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História Emily - 1, 2, 3...


Escrita por: EmilySpiker

Capítulo 3 - 1, 2, 3...


Os dias de ensaio com a banda eram repletos de ansiedade e dedicação. Junior tinha comentado que talvez Alex ingressasse junto a eles na banda e aquilo com certeza seria bom, pois Alex era profissionalmente um dos melhores da cidade. Certa noite, enquanto montava o equipamento, Emily viu uma guitarra a mais subindo no palco pelas mãos de Junior. Aquela guitarra certamente não era de Anderson.

- Comprou equipamento novo Anderson?                          

-Não. Essa guitarra é do Alex.

- E porque ela esta aqui?

-Ele vai tocar com a gente hoje, se não se importar.

-Bom pra mim tanto faz... Você sabe.

-Espero que realmente não tenha problema, porque ele está chegando ai.

Quando Emily olhou para seu lado esquerdo, viu Alex segurando o case de pedais, vestido com roupas escuras e um perfume que dava pra ser sentido a kilômetros. Ela não sabia exatamente como reagir, então continuou regulando seu microfone discretamente. Ele chegou e também não disse nada. Era como se estivessem fugindo um do outro.

Na hora da escolha da ordem do repertório, Emily foi em direção a Anderson, Alex e os outros meninos da banda com um pedaço de papel na mão:

- A ordem vai ser exatamente essa. Fiquem olhando pra mim caso tenham alguma duvida que eu sempre faço algum sinal.

-Ficar olhando pra você não vai ser problema pro Alex. – Disse Anderson em voz baixa.

Emily fingiu não ouvir e continuou falando:

-Alex, como você esta começando hoje, te desejo boa sorte, e fique atento!

-Muito obrigado Emily. Disse Alex enquanto afinava a guitarra. Emily sorriu, mas não foi correspondida. Isso a deixou pensativa.

Durante todo o show, Alex e Emily trocaram olhares. Era perceptível a química entre eles. Ao terminar o show, os amigos decidiram ir até uma lanchonete que ficava algumas quadras de lá. Emily saiu rapidamente em direção ao carro de Anderson que por sorte estava destrancado. Entrou e por lá ficou a espera dos demais. Dirigiram-se até a lanchonete. Chegando lá, algumas mesas foram unidas para que todos pudessem ficar pertos e então Alex puxou duas cadeiras do lado direito da mesa:

-Emily, aqui!

- Estou indo.

Emily ainda estava pensando no sorriso não correspondido. Um dia ele tentava roubar um beijo e no outro nem sorria. Aquilo era indiferença?

- Não vai ter nenhuma indagação ou negação?

- Por quê? Você gosta quando te evito?

- De maneira nenhuma. Desculpe-me. Sente-se, por favor. –Alex puxa a cadeira pra que Emily se sente.

-Pois então, o que você achou do show de hoje?

-Achei ótimo. Tudo se encaixou perfeitamente.

-Fui aceito na banda então?

-Pode apostar que sim!

O garçom estava à frente deles com uma prancheta esperando que eles fizessem seus pedidos. Eles pediram coisas totalmente diferentes. Enquanto aguardavam o lanche, Anderson passa o celular para as mãos de Alex pedindo pra que ele assistisse a um vídeo. Ele começou a assistir com Emily e repetir algumas coisas do que dizia lá. Era um vídeo relacionado a filmes antigos e temas de filmes. Emily ficou com total cara de paisagem, não fazia ideia do quer era aquilo.

- Você conhece? Eu adoro isso! Disse Alex com uma cara um tanto quanto eufórica.

-É, acredito que não.

- Pois deveria! Isso é um choque de cultura!

Emily ficou sem graça, pois não conseguia se encaixar num assunto que não conhecia então pegou seu celular tentando parecer interessada em outra coisa. Aquela noite foi um tédio, só se ouvia falar de filmes desconhecidos e trilhas sonoras esquisitas. Emily voltou pra casa com outra visão em relação a Alex. Eles não tinham nada a ver.

Semanas se passaram, e Alex não procurou mais nenhum tipo de contato com Emily. Ela, por sua vez, não era diferente. A semana de provas e vestibulares tinha chegado e Emily estava ansiosa. Com tanta coisa pra pensar, a ultima coisa que ela iria querer é um cara conversando na cabeça dela. Vestibular, publicidade e propaganda era um grande sonho e ela fez o possível e impossível para que tudo corresse bem, e correu, porém seu coração gritava por algo maior, Música.

Chegando a faculdade que oferecia o curso de música, Emily procurou se inscrever e obteve sucesso. Começaria em dois dias. Logo a noticia se espalhou e seus amigos contaram a novidade a Alex, que ficou feliz e preocupado ao mesmo tempo. Na noite anterior ao inicio das aulas, Emily recebe uma notificação no bate papo. Era Alex:

-Oi mocinha! Parabéns por conseguir entrar no curso que você queria.

-Obrigado, estou muito feliz.

- E eu preocupado...

-Preocupado com o que? Oras...

- Você, 17 anos, faculdade, gente nova... Isso é perigoso.

- Perigoso pra quem tem mente fraca. Não se preocupa que eu sou forte, haha

-Haha eu espero que sim

-Preciso ir, tenho coisas pra fazer.

- Não! Fique! Preciso te mostrar algumas músicas.

-Realmente não posso... Quem sabe amanhã?

-Tudo bem então.

Ela saiu e o deixou praticamente falando sozinho. E o pior é que ainda queria entende-lo, sendo que ela não entendia a si mesma. Naquele momento ela nem teve tempo pra pensar no que estava fazendo, era impulsiva às vezes e aquele foi um dos momentos em que ela reagiu por total impulso. Quando se deitou na cama, sua cabeça voltou exatamente aquele momento de dialogo dos dois. Ela pensou o quão burra tinha sido em não ter dado atenção a ele, ficou brava consigo mesma, mas o cansaço a venceu, fazendo-a pegar no sono em poucos minutos.

O dia seguinte foi como se tivesse sido escrito por Deus. Tudo foi simplesmente maravilhoso em seu primeiro dia de faculdade. Chegando em casa, eufórica, seu pai ouvia algumas músicas antigas desconhecidas, porém muito bonitas, e ela automaticamente lembrou de Alex. Pelo que parecia, ele é quem gostava daquele tipo de música, que por sinal ela também curtia. Foi o motivo que precisava para chamar Alex pra conversar.

-Oi...

-Oi! Como foi lá?

-Foi legal.

-Que bom!

-Estava lembrando-se de você agora...

-É? Por quê?

-Meu pai estava ouvindo Bryan Adams.

-Meu Deus! Eu adoro Bryan Adams!

-Pois é eu gosto também.

-Você já ouviu a melhor musica dele?

-Acho que não...

-Então vou te mandar!

Emily acessou a música com extrema curiosidade. Quando o som chegou aos seus ouvidos, seu corpo inteiro se arrepiou. Era “Have you ever really loved a woman”, do Bryan Adams. Enquanto ouvia a música, Alex continuava a falar:

- Essa musica é de um filme. Conhece? Don Juan de Marco?

-Nunca assisti, mas a musica eu conheço.

-Então, aquele filme conta exatamente como um homem deve tratar uma mulher. Assista-o e você nunca mais vai aceitar qualquer tratamento de um homem.

-Vou assistir!

-Eu sou desse tipo de homem.

Quando ele disse isso, Emily acessou a tradução da musica e começou a imaginar todo aquele carinho dentro de Alex. Muita coisa daquilo se enquadrava exatamente ao perfil dele. Emily o conhecia de uma forma que não sabia descrever... Parecia que aquilo era algo antigo, como se fosse de outras vidas. A parte da musica que dizia “Para realmente amar uma mulher, para entendê-la você deve conhecê-la por dentro, ouvir cada pensamento, ver cada sonho e dar-lhe asas quando ela quiser voar”, e aquilo era exatamente o que Alex fazia com Emily.

Uma chama automática se acendeu no peito de Emily ao ouvir aquela música. Ela desejava aquilo mais que sua vida. Ela queria ser aquela mulher, queria sentir realmente tudo que a música dizia e imaginava que só Alex poderia proporcionar a ela aquilo tudo.

Emily sempre fora uma garota de poucas palavras, coração fechado, não gostava de pensar na ideia de amor como algo necessário. Ela acreditava que era o bastante para si mesma.

 

-Qual sua música preferida?

-Qual é a sua?

-Vamos mandar os links juntos! 1, 2, 3 e foi!

Quando Emily acessou o link que Alex tinha enviado a ela, tocou a música que ela tinha enviado a ele. Acreditem. Era a mesma música. Ambos tinham November Rain do Guns’n Roses como música preferida. Tudo bem, mas aquilo poderia ser coincidência. Emily acreditava em vidas passadas, e acreditava sim que aquilo poderia ser um sinal de que eles tiveram sim um grande amor em alguma vida antecedente, porém, não quis criar expectativas ou idealizar nada. Já passava das duas da manhã, e então ambos resolveram despedir-se. Antes do tchau, Alex disse uma pequena, mas significativa frase que fez Emily pensar até as cinco da manhã. “Mesmo longe, eu vou te cuidar... Sonha comigo e vai se lembrar de que eu estou pensando em você”. Enquanto lia aquela frase, Emily teve um pequeno deja vu. Aquilo parecia ter acontecido alguma vez antes. Lembrou-se de algo que ela sempre pensava: “o cara que conseguir cuidar de mim é quem eu vou amar”.  Ela tinha o cara dos sonhos desenhado na mente e a cada momento de conversa com Alex, ela conseguira visualiza-lo com mais precisão. Talvez Alex fosse ele, ou parecido com ele.



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