Dia 19
07:36
Peguei minha xícara cheia do líquido preto, a fim de esquentar o meu ser interior. Eu estava mais gelado do que nunca. Droga, Flávia.
Encarei o notebook intocado há dois dias. Meus amigos disseram que era coisa da minha cabeça e que, provavelmente, estava tudo bem com a dona do eletrônico.
Como explicar para eles que eu sentia a dor transbordando de cada palavra dela? Porra, ela só tinha 16 anos e, pelo o que notei, estava sofrendo muito mais do que devia. Eu só queria... ajudá-la.
Em um impulso, abri o objeto sobre minha cama e fui direto no atalho do documento word.
"Dia 5: Eu gritei com meus pais. Eu nunca havia gritado com eles... Me sinto livre.
Consigo, pela primeira vez, ver que eles notaram que eu estou sob pressão e preciso do apoio deles.
Céus, eles podem se odiar, eu não me importo. Mas, qual o problema em se unirem e reconhecerem que eu estou cada dia me afundando mais?
Por que eles preferem entender tudo errado, preferem supor que eu estou bem, ao invés de assumir que sou apenas uma adolescente conturbada?"
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