1. Spirit Fanfics >
  2. Empty >
  3. Uma concha vazia

História Empty - Uma concha vazia


Escrita por: Bruh-1-4-3

Notas do Autor


Olá \o/
Faz tanto tempo que não posto nada aqui ... Peço perdão a todos que esperam a conclusão de Destino ç_ç
Resolvi voltar com essa OS bem qualquer coisa porque a inspiração bateu e eu não pude ignorá-la.
Tive muitos problemas nesse tempo que fiquei sumida e sinto que tem muito de mim nesse Mino depressivo em fim de relacionamento haha
Empty é uma música linda e deu no que deu. Saiu essa coisa aqui ._.
Espero que curtam de qualquer forma e deixei explicações nas notas finais.
;*

Capítulo 1 - Uma concha vazia


Fanfic / Fanfiction Empty - Uma concha vazia

A xícara intocada em cima da mesa grande demais para o simples objeto refletia a calmaria disfarçada que habitava o moreno de olhar perdido. O café que nem sequer fora experimentado esfriava a cada minuto em que ele continuava a fitar o nada. A lâmpada apagada, a forma como os utensílios da cozinha estavam dispostos, os azulejos claros e até mesmo o rejunte que os uniam pareciam muito interessantes de se observarem, quase como um ritual que repetia-se todas as manhãs. 

No rádio que sempre era ligado por mero reflexo, afinal ele nunca preocupou-se em realmente escutar o que quer fosse, podia-se ouvir as palavras sofridas de uma música melancólica que já não o atingia mais. Fazia bastante tempo que o trabalho, a vida e as pessoas passaram a serem nada para o rapaz alto de pele morena, cabelos extremamente escuros e olhos sem brilho.

 

"Depois de acordar do sonho que era você,

essa manhã de realidade se parece tão vazia.

Assim que encaro a manhã,

eu percebo mais uma vez.

O que me acorda não é você, mas o sinal do despertador."

 

Mesmo que os meses passassem, ele jamais esqueceria-se de uma lembrança sequer. Desde a primeira vez que havia visto a bela garota de sorriso inocente vestindo roupas casuais e segurando um copo com algo que descobriu ser café após semanas de conversas triviais repletas de gargalhadas e o tão bom humor que ele adorava.

Quando tudo virou uma memória distante?

Um suspiro sofrido escapou dos lábios frios e sua expressão tornou-se ácida, temerosa. Ele odiava retornar àqueles momentos. Dias ensolarados nos quais encontravam-se durante as manhãs, onde o rapaz diria um "bom dia" simpático e perderia-se alguns segundos no repuxar que a boca dela mostrava ao sorrir, para só então respondê-lo.

Como esquecer as bochechas rosadas, seus dedos delicados ao apertarem o cachecol contra o pescoço e a suavidade de sua pele quando, por acaso, as mãos tocavam-se ao procurarem pelo guardanapo ao mesmo tempo? 

Quebrado. Sem conserto. Vazio era como sentia-se.

Ele mantinha cada detalhe bem vivo em sua mente paralisada no passado. Como se a chuva que caía do lado de fora não fosse o suficiente para causar-lhe tremores, um sorriso seco brotou em seu rosto cansado. O café ainda esfriando bem à sua frente.

 

"Acabou, meu amor.

Onde está você?

Agora nós somos só memorias."

 

Tornando-se lentamente um admirador das íris âmbares adornadas pelos longos cílios. Ela era como uma esplêndida pintura. Uma obra de arte esculpida com tamanho cuidado. Aos poucos seus joelhos cederam aos simplórios encantos da pequena garota.

Quantos dias mais teria que suportar aquilo? O notável sentimento de que a vida passa a não fazer sentido quando perdemos o que mais desejamos.

As mãos trêmulas bagunçaram os fios castanhos em um ágil movimento, tentando dissipar a raiva. Ele levantou-se da cadeira sem nem experimentar do gosto amargo do café e rumou para o quarto, deixando o som de seus passos pesados ecoarem por aquele apartamento escuro e gelado. O som da música que preenchia o ambiente da cozinha tornou-se um ruído baixo enquanto ele batia a porta causando um estrondoso barulho.

O corpo de proporções perfeitas afundou-se no colchão da cama e o garoto passou a encarar o teto. As pernas e braços esticados mantinham-se imóveis. Não existia ninguém ali para tocar com suas mãos, antes, gentis ou para enroscar os pés e deixar a cabeça repousar lentamente em seu pescoço, apreciando o perfume que era entorpecente aos seus sentidos.

Dedos masculinos percorreram os lençóis captando a textura do lugar que um dia dividiu com ela. Pouco a pouco, seus olhos fecharam-se e foi como mergulhar em um sonho. Lábios tímidos que tocaram-se num primeiro beijo retraído, antecipando o momento em que ele seguraria a delicada cintura feminina de forma possessiva, a mão livre prenderia os cabelos ditando o ritmo que as bocas deveriam seguir, os corpos procurariam por contato, as peles emanariam aquele calor excitante e aconchegante de se estar com quem tanto desejou.

"Mino, ah ..."

Seria a palavra que escaparia dos lábios vermelhos da menor assim que conseguisse normalizar um pouco de sua respiração acelerada. Mino cairia de um precipício direto no mar turbulento de emoções da garota de meias coloridas e rosto angelical. Sua perdição.

Mino revirou-se na cama e praguejou, desferindo um soco no travesseiro abaixo de si. Aquela cama era tão grande sem ela que havia ido embora. Só que nada disso impediria que as lembranças permanecessem. Sua doce garota, a única que conseguia deixá-lo fora de si, insano por querer mais e mais a cada vez que apenas as paredes daquele quarto tornavam-se testemunhas de sua incondicional paixão.

Ela era dele. Seus olhares, seus sorrisos, seus toques. Cada beijo era dele, cada palavra de amor e até mesmo as de ódio quando brigavam, sua pele macia, suas coxas firmes e atléticas, sua cintura de tamanho ideal para que ele prendesse-na e puxasse o corpo feminino contra si, seus seios fartos, seu pescoço longo que merecia as marcas que recebeu. Ela tinha que continuar sendo dele.

Possuía a certeza que, apesar de seus defeitos, os dias felizes superaram os desentendimentos. Não mediu esforços para colocá-la em primeiro lugar. O que havia dado errado? Uma briga seria capaz de acabar com todas as promessas?

"Mino, ah!"

Não conseguia conter o temperamento explosivo seguido do tapa que receberia no braço por rir de sua confusão enquanto tentava preparar um jantar diferente. Ela era assim e o "assim" era perfeito para Mino. No final, acabariam por desistir da cozinha e terminariam a noite abraçados no sofá desfrutando de cafés quentes e incessantes carinhos. Quando pertenciam-se.

Socou o travesseiro novamente e uma lágrima indesejada escapou, fazendo um caminho por sua bochecha. Ele era sensível demais para que não se permitisse chorar. Talvez conseguisse aliviar a dor dessa forma.

Ele cobriu o rosto com ambas as mãos e um soluço saiu do fundo de sua garganta, algo que tentava prender porque odiava sentir-se fraco. Mino não sabia como seguir em frente. Estava cheio de estar vazio.

Seus lábios tremeram de frio devido ao clima do Inverno e, também, por conta de seu choro. Antigamente, ele teria braços que o amparariam, mas tudo o que teria agora era um quarto repleto de nada e o doloroso sentimento de abandono.

"Mino? Ah?"

O tom preocupado faria seu corpo relaxar e um sorriso de canto enfeitar a bela face masculina. Ela nunca deixava de se importar com a saúde de seu amado e toda vez que o tempo esfriava, redobrava a atenção para que ele não adoecesse. Mino era como um bebê em corpo de homem e jamais perdia a chance de tê-la cuidando de si.

Outra lágrima.

Sua mente gritava a súplica incessante de seu coração, aquela que dizia para que fosse atrás dela. Mais do que tudo, não queria permanecer nem mais um dia longe daquela que povoava todos os seus sonhos e pesadelos. Se ela o visse daquela forma devastada o que faria? Surgiriam chances para que resolvessem os problemas?

Sem conter a impaciência ele levantou-se, andando apressado do quarto para a sala. Não fazia ideia de que rumo seguir, apenas se deixava levar por seus impulsos. Nada tinha sentido sem ela ao seu lado.

Avistou uma garrafa perdida em meio às folhas espalhadas no piso extremamente gelado. Secou o rosto de forma bruta com as costas das mãos e abriu aquela garrafa repleta de poção do esquecimento. Ultimamente, o álcool tornou-se a fuga do labirinto que era sua mente perturbada. Uma concha vazia é o que ele era. Um covarde fugindo de seus pesares.

Mino debochou dele próprio, chutou uma almofada caída no chão e sorriu sarcástico aproveitando do primeiro gole da bebida que desceu queimando sua garganta.

"Não beba além da conta."

Aquela voz ecoava em sua cabeça tirando sua paz. Ela sempre fora responsável, afinal.

Mais um riso seguido de um gole. Mino estava pouco se fodendo para o que a garota pensaria agora. Sentir-se miserável foi o que ela deixou para ele, sendo assim, beber seria o seu remédio.

O rapaz deixou-se cair sem preocupação no sofá espaçoso, ainda segurando a garrafa perto de seu peito. Comprimiu os olhos e os lábios com força, apertando o objeto desmedidamente até que seus dedos ficassem esbranquiçados. Quantas foram as vezes em que acabaram por adormecer ali mesmo? Nunca esqueceria-se das sedutoras pernas ao redor de sua cintura enquanto tirava as vestes dela sem pudor algum e distribuía selares e sucções pelo corpo esguio. Deliciava-se ao senti-la arrepiar-se ao seus toques estimulantes, ao vê-la jogar a cabeça para trás e escutar seu nome sendo proferido com prazer.

Um gole seguido de outro e mais uma almofada jogada em algum canto.

Mino não sabia dizer quanto tempo passou, mas o fato de não chover mais do lado de fora indicava que perdeu algumas horas sentado naquele sofá enquanto lamentava-se de forma patética por não ter conseguido fazê-la ficar. Deveria ter corrido atrás da dona de seu coração imaturo?

Cansado e com os olhos inchados ele foi até ao banheiro. Observou o deplorável reflexo de si mesmo no espelho e buscou alguns remédios que guardava ali. Sem eles não pegaria no sono.

Depois de tomar um dos comprimidos, retornou à cozinha para desligar o rádio antes que algum dos vizinhos reclamasse. Ele caminhava devagar, os passos vacilantes devido à bebida, e a expressão fechada que passou a habitar suas feições. Uma dura expressão que faria quem não o conhecesse pensar  que ele estava com mau humor permanente. O que não deixava de ser mentira.

 

"Só uma memória, eu era feliz

(eu era feliz).

Não me esqueça (não me esqueça)."

 

O aparelho foi desligado e toda a casa caiu em profundo silêncio. Mentalmente, ele contou os passos que estava dando de volta para o quarto até que um arrepio desconhecido tomou-lhe a espinha e o barulho da campainha adentrou por seus ouvidos duvidosos. Mino já não tinha tanta certeza sobre o que era real e o que não era.

Sem escolha, ele rumou para a porta, tocou a maçaneta com calma e girou a chave. Levantou o rosto para que pudesse ver seu visitante surpresa e engoliu a saliva como se um gato arranhasse seu interior.

Ela sorriu-lhe fraco, juntou ambas as mãos, incerta sobre a reação dele, e deu um passo para trás.

Algo bateu acelerado no peito de Mino e uma voz ecoou em sua mente. Outra vez.

A garota deu mais um passo para trás, mas antes que se afastasse mais alguns centímetros ele a puxou pelo braço, girou ambos os corpos para dentro do apartamento e, sem hesitar, colou os lábios aos dela com força. A saudade esmagadora de sentir aquele gosto.

 

"Vamos nos encontrar de novo."


Notas Finais


Gostaram? E aí? Não sei se ainda levo jeito pra coisa rs
Não quis terminar o capítulo de Destino pra não colocar esse tipo de sentimento já que a fic está em um momento delicado com toda a treta que o chinês está causando '-'
Também não sei se essa OS vai agradar e se eu vou fazer algum bônus de continuação pra saber como foi o reencontro (se notarem bem o tal "reencontro" pode ser apenas ilusão da mente embriagada dele kk) ... Enfim, perdoem a imensa demora.
Ainda não voltei definitivamente, mas as ideias andam surgindo aos poucos e creio que isso seja bom <3
Estou com coisas pela metade do Lay, TVXQ, projetos pra iKon, Monsta X e vários grupos que andei acompanhando hehe
Isso sem esquecer de finalizar Destino e voltar com Moinho Vermelho (ambos os capítulos já iniciados).
Minha ideia era postar a OS na "Keep Dreaming", mas o spirit baniu fanfics do gênero. Uma pena =/
Até a próxima
;*

Créditos da capa: http://king-mino.tumblr.com/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...