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História Empédocles - Crente


Escrita por: Helpyou

Notas do Autor


Eu já vou deixar aqui as músicas recomendadas aqui, claro que sem dar spoiler:
É TOTALMENTE NECESSÁRIO QUE COME BACK HOME ENTRE em algum momento de alguma luta, porque ela é incrível demais, acho que combinaria com a do Jungkook;
Pro começo fica a critério de vocês, eu tava ouvindo sinfonias de Mozart, porque sim, pra criar um clima e fluir a escrita;
Nas partes de luta eu sugiro algumas do Imagine Dragons, tipo Monster, Believer e I'm So Sorry;
Quando eles estiverem invadindo o Instituto ouçam Pompeii do Bastille <3 essa música tocou aleatória e deu uma emoção na hora em que eu escrevia bem a fala do Hoseok, tava até no refrão;
Quando chegar em uma cena do Yoongi e do Jimin, eu não preciso entrar em detalhes, vocês vão saber na hora, ouçam Hold me Tight do BTS, sugiro também Let Me Know, enfim, músicas nesse estilo para esses dois;
No final, quando estiver tudo acabado já, coloquem música triste -qqq;

Enfim, é isso. Eu decidi colocar isso aqui no começo pra dar uma disfarçada no meu desespero por saber que esse é o penúltimo capítulo de Empédocles, cara, é horrível terminar uma fanfic, e estou tão perto novamente.

Espero que aproveitem esse capítulo, ele é realmente triste, mas satisfatório.

Capítulo 19 - Crente


Empédocles.

Capítulo Dezenove.

Crente.

Chanyeol organizou a distribuição de alimentos e logo partiu para a área principal do Instituto que era vigiada por alguns vilashis, a qualquer momento eles sabiam que deveriam entrar naquela enorme propriedade, um dos veículos já havia pousado, mas nem um sinal foi dado para que tomassem a frente, aquilo de certo forma o preocupava, porque pela estratégia que haviam montado e a marcação do veículo, aquele seria o que transportava o príncipe e Jimin e isso significava que os outros dois veículos haviam sido interditados, algo estava fora dos conformes.

— Acha que estão bem? — Questionou a Nilima que andava de um lado ao outro preocupada.

— Quero crer que sim. — Tentou sorrir. — Espero que isso acabe de uma vez, se tudo for como nos passado, então temos um lugar para o qual voltar, temos um lar de verdade. — Desabafou esperançosa.

O garoto até pensou em lhe responder, mas apenas ficou em silêncio, queria confirmar tudo que foi dito aos moradores de sua vila e de muitas outras que nem faziam ideia da existência de Napier, mas deveria aguardar, mesmo que a vontade de contar tudo não só sobre isso, mas sobre si mesmo, fosse enorme, sabia que a atenção seria desviada do ponto principal, eles tinham uma missão e mesmo que essa fosse ajudar aquelas pessoas que por anos lhe deram as costas, eles iriam lutar e continuariam até o fim, porque acima de tudo isso significava a volta para seus verdadeiros lares.

Ele não esperava que a ajuda fosse vir tão rápida quanto veio, estavam todos dentro de suas casas, temerosos, aqueles rebeldes haviam tirado tudo que possuíam, tinham que trocar alimentos as escondidas para terem o que comer, cuidados médicos também foram restritos e o pai de Jimin veio a falecer dois dias depois que o filho saiu da vila, nem um enterro decente pode ser feito, o máximo foi jogar algumas pedras sobre o corpo e se despedirem com apenas um olhar desolado.

E quando imaginavam que Jimin não havia conseguido chegar nem a Rotas, que poderia ter sido morto pelo caminho, eis que várias explosões foram ouvidas ao longe, provavelmente de outras vilas, e então ocorreu uma ali mesmo, todos se assustaram e temeram que os rebeldes começassem uma chacina, a verdade era bem mais libertadora. Haviam almakins de Empédocles e ao reconhecer de Chanyeol muitos soldados vindos da Cidade da Meia Noite.

Eles haviam ido ajudar.

Todos foram retirados das casas às pressas enquanto um confronto se iniciava com aqueles rebeldes que os mantinham presos. Chanyeol correu atrás de Adytia,uma das únicas que estava ciente sobre tudo, a verdade era que cada vila possuía um ancião nascido na Cidade da Meia Noite, aquele que manteria o legado real dos vilashis. Quando a encontrou bastou uma troca de olhares para Chanyeol saber que estava livre para usar de seu próprio almaki.

Muitos de sua vila puderam presenciar o mesmo utilizando de seu poder, os ventos fortes afastavam rebeldes e pequenos redemoinhos criados para levá-los longe, ou esferas de ar que lhes sufocavam. Tirava proveito da facilidade que tinha de flutuar para entrar em uma luta corpo a corpo, sentia-se enfim mais livre do que um dia já esteve, porque era um verdadeiro inferno ter de inventar viagens falsas para simplesmente ir até a Cidade da Meia Noite e poder desenvolver seu almaki da melhor forma possível. A verdade é que sentia inveja de Jimin, mesmo que Adytia não tenha prevido que o rapaz receberia esse dom, ele ganhou a oportunidade de ir até o Instituto ter os melhores mentores.

Mas tudo era bem mais complicado, a verdade era que seria bem mais capaz do Park sentir inveja de si por poder treinar de verdade suas habilidades, não havia sido fácil descobrir por tudo que o amigo de infância passava naquele local, então o sentimento de inveja foi deixado de lado e a compaixão se apossou de si. Como era se sentir sozinho naquele lugar? Como era sentir vontade de todos os dias voltar para sua casa, mas suportar aquilo para dar algum reconhecimento ao seu pequeno povo? Nunca poderia descobrir, nem imaginar uma pequena porcentagem, era simplesmente ver. E nem isso seria o suficiente.

No final daquele dia a vila estava totalmente destruída, todas estavam, e uma enorme multidão de vilashis e almakins, lado a lado, marchavam para o meio da floresta, todos cansados, mas livres. Foi nessa caminhada, em que receberam alimentos e mais a frente, em um local seguro, uma cama quente para descansar, que Chanyeol percebeu o quanto todos estavam afetados com aquilo, mesmo as crianças que nem sabiam o por quê de toda aquela guerra.

Era isso que o rapaz mais odiava, a forma como todos eram afetados, como todos sofriam e principalmente como não havia outra maneira, porque sentar e conversar seria a última coisa que fariam. Eles iriam se sentar sim durante os dias de guerra, mas não seria para um acordo, seria para criar estratégias, para descobrir quantas pessoas, amigos, familiares haviam sido mortos.

— Então, meu tio levou um tiro no peito e dois no estômago. Morreu. Mas está tudo bem, ouvi dizer que um novo cerco está sendo feito. — Era isso que ele imaginava, as conversar que teriam daqui mais alguns dias, era trágico, ele sabia, mas era a pura realidade. 

Mesmo que esses pensamentos lhe assolassem a todo momento, ainda sim se permitiu continuar ali, por tudo que havia feito por si mesmo, por tudo que Adytia havia feito pela vila, e por tudo que muitos outros haviam feito, e percebeu que essa sua determinação era unanime.

Quando finalmente tiveram a certeza de que estava tudo bem, os almakins construíram, com o auxílio dos soldados da Cidade da Meia Noite, casas subterrâneas, o rapaz não pôde deixar de se sentir deslumbrado com aquilo, eles estavam se baseando na arquitetura da Cidade para criar tudo aquilo. Até o meio que buscariam água e como poderiam deixar alimentos crescerem ali, pequenas passagens do sol que não prejudicaria o esconderijo de maneira alguma. 

Era tudo feito a partir de um morro e então indo para trás do mesmo onde uma cadeia de montanhas ocupava espaço e foi nessas mesmas que tudo foi feito, em duas semanas, ou menos, todas aquelas pessoas trabalhando criaram lugares confortáveis e aconchegantes para os vilashis. E o mais importante, tudo era prático, tão prático ao ponto de que entre intervalos de descanso os líderes daqueles grupos recrutavam pessoas dispostas a ajudarem no cerco do Instituto.

Eram pessoas que foram afetadas mais que outras, que estavam dispostas a se doaram por tudo aquilo sem se preocuparem com seu próprio bem estar, pois acima de tudo eles tinham uma geração enorme para prezar e mante saudável.

— Não quero que meus filhos cresçam em uma sociedade constituída de pessoas ignorantes e preconceituosas. — Foram essas as palavras de seu tio que estava decidido a ir junto aos almakins e soldados da Cidade.

Então tudo foi decido, agora estavam ali, a um dia, sem serem notados pela guarda do Instituto, viram soldados de Mileto entrarem, viram a Senhora da Capital do Fogo chegar junto a dúzias de pessoas aparentemente importantes e ouviram os gritos assustados dos estudantes quando não acharam nem um pouco conveniente estarem no meio de uma guerra civil e foram obrigados a permanecerem ali. Chanyeol nem conseguia imaginar como eles estavam se sentindo, de repente tudo que sabiam e acreditavam soava falso e ilusório, as vezes se perguntava o que poderia estar passando pela cabeça daqueles jovens que tinham tudo fácil e agora podiam ser obrigados a lutar por algo que desconhecem. 

— Recebemos notícias da localização dos outros. — Um dos almakins se aproximou afobado.

— Onde estão? — Chanyeol perguntou esperançoso.

— Foram parados por um dos acampamentos dos rebeldes. — Revelou ansioso. — Parece que estão desse jeito desde que alcançaram o acampamento principal na Capital Real. — Contou e todos se olharam preocupados. — É certeza que estão esgotados, mandamos reforços, o Dragão Real conseguiu manter uma comunicação conosco.

— Podemos falar com eles? — Chanyeol indagou sem conter o alívio. — Eles foram enganados, isso é óbvio, pousaram aqui e não recebemos sinal alguma, a Senhora Jeon está lá com soldados de Mileto, não é difícil chegar a conclusão de que os próprios alunos estão sendo feitos de presidiários então isso fica óbvio que o príncipe, Jimin e Yang Mi estão presos lá. 

— Se ainda estiverem vivos. — Nilima sussurrou pesarosa.

— Vamos falar com eles, se a comunicação ajudar. — O almakin os levou para uma área bem mais agitada do acampamento precário que havia sido montado naquelas redondezas. — E tenho certeza de que ainda estão vivos, a Senhora Jeon é insana o suficiente para usar eles como troféus de guerra.

Assim que se aproximaram de uma precária tenda puderam ver alguns soldados da Cidade da Meia Noite terminarem de mudar o local da antena para ouvirem melhor as ordens dadas por outras pessoas, quando estavam lá dentro ouviram a voz de Akihito junto a chiados.

— Nosso combustível está acabando. — Avisou enquanto os recém chegados se acomodavam. — Estamos cansados, nosso almaki está esgotado.

— Pois renovem essas energias! — Chanyeol quase gritou afoito. — Os garotos estão em más condições dentro do Instituto. — Avisou.

— O que eles fazem no Instituto?! — A voz rude de Jungkook se fez presente, estava irritado.

— Fomos traídos! — Nilima avisou sentindo-se pela primeira vez irritada.

— O que? — A voz de Namjoon soou confusa, haviam adicionado ele a frequência.

— Alguém de dentro daquele veículo estava infiltrado, não temos como saber quem no momento, mandamos dois de nossos companheiros para dentro do Instituto, Shion também se disponibilizou a ir junto. —O almakin que os levou ali informou.

— Shion está vivo? — Baekhyun perguntou quase gritando. — Tragam ele de volta, ele pode se comunicar com Taehyung, eu já vi como fazem isso, eles vêem onde o outro está, eles sentem o que o outro sente quando é conveniente! Faça o que estou ordenando!

— Não, ele não pode. — Lee Geon adentrou a tenda com uma expressão cansada. — Taehyung, sem notar, cortou a conexão que tinham quando Shion os atacou, mesmo que tenhamos ligado-os pelas experiências ainda houve algo dentro de ambos que fortaleceu tudo aquilo.

— Da mesma forma que o almaki foi inserido em Taehyung? — Chanyeol questionou curioso.

— Usamos uma pedra de almaki roubada, semelhante a que Jungkook deu a Jimin, extraímos o almaki dela e colocamos em Taehyung, depois da criação de Shion deixamos que os dois se aproximassem para então conectá-los, como um cabo USB, mas pouco tempo depois, quando o almaki em Taehyung realmente se tornou parte dele, a conexão de ambos sofreu o mesmo efeito. — Explicou sentando-se cansado escorado em um dos equipamentos, mexeu na parafernalha que possuía no pescoço e um litro de água se aproximou de si.

— O que vamos fazer? — A voz cansada de Jin quebrou o silêncio que se seguiu.

— Esperar, apenas. — Lee Geon murmurou. — Akihito? O que pode nos ajudar? — Perguntou sem realmente fingir um interesse. Para o rapaz tudo estava perdido desde a morte de Kishan.

— Vamos esperar a ajuda, seguiremos até onde nossos veículos nos levarem e então iremos a pé, assim que chegarmos aí montaremos um novo ataque, agora levando em conta que temos homens nossos dentro do Instituto, nossos outros planos são descartáveis, já que tínhamos um traidor. —  Akihito começou a falar sentindo o olhar de Jungkook pesar sobre si, como se lhe condenasse.

— Tudo bem. — Lee Geon concordou entendendo que o homem queria um pouco de tempo para colocar tudo no lugar novamente, não estava preparado para ser traído em uma situação como aquelas.

Todos começaram a se dispersar, ficaram apenas alguns soldados que estavam ajudando a manter a comunicação e aqueles que estavam mandando informações para eles sobre como estava o grupo de ajuda que havia sido enviado, como eles estavam próximo ao Instituto não seria muito demorado, no máximo três horas de ida e volta, se não tivessem nenhum problema no caminho, e acrescentavam mais duas horas se algum atraso ocorresse. 

— Temos algo em torno de oito horas, provavelmente chegaremos lá perto das quatro da tarde. — Yoongi comentou ao ver a afobação de Jungkook.

— Como consegue estar tão calmo? — Jungkook indagou rindo desacreditado. — Nossos amigos estão presos ou sei lá o que.

— Porque eu sei o que vai acontecer. — O garoto resmungou o olhando duramente.

— O que vai acontecer?

— Meus cachorros estão no acampamento? — Yoongi ignorou a pergunta do mais novo se dirigindo a Akihito.

— Imagino que sim, Lee disse que os levou. — O homem respondeu enquanto guiava o veículo para perto do solo. — Nele podemos confiar. — Resmungou amargurado.

— E ele nos mantém informados. — Jungkook alfinetou Yoongi que apenas riu como se aquilo não lhe atingisse.

— Vocês estão com os nervos a flor da pele. — Akihito riu baixinho. — Mantenham a calma pelo menos um pouquinho, tenho certeza que tudo isso vai melhorar, é só uma situação ruim.

— Eu já vi muitas situações ruins, Aki. — Jungkook resmungou. — Essa é uma daquelas que tem toda a chance de piorar e acabar com um final ruim, mais rápido do que esperamos. 

— Você tem que ter um pouco mais de fé em nossos esforços, Dragão do Fogo, crer em si mesmo acima de tudo é o que te mantém forte. — Akihito falou lhe dando um sorriso animador. — Seja crente em si mesmo, Jungkook. 

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Os três eram levados um atrás do outro pelos pátios do Instituto, Jimin e Taehyung se mantinham atentos a tudo, conheciam todo o Instituto e sabiam bem para onde correr se algo os ameaçasse mais do que aquilo, já Yang Mi, tendo em mente o conhecimento de pontos de fuga dos rapazes, se mantinha atenta em conhecer o local, descobrir por si mesma locais de fuga rápida. Era óbvio que nenhum deles tentaria algo, não naquele momento, pelo menos, aquilo estava cheio de soldados e parecia que de um dia para o outro, o Instituto Jeon havia se transformado em uma base de guerra, um forte.

O que mais deixava Jimin irritado, além de estar todo dolorido e mais machucado que antes, cansado e com sono, era o fato de que os alunos estavam tendo aulas normais. Era como se aquele ajuntamento no pátio quando chegaram fosse apenas um simples anuncio, algo como a vinda de um novo professor, os alunos sempre eram reunidos para prestigiar o novo mentor, parecia hilário, estavam reunidos, minutos atrás, para prestigiarem os novos reféns ou o que quer que fossem para a mente insana da Senhora Jeon.

— Eles vão mesmo ter aulas com nós de prisioneiros aqui? — Taehyung indagou para um dos homens que os levavam pelo pátio.

— Cale a boca. — O homem bradou sem olhá-lo.

— óbvio que não. — O príncipe empinou o nariz. — Já que eu estou todo ferrado, quieto que eu também não vou ficar. — Rebateu teimoso. — Vamos, me diga, por que estão tendo aulas? 

— Meio que estamos em guerra. — Yang Mi decidiu se juntar a ideia mirabolante de Taehyung em não ficar quieto.

— Agora devem estar tendo encaminhamento militar. — O príncipe zombou. — E é assim, alunos, que você pode destruir um território inteiro e se preparar para invadir tantos outros. — Imitou a voz de um professor do Instituto arrancando uma risada de Jimin.

— Se não calarem a boca, eu mesmo irei fazer isso. — Outo homem se virou ameaçador para eles bem no momento em que passavam em frente as janelas de umas das salas de aulas, todos os alunos pararam para prestar atenção neles.

— Então faça, eu não... — Antes que conseguisse terminar a frase recebeu um soco que lhe fez cair tonto no chão e tirou exclamações assustadas de todos que viam a cena de dentro das salas.

— Filho da puta. — Jimin grunhiu e chutou com força a perna do agressor o fazendo cair no chão sem antes soltar um grito de dor.

Antes que um dos outros homens tomasse qualquer atitude, Yang Mi acertou-os com dois chutes respectivamente e levantou Tae para se certificar de que estava bem, Jimin correu o olhar por todo o espaço até parar nos alunos que observavam tudo, a maioria deles estavam de pé, os meninos tinham posições de defesa, com medo do que viesse a seguir, e algumas das meninas choravam em silêncio. A maioria daqueles alunos já havia divido uma sala de aula consigo, a maioria deles já haviam lhe machucado.

Seus pensamentos foram cortados quando o homem aproveitou o momento de distração dos jovens e levantou-se derrubando Jimin com um chute em suas costas, o acastanhado se levantou meio tonto enquanto Yang Mi apoiava Taehyung com um dos braços. Virou-se juntando suas duas mãos a frente de seu corpo, os braços esticados, e então lançou uma enorme chama contra os homens que se afastaram assustados, seus fios de cabelo flutuavam enquanto seus olhos assumiam uma coloração avermelhada escondendo seu amarelado característico.

— O que vamos fazer? — A voz de Yang Mi soou desesperada, eles não tinham para onde ir, os alunos estavam presenciando tudo, assustados e encolhidos em um canto da sala enquanto o professor correu de lá para avisar alguém.

— Nada. — Jimin sussurrou assim que fios verdes novamente se entrelaçaram em seus calcanhares e subiram sobre seus membros inferiores até os superiores o fazendo desfazer a chama e cair no chão.

Taehyung foi puxado a contra gosto de Yang Mi, logo passou a ser arrastado para a direção contrária e a menina foi levada para a outra, Jimin ainda permaneceu no chão, sentindo os fios verdes lhe retirarem seu almaki pouco a pouco, era cansativo, pois seu corpo o produzia da maneira que era retirado, rápido demais. Quando notaram que o rapaz já não atacaria mais o ergueram e o jogaram sobre o ombro de um dos homens.

— Voltem as suas aulas! — Bradou um deles para os assustados alunos.

Jimin foi levado, ainda meio zonzo, em direção aos dormitórios, reconheceu o caminho para o seu antigo assim que lhe colocaram sem nenhum cuidado no chão, ele sentia-se nostálgico em ir para lá, lembrava-se de todas as vezes que já havia feito aquele caminho, a maioria dos momentos estava apenas querendo fugir daquele lugar, era até irônico que havia ido parar ali para o fim de tudo, logo o lugar que lhe serviu de esconderijo hoje lhe serviria de prisão.

— Tudo iria sair como o planejado. — Ouviu a voz da Senhora Jeon, ela os acompanhava a passos rápidos. — Se você não fosse tão teimoso, Park. — Balançou a cabeça sem poder ser vista.

Assim que pararam em frente ao antigo quarto, que agora estava totalmente destruído, as vigas antigas de madeira, e tão bem cuidadas, estavam pretas por culpa do fogo, todo ele estava a céu aberto, era quase difícil reconhecer qualquer coisa ali, mas ainda podia distinguir o lugar onde passou boa parte de sua adolescência, havia uma parede ainda de pé, mesmo tendo boas partes queimadas podia ver as folhas que havia colocado para estudos, os horários de aulas e uma infinidade de outras coisas.

— Pedi que ninguém mexesse. — A Senhora Jeon falou ao ver o olhar do vilashi percorrer por todo resto do cômodo. — Deixe que ficasse ai, esperando seu retorno com todo carinho que ainda tenho, mesmo que sua estadia não chegue até essa noite. — Debochou sorridente. — Por enquanto essas serão suas acomodações até Jungkook aparecer, depois prometo que vai morrer perto dele.

— Não crie ilusões. — O vilashi resmungou ao ser largado dentro dos destroços do quarto.

— Eu sei da sua relação com meu filho, Park, Daewon e Heojun me mantinham informada. — Falou em um tom de desprezo. — Nenhum dos meus filhos soube escolher um parceiro decente. — Completou sorrindo presunçosa.

— Tenho certeza que escolheram ótimas pessoas, digo isso por mim mesmo. — Sorriu provocador recedendo um riso curto em resposta. — Aposto que se tivessem a chance escolheriam uma mãe perfeita também. — Desdenhou.

— Ah, é claro. — A Senhora Jeon sorriu lhe dando as costas. — Espero que tenha uma ótima estadia, daqui a pouco você será levado para ficar junto dos seus amiguinhos. — Informou e se distanciou logo sumindo pelos corredores dos dormitórios.

Jimin buscou manter a calma e descansar, não tinha as mínimas condições de tentar sair dali, estava esgotado e vários homens mantinham guarda, já Taehyung, que foi o caminho todo esperneando e gritando, volta e meia acertando socos e chutes nos homens que o levava, quando foi largado em uma das salas do último andar passou a socar e chutar a porta gritando palavrões e perdendo totalmente a pose de príncipe que lhe foi submetida durante toda sua vida.

— Seus merdinhas! — Gritou afastando-se ofegante da porta. — Hoseok e Yoongi vão vir! — Avisou ouvindo risadas não contidas do outro lado. — Vão ter sérios problemas quando chegarem! — Bateu fracamente contra a porta. — Eles virão. — Sussurrou se deixando deslizar e cair de joelhos no chão com a cabeça encostada contra a madeira.

Taehyung não queria acreditar que a última vez que tenha visto os dois fosse em um quarto que lhe causava claustrofobia, mesmo gostando da Cidade da Meia Noite a forma como ela havia sido feita lhe deixava ansioso e nervoso, ansioso por querer sair de lá e nervoso por permanecer lá. Era fechada, mesmo tendo uma boa ventilação e sendo totalmente criada para o conforte de milhões de pessoas, ainda assim soava apertada demais.

Havia tido uma conversa séria com Hoseok e Yoongi, passaram aquelas duas semanas se aproximando mais, e quando soube que estavam prestes a virem para o Instituto os chamou para transparecerem tudo, e ainda tinha muitas coisas que gostaria de dizer aos dois, e queria ter certeza da resposta rápida que Hoseok o deu quando o puxou para longe do veículo nervosamente no momento em que se preparava para entrar e partir com os traidores para Empédocles.

— Azul, Tae. — Sussurrou em seu ouvido em meio ao abraço que lhe deu.

Quando Hoseok se afastou de si pôde perceber o olhar de Yoongi sobre eles, analisava-os cuidadosamente, mas isso logo chegou ao fim quando o mais velho foi até ele lhe deixando novamente, percebeu os dois Dragões trocarem rápidas palavras, o primeiro citado parecia bem decidido e cobrava algo do segundo, Taehyung sabia o que era, mas não podia acreditar, era muito bom para ser realmente aquilo.

Uma cor nunca havia significado tanto para ele, na verdade o mesmo que deu dois grandes significados a duas cores.

— Você não pode ser rápido no que vai dizer, Taehyung? — Yoongi perguntou afobado, era uma das poucas vezes que deixava todas as suas emoções transparecerem. 

— Eu realmente gostaria de passar um tempo com você, Tae, mas temos que nos organizar. — Hoseok sorriu acolhedor.

— Vai ser rápido, sim. — O príncipe se ajeitou melhor onde estava sentado. — O amarelo é se você não gosta e o azul é se você gosta. — Decretou tirando expressões confusas dos dois garotos a sua frente.

— Como? — Yoongi questionou calmo começando a prestar mais atenção ao que Taehyung dizia, já começava a ter uma ideia para onde aquilo iria.

— Se gostam ou não de mim. — Explicou revirando os olhos com a lerdeza de ambos.

— Ah, Tae... — Hoseok ficou levemente vermelho, realmente não esperava algo daquilo, mesmo que soubesse sobre os sentimentos do rapaz, era difícil imaginar que eram verdadeiros.

— Já conversamos sobre isso. — Yoongi resmungou. 

— Tudo bem, vocês podem pensar antes de me responderem. — Sorriu compreensivo e então levantou-se olhando ao redor. — Espero que seja rápido e, principalmente, sincero. — Se aproximou de ambos e sem que pudessem prever selou os lábios a cada um deles.

E depois disso ele esperou pacientemente pelas respostas, só obtendo uma, e mesmo assim ainda duvidava que havia ouvido corretamente, precisava falar com Hoseok novamente, e dessa vez pressionar Yoongi, mas ele sabia que na verdade só queria ouvir novamente a palavra azul sair da boca de Hoseok e manter as esperanças de que também sairia da boca do Dragão da Água.

Seus pensamentos foram cortados pela porta se abrindo e consequentemente foi empurrado com força para trás, ela foi fechada pelo homem que entrou com uma bandeja repleta de alimento, Taehyung sabia que nem Yang Mi e nem Jimin receberiam a comida, ele ainda tinha aquela mordomia de ser filho de um rei. E com esse pensamento algo lhe voltou a mente. Seu pai estava ali e sabia que estava preso, aquele velho insuportável e odioso.

Antes que pudesse tomar qualquer atitude contra aquele homem, o mesmo se retirou, sem antes dizer que logo seus amiguinhos iriam se juntar a ele, provavelmente se referia a Jimin e Yang Mi, aliás, pensando bem, naquele momento, se questionou se eles estavam bem, pelo jeito sim, então manteria um pouco de comida para os dois.

Yang Mi, diferente dos dois rapazes que estavam completamente sozinhos em seus cantos, ela recebeu a ilustre visita do gato esquisito que um dia pertenceu a Taehyung. Ela simplesmente foi jogada em um dos inúmeros vestiários femininos que o Instituto possuía, provavelmente ele não era mais tão usado como antes. Os homens que estavam vigiando-a ficaram do lado de fora entre conversas e altas gargalhadas, aquilo lhe irritava profundamente, mas sua linha de raciocínio foi cortada quando o gato surgi do telhado meio voando e meio caindo.

— Eu realmente gostaria que você fosse embora, sabe. — Falou baixo para o gato que se levantou ficando na pose de educado que possuía. — Eu meio que te vi morto a uns dias atrás, não faz muito tempo, pra ser sincera.

— Shion não morreu! — Retrucou irritado enquanto observava suas roupas e as limpava. — Morreu, mas não como deveria. — Estalou a língua soltando um miado estranho.

— Ah, ficou insatisfeito com sua morte e voltou pra caçar outra? Legal, cara, mas não me meta nesse seu plano. — Retrucou cruzando os braços debochada.

— Shion não está aqui para discutir com mentes pequenas. — O gato provocou recebendo um olhar ofendido. — Fique com isso. — Entregou uma pequena adaga para ela. — Shion não pode falar com Jimin já que tem muitas pessoas perto dele e nem com TaeTae já que ele está em um lugar alto e bem mais vigiado. — Reclamou emburrado. 

— Pra que isso me ajudaria? — Perguntou Observando a pequena arma.

— Tem uma esfera de comunicação bem pequena, é essa pedra que parece um rubi. — Mostrou. — Eu tenho que voltar para passar informações de como tudo está aqui, quando chegar lá você vai poder falar com eles. — Explicou preparado para sair.

— Shion, espera. — Yang Mi se aproximou rapidamente. — Por que machucou o Taehyung? Ele confiou em você.

— Eles disseram... — O gato puxou o ar com força dando dois passos para trás. — Disseram para o Shion que isso ia deixar o TaeTae seguro, que ele não ia se machucar. — Revelou com a voz sentida. — Eles mentiram, fizeram eu aprender a dominar os fios verdes para machucar pessoas boas.

— Eles sempre mentem. — Yang Mi acariciou as orelhas do felino com cuidado. — E o que são esses fios verdes? — Perguntou interessada.

— Shion não sabia até minutos antes, é almaki! — Revelou mais animado. — Shion não havia prestado atenção, mas é uma das formas pura do almaki, existem muitas, por exemplo, a do Dragão da Água, é uma forma pura, ele recebe um dom especial, mas tem que pagar com algo, é a maneira certa de se utilizar o almaki pura, mas então tem essa forma, aquela que está apenas para sugar tudo. — Contou cruzando os braços.

— Você acha que isso seria... sabe, o pentagrama da cidade de Rotas. — Começou meio indecisa.

— A quinta ponta? — O gato levantou as orelhas e mexeu-as alerta ao barulho que a porta fazia. — Shion não acredita que um poder que machuca pessoas possa ser importante e puro. — Declarou antes de rapidamente alçar voou e sair dali.

— Vamos, garota. — Um dos homens que a levou ali apareceu lhe puxando com força para fora. — Vai poder ver seus amiguinhos.

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Jungkook se jogou em uma das camas improvisadas do acampamento, haviam acabado de chegar e já estavam se preparando para ir de encontro ao Instituto, Yoongi e Hoseok estavam bem mais machucados que os outros então estavam tendo seus curativos sendo feitos primeiro, Akihito junto a Namjoon e Jin se afastaram para terem uma conversa franca sobre como poderiam criar uma nova ofensiva contra aqueles enormes muros, sabia que daqui a pouco ambos os três viriam até si para lhe integrar naquela conversa.

Baekhyun conversava ansioso com Chanyeol, o príncipe questionava a todo momento sobre seu irmão e se possuíam alguma informação de dentro do Instituto, mas o mais novo nada sabia responder, mesmo que tentasse acalmar o homem ainda assim era difícil, era compreensivo acima de tudo, sabia que a situação desesperadora iria requerer pessoas desesperadas.

— Como está se sentindo? — Um dos soldados que tinha maior conhecimento sobre medicina perguntou a si quando se aproximou.

— Cansado, apenas. — Respondeu dando de ombros e voltando a observar todo o acampamento.

— Coma alguma coisa, talvez algumas ervas para a dor ajude. — Receitou enquanto afastava a manga da blusa cumprida para ver os machucados causados pela recente briga, mas foi repelido ao tocar.

— Estou bem, sério. — Falou levantando-se enquanto ajeitava sua roupa.

Jungkook se afastou suspirando pesadamente, observou o contorno dos muros distantes, o sol iria se pôr em exatamente duas horas, demoraram muito para chegar atá ali, não contavam que teriam mais problemas que o esperado, não queria nem imaginar como os outros estariam lá dentro, aquilo apenas lhe irritava, Toda aquela situação de não saber o que estava acontecendo, de sentir que tudo estava fora de controle lhe ansiava, eles haviam planejado tudo minunciosamente, mas era tão frustrante ver que sua mãe sempre estaria um passo a frente.

De todas as vezes que desejou seu irmão por perto essa era a que soava mais desesperadora, e isso remetia a culpa, todas vezes que pensava em Kishan, porque sentia que naquela noite poderia ter feito alguma coisa para mudar tudo, talvez uma decisão que fosse tomada diferente, porque se até um pequeno grão de areia fazia uma grande diferença, por que suas ações naquela noite não fariam também? Mas o que deveria ser mudado? Nem ele mesmo conseguiria descobrir.

Observou Yoongi alimentar seus dois cachorros enquanto afagava ambos, o Dragão da Água tinha um olhar distante, Jungkook tinha certeza que ele sabia o que aconteceria naquele dia, pelo menos não tudo, mas o essencial para ele mesmo, porque, aparentemente, tudo que ele vinha fazendo desde então era agir como se estivesse se despendido e aquilo lhe assustava, Jungkook já imaginava que Yoongi estava querendo ir embora depois que tudo acabasse, e depois das palavras de Akihito teve certeza disso.

— O que pretende fazer quando tudo acabar? — Perguntou ao se aproximar do Dragão de Água e pôde notar que cada vez mais seus cabelos estavam brancos, aquilo sim o assustava verdadeiramente.

— Não tenho nada em mente. — Respondeu levantando-se após terminar de dar água aos cachorros. — Está muito confiante com o final de tudo pela pergunta. — O rapaz brincou dando um pequeno sorriso.

— Akihito disso que eu deveria crer mais em mim mesmo, não é? Pois estou crendo, e de acordo com tudo que sei iremos acabar com isso de uma vez. — Respondeu dando de ombros. 

— Estou feliz que finalmente esteja confiando plenamente em si mesmo. — O Min comentou observando os outros rapazes. — Você sabe que devemos muito a você, desde crianças, mesmo que tenha sido um porre te aturar. — Falou recebendo um aceno de volta. — Te colocamos como nosso líder, você sabe, porque sempre que decide algo fica conosco do começo ao fim, sempre foi disso que precisávamos, enquanto sempre eramos largados pela nossas famílias para mais um dia feliz na casa dos Jeon você era o púnico que não nos largava. — Yoongi sorriu tristemente.

— Ah, que clima pesado. — Hoseok reclamou se aproximando junto a Namjoon. — Estão falando sobre o que? — Perguntou vendo o Dragão o Ar passar o braço ao redor do pescoço de Yoongi apenas para implicar com a altura do mesmo.

— Estou falando de nossa infância. — O mais baixo entre eles respondeu. — E percebo que alguns de nós não mudou nem um pouco. — Estalou a língua fingindo decepção.

— Ih, você também não mudou nada, continua do mesmo tamanho e falando da mesma forma chata. — Namjoon reclamou.

— É o oráculo. — Jungkook debochou usando o apelido de quando eram crianças.

— Vão pro inferno. — O Min fechou a expressão chutando Namjoon com força o fazendo soltar-se de si.

— Aliás, como você ainda está acordado? — Hoseok perguntou lembrando-se que o amigo adorava dormir mais do que era necessário.

— Vão se foder. — Se afastou deles enquanto levantava o dedo do meio.

— Alguns não mudaram nem um pouco. — Namjoon gritou tentando imitar a voz de Yoongi.

— Precisamos ir. — Akihito disse ao se aproximar e todos ficaram sérios. — Shion está aqui falando com Lee Geon e Baekhyun. — Informou fazendo um sinal para ser seguido. — Os fios verdes que eles usam é almaki, eu meio que já desconfiava.

— Almaki? Desde quando ele é assim? — Jungkook perguntou tentando se lembrar de alguma aula que falasse sobre aquilo.

— É uma das formas pura dele, como a de Yoongi. — Explicou rapidamente ao que pararam em frente a uma tenda. — Shion vai lhes explicar tudo mais detalhadamente.

Mesmo não confiando tanto assim no gato alado, todos entraram para escutar o que ele tinha a dizer, Hoseok foi um daqueles que mais deixou na cara sua insatisfação por estar no mesmo ambiente que o suposto traidor, mas quando as explicações começaram a chegar a tensão foi deixada de lado, claro que houve muitas interrupções de Baekhyun querendo saber sobre o irmão, Shion respondia a todas, mas logo voltava ao foco principal do assunto.

Quando tudo foi esclarecido, Jungkook esperou que todos saíssem pouco a pouco da tenda para falar com Shion pessoalmente e com mais privacidade.

— Você viu Jimin? — Perguntou deixando finalmente toda sua preocupação vir a tona.

— Ele estava sendo levado para o antigo dormitório por sua mãe. — Revelou e viu um olhar de raiva surgir no rosto do Dragão do Fogo. — Mas ela não vai machucá-lo mais. — Deu alguns passos para trás ao receber mais um olhar furioso.

— Machucá-lo mais? — Perguntou ameaçador querendo saber de toda a história.

— Jungkook. — A voz de Jin cortou a tensão que se instalava. — Não é hora para criar mais problemas, vamos entrar, preciso que você fique no comando. — Decretou começando a puxá-lo para fora.

— E Akihito? Eu quero procurar Jimin. — Resmungou tentando se soltar.

— Primeiro problemas realmente sérios, depois Jimin. — Retrucou. — Você vai ser o próximo governante, foi criado a vida inteira para isso, assuma suas responsabilidades. — Mandou o empurrando com força pelo ombro.

Jungkook o olhou longamente, os punhos fechados ao lado do corpo, o maxilar moveu-se deixando claro que estava prestes a retrucar, mas segurou-se sabendo que aquilo não os levaria a lugar algum. Começou a caminhar em direção a um grupo reunido mais a frente, Akihito estava entre aquelas pessoas, conversava seriamente com eles, quando viu a aproximação do Dragão do Fogo suspirou aliviado e pasosu a andar na direção do mesmo.

— Você conhece melhor o Instituto, deve ter uma noção de como poderíamos entrar agora que possuí soldados. — Abordou o rapaz parando-o.

— Poderíamos já ter entrado, estamos perdendo tempo pensando em uma nova entrada, se não podemos entrar lá calmamente como antes então iremos derrubar esses muros. — Jungkook falou revirando os olhos. — Aqueles que tem almaki da terra podem ficar em posições altas, eles podem derrubar os muros com mais facilidade, Jin e Namjoon podem organizar dois grupos para conter a poeira que vai subir e mandá-la de volta para eles, vamos ter a visão ao nosso favor.

— E então os almakins da água e fogo se preocupam com o ataque direto. — Akihito sorriu com a constatação.

— Exatamente. — Assentiu e ambos se separaram para repassarem a informação.

Em poucos minutos os almakins juntos a soldados da Cidade da meia Noite estavam ao redor dos muros do Instituto, Hoseok instruiu aqueles que tinham almaki da terra para ficarem atrás dos grupos de Jin e Namjoon, logo a frente grupos concentrados de pessoas com almaki da água e fogo eram seguidos de perto por Jungkook, Akihito e Yoongi, o último sempre acompanhado de seus cachorros. 

— Estamos com a defesa. — Hoseok gritou levantando o braço direito sem se preocupar em ser ouvido, Jin e Namjoon mais a frente repetiram seu gesto e então uma enorme porção de terra levantou-se, tudo tremeu pela enorme pressão feita por todos os almakins da terra e por fim os muros passaram a ruir.

E como dito uma nuvem enorme de poeira passou a subir, os almakins do ar se concentraram em mantê-la lá, parada, apenas esperando um comando positivo de Jin e Namjoon. Os estudantes dentro dos muros agora caídos arregalaram os olhos entrando em pânico, os soldados da guarda real de Mileto apressaram-se junto a rebeldes em direção aquilo, era óbvio que uma ou duas pessoas sozinhas não fariam aquilo, usar tanto almaki daquela maneira era pedir para morrer.

Quando a fronte dos soldados se lançaram contra a poeira foram jogados para fora pela pressão exercida pelos almakins, os rebeldes que possuíam almaki passaram a tentar tomar o controle daquelas pequenas partículas, Jungkook gritou um "Ei" bem alto e Jin abriu uma passagem para o mesmo em direção ao Institutto, Akihito e Yoongi apenas levantaram a mão sendo respondidos logo depois com passagens livres. E foram seguidos pelos outros.

Os segundos que se prosseguiram depois da entrada foi cheio de explosões e gritos, Jin e Namjoon deram ordens para a poeira ser dissipada e então se preocuparam em manter a defesa intacta, já Hoseok não perderia aquela luta de maneira alguma, passou a responsabilidade para um dos almakins perto de si e criou enormes blocos de terra lançando-se no meio do confronto, bem onde havia um grupo de soldados reais. Ao cair ali não mediu força para lançá-los longe e após isso os enterrar vivos.

Akihito e Yoongi seguiram lado a lado em direção ao refeitório, onde o Dragão Real disse ser o melhor ponto para começarem a tomada do local por completo, enormes esferas de água eram lançadas em direção aqueles que tentavam pará-los, os soldados possuíam armas, mas nada que realmente atrapalhasse. O único empecilho verdadeiro foi quando rebeldes que possuíam o domínio sobre os fios verdes encurralaram-os com mais alguns soldados.

Min, um dos cachorros rosnou sendo seguido de Yoongi, o dono levantou a mão direita fazendo com que parassem sendo obedecido, Akihito então girou em torno de si mesmo criando um enorme rastro de água assim que fios verdes passaram a vir em suas direções. o Dragão Real levantou um paredão de água para ajudar no manuseio da mesma e manter a retaguarda sua e do responsável da Cidade da Meia Noite segura.

Todos aos poucos foram afastados, obviamente que acabaram sofrendo alguns arranhões, na verdade Yoongi foi atingido por um tiro de raspão em seu braço, nada com que precisasse se preocupar, mas seu agressor foi atacado por um de seus cachorros, o animal de pelagem extremamente branca surgiu com o focinho e grande parte do rosto sujo de sangue.

— Que adorável. — Akihito sorriu acariciando atrás da orelha do animal que balançou o rabo feliz com o carinho.

Jungkook seguia para o caminho do prédios de aula, chamas cresciam ao seu redor o protegendo e logo depois se alastravam em direção a outras partes do pátio, sua mão levemente afastou-se de seu corpo, delicadas chamas de fogo passaram a sair da mesma e se entrelaçarem formando um bastão relativamente grande e no exato momento em que este ficou pronto suas chamas foram separadas dando passagem a uma pessoa muito bem conhecida por si.

— Desde quando a Senhora Jeon trás os atores secundários para o palco principal? — Jungkook indagou dando um sorriso irônico ao que seu primo distante lançou-se sobre si com chamas ao seu redor.

O Dragão ascendeu sua mão livre e conseguiu dominar as chamas criadas pelo primo fazendo com que elas virassem na direção do mais novo que desviou de maneira quase fácil, então levantou seu bastão acertando-o com força no rosto do mesmo que cambaleou para trás, levantou um emaranhado de chamas que se alastraram rápidas na direção do menino que pulou para o lado e rolou após perder o equilíbrio.

— Quando você for finalmente descartado um novo Dragão irá subir ao Parlamento. — O garoto se pronunciou e Jungkook estreitou o olhar voltando a atacá-lo com mais empenho tendo muitas de suas tentativas bem sucedidas.

— Como quer se tornar um Dragão se nem consegue vencer do atual? — Indagou empurrando com o pé contra o chão. — Eu quase matei meu irmão quando o título foi passado para mim em uma cerimônia formal, Jeon Kishan quase foi morto por mim mesmo. 

O garoto sorriu ironicamente e se desvencilhou do mais velho atacando-o com esferas de fogo enormes, deu investidas fortes fazendo com que Jungkook cambaleasse e usasse o bastão para se segurar.

— Eu matei a maioria daqueles soldados da floresta de Sunsety, acha mesmo que... — Antes que terminasse de falar abriu a boca buscando desesperado pelo ar que simplesmente parecia sair de seus pulmões. Tossiu com força sentindo-se sufocado e caiu de joelhos no chão levando a mão a garganta e sentindo-a queimar.

— Fui criado com eles. — Namjoon comentou despreocupadamente ao se aproximar, o olhar carregado de fúria, mais sua expressão estava estranhamente calma. — Eu adoraria brincar com ele mais um pouco. — O Dragão do Ar voltou-se para Jungkook que apenas ponderou o assunto.

— Faça como quiser, aliás, não acho que ele tenha feito tudo sozinho, tenho certeza que Kronar organizou um grupo bem seleto. — O mais novo comentou e sorriu. — Eu adoraria ficar e presenciar o acerto de contas, mas tenho as minhas próprias para tratar, e preciso achar Jimin.

— O vilashi? — O outro Jeon questionou assim que Namjoon o deixou respirar, mas não podia fazer muita coisa contra os outros dois, sentia que uma forte pressão era exercida sobre si e correntes elétricas corriam por seu corpo, o segredo da família Kim era impressionante, ele deveria admitir.

— Sabe onde ele está? — Jungkook se aproximou rapidamente o puxando para cima pelo pescoço sem se importar com as correntes elétricas.

— Morto, provavelmente. — Deu de ombros enquanto sorria presunçoso. 

— Não dê ouvidos a esse idiota. — Namjoon falou assim que viu Jungkook se preparar para machucá-lo mais. — Jimin é uma garantia, assim como Tae e Yang Mi, é óbvio que estão vivos, vá atrás deles e me deixe resolver meus assuntos. — Mandou e assim que Jungkook sumiu em um salto para o meio dos prédios de aulas o Dragão do Ar se aproximou do Jeon mais novo. — Agora, me diga quem estava com você na Floresta de Sunsety.

Enquanto Jungkook procurava por Jimin, o mesmo se encontrava buscando uma forma de sair daquela sala fechada e agora abafada, as janelas de vidros estavam entrelaçadas por fios verdes possibilitando apenas que vissem o enorme conflito que se seguia um pouco distante deles, o garoto reconheceu Jin envolto por raios luminosos enquanto usava-os para queimar alguns soldados, pôde presenciar o momento em que o refeitório explodiu fazendo com que os destroços voassem longe.

— Yoongi não havia entrado ali? — Taehyung indagou desesperado.

— Ele saiu, não saiu? — Yang Mi, que parecia a mais tranquila entre os dois, perguntou retoricamente. — Oh! Olha ele ali! Com o Aki! — Gritou animada e passou a berrar o nome dos dois, obviamente em vão, a sala foi isolada acusticamente por um almakin do ar.

— Deixe eu tentar abrir com meu almaki. — Taehyung voltou a implorar.

— Não, e se tiver alunos nesse prédio? E se não conseguirmos sair? É perigoso, temos que ser cuidadosos. — Jimin retrucou ainda tentando buscar uma forma de sair.

— Ah, qual é! Até pouco tempo atrás esses mesmos alunos que você tenta proteger estavam batendo em você! — Taehyung resmungou sentindo-se mais irritado que o normal.

— Mas eu não quero ser igual a eles! — Jimin virou-se irritado. — Porque eu sei o quão ruim tudo aquilo foi e não ousaria levantar a mão propositalmente a eles, se eu puder evitar que mais pessoas saiam machucadas, eu vou evitar. — Declarou duramente.

Antes que Taehyung pudesse retrucar a porta, que antes estava também envolta por fios verdes, abriu-se vagarosamente, os três se colocaram em posição de defesa, as respirações aceleradas e Jimin ascendeu suas mãos em grandes chamas. Amon estava parado em frente a mesma, era visível alguns machucados por seu corpo e as roupas rasgadas e chamuscadas, os três viram atrás dele alguns corpos caídos, provavelmente daqueles que os mantinham presos ali.

— Vocês precisam ser rápidos. — O rapaz avisou e deu as costas a eles passando a ir em direção as escadas.

Os três se olharam e correram em direção a porta, Jimin foi o último a sair e notou os fios se desfazendo das janelas, provavelmente porque aqueles que os dominavam deveriam estar mortos naquele momento. Suspirou alcançando Yang Mi e Taehyung e passaram a descer os degraus de três em três, assim que pararam no andar de baixo viram a enorme quantidade de alunos saindo das salas de aula ou entrando nas mesmas assustados, havia uma pequena porcentagem daqueles que estavam calmos e se organizavam em ajudar os desesperados.

— Vou atrás de Yoongi e Hoseok! — Taehyung gritou e quebrou uma das enormes janelas lançando-se para o solo, mas antes de realmente o atingir fez com que um enorme bloco subisse e lhe aparasse.

— Esse garoto é incrível. — Yang Mi resmungou seguindo o menino.

Jimin respirou profundamente, passou a correr pelo extenso corredor olhando pela janela se achava Jungkook em alguma parte do pátio ou até mesmo do ar, ele necessitava vê-lo, saber se estava bem e o que deveria fazer ou pelo menos o que realmente estava acontecendo. E então algo lhe acometeu, uma estranha sensação de já ter visto aquilo tudo, diminuiu o ritmo de sua corrida e observou rebeldes cercando o prédio. Sua mente estalou e parou onde estava, andou até a vidraça e buscou pelo mesmo andar do prédio a frente. O terceiro. Onde Jungkook o olhava sem fôlego. 

Ambos se olharam e o Dragão do Fogo sorriu e, em uma açaõa que assustou Jimin, quebrou a enorme janela jogando-se para o chão. Os rebeldes que estavam cercando o prédio e até mesmo tentando entrar no mesmo se assustaram quando chamas passaram a lhes encurralar, muitos que possuíam almaki da água ainda tentaram escapar, mas o líquido evaporava pela alta temperatura e criava um vapor denso que prejudicava a visão.

— O que diabos ainda faz aqui? — Jimin se assustou quando Amon lhe puxou pelo braço em direção as escadas.

— Eu que gostaria de saber o que você está fazendo. — O vilashi puxou seu braço do aperto com força. — Qual é o seu problema? — Questionou parando completamente de andar assim que alcançaram o segundo andar.

— Estou ajudando, tudo bem? Algumas coisas aconteceram aqui no instituto desde aquele incêndio causado a mando de Kronar. — Amon olhou para os lados rapidamente se certificando de que estavam seguros, graças a correria desenfreada dos alunos iriam permanecer por mais alguns minutos. — Alguns alunos do Instituto tinham pais que sabiam do Jogo dos Domínios.

— Os assuntos voam. 

— Sim. E principalmente depois de tudo que aconteceu em Rotas, todos começaram a sentir necessidade de questionar mais sobre o governo, essas famílias que sabiam sobre o que estava acontecendo decidiram juntar-se aos ideias dos Dragões e passaram a espalhar isso de maneira sutil, acabou que seus filhos aderiram a isso e logo o pensamento cresceu aqui. — Amon desviou o olhar, parecia envergonhado. — Sei que não é o momento mais propício, mas sinto muito pelo que fiz com você, eles abriram meus olhos para isso, foi um pouco difícil me inteirar no assunto.

— Sem problemas. — Jimin murmurou assentindo. — Fico feliz que esteja nos ajudando. — Comentou olhando para o pátio em chamas. — Mas é melhor irmos logo, vi Jungkook ali fora agora mesmo. — Sorriu e passou a correr junto a Amon.

— Se me permite perguntar, o que tem entre vocês dois? — O rapaz questionou percebendo o quão vazio o prédio ficava ao alcançarem o primeiro andar.

— Somos amigos. — O vilashi sorriu desconfortável.

— Sei.

Antes que Jimin pudesse rebater aquele comentário debochado uma explosão os jogou longe, cada uma para uma direção diferente, meio atordoado o vilashi se levantou a tempo de escapar de uma investida de um rebelde. Estava tonto, mas mesmo assim conseguiu se defender com facilidade, mesmo que não conseguisse recobrar todos os seus sentidos, parecia que algo apitava insistente em seus ouvidos não permitindo que escutasse qualquer outro som. 

Quando se recuperou totalmente, depois de ser lançado mais duas vezes em um curto intervalo de tempo alguns metros longe, pôde atacar o rebelde, que passou a ser auxiliado por uma dezena de outros. Era covardia, o Park notava aquilo, mas percebia o desespero deles, mesmo que estivessem em mais número que os outros ainda assim não conseguiam contra a boa organização.

Jimin se livrou deles depois de muitas complicações, seu braço passou a doer quando um dos rebeldes, que possuía almaki da terra, o forçou contra o solo esmagando-o com um punhado de terra. Sabia que não havia lesionado nenhum osso, mas mesmo assim estava difícil mantê-lo erguido.

— Jimin! — Taehyung gritou do alto de um prédio ao lado de Hoseok e Shion. 

O vilashi até cogitou a ideia de ir até lá, mas precisava achar Jungkook novamente e com esse pensamento correu na direção do prédio que estava antes, pelo caminho pôde reconhecer alguns moradores da Vila Godan e de outras semelhantes, aquilo realmente lhe surpreendeu, não tinha a mínima ideia de que estava sendo auxiliados por eles. Antes que pudesse continuar seu caminho o prédio simplesmente desabou com um impacto que sofreu, arregalou os olhos ao ver Jin surgir dos escombros enquanto flutuava para cima levando um enorme homem pelo pescoço.

O Kim mais velho tinha um sorriso sádico no rosto, ao encontrar Namjoon com um dos membros distante da família Jeon conseguiu descobrir quem realmente matou seu irmão de sangue, passou a procurá-lo entre todo aquele conflito e quando o achou não poupou esforços em lhe bater, na verdade o pegou desprevenido, as espada, que muito provavelmente foi usada para matar Kyungsoo estava agora em uma de suas mãos enquanto a outra segurava com força o pescoço do homem.

Seu corpo doía pelo forte impacto contra o prédio, agora todo destruído, mas aquilo não lhe importava, não quando tinha o assassino de seu irmão em suas mãos. Concentrou-se e passou uma enorme descarga elétrica para o grandão que grunhiu debatendo-se, mas com medo, afinal, estavam flutuando a bons metros do chão.

— Eu espero que tenha aproveitado muito bem tudo isso. — Jin sussurrou seriamente e sorriu voando rapidamente para o alto para então lançar o corpo com força contra o chão utilizando de seu almaki para fazer pressão no mesmo.

O baque do corpo foi enorme, uma cratera se formou onde o mesmo foi lançado, quem se aproximasse do corpo poderia ver facilmente o estado deplorável que o mesmo ficou por conta da altura e impacto. Jin olhava tudo lá de cima, a poeira abaixando lentamente enquanto o conflito ainda ocorria, largou então a enorme espada que caiu poucos metros longe do corpo. Suspirou passando a mão entre os fios escuros e trincou o maxilar observando tudo ao redor, percebeu Namjoon mais afastados de todos e foi até o mesmo.

— Sinto muito. — O Dragão do Ar o abraçou assim que pousou ao seu lado.

— Eu também. — Jin murmurou retribuindo o abraço. 

— Ei! — Lee Geon surgiu correndo na direção de ambos. — Encontramos Kronar e o Rei de Mileto. — Avisou e então Hoseok e Taehyung chegaram correndo lado a lado.

— Shion está perto deles para nos manter informados da posição, Jungkook está indo até lá junto a Akihito. — Taehyung informou sentindo-se mais animado.

— E Yoongi? — Jin indagou preocupado.

— Jungkook pediu para ele ir atrás de Jimin. — Yang Mi avisou assim que apareceu ao lado de Lee Geon. — Temos que ir até Kronar logo, é óbvio que ela tem soldados para ajudá-la. — Alertou seriamente.

— Não podemos esperar por eles? — Taehyung indagou sendo forçado a ir por Hoseok.

— Está tudo bem, Yoongi vai vir rápido e com Jimin em segurança. — O Dragão da Terra sorriu acariciando delicadamente a mão do príncipe.

Yoongi, bem distante daquela parte do Instituto, buscava por Jimin, estava cansado e seus cachorros ao seu lado também compartilhavam do mesmo sentimento. Sorriu quando avistou o vilashi se safando de mais um grupo de rebeldes e soldados armados. Haviam poucos confrontos ocorrendo dispersos pela propriedade do local, Yoongi sabia que agora o que realmente iria ocorrer, o ato principal, seria longe dali, do outro lado da propriedade.

— Temos que ir logo. — O Dragão da Água puxou Jimin aliviado para perto de si. — Acharam Kronar. — Informou.

— Pelo menos isso. — O Park sorriu sentindo todo seu corpo doer. — Eu não sei se tenho forças para continuar isso por muito tempo, sinto que estou esgotando meu almaki. — Revelou.

Antes que Yoongi respondesse ambas as atenções foram levadas para enorme chamas que se chocaram no ar criando uma enorme esfera de calor. O Dragão do Ar soube naquele exato momento que Jungkook havia achado Kronar, temia pela segurança do amigo, mesmo sabendo que não poderia interferir naquilo, afinal, era um problema que o mesmo deveria resolver de uma vez.

Por estarem concentrados na destruição que ocorria distante dali, que seria algo bonito de se ver naquela noite, que logo dava espaço para a madrugada, se não fosse algo de vida ou morte, não perceberam um grupo de rebeldes que possuíam almaki da terra se aproximarem, quando notaram estavam sendo soterrados vivos.

Jimin se desesperou por não poder enxergar nada, seus olhos ardiam pela terra e seu corpo sentia-se agoniado pelo espaço totalmente apertado, prender a respiração e tentar usar seu almaki para lhe ajudar foi o que restou. Já o Min sabia o que fazer, sua mente clareou e de maneira serena fez com que enormes cristais de gelo subissem de onde estava para a superfície, conseguiu infiltrar água pelo solo e localizou Jimin quase perto de si, pôde ajudar o garoto subir a superfície com um cristal de gelo arredondado e quando já se encontravam bem puderam ver que foram carregado por toda aquela terra próximos do confronto entre Kronar e Jungkook, mas não teriam a chance de presenciá-lo, não quando Yoongi foi jogado contra um dos prédios que haviam ali e Jimin puxado novamente para o meio da terra, mas dessa vez o mais novo conseguiu se livrar daquilo por si mesmo.

O vilashi correu em direção ao prédio levantando um enorme paredão de chamas e lançando-as em direção ao grupo de rebeldes que se aproximava, encontrou Yoongi no terceiro andar ainda meio zonzo, ajudou-o a se levantar no exato momento em que um dos rebeldes levantou um bloco de terra e atravessou a janela os atacando, só não contava que Min, um dos cachorros, o seguisse pelo bloco e pulasse m si raivosamente. O animal agarrou o ombro do mesmo no salto, os dois foram ao chão e o homem buscava se defender de todas as maneiras possíveis, e em um momento de desespero alcançou uma adaga que estava em sua cintura e fincou na barriga do animal que guinchou dolorosamente e se afastou.

— Saia daqui. — Yoongi mandou soltando-se de Jimin que olhava a cena de Min cambaleando ferido até eles embasbacado.

— Min. — Correu até o animal desesperado e arrancou a adaga do mesmo recebendo um grunhido em troca.

— Vai embora, Jimin! — Yoongi gritou quando sentiu todo o prédio tremer. Seu outro cachorro surgiu pela escada afobado.

Jimin estava perdido, ouviu mais um barulho de explosão, com certeza partindo de Kronar e Jungkook, e novamente o prédio em que estavam tremeu, Min resfolegou enquanto caia no chão buscando desesperado por ar, seu pulmão enxia-se de sangue pouco a pouco. Yoongi trincou o maxilar desviando o olhar da cena, mas forçou-se a correr até eles e puxar o vilashi, que estava agarrado ao animal, para longe. 

— Você precisa sair daqui antes que tudo piore. — Mandou novamente e Jimin arfou.

Tudo aconteceu lentamente, enquanto Jimin tentava voltar para pegar Min, quem ainda estava vivo, e Yoongi que não queria sair de perto do amigo de longa data, o Dragão da Água não teve escolha se não empurrar o vilashi com força para o lado, em direção as janelas de vidro, quando o prédio passou a ruir. O Park ainda conseguiu se segurar assustado em uma das batentes da janela, mas não pode evitar machucar-se mais com a queda, alguns destroços do prédio caíram sobre si lhe deixando tonto por longos minutos.

Quando recobrou a consciência retirou alguns escombros de cima de si e levantou-se andando meio torto em direção ao resto do que era o prédio, seus olhos queimaram pelas lágrimas, estava tudo escuro, apenas clareava vez ou outra pelas chamas trocadas por Kronar e Jungkook, um desespero abatia o garoto, precisava achar Yoongi, por isso, sem pensar duas vezes passou a revirar tudo aquilo, achou uma parte mais elevado e quando conseguiu retirar boa parte dos escombros pôde visualizar três cristais de gelo um sobre o outro servindo de precária proteção para o corpo que se encontrava caído ali.

Jimin se apressou em conseguir entrar no meio daquilo tudo, não conseguia passar pelos cristais, mas pôde puxar a mão de Yoongi para mais perto se certificando de que o mesmo possuía pulso, suspirou aliviado quando o mais velho abriu minimamente os olhos, passou o olhar buscando por ferimentos e realmente os achando, principalmente um enorme corte na lateral do abdômen do mesmo, havia muito sangue por ali, seu desespero apenas voltou a crescer.

— Tira isso. — Jimin murmurou referindo-se aos critais de gelo enquanto apertava a mão de Yoongi.

O Dragão da Água comprimiu os lábios e olhou ao redor, visualizou Min e Yoongi caídos um ao lado do outro, viu que com dificuldade o segundo citado lambeu levemente o primeiro e passou a rastejar em sua direção. Sua cabeça estava pesando e tudo doía, conseguia sentir o aperto de Jimin em sua mão e ouvia apenas o som de sua voz, ele falava desesperado consigo.

— Vai dar tudo certo. — Yoongi resmungou sentindo o focinho gelado de seu cachorro em contato com sua mão livre. — Gosta de diplomatas, Jimin? — Perguntou virando o rosto levemente na direção do vilashi que o olhava preocupado.

— Temos que te tirar daqui. — Jimin repetiu a mesma frase que dizia enquanto Yoongi parecia não lhe ouvir.

— Ah, eu queria ter ido naquela reunião com Hoseok no começo do ano, sabe? — Resmungou estalando a língua. — Também faz um bom tempo que não vejo meus pais, sinto falta deles, e dos meus avós. — Comentou grunhindo de dor. — E tem aqueles livros que eu tenho que terminar.

— Vai ter muito tempo de ir se me ajudar! — Jimin gritou segurando com as duas mãos o braço de Yoongi.

— E eu escolheria azul. — Sussurrou arrancando uma expressão confusa de Jimin. — Se eu realmente tivesse tempo eu escolheria azul para o Tae sem pensar duas vezes. — Sorriu deixando que algumas lágrimas escorressem de seus olhos que adquiriram uma coloração totalmente azul.

Os cabelos tomaram uma coloração branca e logo as lágrimas cessaram, Jimin trincou o maxilar chamando o nome de Yoongi baixinho, arfou encolhendo-se quando ouviu mais uma explosão, abaixou a cabeça e seus olhos queimaram permitindo que as lágrimas saíssem, assustou-se quando foi puxado para frente, seus olhos focaram-se com dificuldade em Yoongi que estava apiado no outro braço agora com os olhos em uma coloração normal.

— Esfregue isso na cara de Jungkook por mim. — Murmurou fracamente e então, com dificuldade, selou seus lábios aos de Jimin.

O vilashi fechou os olhos sentindo o contato casto, segurou a gola de Yoongi quando sentiu o corpo do mesmo pesar para trás, separou-se do mesmo o vendo com os olhos fechados serenamente, deixou um soluço escapar enquanto voltava a chamá-lo baixinho, como um mantra, como se ele realmente fosse lhe responder.

Depois de longos minutos tudo parecia ter cessado, não era ouvido nem mais gritos ou barulho de explosões, na verdade era possível ouvir os chamados de Taehyung de longe, decidiu que era a hora de sair dali, soltou lentamente a gola do corpo de Yoongi que escorregou lentamente para trás, soltar a mão do mesmo fez com que mais lágrimas teimassem em cair. Levantou-se e saiu com dificuldade dos escombros, finalmente sentia seu corpo doer por completo, era possível até dizer que havia muitos cortes que ainda sangravam.

Passou a andar para onde a voz de Taehyung soava, agora junto a de Yang Mi. Eles estavam um pouco longe, perto de onde os veículos aéreos pousavam, estavam todos ali, localizou Taehyung sorrindo e acenando aliviado para si, muitos soldados do reino de Mileto pareciam terem sido rendidos, o Rei de Mileto estava ajoelhado junto a Kronar que possuía diversos machucados pelo corpo, estava atada por fios verdes, estes que eram controlados por Shion. Jungkook estava sentado ofegante na grama, sorriu meio cansado para si quando o viu.

— Onde você estava? — Taehyung perguntou assim que se aproximou de todos eles. — Onde está Yoongi? Alimentando os cachorros?

— Certeza que ele sabia como tudo ia terminar. — Hoseok sorriu orgulhoso do amigo.

— Ganhamos! — Yang Mi comemorou com uma dancinha um pouco difícil já que estava dolorida tanto quanto os outros.

Entre todos Akihito era o único que estava sério pela chegada só de Jimin.

— Se ele... — A voz de Jimin falhou quando começou a falhar, todos ficaram em silêncio. — Ele escolheria azul se pudesse. — Disse a Taehyung que o olhou confuso.

— Quem disse isso? — Hoseok perguntou tendo uma ideia. 

— Yoongi, há alguns minutos atrás. — Respondeu observando o gramado todo queimado.

— Eh! — Taehyung sorriu dando alguns pulinhos. — Cadê ele?! — Perguntou tocando os ombros do mais baixo animado.

Jimin se encolheu e levou o antebraço em direção ao rosto para esconder as lágrimas, Taehyung se afastou ao notar aquilo, queria fazer mais perguntas, mas apenas se manteve quieto, confuso e principalmente preocupado. Hoseok entendeu o que havia acontecido, apertou os olhos puxando o ar com força.

— Onde está Yoongi? — Namjoon perguntou arfando ao ver a forma que Hoseok ficou. — Jimin!

— Ele não tirou os cristais! — O vilashi gritou assustando a todos, Jungkook se levantou com dificuldade e o amparou quando cambaleou para o lado. — Aquele idiota! O prédio caiu e, querem saber, todos tinham razão. Ele sabia, sabia o que ia acontecer! — Começou a se embolar nas palavras.

Taehyung arregalou os olhos e observou o último prédio a cair e sem pensar duas vezes correu em direção ao mesmo logo sendo seguido por Baekhyun e Hoseok, os outros apenas continuaram em estado de choque, Jin virou o rosto para o lado ao ouvir a risada debochada que Kronar soltou ao entender o que estava acontecendo.

— Por que ela ainda está viva? — Jin indagou irritado.

— Porque ela precisa resolver os assuntos que tem com outros domínios. — Jungkook resmungou ainda meio aéreo. — Pretendo fazer ela viver o máximo possível para conviver com a derrota. — Falou observando Jimin se encolher contra seu corpo.

Jungkook ouviu um grito ao longe, era Taehyung, viu Jin finalmente passar andar rápido em direção ao grito, Namjoon apenas fechou os olhos engolindo em seco, umideceu os lábios e então fitou o Dragão do Fogo que parecia distante.

— Não sinto que essa vitória tenha sido satisfatória. — Yang Mi sussurrou abraçando o próprio corpo.

— Nada é satisfatório quando nós perdemos. — Akihito murmurou vendo Jungkook assentir.

— Pelo menos teremos a certeza de que daqui para frente tudo vai estar em ordem. — O Jeon sussurrou lembrando-se da luta de poucos minuos atrás que teve com sua progenitora, das palavras de raiva direcionadas a si.

Quando finalmente a encontrou não poupou seu almaki, atacou-a com toda a fúria que estava guardada dentro de si, a mesma se defendeu fazendo com que as chamas formassem uma enorme esfera de calor, ambos passaram a se atacar sem pausas enquanto os outros mantinham os soldados ocupados, até mesmo Baekhyun entrou em um confronto com o próprio pai, mas o que realmente estava causando estragou no ambiente era as investidas de Kronar e Jungkook. Nenhum dos dois pareciam suscetíveis a perderem, ambos com ideais opostos.

— Me mate! — A mulher gritou assim que se viu sem forças para enfrentar o filho.— Vamos, não é isso que tanto quer? — Questionou provocativa, mesmo ali, de joelhos, ainda mantinha sua pose de presunção.

— Não é isso que eu devo fazer, mesmo que queria. — Jungkook resmungou ofegando. — Vou manter você viva, tem muitas coisas para resolver ainda, quero que viva sabendo que matou seu próprio filho que foi derrotado pelo outro. — Informou e deu um aceno em direção a Shion que comandou os fios verdes para prenderem-na. — Soren tem muitas coisas para acertar com você.

O Dragão do Fogo fechou os olhos querendo esquecer daqueles minutos passados, afundo a cabeça no pescoço de Jimin que estava abraçado a si, não tinha mais necessidade de pensar naquilo tudo, estava acabado, afinal, haviam conseguido, perdendo muitas pessoas importantes e grande parte de seus tempos ond epoderiam aproveitar normalmente, mas ainda assim valia a pena, Jungkook sentia, que mesmo que tivesse se prejudicado em muitas partes, poderia dar um futuro melhor para milhares de pessoas.

— Espero que possamos mantes boas relações. — Akihito falou quando se aproximou mais. — Espero, de coração, que Empédocles possa manter as portas abertas para Napier e outros domínios.

— Tem minha palavra. — O Dragão esticou o braço e ambos trocaram um firme aperto de mãos.

Aquele era o começo de um novo tempo.


Notas Finais


Primeiramente leiam essa oneshot maravilhosa: https://spiritfanfics.com/historia/branco-perolado-9263162
Envolve o universo de Harry Potter, quem gosta vai sacar quando se passa a história <3

Segundamente (mesmo que numerais não possam formar advérbios eu continuarei utilizando segundamente, terceiramente, independente do que os críticos super famosos dizem), eu sinto muito pelas perdas.

Enfim, estamos no fim, praticamente, eu sinto meus dedos digitando as palavras do último capítulo, não sei quando sai, talvez ainda nessa semana, mas vai sair, eu provavelmente vou enrolar para escrever já que isso significa uma despedida dessa fanfic, e eu, sinceramente, gostaria de continuar escrevendo-a, mas sei que devo dar logo um final, até porque o fim dela já deveria ter chegado em junho, mas minha criatividade e vontade eram zero.
Eu já quero começar a agradecer desde agora por todos que acompanharam, favoritaram e comentaram, foi um incentivo, e muitas vezes me senti culpada pela demora em escrever, mas de qualquer forma eu agradeço imensamente a vocês e espero que cada palavra tenha valido a pena. Obrigada, de verdade.


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