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História Em pé de guerra! - Somos Um Duo


Escrita por: A-ChanCrazy

Capítulo 45 - Somos Um Duo


Fanfic / Fanfiction Em pé de guerra! - Somos Um Duo

Sons, vozes, movimento... Podia sentir enquanto parecia que eu era empurrada em algum tipo de carrinho. Senti uma espetada no braço, não conseguía mover o pescoço, respirar doía, meu corpo parecia ser feito de areia, prestes à esfarelar à qualquer momento. Luzes fortes, enjôos, cheiro de remédios, e o escuro de novo.

Acordei sentindo meus olhos doerem. A luz fraca que a lâmpada fosforescente emanava irritava minhas vistas, e me forcei à erguer o braço pra cobrir meus olhos. Não sentia dor, apenas um cansaço extremo e muita náusea.

- Maka!- ouvi a voz de Tsubaki, como se tivessem tampões em meus ouvidos e a deixassem abafada. – Você está bem? O Como se sente? Todos estão preocupados...

- Onde estamos?- murmurei, sentindo a garganta arranhar.

- No hospital da Death City. Voltamos pra cá antes de ontem... Mas você fica acordando e apagando... – ela disse, e senti mãos quentes segurarem a minha. Tirei o braço da frente do rosto e a fitei. – Como se sente?

- Horrível... O que aconteceu?

- Parece que você perdeu muito sangue... E Soul... Quebrou alguns ossos... Teve hemorragia interna e faleceu duas vezes... Mas você e os paramédicos conseguiram trazê-lo de volta antes que ele virasse uma alma. – ela disse. A fitei, piscando algumas vezes até me acostumar com a claridade, o que era impossível, pois as luzes ainda incomodavam meus olhos. - Maka, você...

- Onde está o Soul?

- Ele... Está na sala da UTI. O dr. Stein precisou fazer três cirurgias neles nos últimos dias... – ela disse. – Ele está em observação... Black Star e eu não devíamos tê-la deixado sozinha naquela floresta... Se não fosse por isso, nada disso teria acontecido... Nos perdoe, Maka. – ela parecia prestes à chorar.

- A culpa é... Daqueles passados idiotas que queriam me... Lanchar. – sorri torto, e ela apenas confirmou com a cabeça. – Soul vai ficar bem? Ele só está daquele jeito por que saltei em queda livre e...

- Ele está bem. – ela disse. – Vou informar aos outros que já acordou. – ela disse, sorrindo, e concordei com a cabeça, enquanto ela saía do quarto. – Vou trazer algo pra beber também... Deve estar com sede...

- Obrigada, Tsubaki. – sorri, vendo ela sair do quarto. Mal esperei ela fechar a porta e já me levantei, tirando as agulhas do soro. Estava com os braços e os ombros enfaixados, assim como minha cabeça E minhas pernas. Me levantei, cambaleando, não sentindo muita firmeza nos pés, e usei o suporte para o soro para ter algum equilíbrio. Senti enfim dor, somente na cabeça, e uma tontura repentina, mas precisava ver com meus próprios olhos. Saí do quarto, olhando para todos os lados. Nem sinal do pessoal, quem quer que fosse que estivesse ali. Segui pelo corredor, até o elevador e subi até o quarto andar. Se não me engano, a UTI fica na ala norte.

Segui pra lá, não sem antes pedir à uma enfermeira informações. Parei na frente do quarto informado, e quando entrei, fiquei surpresa ao ver uma garota de cabelos longos, róseos, usando o uniforme da Shibusen, ali. Ela sequer se virou pra me fitar.

- Sabia que viria aqui assim que acordasse. – ela disse. – Pode vir. Não vou contar pra ninguém. – ela disse, e respirei fundo, confiando na sua palavra. Me aproximei, com certo receio e parei do outro lado da cama. Ali estava Soul, com a cabeça enfaixada, assim como eu, os braços, o peito, as pernas e uma até estava engessada, assim como um braço. Kim mantinha as mãos sobre o peito de Soul, e uma luz esverdeada era passada dela pro Soul. – Ontem, cuidei dele também. – ela disse. – Ambas as pernas estavam quebradas. – ela riu baixinho. Amanhã ele já vai estar com as costelas novinhas em folha.

- Sua magia de cura é mesmo útil. – murmurei, consternada.

- Nem tanto... Não posso fazer nada além de acelerar o processo de cura. – ela disse. – Sem Stein, ele teria morrido na certa. Apenas estou terminando o serviço...

- Obrigada, Kim. – murmurei, me sentando na cama.

- Não se sinta culpada. Não como da última vez. – ela disse. – Ele e seu jeito cool não permitiria que uma garota se machucasse, por isso... Apenas relaxe. Kid disse que depois dessa última semana, pelo menos umas férias são merecidas. O restante de nós continuará nossa investigação à partir do que descobriram. Tsubaki contou à ele sobre as visões que teve e sobre aquela pedra idiota... Black Star confirmou e Kid contou apenas à nós... Os Spartoi, ou armas de Shinigami. Vocês quatro vão se recuperar primeiro...

- Fico feliz em ouvir isso... – murmurei. Fitei Soul. Ele parecia apenas dormir, o que já era um grande alívio. – Ele morreu... – ri baixo. – Já é a segunda vez que vejo ele morrendo... É assustador... – senti meus olhos marejarem, enquanto meu peito doía. Ficava difícil até de respirar.

- É sempre assustador ver alguém morrendo diante dos seus olhos... Mas você o salvou. De novo. – ela riu baixo. – Por isso... Ele quebrar uns ossinhos aqui e ali não é nada. – nós rimos, só que meu riso foi mais de culpa. Não consigo pensar assim. Quero proteger Soul do mesmo jeito que ele me protege. Enquanto eu seguia minha vida normalmente, ele treinava, e se fortalecia. Até inventou uma nova técnica, que quer que eu domine pra usarmos juntos... Eu... Tenho que ficar tão forte quanto ele pra controlá-lo quando ele usar a Soul Comand...

- Eu... Já terminei por hoje... – ela parou de usar a técnica. Em dois ou três dias ele não vai ter mais ossos quebrados, já que minha magia ainda vai agir enquanto ele estiver de repouso... – ela sorriu pra mim e a fitei. – Não é a primeira vez que ele fica à beira da morte... Não precisa ficar assim. – ela sorriu torto. – Eu... Vou pra casa. Preciso dormir pra recuperar as energias pra amanhã. Foi bom rever você depois de tanto tempo. Está mesmo bonita, como Tsubaki disse. Só tenta evitar virar lanche de pássaro. Nem tem cara de minhoca, sabe? – ela deu uma leve piscadela e ri outra vez. Ela saiu do quarto, enfim me deixando só.

Voltei à fitar Soul. Fui muito imprudente nessa missão. Fiz várias coisas sozinha e várias outras sem contar com as consequências... E por isso vi o coração dele parar de bater... Preciso tomar mais cuidado...

Suspirei, me abaixando e encostando minha testa na dele. Fechei os olhos e me concentrei.

De repente, me vi na mesma sala de antes, totalmente branca, apenas com um piano no centro. O som de um violino ecoava por todo o lugar, baixo, em uma melodia bonita. Eu usava o vestido preto, que usei da última vez, e vi aquela figura parada à uma porta, com as mãos no bolso, me fitando.

- Soul... – sorri, sem pensar duas vezes, correndo até ele e o abraçando. – Você morreu, sabia?

- E eu me perguntando o que meu avô fazia acenando pra mim do outro lado do rio. – ele disse, retribuindo o abraço.

- Não brinca com isso!- estapeei o braço dele.

- Não consigo acordar...

- Está em coma induzido, eu acho. Ficou muito ferido depois de me salvar. – falei, me aconchegando naqueles braços.

- Não me importo. Ver você caindo feito caca de pombo foi o que me preocupou. Era morte na certa. – ele disse.

- Era melhor do que ser bicada até a morte.

- O que veio fazer aqui?- ele resolveu mudar de assunto, enquanto segurava minha cintura. Suspirei, deixando ele guiar minha mão pro lado, enquanto começava à me girar pelo salão, dançando, no ritmo do som do violino.

- Vim falar com você. Fiquei assustada quando morreu. – confessei. – Não quero que morra de novo, Soul. Nem que seja pra me salvar.

- Isso é impossível. Meu jeito cool não me permite deixar uma garota se machucar na minha frente.

- Não sou “uma” garota. Sou sua parceira.

- Mas continua sendo uma garota. – ele deu de ombros. – O dever de uma arma é proteger o seu parceiro.

- E o dever de um parceiro é proteger uma arma.

- Não, o dever do parceiro é proteger os outros. A arma protege o artesão e o artesão protege as pessoas.

- Não faz sentido. – falei, apoiando a cabeça no ombro dele. – Vou proteger minha arma.

- E eu, meu artesão. - sorri ao ouvir isso. Tudo ao redor estando em un estado caótico, a Lua de Sangue que se completa dentro de poucos dias e ele ainda se preocupando comigo quando o mundo todo está em jogo...

- Quero aprender aquela técnica.

- Irei te guiar, então.

- Já está guiando... – comentei e ele riu baixo. – Idiota...

- Nanica. – ele disse, em retruca.

Não consegui evitar de sorrir. Fiquei ali, dançando com ele, em completo silêncio, sem pressa de voltar, muito menos vontade de voltar. Ele, de certo modo, me confortava. Estava bem se ele estava bem. Meu melhor amigo não pode simplesmente fazer tudo pra me proteger enquanto eu faço tudo sozinha.

Somos um duo.

Quando voltei à mim, sorri mais uma vez, antes de me levantar e me arrastar de volta pro meu quarto, não sem antes, de ser encontrada por Lizzy, que falou horrores no meu ouvido por sair por aí no estado em que estou, pois segundo ela, perdi mais de um litro e meio de sangue.

Me deitei no meu leito e me permiti descansar. Soul estava bem. Estava decidida que iria melhorar mais pra protegê-lo, e iria treinar assim que tivesse alta.

Dormi pouco depois, ainda sentindo o cheiros dele grudado na minha pele. Não era ruim e era até reconfortante. Ele estava bem, dessa vez.

Maka off:

 

 

- Mais uma vez!- insistiu Maka, limpando o sangue que escorria da testa. Black Star, novamente entrou em posição de ataque, enquanto a garota se colocava de pé.

- Não irei pegar leve. – ele avisou.

- Não quero que pegue. – ela disse, e de repente, ele avançou. Ambos começaram à trocar golpes, e cada soco do azulado fazia os ossos da garota tremerem, cada vez que os defendia e tentava contra atacar.

- Eles estão assim há horas. – murmurou Tsubaki, ligeiramente preocupada, observando ambos os artesãos lutando seriamente. Estavam em total sincronia, e nem parecia que Maka estava em desvantagem. Ambos pareciam fortes, porém a loira não se via satisfeita.

Nos últimos dois dias, estava sempre treinando, e no início sequer conseguia defender um golpe direto do azulado. Mas estava decidida à compensar o esforço do amigo à ajudá-la. Ainda tinha hematomas do dia anterior pelo corpo, e se sentia cada vez menos esgotada, já que conseguira aumentar sua resistência. Estava completamente atenta à cada movimento dele.

Estava recuperando a agilidade que possuía antes, e isso já era alguma coisa.

Enquanto lutavam, Tsubaki via à tudo, junto de Lizzy e Patty. Eles usavam a floresta como campo de treinamento, e embora Soul ainda não estivesse fora do hospital, ele já não tinha osso algum quebrado, já que Kim. fez seu milagre e se esgotou até que ele estivesse cem por cento, e seu repouso era puro capricho de Stein, que, provavelmente o usava como experimento enquanto ele dormia.

Haviam se passado apenas três dias desde que Maka acordara no hospital, e dois desde que recebera alta. A pedra que exercia poder sobre as armas estava sendo testada e investigada pelos artesãos de nível 3 estrelas, sem a presença de armas. Quando a exibiram na sala do Shinigami, Lizzy e Patty atacaram uma à outra, tentando pegar a pedra, e resolveram proibir as armas de se aproximar da mesma. De fato, aquilo mexia com as armas, e o que Tsubaki contou sobre as visões e o que vira apenas serviram para confirmar algo: as armas estavam em perigo.

A lua de sangue ainda não surgira, pois a lua ainda estava se formando, e podiam ouvir todas as noites, sons de blocos e rangidos, vindos da lua. Cada vez que a olhavam, ela estava cada vez mais redonda, distorcida. Não ria, como sempre, e seu sorriso era uma simples careta distorcida.

Porém ela continua ali. Intacta. 

Três dias era o tempo que faltava para estar completa. 

 

- Quanto tempo já se foi?- um sorriso se fazia em meio á escuridão. - Quanto tempo falta? Por que eu quero saber?- aquela voz soava triste e confusa, porém seu eco durava por longos segundos, aumentando a sensação de solidão naquela escuridão. - Eu não aguento mais... Por favor... Alguém me salve... - sua suplica se perdeu em meio aos ecos e aos soluços descontrolados que seguiam seu pranto. - Alguém... Qualquer um... Por favor... - seu choro se distorcia cada vez mais, até que uma risada se fez ouvir por cima dos soluços. - Alguém... Qualquer um... Alguém... Alguém?- ela agora ria descontroladamente. Uma risada alta, escandalosa, dominando todos os ecos. - ALGUÉM? - ela gritava, em meio á histeria, quando de repente fez-se o silêncio. - Quanto tempo já foi? - perguntou, reiniciando seu repertório infinito de insanidades em meio ao nada.



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