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História Em Suas Mãos - Quando Tudo Começou


Escrita por: CamrenRari e gunspider

Notas do Autor


Oi Bolinhos, como vocês estão?
Bom, eu e Cami, @Emison1907, conseguimos um tempinho para atualizar Em Suas Mãos hahahaha
Vamos tentar trazer um capítulo por semana pelo menos, já que temos nossas fic's pessoais.
Enfim, boa leitura a todos e que vocês gostem do capítulo de hoje!!!
E por favor, leiam as notas finais, porque tem uma brincadeira que queremos fazer com vocês kkkk
E o capítulo de hoje vai ser dedicado as nossas Bolinhos mais lindas do mundo, Fifth Harmony. Pra quem não viu ou ouviu o novo single, Angel, corre que tá babado kkkk #VemNovaEra

Capítulo 2 - Quando Tudo Começou


Alguns anos antes...

POV LAUREN

— Mas mãe... - falei mais uma vez, estava implorando para ela deixar.

— Lauren, eu já disse que não! – ela vociferou – você mal conhece essa garota, não sabe nada sobre a sua vida, ou se ela é mesmo quer diz ser.

— Mãe, eu não vou ser sua garotinha para sempre sabia?! – falei andando atrás dela até seu quarto. Escorei-me no batente da porta e cruzei meus braços.

— O que está acontecendo aqui? – perguntou meu pai atrás de mim entrando no recinto logo após.

— Ela está com aquela ideia maluca de novo de ir conhecer a “amiga” de Miami... - ela explicou brava fazendo aspas com a mão.

— Pai...?! – fiz cara de choro e bico, meu pai me mimava muito e sempre fazia o que eu quisesse. Se eu falasse que queria a lua, ele buscaria para mim. Mas dessa vez estava difícil convencê-lo.

— Lauren, NÃO! – ele disse com todas as letras.

Bufei e sai marchando do quarto dos meus pais. Entrei no meu e bati a porta atrás de mim. Não era a primeira vez que tínhamos essa conversa naquele mês, desde que conheci Dinah no tumblr eu queria conhecê-la pessoalmente. Porém, havia um problema. Dinah morava em Miami nos Estados Unidos, e eu em Cuba. Eu odiava meus pais, não tinha muitos amigos na escola ou na vizinhança onde morava, meus primos zombavam de mim dizendo que eu era gorda, e sempre me deixavam de fora nas brincadeiras, também não tive irmãos e tudo piorou depois que minha vó faleceu. Ela era meu mundo, o meu amor mais lindo e eu o seu pingo de gente. Era ela quem cuidava de mim quando meus pais saiam para trabalhar, me ensinou não apenas a ler ou a ser gentil, mas me ensinou o que era amar alguém profundamente. Perdi meu chão quando ela se foi. Eu me cansei de Cuba, nunca me encaixei e passava os meus dias livres navegando na internet, foi quando fiz o tumblr e depois de um tempo, conheci Dinah. Nunca imaginei que minha primeira, única e melhor amiga estivesse tão perto e tão longe de mim ao mesmo tempo.

Estávamos querendo nos encontrar depois de 2 anos de amizade virtual, porém meus pais achavam tudo muito perigoso, para eles aquilo era uma loucura, fizeram mil perguntas sobre Dinah e no começo, quiseram cortar minha internet para me privar dos “perigos”. Sei que existe muita gente ruim por aí, que se aproveitam da ingenuidade de garotas como eu, mas Dinah Jane não era uma psicopata, é claro que eu não tinha como provar, mas eu tinha certeza disso. Eu amava meus pais, mas confesso que por vezes tinha vontade de vendê-los e comprar outros mais legais.

Sentei em frente ao meu computador, entrei no msn e chamei Dinah, ela logo me respondeu e solicitou que eu ligasse a webcam.

CHAMADA DE VÍDEO ON:

— E aí, falou com eles de novo? – perguntou Dinah sorridente e esperançosa. Eu odiava decepcioná-la, mesmo estando longe fazia de tudo para não deixá-la triste. Respirei fundo e deixei meus ombros caídos, apoiei minha cabeça em um dos meus braços.

— Eles não deixaram – falei não olhando para a tela – de novo – completei.

Dinah se encostou na cadeira, ficamos um tempo sem dizer uma palavra. Todos os dias era a mesma coisa naquele mês. “E aí, falou com eles?”, ela perguntava e minha resposta era sempre a mesma “eles não deixaram”. Estávamos perdendo as esperanças, queria que meus pais fossem iguais aos de Dinah, LEGAIS.

— Tive uma ideia – disse Dinah fazendo-me despertar para a realidade.

— O quê?! – perguntei curiosa e desconfiada olhando finalmente para a tela.

— Me deixe falar com eles. – ela respondeu sorrindo. Ela só podia estar brincando ou estava bêbada outra vez. Comecei a rir, ou melhor, gargalhar, aquela era uma piada e tanto. Dinah não esboçou nenhum sorriso sequer, ao contrário, cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas. É, ela estava falando sério.

— Você está louca? – perguntei já mais calma – está brincando, não está?

— Por que eu estaria?! – ela rebateu.

— Dinah... – disse respirando fundo —NÃO!

— Qual é Lauren, o que você tem a perder? – ela perguntou num tom desafiador.

— O que EU tenho a perder?! – perguntei incrédula. Fazia 2 anos que nos conhecíamos, ou seja, fazia 2 anos que eu reclamava dos meus pais para Dinah, contando o quanto eles eram hiper protetores, me privavam de tudo que fosse divertido e o quanto eu queria fugir daquela casa na calada da noite. Então eu tinha MUITO o que perder, se eu saísse mais um dedinho da linha, eu teria que dizer adeus a minha internet.

— Lauren, por favor! – ela disse colando uma mão na outra em sinal de imploração.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, levei um susto com a porta do meu quarto sendo escancarada, virei-me para olhar quem era e minha mãe entrou carregando uma bacia de roupa, acho que guardaria qualquer coisa no meu guarda-roupa.

— SENHORA CLARA, SENHORA JAUREGUI! – ouvi Dinah gritar. Minha mãe prontamente olhou em minha direção e eu arregalei os olhos. Ela caminhou até onde eu estava sem deixar de encarar a tela do meu computador. Fiquei estática sem ter qualquer reação. Dinah era a pior amiga do mundo.

POV DINAH

— SENHORA CLARA, SENHORA JAUREGUI! – gritei tentando chamar sua atenção, eu não ia perder a oportunidade e tinha quase certeza de que se Clara me conhecesse, talvez deixasse Lauren vir para Miami. Ela caminhou em direção ao computador sem tirar os olhos da tela, Lauren parecia estar paralisada, aposto que me xingava dentro de sua cabecinha. — Oi, eu sou a Dinah, Dinah Jane Hansen – falei quando ela chegou perto o suficiente. — A senhora não me conhece ainda, quer dizer, sei que Lauren deve falar muito de mim, mas nunca fomos apresentadas não é? – disse tentando soar o mais simpática possível. Meu coração batia cada vez mais rápido dentro do meu peito, eu estava nervosa e com medo que Clara Jauregui mandasse um míssil até minha casa para me matar, mas eu não daria para trás agora—Bom, eu queria pedir...

— Eu sei o que vai pedir, é Din... – disse ela finalmente, eu estava ficando sem graça por ela não dizer nada e me deixar falar sem parar. Lauren ainda estava lá paradona no mesmo lugar, olhava para mim e para sua mãe, acho que tentava estudar as feições dela enquanto não conseguia acreditar na minha ousadia, mas alguém precisava fazer alguma coisa.

— Dinah – falei sorrindo.

— Isso, Dinah – ela respondeu dando uma longa respirada — A amizade de vocês parece ser linda, mas...

— Sei o que a senhora vai dizer e eu entendo, Lauren é jovem e isso pode ser perigoso, por existir muitas pessoas ruins por aí. Mas eu sei que ela é uma boa pessoa, uma moça de família – falei apontando para Lauren que me encarava —Eu iria até Cuba sem problema nenhum, mas não tenho dinheiro para bancar uma viagem. – respirei fundo e fechei os olhos, as próximas palavras tinham que vir do coração — mas a sua filha é a minha melhor amiga, por mais que eu esteja cercada de pessoas, é só a sua filha que me entende e que me faz bem de verdade – falei num tom melancólico, tudo aquilo era a mais pura verdade. Eu era popular na escola, pois era líder de torcida e todos queriam ser meus amigos, mas eu me sentia cercada por pessoas falsas e fúteis, me sentia sozinha e só encontrei a amizade verdadeira a quilômetros de mim, só encontrei em Lauren.

A senhora Clara respirou fundo e agachou ao lado de Lauren, fechou os olhos e passava sua mão esquerda na testa, acho que estava pensativa, analisando as possibilidades e tentando achar uma solução plausível para tudo aquilo. Eu tremia ansiosa por uma resposta e pude perceber que Lauren também, não conseguia parar de entrelaçar meus dedos das mãos e soava frio.

— DINAH VENHA JANTAR! – gritou minha mãe batendo na porta do quarto.

— MÃE, MÃE, VENHA AQUI! – gritei de volta fazendo com que Clara voltasse sua atenção para o computador. Minha mãe entrou no meu quarto e veio em minha direção, abaixou-se perto de mim e sorriu.

— Oi Lauren. – disse ela dando “tchauzinho” com a mão. —Essa é sua mãe? – perguntou animada.

— Sim mama, essa é Clara, mãe de Lauren – falei antes de Lauren, talvez se minha mãe e a senhora Jauregui conversasse ou pelo menos se conhecessem, talvez ficaria mais fácil de convencer os pais de Lauren. Dona Clara sorriu sem graça e devolveu o “tchau” de minha mãe.

— Muito prazer Clara, sou Milika – minha mãe falou sorrindo.

— Oi Milika, como vai? – perguntou Clara de volta.

— Estou bem. Quando vai deixar Lauren vir nos visitar? – perguntou minha mãe esperançosa. Me endireitei na cadeira, meu “plano” estava saindo melhor que a encomenda.

— Eu... ainda não sei – respondeu Clara coçando sua nuca um pouco sem graça.

— Sei que se preocupa com sua filha e que não quer que ela viaje sozinha, mas porquê não vem também? – perguntou minha mãe.

— O quê?! – responderam Clara e Lauren ao mesmo tempo. Agora até mesma eu estava surpresa.

— É... – Clara começou – eu... eu preciso ver com meu marido, e...

— O convide também, venham todos, aqui tem lugar para todo mundo – disse minha mãe de forma simpática e acolhedora.

— Eu prometo que vou pensar sobre isso! – respondeu a senhora Jauregui.

— Vai pensar mesmo? – perguntou Lauren olhando para sua mãe com um sorriso esperançoso.

— Vou Lauren, eu vou pensar! – disse olhando nos olhos da filha.

— Obrigada mãe – respondeu Lauren abraçando Clara.

Abracei minha mãe também, já que ela tinha tornado tudo mais fácil de ser aceitado, porque não tínhamos pensado nisso antes?

Nossas mães se despediram e saíram de vista da webcam. Eu estava tão feliz e Lauren não conseguia esconder sua alegria também.

— Se eu estivesse aí, abraçaria você e sua mãe! – falou Lauren sorridente, nem parece que era a mesma garota do começo da chamada.

— Não está agora, mas vai estar!!! – disse fazendo uma dancinha.

— Você é a melhor amiga do mundo, não sei porquê duvido de você ainda.

— Eu achei que você fosse querer me matar – falei sendo sincera.

— Até tive vontade – falou rindo —mas aconteceu a melhor coisa que poderia ter acontecido e eu sou muito grata a sua mãe.

— Tá, só não começa a chorar – disse revirando os olhos em tom sarcástico.

— Eu estou tão plena que nem vou reclamar dessa revirada de olho – falou animada.

— Idiota – disse brincando —O papo está bom gata, mas preciso jantar. A gente se fala outra hora?

— Com certeza! Eu te amo Dinah!

— Eu também te amo Lauren!

CHAMADA DE VÍDEO OFF.

POV CAMILA

Estava encarando o portão da minha nova escola, ela aparentava ser grande e os alunos entravam animados. Virei para olhar minha mãe e vi em seus olhos um brilho de esperança, nunca tinha visto um sorriso tão largo em seu rosto. Saímos de Cuba para viver de uma forma melhor aqui em Miami, porém na minha cabeça isso não fazia sentido algum. Minha mãe era formada em arquitetura e meu pai tinha seu diploma de engenharia, ambos trabalhavam bastante para termos uma vida boa, e realmente tínhamos. Eu não sabia o motivo da mudança, mas sabia que foi o meu pai que sugeriu nossa vinda para cá. Sofri muito em ter que deixar tudo para trás, pois eu amo o meu país, a cultura, as músicas e as pessoas, a única coisa que confortava meu coração é saber que tínhamos nos mudado para um bairro chamado Little Havana, e era como se um pedaço de Cuba estivesse presente ali.

—Mamá, eu tenho mesmo que entrar? – Perguntei olhando para ela. Minha mãe virou-se para mim e levou as mãos até meus ombros.

—Sim filha, você precisa estudar. – Ela falou sorrindo.

—Mas eu não conheço ninguém! – Falei fazendo bico e cruzando os braços.

—E amanhã? Você conhecerá? – Ela perguntou arqueando a sobrancelha.

—Não, mas eu posso adiar isso, não posso? – Perguntei confusa.

—Você pode, mas não vai querer ser covarde. Ou vai? Só os covardes adiam as coisas por medo Camila! – Minha mãe falou com o seu tom de voz seco de sempre. Suspirei e concordei com a cabeça.

—Eu sou corajosa, eu consigo! – Falei e sorri em sua direção.

—Isso mesmo! Eu venho te buscar no final do dia! – Ela falou, sorriu e tirou suas mãos dos meus ombros. Entrei na escola de cabeça erguida, caminhava lentamente com um papel em minhas mãos que dizia onde era minha sala. Sentia alguns olhares curiosos em mim, mas não deixei com que nada me abalasse, continuei andando firme até a sala 7. Era aula de química e a sala já estava cheia. Que ótimo! Entrei pela porta e entreguei o papel de transferência na mão da professora que sorriu simpática para mim. Aguardei que ela me indicasse um lugar para sentar, mas ela não falou nada referente a isso, apenas pediu para que eu esperasse.

—Pessoal, vamos começar a aula? – Ela falou educadamente e sorriu para os alunos. Caminhou até a porta da sala, fechou a mesma e voltou até onde eu estava. —Você prefere que eu te apresente como Karla ou Camila?

—Todos me chamam de Camila, mas não precisa me apresentar não! – Falei quase implorando.

—Vou te apresentar sim! Todos passam por isso Camila! – Ela falou sorrindo.

—Não precisa, por favor! – Pedi, mas ela me ignorou totalmente.

—Pessoal, essa é a Camila! Ela é aluna nova! – Ela falou e todos olharam para mim. Senti minhas bochechas queimarem e desejei que um buraco abrisse no chão para eu me enterrar. —Pode se sentar ao lado da Normani, vocês serão parceiras nessa aula. – Ela falou apontando com o dedo em direção a uma menina morena que olhava para os livros. Caminhei rapidamente onde a garota estava, coloquei meu material em cima da bancada e me sentei no banco.

—Quem é você? – A tal Normani perguntou quando notou minha presença ao seu lado.

—Camila? – Perguntei irônica.

—Meu nome é Normani! – Ela respondeu e eu respirei fundo.

—Camila sou eu! A professora acabou de me apresentar! – Falei e ela deu de ombros.

—Legal, mas porquê se sentou aqui? Não tem outro lugar não? – Ela perguntou e ficou me olhando da cabeça aos pés.

—Foi a professora que mandou eu me sentar aqui. Se não está satisfeita devia falar com ela, não acha? – Perguntei e ela revirou os olhos.

—Ai, eu não acredito! – Ela falou bufando. —Depois eu resolvo essa questão, fica na sua enquanto isso ok?

—Você que falou comigo, mas ok! – Falei e desviei meu olhar para a lousa. Tirei meu caderno da bolsa e comecei a anotar a matéria.

Não olhei para aquela garota um segundo sequer e não faço ideia se ela olhou para mim ou não. Guardei meu material assim que o sinal bateu, vi a próxima aula no meu horário e fui até a mesa da professora pegar meu papel de transferência. Eu não sabia o motivo, mas todos os professores tinham que assinar aquele papel, era como se aquilo fosse uma permissão para eu frequentar todas as aulas.

—Gostou da aula? – A professora perguntou enquanto me entregava o papel.

—Sim, foi ótima professora… – Interrompi a frase e me dei conta de que não sabia o seu nome.

—Katherine! Meu nome é Katherine! – Ela falou sorrindo e assenti com a cabeça.

—Até mais! – Falei sorrindo e saí da sala. Estava andando pelos corredores olhando para o papel em minhas mãos novamente, eu teria aula de matemática agora e depois literatura. Esbarrei em alguém enquanto andava, levantei meu olhar para me desculpar, mas fechei a cara ao ver quem era.

—Você de novo? – Normani perguntou com raiva em seu olhar. Gente, qual é o problema dessa menina?

—Lamento! – Falei seca, desviei dela e continuei andando sem olhar para trás. Eu mal tinha começado a estudar aqui, mas já estava odiando.

POV NORMANI

Acordei nessa quarta-feira nem um pouco empolgada para ir à escola, levantei da cama lentamente, fui até o banheiro, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, fiz minha higiene matinal e tomei meu banho. Me enrolei na toalha, encarei meu reflexo no espelho e sorri fraco.

—Bom dia Normani! – Desejei pra mim mesma. —Que bela cara de derrotada, que tal melhorar isso ai? O que vão pensar de você? Você é a líder de torcida, a rainha da escola, a popular! Seu exército de perdedores vão deixar de te seguir hein?! – Falei irônica apontando para o espelho. Saí do banheiro, voltei pro meu quarto, fiz minha maquiagem, penteei meus cabelos e vesti o uniforme ridículo da minha escola. Peguei minha bolsa, desci as escadas e me juntei a minha mãe para tomar café. Ela falava animada como todas as manhãs sobre seu dia, seu trabalho e sua faculdade. Agora que ela tinha voltado a estudar, estava ainda mais de bem com a vida. Escutei tudo enquanto engolia meu cereal, concordava com a cabeça quando ela me perguntava se estava tudo bem na escola, nos treinos das líderes e em todas as outras coisas. Terminamos de comer juntas, deixamos toda a louça na pia, pegamos nossas chaves e entramos no carro de minha mãe. Liguei o som, abri bem a janela e fiquei observando as ruas durante o trajeto.

Me despedi da minha mãe com um beijo na bochecha quando chegamos, desci do carro e encontrei algumas meninas do meu grupo me esperando no portão. Cumprimentei todas com um beijo na bochecha, entrei e notei que elas me seguiam. Todo dia era assim, parecia até um ritual. Eu chegava, elas ficavam me seguindo por todo lado e ficavam me bajulando na tentativa de receber algum elogio no decorrer do dia ou até mesmo em nossos treinos. Eu não entendia o motivo delas ficarem o tempo todo atrás de mim, mas parei de tentar entender com o passar dos anos. Fui direto para minha sala e agradeci por nenhuma delas terem química comigo, essa era a única aula que ninguém ficava me bajulando. Ninguém mesmo, nem mesmo um parceiro ou uma parceira, e eu gostava disso. Não tinha muitos alunos ali ainda, aproveitei para abrir meu livro e desviar meus pensamentos do mundo que me cercava. Estava completamente sem humor para qualquer coisa, ontem a noite minha mãe preparou um jantar para mim e Paul, seu namorado. Eles anunciaram juntos que iriam se casar e esse aviso tirou meu chão. Meus pais haviam se separado há dois anos, eu sabia que o casamento deles não estava bem fazia bastante tempo, porém sempre tive a esperança de que eles pudessem reatar. Minha mãe começou a namorar faz um ano, no começo eu até pensei que não daria certo, mas dava para ver na cara de Paul o quanto ele a amava. Pelo menos eu acho que amava, não tinha certeza. Eu não conseguia crer mais no amor depois que meus pais se separaram, eu jurava que os dois iam morrer juntos, lado a lado. Mas isso não vai acontecer, pelo menos, não como um casal. Eles tinham uma amizade saudável por conta da ligação em comum entre eles que jamais seria quebrada, eu. O único amor que eu conseguia acreditar ainda era no que eu sentia por eles e eles por mim. Entre homem e mulher, homem e homem ou mulher e mulher, nunca daria certo. As pessoas são diferentes umas das outras, bastava apenas uma briga e tudo era motivo para divórcio ou rompimento. Cadê a luta pelo amor? Cadê a conquista todos os dias? Cadê a persistência para ter aquela pessoa ao seu lado? Era difícil acreditar em um amor verdadeiro e duradouro, quem dirá eterno, não é mesmo? Meus pensamentos foram interrompidos com o barulho do banco ao meu lado sendo puxado por uma menina, desviei meu olhar do livro, olhei em seu rosto e não a reconheci.

—Quem é você? – Perguntei ainda olhando para ela.

—Camila? – Ela perguntou.

—Meu nome é Normani! – Respondi como se fosse óbvio e ela respirou fundo. Ela era mesmo nova, eu sou Normani Kordei, ninguém confunde meu nome nessa escola.

—Camila sou eu! A professora acabou de me apresentar! – Ela falou esclarecendo as coisas e acabei dando de ombros. Eu realmente não tinha prestado atenção em nada do que acontecia ao meu redor.

—Legal, mas porquê se sentou aqui? Não tem outro lugar não? – Perguntei olhando para ela da cabeça aos pés. Camila era bonita, não tinha como negar.

—Foi a professora que mandou eu me sentar aqui. Se não está satisfeita devia falar com ela, não acha? – Ela perguntou com uma certa arrogância. Revirei os olhos e senti meu sangue esquentar. Não acredito que a professora novamente tinha colocado alguém como minha dupla, essa mulher não me respeitava mesmo.

—Ai, eu não acredito! – Falei bufando. —Depois eu resolvo essa questão, fica na sua enquanto isso ok?

—Você que falou comigo, mas ok! – Ela falou de novo em tom arrogante, olhou em direção a lousa e começou a anotar a matéria em seu caderno. Quem era essa menina? Como ela ousava a me enfrentar assim? Ela não sabia mesmo quem eu era, mas eu mostraria a ela que ninguém me enfrenta com essa arrogância.

Camila não olhou mais para mim durante toda a aula, mantive meus olhos nela em uma boa parte do tempo e agora mais calma, confesso que gostei dela, ela era diferente de todas as outras meninas daqui. Não ficava me bajulando, me enfrentou e cumpriu a sua palavra de ficar quieta na sua. Mas eu sabia que tudo isso era por não conhecer nada e nem ninguém aqui, até mesmo eu. Então eu não criaria esperanças de que essa escola finalmente teria ganhado uma pessoa diferente, pois ela não era. Com o decorrer do tempo ela começaria a puxar meu saco e desejaria andar comigo, tinha certeza. O sinal bateu, guardei meu material e saí da sala sem olhar para trás. Seguia para a minha próxima aula em passos firmes e apressados, não queria ninguém me seguindo nos corredores hoje. Me lembrei de falar com a professora Katherine na metade do caminho e tive que voltar quase correndo. Estava andando tão depressa que nem me dei conta quando esbarrei em alguém, me desculparia por estar correndo, mas quando vi aquela menina em minha frente fechei a cara e esqueci totalmente a minha educação.

—Você de novo? – Perguntei deixando a raiva transparecer em meu olhar.

—Lamento! – Camila falou curta e grossa, desviou de mim e continuou andando. Entrei na sala, fui até a mesa da professora e cruzei meus braços ao parar de frente para ela.

—Professora, porquê colocou a aluna nova para fazer dupla comigo? Já conversamos sobre isso diversas vezes! – Falei séria.

—Por dois motivos Normani. O primeiro é que não tinha mais lugar ou pessoa disponível para dupla e o segundo é que você precisa dar o braço a torcer, e começar a fazer trabalhos em dupla na minha aula! Respeitei você por muito tempo, mas já chega ok? Você terá que socializar com o mundo lá fora e pelo que vejo no intervalo, você socializa bem com todos ao seu redor. Dê uma chance para Camila, ela é nova, quem sabe não passe a gostar dela? – Ela perguntou sorridente.

—Duvido muito! E já aviso, se minha nota cair por conta da incompetência daquela garota você conversará com minha mãe! – Falei e encarei seus olhos.

—Você nem a conhece Normani! – Ela protestou.

—Tanto faz! – Falei e saí da sala novamente. Não acredito que vou ter que fazer dupla com aquela menina. Ela acabou de chegar, não conhece ninguém e aposto que vai adorar fazer amizade com a líder de torcida aqui. Todo mundo só se aproxima de mim por eu ser popular, isso me chateava ao ponto de me fazer querer desistir de tudo e me mudar dessa cidade ou até mesmo desse país. Queria muito recomeçar em outro lugar onde ninguém me conhecia e as pessoas pudessem gostar de quem eu realmente sou.


Notas Finais


Primeiramente, o que vocês acharam?
Clara vai aceitar o convite de Milika?
As meninas vão finalmente se conhecer pessoalmente?
Até quando vai durar os pequenos conflitos de Normani e Camila?
Como será que nasceu uma amizade daí?
Estão ansiosos? Porque eu estou kkkk

E lá vamos nós a nossa pequena brincadeira hahahaha eu e Cami fizemos a divisão dos Pov's, cada uma escreve de um personagem. Então queremos saber de vocês:
Quem vocês acham que escreve os POV'S da Camila e quem escreve os POV'S da Lauren?
Se você acha que quem escreve o POV da Camila, sou eu, escreva Camila=Rari, Camila=Cami, Lauren=Rari ou Lauren=Cami.

A pessoa, ou as pessoas que acertarem, nós vamos dedicar o próximo capítulo e se a pessoa tiver fic, vamos ajudar na divulgação. Então...
Valendo hahaha


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