Rafael Lange
Dia 14
17:00
Eu detestava aviões, mas, particularmente, nesse voo, sentia uma ansiedade descomunal, como se tudo estivesse prestes a mudar. Talvez fosse coisa da minha cabeça, entretanto, meu corpo discordava.
Levantei de tão ansioso que estava e fui até o banheiro. Andei rápido até meu corpo entrar em contato com outro. Segurei o ser humano antes que ele caísse devido a trombada.
— Me desculpa — se apressou a dizer. Era claramente uma menina, sua voz dócil, mas parecia machucada.
— Não peça, é minha culpa— respondi a menina. Meus olhos encontraram a escuridão dos dela, então seu cabelo azul me chamou atenção. Voltei a encarar os belos olhos escuros, até que notei: ela estava chorando.
— Você pode me soltar, por favor? — ela apontou para minhas mãos, que ainda seguravam seu corpo frágil. Ela não me olhou nos olhos.
— Tá tudo bem? — disse, sem a soltar.
— Não, não está. Posso voltar pro meu lugar? — ela se mexeu, soltando-se de mim. A menina saiu atordoada, de cabeça baixa e sumiu do meu campo se visão.
Foi aí que meu nervosismo fez sentido. Ela mudaria tudo.
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