História Empty Heart - Capítulo Único

Empty Heart

Vazia em meio a mais pura escuridão, note-se o irónico daquela frase.

Tentar manter-se firme, mesmo em meio aquele sentimento desolador e um sorriso que a mantivesse estável e aos que estavam a sua volta, essa era a sua rotina de havia meses.

Isso e pensar em tudo que havia acontecido até então…

Ela que havia-se tentado livrar da própria escuridão, mas é algo que nunca se pode correr pelo menos não para sempre, tudo faz parte de nós…

Tudo…o bom e o ruim, Evil Queen fazia parte de Regina Mills, tal como a Regina Mills faz parte da Evil Queen, infelizmente isso era a verdade por mais dura que fosse.

Já não sentia muita coisa, depois do baque de tudo que tinha acontecido, ela via o que tinha, tirando Henry e o amor de família…ela podia dizer que tinha mais do que merecia, mas faltava algo…seu coração estava em luto mais uma vez, de novo a dor da mais amarga perda.

O amor de sua vida havia-lhe sido retirado, Robin havia ido, com aquele sorriso e expressão amável que tanto amava nele. A sua alma gémea havia ido, tal como seu primeiro amor.

Havia aquele espaço oco que estava tão dolorosamente vazio, do que antes era preenchido do amor mais bonito e dolorido por tudo que havia sucedido.

Ele havia-se sacrificado por ela, havia morrido por ela… logo por ela…

Regina encarava o copo de Whisky na sua frente, no bar da Granny’s, esperando que os seus meninos viessem do colégio, era uma boa rotina, tentando evitar que seus pensamentos fossem nessa direcção novamente, mas era impossível por mais que tentasse.

A sua mente insistia em torturá-la a cada minuto e segundo com lembranças que não retornavam mais.

E, vindo com o uniforme do colégio e com o olhar bem triste e distraído, vinha Rolland acompanhado de Henry que havia apresentado para ele, a escola de Storybrooke.

Rolland era a imagem viva de seu pai, não tanto na aparência mas naquele rosto decidido e olhos bem diretos e amáveis, ao vê-la, ele abrira um pequeno sorriso, podia dizer-se principalmente que eram eles dois que ainda não a havia feito desistir de tudo e entregar-se ao que mesmo bem baixo, ressoava no seu coração, pois havia sempre aquela ponta negra querendo despontar novamente, retornar de novo.

Nada lhe dizia, somente aproximava-se e abraçava. Era uma pequena rotina e mania dele, que ela amava que o pequeno fizesse consigo, olhando para Henry depositara-lhe um beijo na fronte, que ele retribuirá, após tudo que sucedera, ele não lhe deixava sozinha um segundo que fosse.

Ela sentia-se imensamente grata, por isso.

Pela porta , entrava Emma e atrás, com um olhar meio cauteloso na direcção dela, Hook limitara-se a fazer um esforço enorme e dar um sorriso , que quem a conhecia, tal como a loira, sabia que era mais doloroso do que se fosse encontrada, chorando.

Aquele conhecimento e aquele companheirismo, ela sentia-se agradecida,  apesar de tudo que havia passado e que ela havia feito com seus pais, que eram os que quase nunca a deixavam sozinha um segundo, sempre convidando para almoçar ou jantar, isso era incrível e comovia-a.

 E metade daquela cidade, detinha solidariedade para com ela, ainda lhe tinham raiva pelo que sucedera antes.

Mas ela perguntava-se, que preço ela tinha que continuar pagando, mais e mais uma vez sentir seu coração esmagado e não fisicamente.

Seus pensamentos foram interrompidos, pela loira que notara que ela havia ficado alheia e meio séria.

_Regina…esta tudo bem?

_Sim…olá Emma, Hook…Henry vem ficar comigo e Rolland , passar a noite lá em casa, espero que não se importe…

_Não, que tenham uma noite agradável, vou só leva-los para ver o Neal, eles haviam pedido, depois, trago-os de volta- Ela limitara-se a assentir concordando, e…Regina…

Regina voltara seu olhar para a Salvadora, pensando no que ela poderia ainda ter para lhe dizer, abrira e fechara a boca novamente, como se tivesse pensado melhor e não dizer nada.

Ficara na porta do Granny’s, despedindo-se de todos e falando um até já, para Rolland e Henry, ela ficara vendo-os sumir de sua visão, juntamente com os outros,pagara o seu drink e saira de lá, sozinha e ia novamente no local que era também parte de sua rotina, havia meses.

O cemitério de Storybrooke…

Quando lá chegara, fora andando vagarosamente perto daquele túmulo amaldiçoado, onde estava escrito o que ela mais odiava.

“Aqui jaz Robin de Locksley…”

E novamente, ela deixava-se cair de joelhos sob o tumulo dele e corriam as lágrimas que teimavam em cair ao sempre defrontar-se com a cruel realidade de que ele já não estava mais ali com ela, ele estava morto e tão distante dela, quanto seria possível.

E sempre lhe vinha com maior força, aquele vazio doloroso no lugar onde o amor dele antes preenchia tudo.

Será que ele havia resolvido tudo antes de ir? Será que estaria no Submundo? Ela preferia não pensar nessas questões mas sempre lhe assombravam constantemente e não lhe davam paz.

Um toque no ombro despertara para o facto de que não estava sozinha, isso cortava a rotina e quando olhara para trás, a surpresa mesmo que leve tomara conta de suas suaves feições. Era Zelena com a pequena Robin, que assim fora homenageada em honra de seu pai.

_Zelena?

_Novamente, aqui Regina?

Ela desviara o olhar de sua irmã, não conseguia dizer muita coisa ou dizer algo que contrariasse o que aquela pergunta trazia além do “ Novamente, aqui Regina? “

_ E você, veio hoje?

_Precisava mostrar para Robin, recordar todos os dias… o pai incrível que ela tinha, e bem senti necessidade de vir aqui…

Regina ouvia tudo que a irmã falava, não podia evitar que leve sorriso tomasse conta de suas faces rubras do choro de há pouco.

_Faz bem…

_Tal como você, tia dela vai contar muito mais para ela…

Regina tocara as mãos da pequena que estava com quase um ano, desviara o olhar para a sua irmã sabendo que não estava sendo fácil também para ela, toda aquela nova situação, além de Hades e toda sua nova adaptação a Storybrooke, ser mãe solteira não era fácil, ela sabia.

_ Com certeza…

_Irmã, não está na hora?

Aquela era a derradeira pergunta que ela fazia-se sempre, cada vez que vinha naquele local e sempre repetia aquele atormentador ritual. Não estava na hora de ir em frente?

Quando ia responder, algo assustador percorrera sua alma e coração, arrepiando-lhe o corpo, como se o seu instinto lhe dissesse que não estavam sozinhas e ao olhar para trás, vira seu espelho mas bem mais cruel.

E ela pelo menos, naquele momento, não estava certa de que ir em frente, era o certo quando seu passado todo lhe aparecia na frente na sua mais perfeita forma e rejubilando do seu sofrimento.

Mas algo que o seu amor por Robin havia-lhe ensinado, era que persistir e tentar sempre dar o seu melhor, conseguir correr da escuridão que ameaçava voltar era a batalha que valia a pena lutar e sempre vencer, porque o amor estava presente na sua vida, o amor de família, o amor de seus filhos e principalmente, o amor de sua vida que havia dado a sua vida por ela.

Ela tinha que honrá-lo e iria afrontar o que fosse, nem que fosse ela mesma para conseguir.