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História Empédocles - Soren


Escrita por: Helpyou

Notas do Autor


O que seria isso no fim do horizonte? Seria um capítulo?
Quer dizer que hoje a autora não será babaca e postará aviso?
Isso é realmente um capítulo de mais de seis mil palavras?
É, porra! Eu larguei de ser filha da puta!

Agradeço aos seres humanos do capítulo passado, obrigada, vocês foram muito amorzinhos, eu infelizmente não irei responder os comentários porque irei apagar o capítulo, me desculpem ;-; mas eu tirei print. É. Eu fiz isso. De qualquer forma capítulos como aquele não prevaleceram nunca mais aqui, eu juro, porque eu odeio capítulos daquele estilo, é chato.

Espero que gostem desse <3 A fanfic está chegando na reta final, provavelmente mais uns cinco capítulos e irei me despedir dela, mas postarem uma logo depois ajjakdkskfkdkf JiKook também, estilo Agridoce, só que mais triste e com enredo mais pesado.

TEM PERSONAGEM DE UM GRUPO QUE NÃO TEM NAS CATEGORIAS DO SPIRIT, JÁ PEDI SUPORTE. É o MadTow, eu amo eles, talvez eu até coloque o Day6 aqui, enfim, escutem a música desses dois grupos, amo eles. O personagem é o Lee Kyungtak, o stagename no grupo é Lee Geon, enfim, dêem amor a eles <3

Capítulo 15 - Soren


Empédocles.

Capítulo Quinze.

Soren.

Entre estantes abarrotadas de livros, papéis espalhados aleatoriamente, móveis corroídos sobrecarregados com artefatos curiosos, materiais estranhos e substâncias coloridas contidas em garrafas, alguém se empenhava em fazer anotações rápidas em um quadro.

Com cabelos verdes esbranquiçados, totalmente desgrenhados, o que lhe davam o efeito de ter uma cabeça três vezes maior do que seria o normal, usando um enorme jaleco repleto de bolsos, que também estavam carregados, e tendo uma parafernália estranha que apitava em volta do pescoço, a figura pronunciava algo repetidas vezes enquanto rabiscava freneticamente o quadro. Ele parecia estar escrevendo o resultado de um pensamento complicado, e precisava anotar tudo rapidamente antes que pudesse se perder.

— Kyungtak!

A porta se abriu em um estrondo e uma rajada de vento fez as luzes dos porta-chamas se apagarem. Mesmo assim, com pouca iluminação que vinha de uma janela suja próxima ao teto, foi possível distinguir a figura tropeçando de susto e caindo junto com uma série de coisas que estavam ao seu redor, levantando uma nuvem de poeira.

Então, gargalhando, o homem passou pela porta, ascendendo as luzes em um aceno.

— Te assustei? — Perguntou.

O emaranhado de cabelos, agora repletos de pequenos objetos e papéis agarrados nele, surgiu por detrás de uma mesa virada e resumiu toda sua indignação com o susto em apenas uma palavra de repreensão:

— Kishan!

— Desculpe, não pude evitar. — Ele se defendeu, abanando a mão para afastar a poeira de seu campo de respiração.

Mais sobressaltado do que irritado, ele se colocou de pé, batendo o pó das vestes e ajeitando o equipamento que tinha no pescoço, um conjunto de lentes que podiam ser sobrepostas e combinadas. Então escolheu uma das lentes e em seguida começou a reordenar a bagunça recente para a bagunça anterior.

— Seria bom você dar uma ajeitada nesse lugar de vez em quando, sabe? — Propôs o herdeiro, pegando com cuidado um pote que continha algo indefinível e que parecia estar lá há muito tempo. — Tirar a poeira, abrir as janelas…

— Que janelas? Outra: mostrar que me importo com o lugar que vivo e correr o risco de perder minha fama de louco? — Ele perguntou, dando mais atenção ao que estava fazendo, mas não deixando de ouvi-lo. — Não, prefiro assim. É muito mais fácil conseguir informações em Empédocles agindo como alguém que não sabe o que faz.

— Informações! — Kishan bateu as mãos. — Tenho muitas informações! Garanto que você até irá me perdoar por ter te assustado, de novo.

— Vai ser difícil, mas vamos tentar. — Ele empurrou todo o conteúdo de uma mesa, despejando no chão e quebrando vários vidros no processo. Então procurou por um banco em um entulhado de coisas jogadas em um canto e fez questão de limpá-lo com a manga das vestes, o colocando na mesa para que Kishan sentasse, com uma reverência. — Prontinho, senhor Jeon.

— Não fez mais do que seu dever, Geon. — Fingiu um tom arrogante o chamando pelo apelido e se sentou majestosamente.

Ele arranjou um caixote parcialmente destruído e o colocou no outro lado, o usando como um precário assento.

— Eles acharam as esferas? — Perguntou sem conseguir esconder a expectativa em cada uma das palavras.

— Infelizmente não, pelo menos com os que eu tive contato recentemente, meu irmão está afastado de todos, pela perda do Jimin, e há aqueles que foram afastados. 

— Como assim? 

— Essa é uma das coisas que preciso contar. — Ele revirou sua mochila e tirou dela vários jornais, alguns escritos em línguas diferentes, e os depositou sobre a mesa. — Mas vamos começar pelo começo. Olha isso. — Ele lhe entregou um dos jornais escrito em palavras estranhas.

— Boas relações com o povo de Mileto? — Geon perguntou com uma careta de descrença, lendo sem dificuldade. — Com Mileto? O rei de Mileto falando sobre boas relações?

— Parece que ele conseguiu um bom aliado.

— Quem? 

— Minha mãe. — Kishan largou outro jornal, agora de Empédocles, e esse era recheado com imagens produzidas com almaki de fogo, que conseguiam representar perfeitamente o momento captado. — No seu discurso na Capital do Fogo, ela disse que Empédocles deveria abrir as portas para ilustres convidados estrangeiros e assim conseguir se aproximar de nações inferiores, lhes dando uma chance de usufruírem de melhores condições de vida.

— E, me deixe adivinhar, foi aplaudida de pé?

— Exatamente. Foi um discurso bonito, provavelmente entrará nos livros de história, mas é incrível como as pessoas não percebem como ele está carregado de intenções. O Governo Real a apóia cegamente, o rei Gillion está velho e não tem herdeiros, Yoongi está estrategicamente sob influência do Instituto, e ela vê nisso a oportunidade de transferir de vez o poder do Domínio para Empédocles.

— Você falou com Yoongi?

— Conversei com ele, sim, estava com ele até algumas horas atrás. Ele não tem como evitar o Segredo de Família, exatamente como a mãe. Apesar de ser a escolha mais óbvia, ele não seria o mais adequado para o Governo Real, não sozinho, pelo menos.

— O que Hoseok acha? — Kyungtak perguntou se remexendo desconfortável.

— Felizmente ele consegue enxergar além das pompa de seu título, mesmo que esteja tão agarrado a ele, assim como os outros, graças a Jungkook que conseguiu fazer com que se abrissem para a verdade. — Falou brevemente. — Porém, nesse momento, ele está com um problema muito maior do que simplesmente ser o Dragão mediador para nós. — Kishan pegou o jornal que falava sobre as boas relações e apontou para uma das últimas informações escritas nele.

— Ele vai ser mandado para Mileto? — Ele leu alto e releu com os olhos para ter certeza do que pronunciará. — Com o príncipe Taehyung?

— Sabia que reagiria assim. — O Jeon concordou satisfeito.

— Por que querem mandá-los juntos para lá? É muita obrigação para ele, quando sai do palácio ainda era uma criança que comia terra, ficar brincando de jogá-lo para lá e para cá é algo sério. Onde está o Rajin dele? Já deve estar na idade de ter um.

— Se ele tem algum, nunca o vi por perto. Ela tem um gato estranho com asas que a protege, mas, pelo que se, um Rajin não é um animal. — Respondeu suspirando.

— Nunca aconteceu de ser.

— Esse gato fala.

— Fala?! — Ele ficou surpreso.

— Também achei curioso, mas como você sabe, o rei Kodima apóia experiências, isso é algo que temos que ser cautelosos. Por hora Taehyung está protegido por seu irmão Baekhyun e Hoseok, o que nos dá um ponto a favor.

— Repassou as informações para eles?

— Eles estão cientes de tudo, sabem que devem ficar preparados, somente meu irmão é o problema. — Mordeu os lábios observando a poeira dançar em frente aos portas-chamas.

— E o que vai fazer com ele?

— Eu não sei, na situação de agora minha mãe acredita que o tem em suas mãos, mas eu sei que assim que tomar uma posição sobre tudo que aconteceu ele não irá ficar quieto novamente. — Garantiu seguro de si.

— Acho que agora isso não é mais importante, sua mãe já nos descobriu, só espero saber quando seremos pegos. — Riu baixinho. — O que houve para Jungkook ficar dessa maneira?

— Se lembra do vilashi que estava no Instituto? — Perguntou recebendo um aceno positivo. — Eu o conheci, você sabe, Jimin estava bem próximo dos garotos, infelizmente a algumas semanas atrás ele faleceu em um incêndio.

— O que? — Kyungtak arregalou os olhos.

— Jungkook estava apegado demais a ele. — Kishan riu sem humor. — Mas tem mais uma coisa por trás disso tudo, só estou esperando que se desenrole.

— O que? — Ele perguntou, não imaginando o que podia haver a mais no que já era inconcebível.

— Por hora vamos deixar que as coisas andem por si só, temos apenas que nos manter preparados, Kyungsoo está no Parlamento para nos avisar de qualquer problema, Namjoon está trazendo Jin para Rotas, Hoseok e Yang Mi já se encontram aqui e Yoongi está vindo junto aos irmãos Byun e Hoseok.

— Até parece que estamos já guerra. — Geon brincou nervoso.

— Sempre estivemos. — Kishan afirmou com o olhar sombrio.

— Devemos nos reunir? — Perguntou seriamente.

— Passei o código de onde nos encontraríamos. — O Jeon garantiu fazendo um sinal para o que Kyungtak organizasse suas coisas.

.

.

.

Voltou a chover um tempo depois que Jungkook e Jimin passaram a tentar saber onde estavam, o mais baixo mantinha uma distância de cinco passos do mais alto que volta e meia olhava para trás para se certificar de que era seguido pelo vilashi.

O agora ex Dragão do Fogo parava algumas pessoas que passavam por perto para perguntar sobre o caminho até o centro de Rotas, Jimin as vezes lhe lançava olhares debochados quando o Jeon fazia com que se perdessem novamente.

— Como você me achou mesmo? — Jimin indagou assim que ouviu Jungkook dizer que já sabia como voltar para o centro de Rotas.

— Yoongi me ajudou. — Explicou entrando em uma ruela bem movimentada.

— Como ele sabia onde eu estava? — Perguntou confuso.

— Ele vê o futuro, se você não se lembra. — Jungkook revirou os olhos.

— Então ele mudou alguma coisa? — Questionou agora mais animado em saber sobre essas coisas.

— Ele não pode mudar nada, só adiantou nosso encontro. — Observou Jimin parar ao seu lado bem concentrado.

— Então ele poderia ver o que aconteceria no final de toda essa briga contra a Senhora da Capital do Fogo e mudar algo? — Olhou esperançoso para o Jeon que apenas desviou o olhar desconfortável.

— Já disse que ele não muda nada, mesmo se tentar interferir o final vai ser sempre o mesmo, talvez ele consiga atrasar ou adiantar algo, mas só quando isso é relacionado a a pessoa. — Murmurou já irritado com o assunto. — Onde está sua esfera? — Perguntou não querendo continuar no mesmo tópico. 

— Ah… — Jimin sorriu amarelo. — Não tenho mais ela.

— O que fez com ela?!

— Joguei fora. — Respondeu tranquilamente. 

— Jogou...

Jungkook bufou irritado, claro que não fazia mais diferença se Jimin a tinha ou não já que o próprio Jeon havia perdido a sua ou como Namjoon vivia dizendo havia sido pega por alguém mandado por sua mãe, mas ele havia dado a esfera para Jimin. Era importante.

— Como você é idiota. — Jungkook disse entre dentes.

— Se for pra me falar coisas assim pode começar a me ignorar como antes. — O Park o olhou irritado.

— Posso conseguir qualquer coisas que você queira, mas isso é impossível. — Provocou fazendo o mais baixo corar e virar o rosto para o outro lado.

Depois de muito andarem e já terem finalmente se encontrado, e passado por um dos caminhos do centro de Rotas, o céu já passava a escurecer, Jimin sentia a fome apertando, seu estômago embrulhava é uma vontade de vomitar se fazia presente, e quando estavam em uma rua parcialmente deserta, com mais galpões do que casas, Jungkook parou olhando para um em específico e se virou para o vilashi.

— Aqui. — Ele tirou algo do bolso e estendeu a mão na frente dele, fazendo um gesto impaciente para que ele pegasse.

Desconfiado, Jimin não se mexeu.

— Apenas pegue, droga! — Jungkook puxou mão de Jimin e colocou o objeto sobre sua palma.

— O que é isso? — Ele questionou, encarando o pingente com uma pequena pedra branca com o formato de gota, que parecia brilhar independente de ter uma luz para refletir.

— É seu.

— Uma pedra? — Teve que perguntar, já que não via nada demais naquilo.

— Não é simplesmente uma pedra! — Jun pareceu aborrecido por ele o obrigar a explicar. — É uma estrela! Almaki puro do céu!

Jimin já havia ouvido falar sobre diversas histórias sobre de onde vinha o almaki, a que mais gostava era sobre aquela que sempre fazia comparação sobre o seu almaki ser das estrelas, mas também havia a contada entre os idosos de Empédocles e até de sua vila.

Diziam que há muito tempo atrás uma estrela havia caído em Empédocles, um homem surgiu de dentro dela e como foi bem acolhido pelo povo da região quebrou em vários pedaços a estrela e a distribuiu pelo território.

Tanto o povo de Empédocles como pessoas de outros domínios acreditavam que aquelas pedras eram almaki puro vindo do céu e que quem as possuísse teria um poder imenso. Porém, o único poder que elas tinham era o de provocar disputas e guerras. Era uma história triste e bonita, contada de diversas formas tanto em livros sobre Empédocles quanto em poesias e romances, sempre pendendo para o lado fantasioso que lhe rendia fama de lenda.

— Você gosta de histórias, então pensei que gostaria de algo antigo.

— Está… Está me dando um pedaço da história da Almakia? — Jimin perguntou descrente, sendo atingido de repente por todo o peso que aquele pedacinho de pedra tinha.

— É um pedaço da almakia. — Jungkook o corrigiu seriamente. — Todos nós somos um pedaço da almakia! Mesmo que digam que somos diferentes, vilashi, estão errados. Todos nós nascemos nesse domínio, e se olharmos por esse lado você não é diferente dos Dragões.

Jimin encarou a pedra, que cintilou mais forte por um momento.

Nunca havia pensado daquela maneira. Podia descender de um povo que ainda desconhecia, mas seus pais, o povo da vila Godan e ela nasceram dentro do Domínio e sua família vivia daquelas terras.

— Te coloquei acima de todos os outros e você ser um vilashi ou o que for não tem importância alguma, gosto de você mesmo assim. — Jungkook declarou e Jimin não pôde esconder sua expressão de surpresa.

— O que? — O vilashi questionou fracamente meio zonzo com a revelação e não pôde evitar que mais uma vez Jungkook o beijasse e delicadamente, ainda durante o beijo, retirasse o colar de suas mãos e logo depois quando se separam o prendesse em seu pescoço.

— Não o jogue fora. — Pediu risonho. — Vamos logo, já devem estar nos esperando. — Chamou andando em direção a um balcão.

Jimin o seguia ainda envergonhado, pararam em frente ao galpão e com certa dificuldade Jungkook abriu a enorme porta do mesmo revelando um local vazio se não fosse por uma veículo aéreo. Quando entraram e o ex Dragão fechou a porta do mesmo, o Park percebeu que havia um abertura enorme em uma das paredes do mesmo, era bem provável que o veículo aéreo passasse por ali.

— O que fazemos aqui? — Jimin indagou curioso.

— Todos estão aqui. — Jungkook explicou enquanto seguia para a parte detrás do veículo e recebia um olhar confuso do menor.

Assim que Jimin o alcançou pôde ver um alçapão muito bem escondido, acabou por rir soprado e Jungkook o olhou convencido enquanto sorria deixando que o Park fizesse as honras e abrisse o mesmo. Depois de feito isso ambos desceram uma escada e acabaram em um túnel muito bem feito de pedra e com alguns portas-chamas acesos.

Enquanto andavam pelo sinuoso túnel Jimin finalmente pôde se lembrar de sua vila e aquilo lhe deixou triste novamente, apertou os olhos fortemente para que a vontade de chorar passasse, e antes que seus pensamentos o levassem para longe mais uma vez um corpo alto se chocou contra o seu o fazendo cambalear para trás e se apoiar em Jungkook.

— Você está vivo! — Taehyung fungou em seu pescoço fazendo com que os olhos de Jimin lacrimejassem, mas o menor não permitiu que elas saíssem.

— Senti saudades. — Murmurou sorrindo e podendo ver sobre o ombro do amigo os outros. 

Jin segurava o braço de Namjoon com um sorriso enorme no rosto e os olhos úmidos, o mais alto apenas lhe deu um aceno feliz, Hoseok estava ao lado de Yang Mi que sorria emocionada com a cena a sua frente. Kishan estava ao lado de um homem de cabelos verdes esbranquiçados e de uma senhora que parecia estar cozinhando até segundos atrás.

— Onde está Yoongi? — Questionou baixinho ao se separar do amigo.

— No quarto falando com meu irmão. — Taehyung respondeu olhando sem piscar para o rosto do mais baixo.

— E Shion? — Passou novamente o olhar pelo cômodo.

— Em algum lugar daqui. — Foi empurrado delicadamente por Kishan que abraçou o menor com carinho.

— Onde você estava? Por que nos preocupou tanto? — Indagou parecendo irritado.

— Eu já te expliquei. — Hoseok revirou os olhos.

— Fui expulso. — Jimin deu de ombros sendo cumprimentado pelo homem do cabelo verde esbranquiçado.

— Me chamo Lee Kyungtak. — Se apresentou com um mínimo sorriso. — Kishan costuma me chamar de Lee Geon, ou apenas Geon. — Deu sugestão para ser chamado.

— Esse é o vilashi, Soren. — Jungkook empurrou Jimin em direção a senhora com expectativa, parecia esperar um consentimento.

A senhora de idade lhe lançou um olhar avaliador dos pés a cabeça, e Jimin sentiu-se extremamente incomodado. Ela lembrava muito seus mestres do Instituto, com aquele ar superior de que era uma almakin que viveu muito, mas parecendo incontavelmente mais cruel.

— Não é incrível? — Kishan perguntou feliz, apertando as bochechas de Jimin. — Essa coisinha foi capaz de atravessar as escamas espinhosas do Dragão de Fogo!

— Ela não estava morta? — A senhora pediu, simplesmente.

— É o que vamos descobrir agora mesmo. — Namjoon se pronunciou e Hoseok revirou os olhos por saber que estavam ignorando o que já havia contado.

E Jimin foi obrigado a sentar-se à mesa e contar o que acontecera na noite que havia sido expulso. Como todos ali pareciam estar cientes das versão do incêndio no Instituto e da sua suposta morte, eles fizeram suas próprias conclusões sem que ele precisasse contar todos os detalhes.

— Exatamente como era de se esperar! — Kishan bateu as mãos na mesa. — Ela sabia que todos ficariam em cima do incêndio tentando descobrir o que acontece de verdade e logo depois nos afastariamos. E essa é a prova decisiva de que todos os mestres do Instituto seguem fielmente duas ordens. Aquela velha…

— Kishan! — Alertou a senhora diante da exaltação do herdeiro, conseguindo seu imediato imediato silêncio e que ele se sentasse comportadamente no seu lugar à mesa.

Jimin assistiu a cena rápido e não entendeu como o herdeiro Jeon conseguiu ser calado com apenas um chamado daquela estranha, mas não teve tempo para formular teorias a respeito.

Seu estado de atordoamento foi cortado por Yang Mi que começou a falar.

— Recebemos informações sobre as situações de todas as fronteiras, apesar de desde o começo, agirmos na certeza de que tudo aconteceria entre a floresta de Sunsety e o desfiladeiro de Memphis, mantendo o centro das atenções na Capital do Fogo e na Capital Real, pequenos eventos ocorriam nas fronteiras entre a Capital do Ar e a Capital da Terra. Agora eles estão se expandindo de uma forma organizada e com apoio do Governo Real, o que lhes garante uma fachada legalizada. Empédocles ainda não está ciente do cerco que está sendo montado. — Contou se referindo aos rebeldes que apoiavam a Senhora Jeon.

— Por onde mais eles estão indo? — Kyungtak sussurrou irritado e então se virou para Jimin. — Como os Vilashi estão? — A pergunta fez o Park retesar o corpo recebendo todos os olhares para si.

Ele engoliu em seco e Kishan se levantou decidido a levá-lo a uma sala especial junto aos outros, quando entraram na mesma o vilashi se deparou com um grupo maior de pessoas e entre elas estavam Yoongi que conversava com um garoto um pouco mais alto que si.

— Quem são eles? — Indagou a Jungkook que apenas lhe lançou um olhar calmo.

— São rebeldes. — Explicou recebendo um olhar alarmado. — Estão do nosso lado. — O tranquilizou.

— Explique a situação a eles, Jimin. — Kyungtak pediu sério.

Mesmo tendo toda a vontade do mundo em poder usar suas forças em defender seu povo, não era exatamente simples falar na frente daqueles desconhecidos que, apesar de estarem do mesmo lado que ele, claramente não se sentiam confortáveis. Então, mantendo o olhar fixo em uma mesa enorme que possuía o mapa de Empédocles totalmente detalhado, ele começou a falar, se forçando a pronunciar bem as palavras:

— Rebeldes nos cercaram. Primeiro levaram tudo que tínhamos armazenado embora e não queriam nos deixar sair, ainda conseguimos esconder algum alimento, mas não é suficiente para todos e não temos mais recursos para uma próxima colheita. Tivemos que entregar para eles nosso estoque, animais e até as ferramentas que usávamos. E esse ano teremos a tormenta Nanfan, nossas hortas serão congeladas.

— Já ouvi sobre isso. — Um dos rebeldes comentou. — É um tempo de ventos fortes e neve que deixa todo o Vale Interior isolado. É por isso que aquela região não é habitada por almakins.

— Seria divertido ver almakins plantando. — Comentou Kyungtak com um pequeno sorriso de quem provocava, e alguns contratam uma risada.

— Como saiu de lá? — Yang Mi questionou trazendo o assunto a tona.

Jimin apenas suspirou profundamente lembrando-se de seu pai e do fogo se alastrando pelas casas, seu corpo tremeu levemente e sentiu o braço de Jungkook passar por sobre seu ombros de maneira protetora e preocupada.

— Com ajuda de um amigo, eu conheço melhor tudo aqui fora do que eles. — Explicou sem querer se aprofundar muito em tudo aquilo.

— Acho que precisamos conversar. — Soren disse se dirigindo ao Vilashi que retesou o corpo encostando-se mais em Jungkook.

Todos ficaram em silêncio, Kishan se remexeu desconfortável e engoliu em seco desviando o olhar para Yoongi que abaixou a cabeça rapidamente para a mesa do mapa, Jimin quase gemeu desgostoso quando ninguém se opôs aquilo e lançou um olhar irritado para a cabeça mais branca do que negra de Yoongi. Curioso, muito curioso.

— Vai criar raízes aí, vilashi? — Ela perguntou de forma impaciente, batendo as mãos e fazendo sinal para que ele a seguisse. — Me siga!

Lançando um último olhar desesperado para Jungkook, que apenas lhe retribuiu com um sorriso de quem pensava que estava o deixando em boas mãos, Jimin não teve outra opção a não ser seguir a mulher.

Ao conduzi-lo até um corredor afastado repleto de portas e entrarem em uma mais afastada ainda, a senhora se virou de repente para si.

— Kishan e Jungkook falaram muito bem sobre você. — Contou calmamente.

Jimin ouviu aquelas palavras, ditas de uma forma que não sugeriam nada, e mais uma vez se sentiu avaliado.

— Mas não pense que a opinião deles consiga influenciar a minha. — A senhora continuou. — Kishan é um menino inocente que costuma confiar nos olhos das pessoas não importando em que rosto estejam. Não vivo há tanto tempo para ser enganada por um vilashi!

— Desculpe. Não quero enganar ninguém. — Jimin pediu, sendo educado e não rebatendo aquelas acusações da desconhecida.

Por mais que lhe fosse natural não esperar atitudes polidas de almakins para com ele, não havia necessidade de comprar briga com alguém que via pela primeira vez na vida, principalmente naquela situação. Além do mais, a senhora tinha idade suficiente para ser considerada sua avó, ou seja, tinha idade suficiente para que seus princípios o acorrentassem e o fizesse ter respeito mesmo diante do pior insulto possível.

Entretanto, ao contrário das vovós vilashis que circulavam por Godan, aquela não tinha nada que lhe fizesse lembrar de doces e histórias aconchegantes em noites frias. Ela tinha um modo de olhar sombrio, como se tivesse o dom de ler todas as coisas ruins que se passavam pela cabeça das pessoas. É isso também se refletia no rosto dela, com olheiras profundas e a testa muito mais enrugada do que seria natural pela velhice. Fora isso, era evidente de que se tratava de uma almakin, já que mesmo com as costas curvadas, mantinha o mesmo ar arrogante dos outros mais jovens que andavam pelo Instituto e por Rotas.

— Não quer enganar ninguém, é? — Ela o encarou desconfiada. — Então como conseguiu enganar o Dragão do Fogo?

— Se tive alguma intenção com o Dragão do Fogo era a de me manter o mais afastado possível dele. — Respondeu com firmeza diante da pergunta que soava mais como uma acusação.

— E por que queria se manter afastado dele? — Ela replicou rapidamente.

— Porque-

— Isso é apenas o que você diz! Garanto que planejou tudo para conseguir chegar perto dele!

— Não!

— Todos querem estar perto do Dragão do Fogo!

— Eu não queria!

— E por que não, vilashi? Por que não iria querer estar perto do Dragão do Fogo?

— Porque ele é um almakin idiota e orgulhoso! — Ele soltou de uma vez, e em seguida paralisou, esperando no mínimo um tapa para lhe fazer lembrar de seu lugar em Empédocles.

— E por que pensa que ele é um idiota orgulhoso? — Perguntou não expressando nenhuma reação agressiva.

Jimin dessa vez não disse nada, apenas a encarou.

— Porque ele é. — A senhora respondeu por si mesmo. — Jeon Jungkook é um orgulhoso malcriado! Kishan estava certo, afinal. — E mesmo com a pouca iluminação do quarto, Jimin pôde ver um sorriso se formar no rosto da mesma. — Parece que nosso Jungkook conseguiu.

— Nosso? — Ele perguntou incerto, já que ele reconhecia aquele modo de falar, mas nunca ouvira fora de sua vila.

— Posso não ter herdado os olhos amarelados de meu pai, mas lhe garanto que meu cabelo um dia já foi muito parecido com esse seu, vilashi. Tanto ao ponto de me tratarem como uma estrangeira.

— Como assim?

— Meu nome é Jeon Soren, pequeno Jimin, uma das poucas mestiças das famílias de Empédocles e a única não totalmente almakin que já ousou ficar perto de um Dragão do Fogo. Até você aparecer.

Sem saber como reagir diante daquilo, Jimin apenas a encarou deixando a boca se entreabrir em um engasgar mudo.

Um tempo depois os dois saíram do quarto e Soren o levou de volta para o corredor mais próximo, abriu uma das primeiras portas revelando um quarto pequeno, que era ocupado em sua grande parte por uma cama e uma mesa baixa muito parecida com a que tinha em sua casa na vila Godan.

— Vive mesmo aqui, vovó? — Jimin perguntou preocupado.

— Procure um lugar e se sente. — Ela disse ao invés de uma resposta, apontando para uma das pontas da mesa, enquanto começava a revirar habilmente no armário em busca dos utensílios necessários. — Você deve estar cansado e com fome. Pode ficar aqui está noite.

— Mas e a senhora?

Ela apenas soltou um sopro e deu um tapa no ar, dizendo para que não se importasse com detalhes como aquele.

— Quem precisa ter energias para poder continuar com uma missão e você e não uma velha como eu, vilashi. Já fiz minha parte, cabe a você continuar. — Soren colocou uma panela em cima de um fogão a lenha simples e então se concentrou nos pedaços de madeira. Logo pequenas chamas começaram devagar e então ficaram vivas e crepitantes. — Ainda sei alguns truques. — Mostrou orgulhosa o que havia feito.

— É uma almakin de fogo? — Jimin perguntou curioso.

— Almaki de Fogo, terceira classe. — Recitou. — Também frequentei o Instituto por um tempo.

— A senhora é mesmo uma Jeon? — Jimin indagou pensando duas vezes se era mesmo o momento para perguntar aquilo.

— Minha mãe era uma Jeon. — Ela abriu a tampa da panela para conferir o conteúdo que estava esquentando, e contou como se não fosse nada de extraordinário. — Sou um dos mais bem guardados segredos da Família de Fogo. Minha mãe, irmã da mãe da Senhora da Capital do Fogo, fugiu da Capital quando era nova. Para que a tradição dos Jeon não fosse manchada, ela foi encontrada e trazida de volta. — A senhora riu e veio se sentar junto a Jimin na mesa, se abaixando com dificuldade, mas parecendo muito mais a vontade em sentar no chão como os vilashis faziam. — Mas o mal já estava feito, e eu vim junto a ela.

— Então seu pai era um vilashi? — Jimin perguntou sabendo que estava sendo controlado pela curiosidade e não podendo resistir.

— Foi o que minha mãe me contou. Não o conheci, e tudo o que ele me deixou de lembrança foi a cor do cabelo vilashi. Talvez não tenham feito com ele algo tão elaborado quanto a sua morte, mas o fato é que minha mãe nunca mais o encontrou. Felizmente, para os Jeon, essa história não ficou conhecida e meus traços de vilashi não eram suficientes para me denunciarem como uma mestiça. Minha mãe não viveu muito tempo para poder me fazer compreender minha situação, e eu era desconsiderada pelos meus avós. Então, simplesmente odiava os vilashis mais do que tudo, acreditando que eles eram responsáveis por eu não poder ser uma herdeira Jeon de verdade. Com o meu nível inferior, apesar de fazer parte da Família do Fogo, vivi unicamente em tentar agradá-los, para de alguma forma conseguir fazer parte deles, então, quando Kronar nasceu da forma considerada correta e conseguiu ser a Dragão do Fogo, eu me tornei apenas uma sombra entre eles. A única coisa que me sustentava era meu nome de família, que de alguma forma me dava à segurança de sempre ter um lugar para ficar, mesmo que não fosse reconhecida.

Jimin tentou processar aquela história. Então, aquela senhora enrugada na sua frente poderia muito bem ter sido a Senhora da Capital do Fogo se não fosse pelo fato de ser uma mestiça?

— Sabendo que nunca poderia ocupar o lugar de herdeira Jeon, sempre estive ao lado de Kronar, a ajudando no que fosse preciso. Quando ela passou de Dragão para Senhora da Capital do Fogo, assumi todas as responsabilidades dela que não estavam ligadas a administração da Capital ou ao Instituto. Ou seja, quem sempre cuidou de Kishan e Jungkook fui eu.

Agora fazia todo o sentido o porquê o impetuoso herdeiro Jeon ficava calado com o mínimo gesto de repreensão da senhora e de porque Kyungtak parecia a respeitar bastante.

— Kishan sempre foi um menino intenso, era uma réplica perfeita da mãe e parecia ter herdado a mesma vontade de comandar. Desde pequeno sabia que era importante é exigia respeito de todos, quando ele se tornou o Dragão do Fogo, era como se tivesse recebido uma autorização para que todos os seus desejos fossem ordens supremas. Ao mesmo tempo, ele se prendia ao irmão e o mimava, dando uma liberdade insolente para o menino que desde que nascera era imperioso. Cuidei deles até entrarem para o Instituto, porém nunca ousei me colocar no lugar da mãe ausente, por isso, apesar das diferença de idade, aqueles dois sempre tiveram um ligação muito forte para preencher esse espaço vazio já que sabiam desde cedo que só podiam contar um com o outro. — Contou como se lesse os pensamentos confusos do vilashi. — Quando Kishan abandonou o título de Dragão e saiu de casa, Jungkook ficou perdido por um tempo, e Kronar pareceu perceber que deveria se preocupar mais com o filho, ou poderia perder aquele que se tornara seu único herdeiro, foi quando viu a oportunidade de fortalecer a relação do filho com os outros herdeiros das Grandes Famílias, eles já eram amigos, afinal tinham a mesma idade e conviviam socialmente desde sempre. Mas, colocar esse grupo junto e torná-los unidos, de forma que todos os vissem e admirassem, foi o fator decisivo para que houvesse quatro Dragões no Instituto Jeon, uma vez que essa fama foi consolidada e eles criaram seu próprio império dentro dos Portões Negros, Kronar pensava que o futuro de Empédocles pertenceria a Jungkook, enquanto ela estenderia o seu interesse aos outros domínios… porém, parece que mesmo a poderosa Senhora da Capital do Fogo não é capaz de ter controle absoluto sob seus planos, Jungkook já tinha um senso de verdade aguçado, juntos aos dragões, estava pronto para enfrentar o Parlamento, sua mãe e quem entrasse em seu caminho, e ele só precisava de um estímulo. Como disse Kishan, uma coisinha como você apareceu.

— Eu-

— Sim, não teve a intenção e é claro que você não teve! Como poderia ter?

A tampa da panela começou a estremecer, indicando que a sopa estava fervendo, e a senhora fez menção de se levantar da mesa.

— Eu pego!

Jimin se colocou de se imediatamente e foi para o fogão, mal colocou a panela na mesa, correu para pegar potes e talheres, estava sendo educado, mas principalmente precisava se movimentar para que tudo o que tinha ouvido se ajustasse a sua realidade. Então, voltando a se sentar no seu lugar e olhando fixamente para o pote vazio a sua frente, ele necessitou perguntar:

— Por que me contou tudo isso?

— Porque você disse não há algum tempo atrás.

Jimin pensou sobre o qual não ela estava se referindo.

Percebendo que havia Informações demais na cabeça do vilashi e ele não conseguia ordenar, a senhora tentou ajudar:

— Posso ter vivido vários anos remoendo o fato de ter nascido uma mestiça, mas essa consciência de o que eu era também serviu para que eu visse além. Ao invés de me tornar uma orgulhosa Jeon, sou alguém que aprendeu a ver por trás de todas as fachadas da Família do Fogo, toda a vaidade, ambição é arrogância deles se concentraram perigosamente em Kronar, que se tornou alguém com poder e influência em Empédocles como ninguém antes jamais teve, e ela quer mais. Ela é capaz de tudo para colocar o nome dos Jeon acima de tudo, sem escrúpulos. E ao mesmo tempo é alguém muito inteligente que pensa em todas as possibilidades e sempre está preparada. Entretanto, conhecendo minha prima e vendo você aqui na minha frente agora, compreendo algumas coisas e talvez possa desvendar uma parte dos planos dela. Não seria muito mais simples ter matado o vilashi que estava interferindo do que criar toda aquela cena de incêndio no Instituto?

Jimin ponderou. De fato, agora via que ser expulso não era a pior coisa que poderia ter acontecido. Que diferença faria dar um fim definitivo para o vilashi de verdade? Então, permaneceu na expectativa de saber o que a senhora havia desvendado, mas espero pacientemente para que ela lhe servisse a sopa e aos poucos ela foi desfiando sua teoria.

— Apesar de não ser difícil conseguir com que esse serviço fosse feito, porém mesmo a mínima possibilidade de alguém descobrisse que a Senhora da Capital do Fogo estaria por trás do triste fim da única vilashi com almaki de Empédocles conseguiria trincar sua imagem. E ela não pode correr esse risco. Sua imagem perfeita é o que lhe garante as portas abertas em outros Domínios, para que possa sutilmente tecer suas teias. A expulsar do Instituto era uma maneira muito mais simples e menos arriscada.

— Então… — Jimin seguiu o raciocínio dela. — Por que ela criou toda essa história de que eu havia morrido? Foi pelos Dragões?

— Não é óbvio, vilashi? — Ela largou a concha em que serviu a sopa de forma impaciente dentro da panela, deixando bem claro que, apesar de tudo, ela era mesmo uma Jeon. — Para poder ter seu herdeiro novamente! Ela sempre achou que teria o filho sob controle dentro do Instituto, e as atitudes dele, dentro dos Portões Negros, sempre a deixou despreocupada em relação a não cometer o mesmo erro que Kishan. Ela sempre teve o cuidado de lembra-lo do motivo pelo qual o querido irmão foi embora de casa: por ter se envolvido com pessoas inferiores. Por isso, desde sempre, os Dragões receberam total liberdade para agir dentro do Instituto como bem entendessem. Eles são produtos dos planos de Jeon Kronar, e ela garantiu que eles se sentissem a vontade com isso, mas então algo deu errado e você apareceu, uma pequena pedra no caminho de Kronar, que precisou ser rapidamente removida. — Ela pareceu se lembrar de algo e perguntou cortando o assunto. — Onde está a pedra dá Estrela?

Mesmo não entendo de imediato, Jimin rapidamente puxou o pingente de dentro da camisa o soltando ainda pendura em seu pescoço.

— Quando ela soube que o filho havia pegado uma das relíquias da Família do Fogo e que estava prestes a entregar nas mãos de uma vilashi, percebeu que precisava agir rápido. Expulsá-lo do Instituto seria o mais fácil, mas precisava garantir que Jungkook não fosse atrás de você. Como matá-la de verdade, apesar de mais eficiente, era arriscado para sua reputação, inventar uma morte falsa seria perfeito. Mesmo que depois tudo fosse descoberto, seria fácil atribuir a culpa aos mestres do Instituto que a abedecem cegamente. E, no tempo em que tudo acontecesse conforme planejara, ela trataria de colocar juízo na cabeça do filho.

Jimin desviou seu olhar do pote de sopa que esfregar gradativamente para o pingente de pedra branca pendurado em seu pescoço que reluzia fracamente.

— Não sei como você se sente em relação a isso, vilashi, mas não se esqueça que fui eu quem cuidou de Jungkook desde que ele nasceu. Posso não ter sido uma mãe para ele, mas o considero como um filho que nunca tive. Ao vê-lo com o olhar perdido, como se alguma coisa tivesse se quebrado dentro dele, percebi que Kishan tinha razão e você realmente é importante. Independente de tudo o que você sabe sobre os planos da Senhora da Capital do Fogo e da situação da sua vila, acho que está na hora de colocar seus sentimentos em ordem, porque os do Dragão do Fogo estão bem claros. — Ela deu um grande suspiro e se levantou do seu lugar, com cuidado. Fique aqui está noite e descanse, pense sobre isso, é a única forma de você ajudar a resolver algo no momento, irei chamar Jungkook.

E sem dizer mais nada, ela saiu, fechando a porta e deixando um Jimin atordoado para trás. O vilashi estava organizando os pensamentos, decidiu comer enquanto fazia isso. Ele sabia o que tinha que fazer, deveria estar ao lado dos Dragões, não havia o que pensar sobre isso, era a única maneira das vilas saírem bem de tudo aquilo, deveria comprar definitivamente aquela briga.

— Você está melhor? — A voz de Jungkook o assustou.

— Uhum. — Maneou a cabeça levemente e sorriu tentando apaziguar o clima. — Serei expulso de Empédocles, explodi muitas coisas hoje. — Declarou depois de finalmente terminar de comer rápido.

Jungkook riu e ajudou o vilashi a guardar a bagunça feita.

— Acha que só por isso? — Perguntou risonho.

— Eu explodi a lareira da sua mãe… E os porta-chamas. — Mordeu o lábio sentado-se na cama.

— É, os porta-chamas eram de cristal. — Assentiu e Jimin engoliu em seco. — Mas você fez algo muito pior que tudo isso. — O olhou seriamente.

Jimin pensou no que poderia ser pior que enfrentar a Senhora da Capital do Fogo dizendo que roubaria tudo dela, até seu filho precioso, explodir sua lareira e seus portas-chamas de cristal.

— O que poderia ser pior do que tudo isso que fiz?

— Você socou meu nariz, lembra?! Duas vezes! Quantas vezes já me chamou de idiota também? E eu me meti em muitos problemas por sua culpa! Se Park Jimin deve ser expulso de Empédocles, cabe a pessoal mais prejudicada por ele fazer isso, ou seja, o absoluto eu!

Jimin sorriu se encostando na cabeceira da cama encarando a face um pouco séria e risonha do ex Dragão.

— Ainda fez eu largar meu título. — Reclamou e se aproximou ficando parcialmente sobre o corpo do vilashi que arfou de maneira tensa.

— Nem pense nisso. — Avisou quando viu Jungkook olhar para seus lábios.

— Não pensei em nada. — Se defendeu sorrindo travesso e então selou os lábios de ambos novamente.

Jimin se sentia bem naquele momento, mas sentia que aquele momento seria o último que se sentiria plenamente bem.


Notas Finais


Não teve as mortes que eu prometi, provavelmente virão no próximo, eu poderia ter colocado toda a ação que teria, mas seria necessário mais duas mil palavras e eu estou cansada pra caralho.

No próximo vai ter morte, traição, o segredo do Yoongi e a consequência dele e, bom, personagens novos e A CIDADE DA MEIA-NOITE. E quem não sacou o envolvimento de umas pessoas aí vão ter a resposta no próximo também.


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