História Emma Swan e os segredos da Rainha - A Taça das Casas.

{Emma Swan} 

Senti algumas pontadas leves na cabeça antes mesmo de abrir os olhos. Eu estava deitada em algo macio e realmente esperava que aquilo fosse um bom sinal. Abri os olhos lentamente e quando me acostumei com a claridade um movimento ao meu lado me chamou a atenção. Regina. Ela estava despertando também.  

Respirei fundo e lentamente me sentei escorada na cabeceira da cama. Cocei meus olhos para enxergar melhor e ao meu redor vi dos mais diversos doces e chocolates, sem contar as flores e os muitos envelopes que pareciam conter cartas. Barulhos de passos vieram na direção da porta e pela primeira vez olhei ao redor, me dando conta de que estava na enfermaria da escola.  

— Boa tarde meninas. — Dumbledore falou e me assustei, mesmo que tivesse ouvido passos de alguém se aproximando, não poderia imaginar que seriam dele.  — Vejo que ganharam presentes de seus colegas e admiradores. — Falou ao se aproximar de minha cama e ver tudo aquilo que vi. — Vejo que... — Começou e olhou para mim. — Vejo que seu amigo August lhe poupou de comer algumas dessas gostosuras.  

— August? — Perguntei surpresa e assustada, me lembrando do que tinha acontecido com ele enquanto estávamos a procura da pedra. — Como ele está? E a Zelena? Eles estão bem?? — Perguntei apressada, a preocupação tomou conta de mim de forma rápida e a culpa também. — E a pedra? O que aconteceu com ela?  

— Estão todos bem, fique calma... — Respondeu de forma tranquila. — August e Zelena estão ótimos... Meu amigo Nicolau Flamel também, mesmo que a pedra tenho sido destruída. Acredito que ele tenha elixir que dure o tempo necessário para deixar tudo em dia.  

— Ele vai morrer, não vai? — Perguntei triste.  

— Eu e ele conversamos bastante, e chegamos à conclusão de que destruir a pedra era o melhor a ser feito. Não se preocupe com ele. — Respondeu me oferecendo um sorriso acolhedor no final da frase.  

— Como a pedra foi parar com a gente? — Perguntei curiosa e olhei para Regina, ela nos olhava com o mesmo nível de curiosidade que eu fiz aquela pergunta.  

— Só uma pessoa que quisesse encontrá-la, mas sem usar seus poderes, Emma, só uma pessoa com um coração puro o bastante, poderia obtê-la. — Disse com seu tom sábio de sempre. — Eu costumo dizer que essa foi uma das minhas mais brilhantes ideias... E convenhamos, cá entre nós, isso quer dizer alguma coisa... — Finalizou. Olhei para Regina pensativa e ela desviou o olhar do meu, acredito que suas dúvidas eram as mesmas milhares de dúvidas que eu também tinha.  

— Se a pedra foi destruída, quer dizer então que "ele" não pode mais voltar? — Perguntei, vi o receio em seus olhos.  

— Bom... Rumplestiltskin é um homem engenhoso e acredito que ele encontrará outras formas de voltar. Mas acho que isso vai levar algum tempo agora e também acho que você precise descansar.  — Respondeu se levantando. Ao mesmo tempo começamos a ouvir o som de passos correndo.  — Acho que já vou indo, você receberá visitas em breve. — Acrescentou e piscou antes de se dirigir a porta onde August e Zelena apareceram segundos depois.  

Todos os dois pararam na porta ao mesmo tempo, um do lado do outro. Sorri sincera e feliz para eles e ambos retribuíram. Eles se aproximaram com calma ainda sorrindo e pela primeira vez eu percebi que realmente tinha amigos, eu poderia contar com eles para tudo e isso estava explicito em seus sorrisos e olhares.  

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{Narrador} 

Todos os alunos estavam no Salão Principal em suas respectivas mesas e o barulho parecia ser incessante até Dumbledore requisitar a atenção e o silêncio de todos. Todos o olharam e ele estava de pé atrás da grande mesa dos professores. 

— Mais um ano se passou... — Começou quando todos se calaram. — E agora é a hora de entregar a Taça das Casas. Vou poupá-los de uma incômoda falação com um discurso sobre esse ano que tivemos. Eu espero, apenas, que vocês tenham aprendido algo e voltem para a casa com a cabeça mais cheia do que quando chegaram aqui. — Completou e tomou um tempo antes de continuar. — Agora, vamos a classificação... Em quarto lugar Grifinória, com 362 pontos.  

O Professor anunciou e poucas palmas se fizeram presentes no ambiente, Emma cuidou de esconder seu rosto atrás de suas mãos.  

— Em terceiro lugar Lufa Lufa, com 407 pontos. — O mesmo tanto de palmas direcionadas para a Grifinória, foram direcionadas a Lufa Lufa.  

— Em segundo lugar Corvinal, com 426 pontos. — Dessa vez as palmas vieram mais fortes junto de gritos animados que foram interrompidos por Dumbledore que começava a anunciar o primeiro lugar.  

— E em primeiro lugar, a casa Sonserina, com 462 pontos. — Dumbledore finalizou e o  Salão Principal foi invadido por palmas, gritos, pés se chocando contra o chão e todos os barulhos de comemoração possíveis vindos da mesa da casa vencedora. Cora aplaudiu satisfeita de sua cadeira enquanto via sua filha comemorar e olhar para as bandeiras verdes acima de suas cabeças bem feliz.  

— Parabéns pela conquista dos pontos, Sonserina, parabéns! — Dumbledore parabenizou quando a comemoração diminuiu e todos voltaram seu olhar para ele, inclusive Cora, desconfiada. — Porem, acontecimentos recentes devem ser reconhecidos e gostaria de os levar em conta, então, acredito que tenha alguns pontos de última hora para acrescentar. — Todos ficaram confusos e alguns cochichos começaram, mas o Professor não deu tempo de eles se espalharem ou ficarem altos demais.  

— Primeiro de tudo, pela coragem da aluna Belle French, eu concedo 10 pontos a Grifinória. Existem vários tipos de coragem e todas elas são raras hoje em dia. É preciso ter muita coragem para enfrentar inimigos, e o dobro disso para enfrentar os amigos. Portanto, parabéns! — Todos ficaram extremamente surpresos e parabenizaram Belle, que ainda estava assustada por ouvir Dumbledore falar seu nome na frente de todos.  

— Ao Sr. August Wayne, por reconhecer a causa de seus amigos e colegas, e se sacrificar por ela acreditando que eles seriam capazes de solucionar o problema, eu concedo a Grifinória 40 pontos.  — August só conseguiu ficar vermelho enquanto os colegas de sua mesa o aplaudiam.  

— A Srta. Zelena Greenger, pelo excelente raciocínio rápido e lógico ao ver a vida dos amigos correndo grande perigo, 50 pontos. — Mais palmas, mais gritos, mais comemoração.  

— Empatamos com a Sonserina. — A ruiva, com um sorriso mais que grande no rosto, sussurrou para Emma.  

— Em quarto... A Srta. Emma Swan, pela sua valentia, determinação e persistência, eu concedo à Grifinória 60 pontos. — Uma bomba de aplausos explodiu na mesa de Emma e seus colegas, eles haviam passado 60 pontos à frente da outra casa e alcançado o primeiro lugar. Todas as outras casas comemoraram junto, com exceção da que tinha acabado de ser ultrapassada.  

— Contudo, — Dumbledore recomeçou e ergueu a mão, num pedido mudo por silêncio, assim que todos o fizeram, ele continuou. — Hogwarts não via uma bela partida de xadrez há muito tempo. Além disso, é de uma bravura notória ajudar os amigos, e é mais notório ainda, quando você ajuda quem necessita, seja seu amigo ou não... Então, a Regina Mills, pela excelente partida de xadrez e por não deixar seus colegas na mão quando eles precisaram de suas habilidades, 60 pontos.  —  Completou olhando e sorrindo diretamente para Regina, timidamente a menina retribuiu o sorriso de forma extremamente contida e desviou os olhos, que observavam o homem, para baixo, enquanto surpreendentemente todas as mesas aplaudiam o empate.  

Cora não sabia o que pensar, aplaudia mais por educação e pelos 60 pontos que a filha tinha conseguido. Assim como a menina, tinha ficado emocionada com as palavras do Professor Dumbledore.  Acredito que ninguém naquela escola, talvez além dos dois e de Emma, esperassem algo do tipo vindo de Regina.  

Emma Swan comemorou alegremente com seus amigos enquanto Regina comemorava com os dela, mesmo o resultado não tendo sido muito do agrado de Sonserina quanto foi para a Grifinória. E durante tal comemoração, Regina não notou, mas a todo momento Emma olhava para ela, procurando qualquer forma de agradecer por ter feito a escolha de não abandoná-los quando as coisas ficaram difíceis, mesmo que ela tivesse os seus motivos para estar lá.  

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— Vamos! Corram! Não vão se atrasar! — Hagrid gritava sobre as pequenas cabeças que passavam perto dele e indicava com a mão para todos correrem para o trem. Alguns alunos já haviam embarcado, outros ainda se despediam da escola e se preparavam para curtir o verão, Emma, August e Zelena eram um dos últimos para embarcar. August e Zelena acenaram para o mestiço de longe, na vez de Emma, ele se aproximou um pouco e ela fez o mesmo. Tinha de se despedir do novo amigo direito.  

— Eu não podia ir sem me despedir, não é? — Perguntou sorrindo e olhando-o. Ele assentiu brevemente e levou a mão no bolso do casaco, pegando algo que Emma percebeu ser uma espécie de livro.  

— Aqui. É para você. — Hagrid disse e a entregou o que ela descobriu ser um álbum de fotos quando abriu. Na primeira página tinha um envelope entre a página e a capa, a página estava vazia. Ela passou para a segunda e viu a primeira foto, seus olhos se encheram d'água, mas ela não ousaria chorar ali. Na foto estavam seu pai e sua mãe, ambos a seguravam e tentavam fazê-la sorrir para a câmera. 

— Obrigada, Hagrid! — Agradeceu e sorriu, espantando a vontade de chorar. Um silêncio constrangedor se fez presente e eles se abraçaram meio sem jeito. Emma o abraçou forte. — Hagrid? — Chamou quando. — Eu vou voltar para o orfanato? — Perguntou. O homem não deixou de sentir a tristeza em seu tom de voz.  

— Só pelo verão. — Respondeu após suspirar. — Mas quem sabe, algum dia não apareça uma boa família procurando por uma garota de 11 anos? — Acrescentou e piscou, fazendo Emma sorrir novamente. Ela o abraçou forte outra vez e correu para o trem ao ouvir os últimos apitos.  

Emma entrou no vagão e procurou pela cabine de seus amigos, não sem antes olhar dentro das que passou procurando por um certo alguém. Ela deu um tempo, observando tudo se afastar enquanto pensava no quão incrívelmente rápido sua vida foi capaz de mudar. Mesmo que estivesse voltando para o orfanato, como Hagrid havia dito, era só para as férias, logo ela estaria de volta em sua verdadeira casa.  

— Vocês podem achar essa pergunta estranha, mas... É... — Tentou. Não sabia o que seus amigos achariam do interesse nela quando fizesse a pergunta. — Por acaso vocês viram Regina embarcar no trem? — Perguntou. Zelena a olhou pensativa, mas apenas meneou a cabeça, negando. August, que já estava comendo, fez o mesmo, mas Emma percebeu ele querer engolir rápido a comida, sinal de que teria algo para falar.  

— Eu sei que ela não fica o tempo todo com Cora. Ao menos não quando a mulher está trabalhando... Por isso ela embarcou com a gente no trem no primeiro dia de aula, Cora já estava na escola nesse dia, isso quer dizer então que Regina não poderia estar com ela. E segundo meu pai, grande parte do tempo ela fica com alguns tios em Londres! Agora, com as férias escolares, elas finalmente devem ter ido para casa. — August disse e deu de ombros no final. Emma não sabia se ele prestou atenção no que falava ou mediu as palavras que iam saindo. O olhar fixo em seu sanduíche demonstrava que talvez a resposta para os pensamentos de Emma fosse negativa, ele não estava medindo nada. Mas ela achou bom descobrir tais informações sobre a outra.  

Emma estava despertando uma curiosidade inquieta por Regina. A morena parecia ter duas faces completamente distintas e Emma queria explorar isso. Queria descobrir se a verdadeira Regina era aquela que lhe desprezava ou aquela que lhe ajudou. Emma não tinha a visto mais desde a entrega da Taça das Casas, aquilo lhe causou um certo incômodo, não queria ir embora sem lhe agradecer pelo o que tinha feito. Pelo visto, agora, só teria a chance no próximo ano letivo.