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História Em Suas Mãos - Uma Amiga na Multidão


Escrita por: CamrenRari e gunspider

Notas do Autor


Ooooi pessoinhas, tudo bem? Olha só quem voltamos kkkkk
Eu e a Rari conseguimos escrever mais um capítulo pra vocês e posso falar? Ele tá muito gostoso de ler! Nos divertimos tanto escrevendo ele e esperamos que vocês gostem!
Bom, no capítulo anterior rolou uma brincadeira e como prometemos, vamos dedicar essa cap pra quem acertou!
O capítulo de hoje é dedicado para a @isabela_cdz e pra @Laurenzo98, siiim vocês duas acertaram! Eu escrevo os POV's da Camila e a Rari escrevem os da Lauren! Parabéns!
Enfim, obrigada por estarem acompanhando a gente aqui na nossa fic baby e boa leitura <3

Capítulo 3 - Uma Amiga na Multidão


POV NORMANI

Os dias estavam se passando rápido, já fazia três meses que a Camila tinha se tornado minha dupla na aula de química e há duas semanas ela entrou pras líderes de torcida. Camila tinha um bom rebolado, acho que o fato dela ser latina facilitou sua dança. Mas ela era um desastre com sincronismo, o que podia atrapalhar completamente a equipe. Eu e as meninas estávamos passando tudo o que sabíamos para ela, isso fazia com que ela ficasse a cada dia melhor. Não me lembro exatamente em que momento eu e Camila começamos a nos dar bem, mas eu passei a gostar dela com o passar das nossas aulas juntas. Eu tentava ao máximo ser grossa para mantê-la afastada e ela chegava sempre com um sorriso lindo no rosto, um sorriso que derrubava qualquer barreira de time de futebol ou qualquer muralha de concreto já existente. Sempre que eu chegava de mal humor na aula ela fazia uma de suas piadinhas sem graça e eu acabava rindo com aquilo, basicamente a Camila me cativou com seu jeito de ser. Mas o que eu mais gostava nela, era o fato dela não se importar com quem eu era. Camila não ligava para títulos, sobrenomes ou “cargos” e ela deixou isso claro para mim desde quando tentei mostrar quem eu era nessa escola. Ela acabou comigo e seu discurso ficou gravado em minha mente desde aquele dia.

FLASHBACK ON:

—Você acha que eu me importo com quem você é Normani? Acha que eu me importo com o fato de você ser líder de torcida ou a rainha da escola? Eu não me importo nem um pouco com a sua imagem aqui dentro, não mesmo! Para mim, tudo isso é uma máscara, uma fantasia para não mostrar o seu verdadeiro caráter. Mas eu devo te alertar que é melhor você sair logo de dentro dessa bolha que você vive e começar a ser você mesma! Essas meninas podem te bajular e lamber o chão que você pisa, mas e quando você precisar de alguém de verdade? Elas estarão lá? Pense bem nisso! Comece a ser você mesma, passe a tratar melhor as pessoas ao seu redor ou ninguém vai gostar de você! Ninguém lhe oferecerá ajuda quando precisar! – Camila falou tudo olhando em meus olhos, se levantou e virou as costas.

Todo esse discurso só porque eu tentei mostrar quem é que manda aqui. Sim, eu realmente fiz isso. Camila me esnobou a semana inteira, mal olhava na minha cara e achava que ia ficar por isso mesmo? Quem ela pensa que é? Todos queriam estar sentados ao meu lado nessa bancada e ela nem fala comigo? Tudo bem que fui eu que pedi isso, eu pedi para ela ficar na dela, mas ela não precisava obedecer, certo? Errado Normani! Ela é aluna nova e está tentando ficar fora de confusões, se coloque no lugar dela! Eu travava uma guerra interna comigo mesma por causa dessa garota idiota. Ela nem tinha razão! Ou será que tinha? E se um dia eu precisasse de alguém ao meu lado? Quem me restaria?

FLASHBACK OFF.

A partir daquele momento eu passei a tratar melhor as pessoas, comecei a pegar leve com Camila e sorrir mais. Eu sabia que ela tinha razão, apesar de muita gente seguir meus passos ou atrair muitos olhares na escola, eu não tinha amigos, pelo menos, não de verdade. Depois que eu me tornei líder de torcida acabei me colocando em meu próprio pedestal, passei a achar que ninguém me alcançaria e que eu era melhor que todos ao meu redor. Sim, eu sou uma hipócrita! Vivo reclamando que ninguém gosta de mim como eu sou verdadeiramente, mas eu mesma me fechei, eu mesma criei um muro em minha volta. Eu passei a acreditar que era melhor, então eu era a culpada por ninguém me conhecer verdadeiramente, mas eu posso mudar isso, não é tarde ainda. Ao final daquele dia convidei Camila para ir até a minha casa, queria ajudá-la a ensaiar melhor os passos da coreografia. Não me importava se ela faria papel ridículo, porém a equipe ainda era minha e eu não podia deixar ninguém nos envergonhar. E talvez eu não queira que a minha dupla de química vire piadinha na escola, seria péssimo para a minha reputação não é mesmo? Ou será que estou começando a me importar com essa garota?

—Está com fome? – Perguntei a Camila assim que chegamos em minha casa.

—Um pouco, mas não se incomode. – Ela falou educadamente.

—Relaxa, eu também estou com fome e dançar sem comer nos fará mal, certo? – Perguntei e ela assentiu.

—Mas eu te ajudo! – Camila falou sorrindo enquanto tirava sua mochila com estampa de banana das costas.

—Tudo bem! Você come macarrão? – Perguntei e ela assentiu. Lavamos nossas mãos e começamos a cuidar do nosso almoço. Camila pediu para se encarregar de cozinhar apenas o macarrão e eu fiquei com o molho. Ela acabou confessando que era uma péssima cozinheira, que as suas especialidades eram doces, comidas congeladas ou macarrão instantâneo. Claro que eu ri da cara dela, como uma pessoa conseguia viver com essas comidas?

—Minha mãe que cuida das nossas refeições ok? – Camila falou como se estivesse lendo a minha mente.

—Ainda bem, as pessoas na sua casa passariam fome se você fosse a cozinheira! – Falei em tom de brincadeira e gargalhei.

—Haha engraçadinha! – Ela falou revirando os olhos e me mostrou a língua. Terminamos de cozinhar e comemos nesse clima descontraído. Camila acabou me contando mais sobre sua vida, ela ainda estava desanimada com a sua vinda para Miami, pois alegava amar tudo em Cuba. Descobri que ela não tinha irmãos e seus pais tinham carreiras promissórias, apesar dela não demonstrar ter muito dinheiro, eu desconfiava que sua vida era boa até mesmo antes de vir para cá. Eu vi uma dor presente no olhar de Camila enquanto ela falava da sua família, em especial de sua mãe. Pelo que ela me falou seus pais não eram de lhe dar muito afeto e a cobravam muito. Senti uma vontade incontrolável de contar para ela sobre a separação dos meus pais e o casamento da minha mãe, mas será que eu podia confiar nela? Não queria dar um passo maior que a minha perna, mas eu tinha que confiar em alguém e porque não começar com a Camila?

POV DINAH

Já havia se passado semanas desde que minha mãe convidara a família de Lauren a vir para Miami. Nós conversávamos todos os dias e praticamente o tempo todo, porém ela sempre me dizia que seus pais ainda estavam pensando sobre a hipótese.

Fazia 2 anos que conhecia Lauren, era um tanto “estranha” a nossa amizade, pois nos dávamos bem a maior parte do tempo e ela era mais presente na minha vida do que qualquer outra pessoa ao meu redor, é incrível como alguém de tão longe pode nos fazer mais bem do que aqueles que nos cercam. Eu era líder de torcida e presidente do grêmio estudantil da escola onde estudava, ou seja, todos queriam ser meus amigos, eu estava sempre rodeada por diversas pessoas, era o centro das atenções, assunto no jornal da escola toda semana, era também a queridinha dos professores, eu me esforçava o máximo que podia para manter minhas notas altas. Minha família nunca foi de ter muito dinheiro, apenas o suficiente para sobrevivermos, então desde cedo eu soube que se quisesse entrar para uma boa faculdade, eu teria que me destacar na escola. Tentava fazer um pouco de tudo, aula de canto, esporte, teatro, turma do debate, até chegar no topo da pirâmide escolar, as líderes de torcida. Tudo isso me proporcionou a popularidade suprema mesmo eu ainda estando no primeiro ano do ensino médio, não havia uma única alma na escola que não tinha sequer escutado o nome Dinah Jane, todos me conheciam e todos estavam na minha cola. Eu era a garota mais popular no colégio, mas também a mais solitária.

Eu tratava a todos bem, era gentil e tentava ajudar as pessoas que de mim se aproximavam, com o tempo percebi que por mais que eu fosse legal, sempre haveria aqueles que se aproveitariam da minha boa vontade ou que ficariam na minha cola só para se tornar popular também. Devido a isso, acabei me fechando num mundinho que era apenas meu, mas nunca deixei que as atitudes e falsidades alheias pudessem mudar quem eu era. Se eu era a “maioral” da escola, foi porque era do meu merecimento ser, eu nunca quis ser a rainha do baile ou a garota que todos os meninos querem pegar, eu apenas estava pensando no meu futuro e no futuro da minha família.

Minha melhor amiga passou a ser a minha mãe, ela sempre me dizia que eu tinha que ser eu mesma e que não deveria mudar para agradar as outras pessoas.

—Você é o que é Dinah, e deve se orgulhar disso – disse ela uma vez. Eu nunca mais me esqueci dessa frase e passei a viver melhor depois disso, eu tinha que ser a minha própria companhia daqui para frente, e não me importar com o que os outros pensavam sobre mim, foi exatamente nessa época que criei o meu tumblr, e semanas depois, conheci a garota mais importante da minha vida.

Lauren era completamente diferente de mim, enquanto eu me preocupava com as minhas notas ou com os novos passos de dança, ela estava preocupada com o aquecimento global, desmatamentos ou maus-tratos a animais. Era incrível como parecia que ela era nova Rapunzel presa em uma torre, vivia dentro da bolha da ingenuidade, os pais queriam que ela fosse intocável e isso por vezes gerou atritos entre nós. Lauren tinha medo de tudo e de todos, era extremamente insegura, mas, mesmo assim, confiou suficientemente em mim a ponto de nos tornarmos amigas.

Posso dizer que nos tornamos o porto seguro uma da outra. Ela não estava interessada em quem eu era na escola ou quanto minha família tinha no banco, muito pelo contrário, Lauren podia ter mil defeitos, mas sempre colocava todos que amava antes dela mesma. Se preocupava com o meu bem estar, estava interessada em cada palavra que saia da minha boca e sempre me dava os melhores conselhos. Ela podia ser a insegurança em pessoa, mas sabia exatamente o que dizer e quando dizer. Não demorou muito para minha melhor amiga deixar de ser a minha mãe e começar a ser Lauren. A única coisa que nos deixava tristes, era não poder abraçar uma a outra.

Estava dormindo tranquilamente na manhã de sábado até meus sonhos serem interrompidos pela voz da Beyoncé.

— Não acredito que tem alguém me ligando esse horário… – falei ainda sonolenta tentando achar meu celular no criado-mudo. O deixei cair no chão e ele parou de tocar, tentei voltar a dormir, mas a pessoa que queria falar comigo era bem insistente. — Só pode ser brincadeira com a minha cara. – resmunguei.

LIGAÇÃO ON:

— Alô?! – atendi ríspida sem olhar no identificador de chamadas para ver quem era.

— Dinah?!

— Sim?! – respondi entre dentes.

— Advinha quem é? – brincou a pessoa do outro lado da linha, aquilo só podia ser brincadeira mesmo, eu devia ter caído num tipo de pegadinha. Eu estava com tanto sono que eu nem reconheci a voz.

— Diz que é o papa, porque se não for, eu juro que vou te matar. – falei séria.

— O papa não é mulher Dinah – disse rindo – é a Lauren, sua boba.

— Aí, eu não acredito! Lauren, regra número um da nossa amizade: NUNCA ACORDE DINAH JANE – falei erguendo a voz — regra número dois: NUNCA SE ESQUEÇA DA PRIMEIRA REGRA. Estamos conversadas?

— Nossa, seu mal humor me atingiu em cheio, eu hein.

— Ah Lauren, minha cara, você ainda não me viu de mal humor – falei irônica.

— Eu nunca te vi em todos os sentidos né?! – brincou Lauren. O bom humor de algumas pessoas pela manhã, me deixavam um tanto irritada e aquele estava sendo um caso desses. Respirei fundo para não ser grossa com Lauren.

— Mas porquê me ligou tão cedo? – rebati ignorando a piadinha.

— Cedo?! – Lauren riu sarcástica do outro lado — Dinah, são 10 horas da manhã.

— Isso é cedo para mim – respondi secamente. — Mas desembucha logo!

— Eles deixaram Dinah…

— Quem deixou o quê?! – perguntei sem entender nada.

— Meus pais… – disse fazendo silêncio logo após. Sentei na minha cama, um frio percorreu minha espinha, mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela completou – Nós vamos para Miami!

POV CAMILA

Perdi a noção do tempo enquanto ensaiava com a Normani em sua casa, já estava suada por ter feito os passos diversas vezes. Estar entre as líderes já era uma grande surpresa para mim, mas estar na casa da Normani era uma surpresa maior ainda. No começo foi bem difícil lidar com ela, eu sempre levava patada de graça com um belo sorriso no rosto. Nunca dei o gostinho da Normani me ver irritada ou triste por causa das grosserias que ela me falava. Até um dia que ela quis me mostrar que era melhor que eu, só porque era A líder de torcida. Lhe dei um belo “sermão” e ela acabou melhorando seu modo de agir comigo. Percebi que Normani tem um enorme coração, por mais que ela negue, eu sinto que ela tem algo bom dentro dela. A cara amarrada, o nariz empinado e seu jeito hostil era apenas uma forma dela se defender de todos que tentavam se aproximar. Me sentei no gramado enquanto Normani foi buscar uma água para nós, fiquei olhando para o céu azul e aproveitando o contato do vento contra minha pele. Durante o almoço eu tinha contado detalhes sobre a minha vida para minha parceira de química e agora de equipe, mas ela não fez menção de falar nada ao seu respeito. Será que eu estava confiando nela rápido demais?

— Aqui está! – Normani falou e estendeu uma garrafinha de água em minha direção.

—Obrigada! – Falei sorrindo, peguei a garrafa e tomei quase tudo rapidamente.

—Quer mais? – Ela me perguntou com uma feição incrédula.

—Não, está bom já! – Menti. Eu queria pegar a garrafa dela e tomar toda a sua água também, mas eu não tinha essa intimidade com ela.

—Posso te contar uma coisa? – Normani perguntou de cabeça baixa.

—Não sei, você pode? – Perguntei sorrindo. Ela levantou a cabeça para encarar meus olhos e sorriu.

—Posso! Tenho a impressão de que posso confiar em você sabia? – Ela perguntou e deu risada.

—E você pode, basta querer! Eu não sou do tipo que faz fofoca Normani, aliás, ninguém na escola fala comigo esqueceu? Eu não tenho amigos, ainda sou a novata. – Falei e rimos juntas.

—Bom, eu nunca contei para ninguém sobre isso, mas é sobre meus pais… – Ela me contou tudo sobre sua vida praticamente, desde a infância até hoje. Dava para ver em seu olhar o quanto o divórcio dos seus pais afetaram sua vida. Será que é por isso que Normani era tão fechada? Tinha medo de se apegar e a pessoa ir embora? Será que ela não via que todos precisam de alguém para confiar? Todo mundo precisa de um amigo para poder desabafar, dar risada, chorar, correr para um abraço em dias ruins ou ter um apoio. O mundo é tóxico, as pessoas são tóxicas e ninguém suporta tudo sozinho. As pessoas têm o péssimo hábito de achar que guardando tudo para si, as coisas se resolveriam, mas não era bem assim. A verdade é que guardando todas as coisas ruins dentro do peito faz com que tudo piore e o problema pareça maior do que realmente é.

—Eu sinto muito Mani! Mas… – Comecei a falar enquanto ela encarava o chão.

—Do que você me chamou? – Ela levou a cabeça e olhou para mim. Arregalei os olhos e me dei conta do que falei. Merda!

—Mani? – Perguntei com medo dela me virar um soco.

—Gostei desse apelido. – Ela declarou sorrindo.

—Que bom! – Falei e suspirei aliviada. —Bom, como eu dizia… Mas se eles não estavam mais dando certo foi melhor cada um seguir seu caminho. Os dois terão a chance de serem felizes e vão continuar te amando, independente de qualquer coisa você é filha deles e isso nunca se rompe. Eu sei que deve ser dolorido ter que ver os dois separados, mas vai por mim. É bem melhor assim, imagina se eles começassem a brigar e passassem a se odiar, seria bem pior não é? – Perguntei olhando em seus olhos e ela sorriu fraco pra mim.

—É, você tem razão! Obrigada por me ouvir Camila. – Ela me agradeceu com um sorriso nos lábios.

—Não precisa me agradecer. – Falei e desviei o olhar. Será que essa marrenta vai confiar mais em mim depois dessa conversa? Eu espero que sim, eu gosto da Normani. Algo me diz que seríamos ótimas amigas, mas só se ela quisesse ser minha amiga, não dá pra só uma querer né?! É como diz aquele ditado: quando um não quer, dois não querem. Não, espera. Quando um não quer, dois brigam? Ai eu sou péssima com essas coisas.

—Camila? – Normani me chamou, desviei meus pensamentos e olhei para ela.

—Oi. – Falei sorrindo.

—Acho que você tem uma amiga na escola sim. – Ela declarou me encarando séria.

—Quem? – Perguntei confusa.

—Eu! – Ela falou sorrindo.

—Sério? – Perguntei insegura e continuei olhando para ela.

—Sério! Podemos começar a ser amigas. Você é nova e não tem amigos, eu estudo naquela escola faz anos e não tenho amigos de verdade. Porque não nos juntamos? – Ela perguntou sorrindo.

—Achei que você não me queria perto nem na aula de química. – Falei e demos risada juntas.

—Isso já passou! Você é lerda, mas é legal Camila. – Ela falou e eu sorri.

—Obrigada! – Falei e olhei para frente. Eu era legal para ela, mesmo sendo ler… —Espera ai! Eu não sou lerda!

—Imagina! Só demorou dois anos para entender que te chamei de lerda! – Ela falou rindo da minha cara, não aguentei e comecei a gargalhar também. É Mani, parece que esse é o início de uma bela amizade. Eu acertei em tudo que pensava sobre você, por baixo de toda aquela casca dura tinha uma garota doce e de bom coração que agora eu terei a oportunidade de conhecer melhor.

POV LAUREN

Estava perdendo as esperanças de ir para Miami, fazia semanas que Milika. mãe de Dinah, tinha feito o convite para minha mãe. Ela havia prometido que pensaria no meu caso e que conversaria com meu pai, porém eles pareciam nunca se decidir, eu perguntava todos os dias se eles já haviam chegado numa decisão, mas a resposta era sempre a mesma:

— Ainda estamos pensando, Lauren!

Eu tentava me distrair com qualquer coisa para não ficar pensando no assunto, voltei a me aventurar no violão, aprendi xadrez, assistia programas de culinária e tentava fazer os pratos que aprendia, li vários livros e fui diversas vezes na biblioteca da cidade. Porém, em todo cair da noite, as únicas coisas que eu conseguia pensar era em Miami e em Dinah. Ficava me perguntando se ela era muito diferente daquilo que eu via através do computador, será que sua voz era exatamente aquela? Era alta ou baixa? Como se vestia?

E Miami…? Era mesmo uma cidade encantadora? Passei a ficar mais tempo na internet pesquisando sobre qualquer coisa que fosse de Miami, vi fotos e vídeos dos seus pontos turísticos, artistas que tinham nascido e crescido ali, e claro, suas praias, suas maravilhosas praias. Mostrei tudo aos meus pais na intenção de convencê-los, porém pareciam estar inflexíveis.

Fui desanimando aos poucos, mas em momento algum contei sobre isso para Dinah, ela me daria um belo sermão e falaria que eu tinha que pensar positivamente, mas eu estava cansada de ter fé e nada mudar. Eu tinha que encarar e viver na minha verdadeira realidade, colocar os dois pés no chão e parar de sonhar. Eu só iria para Miami quando fosse dona do meu próprio nariz, e enquanto não fosse viveria sobe o teto e as regras dos meus pais.

Minha mãe sempre me acordava cedo no fim de semana para ajudá-la a limpar a casa, aquilo era um saco, mas ela dizia que era uma das minhas obrigações. Todo sábado de manhã, era a mesma coisa, uma rotina sem fim, joguei-me na cama depois que terminamos, encarei o teto entediada.

— Eu odeio a minha vida! – falei fazendo drama.

— LAUREEEEEN, PODE DESCER AQUI UM INSTANTE? – gritou minha mãe do andar debaixo.

— Grrrrrrrrrrr… – revirei os olhos — JÁ ESTOU INDO. – gritei de volta.

Eu definitivamente não tinha paz nessa casa. Desci as escadas pisando firme em cada degrau. Meus pais me esperavam na sala, minha mãe fez meneação para que eu sentasse no sofá a frente deles, e assim eu o fiz. Cruzei meus braços e me esparramei no sofá, ficamos nos encarando por um tempo, eu não tinha nada a dizer, só estava ali para escutar.

Meu pai segurou num dos ombros de minha mãe, ele parecia encorajá-la para que tomasse a palavra, ela o olhou de maneira apreensiva e por um momento fiquei preocupada, será que alguém da família tinha morrido? Será que um deles estava doente? Me endireitei no sofá e os olhei preocupada. Deus, eu retiro tudo o que eu disse, mas não deixe com que meus pais fiquem doentes.

— Bom Lauren – começou minha mãe depois de um longo suspiro — Eu e seu pai pensamos muito, e decidimos que vamos viajar nas suas férias.

— Vão para onde? – perguntei voltando a me encostar no sofá.

— Você também vai conosco, Lauren – respondeu meu pai de forma doce.

— E vamos para onde? – rebati com desdém. Nós sempre íamos viajar, mas nunca saíamos de Cuba, minha mãe tinha muito medo de sair do nosso país, dizia que o clima mudava muito e eu poderia ficar gravemente doente, então sempre íamos para os mesmos lugares, as mesmas cidadezinhas, os mesmos sítios, as mesmas praias e cachoeiras, posso dizer que conhecia grande parte de Cuba como a palma de minha mão.

— Miami – respondeu meu pai.

— Nós vamos para Miami, Lauren! – completou minha mãe.

— O quê?! – perguntei incrédula me levantando do sofá. Será que eu não estava sonhando? Aqueles eram mesmo os meus pais? — Vocês estão falando sério? – perguntei novamente, será que tinham batido a cabeça?

— É claro que estamos falando sério – respondeu minha mãe – nós conversamos e pensamos muito sobre o que assunto, e porquê não ir a Miami?

— Oh meu Deus! – falei eufórica, eu não acreditava no que estava ouvindo, meus pais finalmente cedendo a uma das minhas vontades, Deus, esse é o dia mais feliz da minha vida.

Joguei-me nos braços deles, eles sorriram com meu ato, fazia muito tempo que não nos abraçávamos daquele jeito.

— Eu amo vocês! – falei entre lágrimas e sorrisos.

— Também te amamos querida – disseram ao mesmo tempo.

Depois do nosso momento família, subi correndo para meu quarto e liguei para Dinah.

11 horas e meia de viagem. Eu nem consigo acreditar que estava dentro do avião rumo a Miami. Lembro perfeitamente do dia que meus pais me deram a notícia, ainda faltavam 3 meses para as minhas férias, e eu e Dinah começamos uma contagem regressiva que não parecia ter fim. Meu coração batia descompassado em todas as vezes que eu me imaginava vendo-a pela primeira vez, eu estava tão feliz que passei a limpar a casa com mais gosto e eficiência nos fins de semana que se sucederam.

Eu tentei dormir durante a viagem, mas não consegui pregar os olhos, posso dizer que eu estava em estado de choque, parecia que estava vivendo um sonho, e se isso fosse verdade, eu não queria acordar agora. Tentei ler livros ou me concentrar nas nuvens do lado de fora da janela, mas nada prendia minha atenção, nem mesmo minha própria e amada playlist. Eu me remexia na poltrona, brincava com meus dedos e batia os pés no chão frequentemente, uma das aeromoças até me perguntou se eu estava bem.

— Estou, mas também estou completamente ansiosa – respondi sorrindo.

— Quer um chá de camomila para te ajudar a relaxar? – perguntou ela educadamente.

— Quero.

Tomei o chá e consegui realmente relaxar, pelo menos parei de sapatear e de brincar com meus dedos. Mas meu coração quase pulou para fora quando o avião aterrissou. Dinah tinha me prometido de que me esperaria no portão de desembarque, sua família fazia questão de nos buscar no aeroporto.

Desci na frente dos meus pais e corri para a plataforma. Será que eu a reconheceria? Será que ela já estava lá? Entrei no corredor de desembarque e logo pude avistar uma pequena multidão aglomerada por ali, corri meus olhos por todas as pessoas e minha respiração ficou ofegante quando li num cartaz: LAUREN JAUREGUI!


Notas Finais


Eai, o que acharam? Será que as brigas entre Normani e Camila acabaram? E como a Lauren e a Dinah vão reagir agora frente a frente? Vocês estão tão ansiosos quanto nós?
Gente, vocês acertaram quem escreve os POV's da Camilinha e da Lóren, maaaaas é os da Dinah e da Mani? Vocês tem algum palpite? Acho que dá pra saber né? haha.
Estamos pensando em montar um grupo no whatsapp em breve, o que acham? Deixem a opinião de vocês aqui nos comentários amores!
Obrigada por lerem pessoinhas, vocês moram no nosso coração ok? Até mais, beijão!


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