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História Em pé de guerra! - A Pedra Azul


Escrita por: A-ChanCrazy

Notas do Autor


A imagem é para que tenham apenas uma ideia de como é o cristal que eles encontram

Capítulo 41 - A Pedra Azul


Fanfic / Fanfiction Em pé de guerra! - A Pedra Azul

Seguiam em silêncio ao que pareciam ser horas, e ela se preparava para qualquer coisa, e à cada corredor em que virava, encontrava uma nova encruzilhada, escolhendo na sorte (ou intuição, como ela dizia). Não havia nenhum sinal de saída ou inimigos por perto, mas ela ainda sentia-se inquieta, como se algo não estivesse certo.

Maka parou de andar, olhando ao redor. O corredor atrás de si havia se fechado em outra parede, a impedindo de retornar, e à sua frente, abriu-se outra encruzilhada. Suspirou, irritada.

- “Por que não notei antes?!”- pensou, se virando pra uma das paredes. A lâmina de Soul aumentou de tamanho e com dois movimentos de corte, um “X” se formou na parede. Com um chute, Maka abriu um buraco na parede. Poeira, destroços e... Luz.

Enfim, luz de verdade e não pequenas lamparinas que mal iluminavam o chão. Ela passou pelo buraco, enquanto Soul voltava à diminuir sua lâmina pra ajudar no equilíbrio. Se encontraram em um quarto, que pelos objetos, poderia ser de meninas. Haviam três beliches, e uma decoração um tanto feminina.

Em uma das camas, havia um ursinho rasgado, e em outra, um caderno sem folhas. Sem se importar com isso, Maka seguiu até a porta, e ao sair, se viu em um enorme corredor. Haviam diversas portas, lado à lado, e de um lado, todas eram brancas e de outro, todas eram pretas. Ela deu passos vagarosos pelo corredor, atenta à cada som que ouvia, até que ouviu um choro vindo de uma porta.

Um choro de criança.

Sem pensar duas vezes, ela arrombou a porta, fazendo a criatura que chorava se encolher de medo atrás da cama. O quarto era como o que ela estava até à pouco. Três beliches, paredes pintadas e nada mais.

Ela se aproximou do garoto, encolhido. Ele usava roupas leves, brancas, mas sua pele morena e o cabelo encaracolado e preto e as duas marcas na testa que todos os homens que Maka vira na vila tinha, o entregaram como um Majuwala. Maka abaixou-se ao lado dele, que ainda se encolhia, e tentou sorrir inicialmente. O garoto sacudiu a cabeça em resposta negativa, dizendo coisas sem sentido e ainda chorando.

- O que deu nele?- Maka perguntou, olhando pra Soul.

- Ele não quer ficar como os outros. É o que diz. Está com medo, caso não tenha visto. Uma brutamontes arrombando a porta armada de uma foice não ajuda muito. – ele se tomou a forma humana e se abaixou.

Maka bufou e se afastou, ouvindo ele começar à falar no idioma do garoto. Ela parou na porta, sem realmente prestar atenção ao que conversavam (pois seria inútil, já que não entenderia, de todo jeito) e olhou para o corredor.

Silencioso. Estava estranho demais. Alguma coisa estava acontecendo ali e isso era o que a intrigava. Precisava terminar o tal ritual, mas a tal anciã fora sequestrada pelas bruxas. Faltavam poucos dias pra essa tal lua e tinham de “amansá-la”, segundo as explicações de Soul.

- Maka, ele disse que elas os levam daqui e nunca mais aparecem. – disse Soul, se aproximando da loira, que se perdia em pensamentos. – Ele sempre aconselhava aos outros à se esconder, como ele, mas ninguém o escutava. Estavam à dias sem comer. Ele disse que também não comia nada do que ofereciam, pois os outros ficavam estranhos.

- Drogam eles?!- Maka se viu surpresa. – De todo jeito, precisamos ir. – Soul concordou, virando uma foice. Voltaram à seguir pelo corredor, com o garoto no seu encalço. Ele ainda fungava, mas havia se acalmado.

O garoto se encolheu atrás de Maka, enquanto seguiam pelo corredor, com a mesma ainda atenta à qualquer barulho, até que, por um micro segundo, sentiu uma alma.

- Vamos!- ela disse, correndo na direção, esquecendo-se completamente do garoto. No mesmo instante, Soul deixou sua forma de foice e voltou pra trás. O garoto estava alguns metros de distância, encolhendo-se.

- É. Vamos. – Soul disse, irônico. – Esqueceu que não podemos deixar esse guri?

- Sim. – ela deu de ombros. – Certo, paizão. Vamos levar o guri como?- Soul bufou, voltando à forma de foice com asas. Maka o segurou e olhou para o garoto. Soul disse algo e ele se aproximou, sentando-se no cabo. Maka o segurou firme, antes de sumirem pelo corredor, a uma velocidade incrível. Maka guiava enquanto tentava não deixar o guri à sua frente capotar pelo corredor, e o mesmo se encolhia em seu peito. Parecia não ter mais de seis anos e o que mais a incomodava era o fato de tê-lo abandonado dois minutos depois de achá-lo. Nunca faria isso mas não sentia remorso quanto à isso, e se não fosse Soul, só lembraria-se dele depois de encontrar com a alma, lutar, morrer ou derrotar ou simplesmente não encontrar nada.

Desde quando era tão insensível? 

 

Black Star

 

Enquanto corria pelo corredor escuro, virava em qualquer esquina e não se incomodava com o rumo que seguia. Iria destroçar as bruxas. 

Ao virar outra encruzilhada, bufou, parando de correr e respirar fundo.

- Black Star não faz voltas. – ele se lembrou de seu lema. – O grandioso homem que superou Deus faz seu próprio caminho... Seguindo sempre em frente!- ele gritou, voltando à correr. Ao encontrar outra encruzilhada, ao invés de virar, ele abaixou a cabeça, atravessando a parede com tamanha facilidade.

De repente, ele se viu em um enorme hall, iluminado por diversas lâmpadas nas paredes e no centro, uma estátua de uma mulher. Ele sorriu, orgulhoso de estar certo ao seguir seu caminho e após abanar a poeira dos ombros, continuou seguindo em frente, até ouvir alguém gritando, em agonia.

Acelerou o passo, seguindo pelas escadas que se estendiam atrás da estátua, e entrando em outro corredor. Porém, diferente dos outros, a saída no fim daquele corredor, tinha uma luz azul estranha, brilhando tão forte que sequer dava pra ver ao certo o que acontecia lá dentro.

Ele correu, sem se importar com o que acontecia, ouvindo outros gritos agonizantes complementarem os berros do primeiro, e logo seguia-se uma orquestra do horror. Black Star apenas motivou-se à continuar, mas travou na entrada ao ver a cena que decorria naquela enorme sala.

O sangue escorrendo pelos olhos, boca, nariz e orelhas; os gritos; os corpos amarrados pelos braços e pernas; os círculos mágicos desenhados por toda a parede e uma pedra no centro da sala, emitindo toda aquela luz, que irradiava diretamente aos corpos em agonia.

Tsubaki voltou à forma humana, e se aproximou, mesmo quando o azulado tentou impedi-la. Assim que chegou à tocar na luz, começou à gritar, assim como os outros, caindo no chão e arranhando a própria face, enquanto chorava. Black Star logo tentou se aproximar, mas algo o impediu, como uma parede invisível. Tudo o que podia fazer, vendo a parceira agonizar como os outros milhares estendidos ali até o teto, fora gritar e tentar ultrapassar o limite invisível.

De repente, algo agarrou-se aos seus pés e o arrastou pra trás.

 

Maka

 

Enquanto voava pelos corredores, Maka mal podia acreditar no que sentia. Cada vez mais, uma alma aparecia em seu “radar” e isso a intrigava, pois hora surgiam, hora desapareciam, a dando falsas indicações de lugar.

Quando enfim chegou à um enorme salão, onde tudo ali era escuro, exceto uma estátua de uma mulher que brilhava em vermelho escarlate. Ela se aproximou e rodeou a estátua, sem entender o porque de ela estar ali.

- TSUBAKI!- era Black Star. Ela, sem pensar duas vezes, guiou a foice até onde ouviu a voz, seguindo um corredor. No final, havia uma luz azul, brilhando forte, e sem pensar duas vezes, ela entrou na sala.

No mesmo instante, Soul voltou à forma humana sem aviso algum e os três capotaram pela sala, coisa que Maka iria discutir depois.

Quando Maka se recuperou, se pôs de pé, olhando ao redor, até reparar em tudo o que acontecia ali. Tsubaki, estendida no chão, gritando, enquanto Black Star estava amarrado junto à parede.

Haviam diversas mesas espalhadas pela sala, com correntes e tiras de couro para prender pessoas nelas. Maka andou, seguida por Soul, com o garoto segurando na ponta de sua camisa, e assim que Soul viu a pedra no centro da sala, protegida por um vidro, emitindo uma luz azul quase que hipnótica, ele desviou seu caminho.

Maka não se importou, pois estava preocupada com Tsubaki. Ela tentou se aproximar da morena, quando algo lhe agarrou ao pé e a puxou pra trás.

- MAKA, O SOUL...!!- Black Star gritou, apontando pra onde Soul estava, e quando Maka olhou, viu o albino sorrindo, em frente à pedra, indo tocá-la. O garoto, ainda à suas costas, gritava algo em seu idioma, e quando o que prendia no pé de Maka a puxou, a fez cair em seguida. Ela lutou pra tentar se aproximar de Tsubaki, mas quando tentou tocá-la, o que a prendia a puxou pra trás.

Ao olhar pra baixo, viu uma tira de couro enrolada no tornozelo, e tentou soltá-la, sendo mais arrastada pra longe da amiga. Tsubaki ainda gritava, arranhando o próprio rosto, quando Soul tocou a pedra e o som de explosões ocorreram, junto de um terremoto. Todo o lugar estremeceu, e Maka olhou preocupada para Soul.

- Soul, sai daí!- ela gritou, e sem respostas, viu o albino pegar a pedra. Todo o lugar estremeceu outra vez, e as pilastras que o sustentavam começaram à desmoronar. Soul sorriu, abraçado à pedra, e seguiu rumo à porta. – SOUL!- Maka gritou, e o garoto tomou a pedra de Soul.

- NÃO!- Soul gritou, transformando o braço em lâmina, avançando contra o garoto, que saiu correndo até Maka, com a pedra em mãos. Ofegante, ele entregou-a à Maka, e se pôs à frente dela, como que pra protegê-la.

Tsubaki gritou mais alto, encurvando as costas, começando à sair sangue de seus olhos e todas as atenções voltaram-se pra ela. Soul, que estava pronto pra atacá-los, piscou confuso e olhou surpreso pra cena que se seguia à sua frente.

Sem pensar muito, tentou cortar as tiras de couro que apertavam ao pé de Maka, mas sua lâmina sequer surtia efeito.

- Que merda é essa...?- ele perguntou, confuso.

- Tira o Black Star dali. – Maka disse, e Soul concordou, indo tentar ajudar o amigo.

- Eu já tentei arrebentar... – Black Star disse. – É um desafio à altura de um Deus!

- Tsubaki, calma. - disse Maka, enfiando a pedra na mochila. Precisava levar aquilo pro Kid e o pessoal da Shibusen. Aquela pedra fez Soul quase atacá-los. – Tsubaki!- ela se arrastou mais pra perto da amiga, e um pedaço do teto caiu mais à frente. O lugar desmoronaria à qualquer momento. Precisavam sair dali o quanto anted

- Eu vi!- disse Black Star. – Eu vi o que fizeram... – ele disse no instante em que, após muito custo, Soul conseguiu livrar uma de suas mãos. – O que elas fizeram às pessoas que sequestraram da vila.. É imperdoável... – ele disse, ajudando Soul à cortar a outra tira, passando para os pés. – O que elas fizeram...

- Está acontecendo o mesmo com a Tsubaki?- Maka perguntou, enquanto o garoto se abaixava ao lado da morena que, ao invés de arranhar o próprio rosto, agora chorava como uma criança, emitindo soluços altos e o sangue saia pelos olhos no lugar das lágrimas.

Assim que Soul conseguiu livrar Black Star, o mesmo correu até a morena e a sentou, enquanto Soul soltava Maka.

- Tsubaki? Oe, Tsubaki?- Black Star a sacudia. – Calma... Para de chorar.

- Tsubaki!- Maka disse, a puxando para um abraço, quando enfim se viu livre.

- “Parece que afrouxaram depois que esse lugar começou à cair... Minha lâmina nem as arranhava...”- Soul pensou, vendo Maka tentando acalmar a amiga. Quando Maka se afastou, a mesma ainda chorava, porém, já mais calma.

- Não podemos ficar aqui. – Black Star se levantou, pegando Tsubaki no colo e a apertando contra o peito. – Precisamos cuidar da Tsubaki o quanto antes. – ele saiu correndo, sem esperar por respostas. No fim, todos concordavam.

Soul voltou à forma de foice e Maka, abraçando o garoto à sua frente, guiou a arma atrás de Black Star, que corria tão rápido quanto sua forma de sombra das lâminas demoníacas, enquanto desviavam de destroços que caíam vez ou outra.

O lugar desmoronava e estremecia, enquanto viravam às cegas pelos corredores, sem achar uma saída.

- Vamos seguir meu jeito. – disse Black Star, antes de chutar uma parede e a mesma se desfazer. Eles entraram em um quarto e ele repetiu o processo na outra parede.

Fizeram isso por algum tempo, até que a última em que quebraram, viram apenas o céu azul, nuvens e em seguida, uma queda enorme e sem aviso algum. Por sorte, Maka estendeu a mão e o segurou.

Eles olharam para baixo e viram que estavam muito altos, e que não havia nada atrás de si, embora o som de uma enorme construção sendo demolida ainda era ouvida, em alto e bom som.

Sem pensar muito, Maka guiou a foice até a vila dos Majuwala.

Ao chegarem lá, Black Star saltou, ajeitando Tsubaki em seu colo. Ela já não chorava, apenas tremia e sussurrava coisas, mesmo estando inconsciente. As pessoas se aglomeravam diante deles, e quando Maka apareceu carregando o menino, uma mulher gritou algo e o menino correspondeu, quando alguém despontou do meio da multidão e agarrou o garoto, o beijando e o abraçando, enquanto ambos choravam.

Soul, sem perder tempo, disse algo mais alto que todos, cessando as vozes. Todos abriram caminho à um homem, seguido por uma mulher. Ele estava com o braço ferido, e tinha ataduras por todo o corpo, e usava uma faixa na cabeça, com enormes penas vermelhas e douradas a enfeitando. Ele segurava um cajado, adornado com desenhos estranhos e usava uma roupa mais chamativa que os demais, assim como a mulher ao seu lado.

Ele e Soul falaram durante algum tempo, até que Soul apontou pra Tsubaki. O homem afirmou com a cabeça, disse algo e logo três mulheres saíram do meio do povo, acompanhadas de um outro homem. O homem fez menção de pegar Tsubaki no colo, mas Black Star o impediu.

- Black... – Soul ia dizendo, quando o azulado fez bico. Soul suspirou e voltou à olhar para o homem. Disse algo e o homem dispensou o outro que acompanhava as três mulheres. – Vá com elas. – Soul disse e Black Star bufou. – Vão cuidar da Tsubaki. – Black Star enfim cedeu e as seguiu. Maka ficou ali, enquanto Soul dizia coisas ao homem. O povo vez ou outra exclamava algo, ou diziam algo, indiganados. O homem os acalmava com um movimento de mão, e Soul prosseguia seu discurso.

Quando terminou, todos estavam quietos, em silêncio. Eles olhavam pro líder, desolados, e Maka já sabia o que Soul falara. Sensibilidade nunca fora o forte do albino, e sabia que se era pra dar noticia ruim, ele cuspia tudo de uma vez. A mulher, provavelmente mãe do menino que encontraram, o abraçou mais forte, ainda aos prantos. Várias outras mulheres se juntaram ao abraço, abraçando o menino, como se ele, por algum motivo, a confortassem da perda de seus filhos.

Soul suspirou pesadamente, e o homem o acompanhou, para logo em seguida, ambos olharem as pessoas. O homem então enfim Maka notou, e deu um sorriso fraco, falando algo. Soul o olhou confuso, ficando desconfortável.

- O que? O que foi?-ela o fitou, tão confusa quanto o albino, quando ele suspirou.

- Ele acha que você é minha esposa. – Soul disse, e Maka começou a ficar vermelha.

- Que absurdo!- ela exclamou, bufando pelas ventas, cruzando os braços. – Diga que é o contrário!- Soul riu, dizendo algo ao homem, que nos encarar por algum tempo, antes de gargalhar com gosto. O homem disse algo e Soul revirou os olhos, enquanto todos riam. Apenas Maka os encarava, ainda perdida na situação. O homem olhou Soul e abaixou a cabeça levemente, antes de dizer algo e voltar á gargalhar.

- Ele se desculpou. – Soul riu junto. – Ele achou estranho o fato de ser minha “esposa” e não esperar nenhum “fruto” do “acasalamento”. As esposas aqui costumam ter três filhos, um atrás do outro. Elas dão à luz e logo tem de engravidar outra vez. Pra provar que são férteis. – Maka sacudia a cabeça, entendendo.

- Então era isso.

- Normalmente mulheres não andam grudadas com homens à menos que esperem uma proposta. Se o homem for burro e não notar, elas passam à andar com outro.- Soul riu baixo. – Os costumes desse povo são estranhos...

- Bota estranho nisso. – Maka murmurou quando o homem voltou à falar algo com Soul.

- Vamos. – Soul disse, puxando Maka. – Agora faz sentido o que a Nohana disse... – ele murmurou, arrastando ao redor das pessoas.

- O quê... Por que estamos indo?- Maka perguntou.

- Ele quer falar com seu povo. Estão desolados, mas não querem perder as esperanças. Duas das crianças levadas são as filhas do líder. Gêmeas. Ele e a esposa estão em prantos, mas não podem mostrar isso ao povo. Por isso ele... Riu daquele jeito. – ele disse, se virando e olhando para a multidão, que se aproximava mais do homem. Soul e Maka pararam junto à uma das recém casas construídas e ele suspirou. – Eu não disse toda a verdade, se é o que está pensando. – Maka o olhou, espantada. – Notei que a memória que eu entreguei em sacrifício está mudando muita coisa. Antes, coisas que me fariam rir e zombar só estão mexendo comigo. – ele disse, sentando-se ao chão e escorando as costas na casa.

- Ser sincero é uma delas?- observou Maka.

- Confio em você. Não vejo problemas em falar o que realmente penso. E sim. Notei que está muito fácil falar as coisas agora. – ele voltou à rir baixo.

- Então... Está sendo mais sincero e...?

- Não sei. Sentimental?- ele abriu um sorriso de lado. – Fico lembrando das coisas que eu vivo te dizendo... Me desculpe por isso. – o queixo de Maka caiu. – Mas é divertido te provocar. – ele disse, começando à rir. – Isso e... Não. Esquece. – ele sacudiu a cabeça. – Só... Não falem mais daquelas árvores... Estavam sofrendo a morte sem motivo de uma das suas e tentaram vingá-las. Eu conseguia ouvir o choro delas. – ele fez bico.

- Ouvia? Eu só ouvia madeira e grunhidos esquisitos. – Maka torceu o nariz.

- Eram os prantos. Perguntei ao líder sobre as árvores e ele disse que só atacam caso você as ataque. Elas costumam proteger a vila dos animais durante a noite, pois eles cuidam delas durante o dia. – Soul disse, abaixando a cabeça. – Eles acreditam que não são só árvores “monstro”, e sim, a reencarnação dos que partiram... – Maka cobriu a boca com a mão, em choque. - E acabamos matando pelos menos trinta dos seus antepassados. Contei isso também. Ficaram furiosos. Mandaram-nos embora e disseram que eu não era o filho da Tierã, e sim de Mapu-Waka, um demônio que eles temem. O líder os acalmou diversas vezes e terminei de dizer o que aconteceu no castelo. Não achamos as crianças, mas não havia sinais de que haviam sido mortas. Eles... Não se contentaram com isso. Querem as crianças, mas saber que o Kali, o guri que trouxemos, está vivo, deu esperança pras mães. Já os pais, estão doidos pra acabar com as bruxas e resgatar seus filhos.

- Não podemos deixá-los se meter com as bruxas.

- Eu disse isso ao líder e ele prometeu que esperariam aqui. Contanto que prometêssemos procurar suas crianças. E...

- Prometeu. É o certo. Somos da Shibusen. E a Shibusen luta pela segurança dos inocentes. Temos que encontrar e resgatar essas crianças. – Maka disse. – Vou falar com Kid... – ela saiu andando, mas parou ao lembrar da pedra que Soul roubara do “esconderijo”. – Soul... Você... – ela se virou e o encarou. Ele estava com os olhos fechados, respirando lento.

- Hmm?- ele resmungou. Parecia cansado.

- O que Nohana disse mais cedo e que fez sentido agora?

- Ela... Queria me seguir. – ele riu baixo. – Mas você estava colada nas minhas costas. Daí ela disse que não gostava de competição e foi embora. Ah... Maka... Não foi hoje cedo... Foi antes de ontem. O líder retornou noite passada... Ficamos fora dois dias.

 

Continua...



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