- James? - Bati na porta do quarto dele e esperei, quando ele não respondeu bati novamente - James, por favor.
- Entra.
Assim que abri a porta, não consegui dar nenhum passo. Ali parada percebi o quanto eu podia dar trabalho.
James sempre foi o melhor de nós dois. Sempre divertido, carismático, cuidador e responsável.
Mas pra mim, bastar olhar o quarto de alguém para saber sobre sua vida naquele momento.
E realmente, James estava acabado, esgotado.
O quarto dele nunca foi bagunçado, quer dizer, não completamente. Mas agora estava pior que o meu... literalmente pior.
- Também não é pra tanto. - Falei fechando a porta e me encostando na mesma
- Cala a boca. - Ele resmungou da cama.
- James, me desculpa, de verdade.
- O problema é que não dá pra te desculpar. Nunca deu.
- O que?
- Você sempre faz alguma coisa. - Ele se sentou na cama - Se corta, se isola, sai escondido, esconde coisas importantes. E sempre pede desculpas pelas mesmas coisas. E eu posso até falar que te desculpo, mas nunca é de verdade, no fundo eu não consigo te desculpar.
- Me perdoa por existir então. - Falei sentando do outro lado da cama - Não é sempre que consigo controlar. Quando eu sinto que tô atrapalhando, eu tento me distrair só pra você ficar em paz por um tempo.
- Eu não consigo ficar em paz pensando em como você está. Juro que tento, mas é impossível pensar em você sabendo que você tem pensamentos suicidas a quase todo momento.
Eu o abracei e pelos primeiros dez segundos ele não respondeu, mas quando eu ia soltar, ele me envolveu no melhor abraço que eu já havia levado. Definitivamente, o melhor.
- Eu te amo, mas você tem que parar de me deixar louco. - Ele disse e riu
- Prometo que vou. Prometo. - Respondi - Eu também te amo.
Depois de nos resolvermos, eu fui pro meu quarto e liguei o rádio e cinco minutos depois recebi uma ligação
- Juliana minha rainha.
- Oque você quer Dante?!
- Nossa. Já desistiu do nosso amor?!
- Já está tão convencido?!
- Credo, sua grossa.
- Sou um amor de pessoa.
- Finge que eu acredito. - Ele riu - Vai ter uma festa hoje a noite, tá afim?! Lia e Elliot também vão.
- ué, eles já se resolveram?
- Mais rápido que o flash. Então?
- Uma festa na quarta feira?! Não podia pedir por um castigo melhor.
- Dá pra pedir desculpas pra ele logo?!
- Já pedi, ele aceitou. Mas seria meio chato pedir permissão pra uma festa agora.
- Então sexta?
- Aí já posso conversar com ele.
- Te pego na sexta às 21h.
Dante era estranho, mas legal e conseguia pegar confiança fácil...
- Precisamos conversar. - Benjamin anunciou entrando em meu quarto - Agora.
- Tá ligado que você tá na minha casa, né?! - Arqueei a sobrancelha pra ele - Posso te expulsar a qualquer momento.
- Grossa. - Ele cantarolou - É sério.
- Sente-se e diga.
- Uma pergunta, duas respostas: oque é isso no seu pescoço e oque realmente aconteceu na sua bochecha?
- Um chupão de Dante e eu já disse que foi um pequeno acidente na aula de educação física. - Respondi cínica
- O chupão eu até acredito, mas não gostei da resposta. E é impossível um corte desse acontecer na aula de educação física.
- Quer tenta?! - Arqueei a sobrancelha - Oque quer indiciar Ben?
- Oque Caio realmente fez com você?
- Oque acontece entre eu e Caio, fica apenas entre nós dois.
- Não quando ele tá te batendo. Aí o assunto também é meu e se duvidar, vira do seu irmão e dos meninos.
- Caio anda meio descontrolado e é só isso.
- Quantas vezes já aconteceu?
- Três.
- Três?!
- Você não passa vinte e quatro horas comigo, quase não sabe das coisas pelas quais eu tenho que passar.
- Estou quase me obrigando a passar.
- Tenho meus amigos, não precisa se intrometer.
- Eu só quero ajudar.
Eu suspirei. Benjamin não desistia das coisas tão fácil, ele persistia, e eu sabia que ele só queria me ajudar e eu tinha que despistar ele de algum jeito.
- Relaxa Ben, se algo acontecer eu te aviso.
- Você não tá levando isso a sério, mas eu tô e te digo uma coisa, se eu saber que ele tocou em você mais uma vez, eu acabo com ele.
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