um navio de pesca rumo ao Brasil...

- Hmm... Talvez tenha acontecido algo importante... Ah... - ele entregou a memória em que tentou matar o irmão... Melhor ficar de bico fechado ou ele vai me achar uma louca por dizer que ele tentou matar o Wes...

- É... Talvez... – ele disse, pensativo. – Não que tenha importância. – suspirei.

- Descanse. Amanhã sairemos cedo.

- Uhum... – ele fechou os olhos e suspirou.

- E use esse ataque somente quando eu estiver por perto... Essa retaliação foi... Assustadora... Mesmo que fossem inimigos... Ninguém merece sofrer do jeito que eles sofreram.

- Sei...

Me levantei e o deixei sozinho com seus pensamentos. Parece até o velho Soul. Quieto, distante, abrindo o bico só pra soltar pérolas de cinismo.

Me voltei para as pessoas. Muitos precisavam de cuidados médicos, e os que não estavam à combater o incêndio, estavam à cuidar dos feridos.

Tsubaki e eu nos desdobramos do melhor jeito possível, enquanto Black Star derrubava árvores, a pedido dos homens, pra começarem à reconstruir as casas imediatamente, enquanto os que ainda aguentavam estar de pé retiravam os escombros e os restos queimados das cabanas. Não havia sobrado muita coisa, então o trabalho foi fácil.

Toda vez que eu olhava Soul, ele estava imóvel, olhando o horizonte, inexpressivo. Não parecia indisposto, mas parecia mais uma escultura de porcelana, fria e sem vida.

Depois de ajudar no que podíamos, fomos dispensados para descansar, mas partiríamos dali à poucas horas, então nos ocupamos de nos limpar e comer o que eles nos ofereceram.

Embora não entendêssemos a língua deles, eles entendiam sinais, e foi assim que nos comunicamos o tempo todo. Nos ofereceram suprimentos, bolsas carregadas com água potável, frutas e até uma corda.

Black Star ainda tinha energia pra dar e vender, mas Tsubaki logo adormeceu. Me sentei ao seu lado, à fim de só esperar até a hora de partir, quando, sem perceber, acabei dormindo também.

 

Maka off:

 

Continua...



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