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História En Canto Qualquer - Um encanto qualquer.


Escrita por: ellasanto

Notas do Autor


Eu peguei de surpresa com esse sendo o último capítulo, certo?

"En Canto, Qualquer" foi uma das histórias mais importantes para mim com relação a crescimento, entendimento de quem sou, do que quero e do que sou capaz de fazer. Eu entendi que nem sempre, por mais que duas pessoas se gostem, elas podem ficar juntas e, nem tudo, acaba bem como em livros. Mas, às vezes, sim. Aprendi que não podemos culpar os outros pelas nossas falhas decisões, somos nós os responsáveis e os monstros de nossa própria existência. Não é preciso extravasar em acontecimentos extremos, quando sabemos bem que a vida por si só pode ser bem complicada.
A nossa mente cria. A nossa mente nos trai. A nossa mente nos educa. Mas nada do que ela imagina poderia ser melhor do que realmente é o viver, o se permitir e o deixar ser feliz. Então, viva! E sinta essa boa sensação que é o coração batendo dentro do peito. Nem tudo é sorrisos, nem tudo é felicidade... Mas também nem tudo é tristeza.
Somos falhos, mas somos donos da nossa própria vida. Então, como diz RuPaul, se você não se amar, como irá amar outra pessoa?

Capítulo 20 - Um encanto qualquer.


Fanfic / Fanfiction En Canto Qualquer - Um encanto qualquer.

The Cure – Fran Coem♪

— Isso é loucura... — Bufou trêmula, dando dois passos para trás para ir embora, quando a porta abriu.

O oxigênio se esvaiu daquele lugar, tanto para Regina, quanto para a loira parada na porta. Os olhos esverdeados se abriram imediatamente ao ver quem estava ali e todo seu corpo reagiu imediatamente. Esperaria qualquer um, esperaria Lily, Rose, até mesmo sua mãe, mas nunca, nunca, Regina.

Apertou a maçaneta, como se buscasse forças para despejar tudo que tinha vontade de despejar em cima daquela que vinha sendo sua ruína. Poderia questionar como ela conseguiu entrar, se tinha ideia do horário ou o porquê que estava ali. Mas nada saía de seus lábios, nem mesmo a raiva que sentiu; nada conseguia ser assimilado, muito menos dito.

O olhar correu por cada detalhe daquele corpo ainda emoldurado pelo vestido que tanto prendeu sua atenção naquela noite. Prendeu-se na respiração descompassada que ela tinha, fazendo com que seu peito se movimentasse rapidamente; perdeu-se nos ombros, pescoço, boca, até que chegou aos olhos e assim se perdeu por completo.

“Então, amor, me diga sim e eu lhe darei tudo. Então, amor, me diga sim e eu serei toda sua esta noite. Então, amor, me diga sim e eu lhe darei tudo... Eu estarei ao seu lado.”

— Emma... — Era para ser um sussurro, mas saiu exasperada, fazendo Regina travar o impulso de seu caminhar rumo à baixista.

Teve vontade de jogar-se nos braços da loira, teve vontade de esquecer tudo e simplesmente tomá-la com seus lábios, mas Swan parecia estar aterrorizada. Regina tinha tanto medo de suas emoções a levarem ao fracasso, que preferiu ficar onde estava – numa distância segura da baixista –, controlando todo seu nervosismo.

— Ok, é... Hum, eu não planejei estar aqui, não, não mesmo... E se você tem que culpar alguém por te acordar e ser inconveniente, esse alguém é Zelena e aquelas... — fechou as mãos e os olhos, tentando alinhar seu raciocínio. — E-eu pensei em te ligar e... E... Você estava com Lily... — retorceu o rosto em desagrado ao mencionar o nome da ex, como se tal nome tivesse um sabor amargo em sua boca. — Não, não é disso que eu vim falar... — Suspirou — Respira Regina...

Emma estava sem reação, completamente inerte ao seu Impossível desembolar frases desconexas – nem tão desconexas assim -, de madrugada na porta de seu apartamento. Os nomes que xingou, os programas de TV que tentou assistir para desligar sua mente... Nada chegou perto daquilo, nada escureceu seus pensamentos como Regina ali.

Impossível, impossível. Devia estar dormindo ou completamente louca. Seria real? Não, não era. Porque se fosse, provavelmente, já teria despejado toda a sua frustração, falado sobre a enorme capacidade que Regina tinha de desestabiliza-la e depois fugir. Teria dito que não há amor e nem admiração que suportaria o que estava suportando.

—... E você estava tão sexy e... não, não, gostosa, isso. E irresistivelmente linda... E eu entendo Lily por não resistir e... — Aquelas palavras despertaram Emma, observando o rosto de Regina corar intensamente e ela se embolar toda. — Meu Deus! O que eu estou falando? — Olhou para Swan, sentindo o rosto queimar, tamanha era a vergonha ao ver os lábios entreabertos da loira, surpresa por cada palavra; por estar ali. — Eu queimei o bolo, — riu sem ânimo — e... Nada faz sentido, certo? O que importa é que eu não sei de onde tirou a ideia de que eu pudesse brincar com você, te usar para me divertir, quando nada do que eu sinto me parece superficial e... — soltou a respiração —... se fosse só para matar a minha curiosidade você não deveria estar cem por cento do tempo na minha cabeça, me fazendo sentir tudo isso que... — Fechou seu cenho, sentindo a raiva tomar conta de sua expressão e entonação. — Então ou você sai de mim ou, ou... Eu não sei como dizer que eu am...

Antes que pudesse completar a frase, Regina sentiu o choque dos lábios macios de Swan contra os seus. Os olhos se arregalaram, o coração saltou e sentiu vontade de gritar para libertar toda a tensão que seu corpo se encontrava. O aperto dos corpos, dos lábios; as respirações presas e os corações acelerados; tudo eclodiu em um gemido de ambas as partes.

E derreteu-se. Sentiu como se desfalecesse nos braços de Emma com seus corpos grudados por toda extensão, com seus lábios sendo deliciosamente encaixado aos dela. Sentiu-se bamba quando Emma tocou sua cintura e pressionou seus corpos; sentiu-se dela.

O mínimo espaço que abriu entre elas foi o suficiente para Regina sentir o chão se abrir e achar que não sobreviveria mais um segundo sem Emma colada em si. Puxou-a com força contra seu corpo, tomando os lábios daquela que tanto amava de forma exigente.

Seu corpo vibrou quando a língua de Swan pediu espaço, sentiu sua pele esquentar e seu corpo implorar por mais, por muito mais. Entraram enroscada uma à outra, entraram sem tempo de seus lábios descolarem, entraram sem saber que de fato entraram.

E quando abriu os olhos, encarando Emma tão entregue e entorpecida como ela, sentiu seu coração bater freneticamente. Estava presa em uma parede qualquer, com a baixista pressionando seu corpo e... Era real. Parou o beijo suavemente, deixando a ponta de seus dedos ainda no queixo de Swan, próximo aos lábios.

Aqueles verdes-azulados se abrindo a ela, com um brilho que nunca tinha visto antes, deu vontade de mergulhar e deixar que aquela imensidão oceânica lhe guiasse para todo o sempre. Era como o encontro das estrelas com o mar, como se Emma pudesse abrigar a noite e o dia de uma só vez.

Regina selou os lábios carinhosamente, pegando um pouco em cima de seu dedo que ainda deslizava pelos lábios da baixista. Beijou o canto dos lábios, o nariz e olhos, beijou-a na testa e deixou seus lábios trilharem o caminho de volta à boca. Arfou tremulamente quando suas línguas tocaram agora com suavidade, numa explosão de carinho, maciez e umidade.

Cor de Marte – Anavitória ♪

Todo o medo que sentiu por tanto tempo, todo o receio que tinha em estar com ela e as inseguranças quanto ao ato, se foram ao sentir as mãos trêmulas de Swan lhe tocar o rosto. Sentia o coração dela batendo forte contra o seu peito, sentia Emma tão mergulhada em sentimentos como ela.

Os delicados dedos da baixista, trêmulos, desenhavam em sua pele, arrastavam-se em conhecimento, enquanto seus lábios se uniam com uma tensa calmaria. Regina se fundiu aos lábios dela provando os seus, chupando-os deliciosamente e gemendo no final do ato – como se ainda não acreditasse que era ela mesma ali.

Explodiriam.

Emma apertou forte a cintura de Regina, como se tentasse controlar toda imensidão de sentimentos; como se tentasse manter-se sã frente o seu maior desejo. A fisioterapeuta sorriu leve, sentindo o coração acelerar ao perceber todo o receio e respeito que a baixista tinha e, com isso, passeou com a ponta do nariz pelo pescoço, se inebriando com o cheiro único e preferido.

Sentiu Emma arfar trêmula em seus braços, a pele alva arrepiar-se com seus toques e buscou, novamente, seus olhos. Viu-os vermelhos, com lágrimas presas e, por um instante, pensou que poderia estar indo longe demais. Mas aqueles lábios finos se curvaram num sorriso doce, chegando aos oceânicos olhos, e Regina, sem aguentar, escorou sua testa à dela, soltando lentamente sua respiração.

— Regina... — Proferiu não como um chamado, mas como uma constatação óbvia que era ela em seus braços.

— Meu encanto... — Sussurrou, deslizando seu nariz pelo dela.

Emma suspirou, apertando-a contra seu corpo e selando os lábios demoradamente. O beijo que a morena lhe entregava, a forma como envolvia seu corpo, tudo aquilo estava indo longe demais. Havia tanto medo de extrapolar os limites de Regina, que não sabia se conseguiria manter-se perto por muito tempo.

Sentia seu corpo em brasa, queimando por cada centímetro tocado por ela; sentia-se estupidamente dela, mesmo sabendo que talvez não devesse sentir. Ainda tinha medo, tinha muito medo.

Swan sentiu seu corpo paralisar quando Regina segurou suas mãos e deixou-as escorrer por todo o decote. Sentia a respiração pesada, arrepios correndo por toda sua espinha e a boca secar quando percebeu que a fisioterapeuta estava se entregando por completo.

Sua. Regina estava deixando ser sua.

Foi inevitável não segurar as mãos da morena que afastaria a roupa, foi inevitável não deixar seu olhar correr por cada centímetro de pele exposta, foi inevitável não sentir a necessidade de ser ela a tirar aquele vestido. E, sem muito pensar, aproximou os lábios da curva do pescoço e chupou, sentindo a textura de sua pele enquanto os lábios escorriam pela vala dos seios.

O corpo da fisioterapeuta se curvava sob sua boca, que descia rumo ao fim do decote. Ouvia a respiração rápida e levantou seu olhar para apreciar uma das vistas mais lindas que teve até ali. Regina tinha um sorriso carregado de malícia, mas com a timidez escondida no rubor de sua face.

Emma sorriu maravilhada e, quando se pôs de pé, Regina a puxou de uma só vez, beijando-a com todo desejo que explodia por cada partícula de seu ser. Seus dedos apertaram com força os braços de Emma, escorriam até a cintura e a pressionava contra seu corpo. Segurou a blusa de Swan firmemente entre os dedos, controlando seu desejo de arrancá-la de uma só vez.

— Céus! — Emma suspirou sôfrega, mordendo os lábios da morena. — Eu quero roubar você pra mim e nunca mais te deixar sair daqui. — Falou de uma só vez, com a voz entrecortada pela respiração.

— Não tem como roubar algo que já é seu.

Emma, olhando nos olhos negros, não se segurou mais e tomou os lábios dela com força. Sentindo Regina arrancar sua blusa de dentro da saia de cós alto e a tirar do seu corpo. Sentiu seu rosto queimar, quando o olhar dela passeou pelos seus seios, firmes em um sutiã também branco; e seus sentidos se deturparam de vez ao vê-la lamber os lábios de desejo.

Ah Regina!

E, ali, explodiram.

Entre tropeços e roupas largadas no chão, caíram na cama apenas com suas peças íntimas. Sentiam-se tão quentes, tão entregues, uma à outra que as preocupações se dissiparam em algum momento. As mãos trabalhavam em harmonia na hora de arrancar o que restava em seus corpos e gemeram juntas quando seus corpos se fundiram.

Sweet – Cigarrettes After Sex ♪

Os lábios se encontravam a cada respiro, seus corpos se apertavam e roçavam numa dança extremamente prazerosa. Mas Emma travou os braços da morena na cama e a olhou nos olhos, como se ainda tentasse buscar algum vestígio de ser um sonho, de não passar de mais uma traição da sua mente.

O olhar correu pelo corpo moreno, apreciando cada centímetro, cada detalhe que a afetava completamente. E sorriu. Emma poderia se derramar facilmente em deleite daquela mulher.

— Você é linda... — Sussurrou, voltando seu olhar para os olhos negros. — Tão linda... — Selou os lábios carinhosamente. — Eu devo estar sonhando... — Riu baixo.

Regina largou a timidez e curvou seu corpo em busca de contato com o de Swan, que prontamente cedeu e, olhando-a nos olhos, pressionou sua coxa no centro molhado da loira, vendo-a gemer e apertá-la ainda mais. Esfregou-se calmamente, torturando-a e apreciando os lábios mordidos.

— Isso se parece com um sonho, Emma? — Disse com a voz rouca, escorrendo os lábios para a orelha e soltando ainda mais baixo. — Eu quero você... — segurou a mão da baixista e levou-a até seu sexo extremamente lubrificado. — É real Emma, e você pode sentir o quanto... Se deixe em mim...

— Regina... — Gemeu sôfrega por tamanha excitação, quase se derramando na coxa que continuava a se esfregar em seu sexo.

Surpreendida. Regina sempre a surpreenderia.

Emma passeou com seus lábios até os seios de Regina e abocanhou o direito, fazendo a morena gemer seu nome, enquanto sugava, mordiscava e brincava com o mamilo entumecido. Seus dedos conheciam cada parte da vagina, se aventuravam com movimentos tortuosos no nervo rígido, e fizeram Regina quase derreter-se ao penetrarem em seu sexo quente.

A fisioterapeuta apertava os braços de Swan, gemia contra seus lábios frios, mordiscava-os, lambia-os e se contorcia ao senti-la novamente em seus seios. Não conseguia imaginar um momento que sentiu tanto prazer como ali, quando o sexo de Swan se esfregava em sua coxa e ainda a dominava por completo, conhecendo cada centímetro de seu corpo com a boca e mãos.

Ouvindo as gemidos abafados e rápidos, o corpo moreno em espasmos sob o seu, as unhas lhe arranhando, Emma não aguentou. Seu corpo explodiu junto com o de Regina e a beijou imediatamente, buscando naqueles lábios frios a confirmação de tudo que acontecera ali.

Não era um sonho, era o seu impossível surpreendendo-a mais uma vez. Era o encanto qualquer, por alguém qualquer, tomando seu espaço em um canto qualquer de sua cama e da sua vida.

*

Beijos suaves eram depositados nos ombros de Emma, enquanto sentia seu corpo entrelaçado ao dela sentadas no meio da cama, num movimento suave e prazeroso. Seus dedos passeavam por cada centímetro daquela pele alva, tão quente e macia, que gostaria de fazer morada todos os dias.

A troca de olhares era tão intensa que nenhuma palavra conseguia ser dita, nada mais que suspiros saíam dos lábios de cada uma. Regina se movimentava lentamente no colo de Emma, sentindo seu sexo lambuzar o abdômen da loira, enquanto sua cabeça era jogada para trás e seus seios apreciados por lábios quentes e famintos.

*

Um doce sorriso saiu dos lábios carnudos ao observar a forma serena que Emma descansava bem na sua frente. Ajeitava os fios loiros que caíam em seu rosto e apreciava cada pedacinho de seu doce encanto, beijava-a sutilmente pelo rosto, tentando gravar cada detalhe em seus lábios e olhar.

Emma piscou lentamente algumas vezes e, quando seus olhos encontraram as doces amêndoas, deu um sorriso calmo e entregue. Arrependeu de dormir, arrependeu de não aproveitar cada segundo daquela noite ao lado de Regina... Ela ainda podia fugir no dia seguinte.

Seu descanso já tinha sido o suficiente e não se importou em ser tomada por um beijo apaixonado e ainda faminto. Como poderia reclamar? O simples toque do corpo de Regina sobre o seu fez com que sentisse uma vontade absurda de derramar-se novamente com ela. E quando foi tentar inverter as posições, Regina a impediu.

— Shh... — Pousou o indicador sobre os lábios finos, olhando nos olhos de mar. — Eu quero provar você... — Sussurrou sem nenhum espaço entre suas bocas.

 

*

 

This is Why I Need You – Jesse Ruben ♪

Emma tinha a respiração acelerada, enquanto observava Regina dormir em seus braços. Eram sete horas da manhã e não havia conseguido mais pregar o olho. Observava os cabelos negros caídos em seu peito, o corpo moreno levemente tombado sobre o seu, e as pernas entrelaçadas às suas.

Não queria se encher de esperanças, mas já sentia seu coração fazendo morada no belo impossível. Sentia como se abraçasse o melhor de sua vida. Regina estava ali, nos seus braços. Mas, com a incerteza de que a teria novamente, abraçou-a apertadamente, num ato claro de insegurança.

O aperto de seus braços e sua respiração rápida despertou a morena de seu sono leve, fazendo-a ronronar enquanto o rosto se esfregava no pescoço de Swan. A loira sorriu com a manha da fisioterapeuta e a beijou no topo da cabeça, tentando ignorar todo o desespero que sentia.

— Volte a dormir, ainda é cedo. — Sussurrou, deixando seus dedos entrelaçarem aos fios negros e oferecer um cafuné tranquilo na manhã.

Regina sorriu, depositando um cheiro no pescoço de Emma e subindo seu olhar para encontrá-la. O encantamento foi ainda maior ao ver as poucas luzes do sol iluminando as estrelas que abrigavam sua pele, foi completo ao observar os esverdeados brilharem tanto.

— Meu encanto... — Sussurrou, deslizando seu indicador pelo nariz de Emma e finalizando com um beijo suave em seus lábios. — Por todos os cantos... — Sorriu tranquila, selando novamente suas bocas.

— Você vai fugir? — Emma soltou de uma só vez, com a voz falha. Sentiu sua pele esquentar e o coração acelerar, enquanto observava os olhos amêndoas a analisarem.

— Eu teria motivo?

— Não sei, teria?

Regina respirou fundo, observando a respiração de Swan tremer ao ser finalmente liberada. Seu olhar gravou cada pedacinho que podia e se apaixonou ainda mais por cada centímetro que descobria.

— Não tenho planos para hoje. — Sorriu, deslizando seu polegar pelos lábios finos.

— Mas talvez tenha quando descobrir quem eu sou.

— Emma...

— Eu sou cheia de... — Respirou fundo, deixando sua mão pousar delicadamente no rosto da fisioterapeuta. — Eu sei que tenho uma banda, que sou baixista, e pareço descolada, livre... Olha só para você, olha tudo que enfrentou até estar aqui. — Apertou a maçã de seu rosto levemente. — Maturidade, força... Eu quero você aqui, céus!, como eu quero você aqui, mas eu tenho medo de te decepcionar por achar que eu sou bem resolvida e vou ter um tipo de postura que... Ah...

— Eu não espero isso.

— Não?

— É por toda história da sua mãe e família? — Regina aproximou-se ainda mais e recebeu a afirmação. — Tudo que é complicado, com você se torna fácil de lidar.

Não era preciso de longas conversas naquele instante, não era preciso de cartas para adivinhar o que estava no coração de cada uma. Emma entendia, olhando naqueles olhos que sempre conversou, que era um pedido de confiança. Juntas manteriam o navio avançando, juntas dariam um passo de cada vez.

 

 

 

* * *

 

 

 

“É por isso que eu preciso de você. Porque você faz a escuridão menos escura; você faz as pontas menos afiadas; você faz o inverno parecer mais quente; você faz minha fraqueza menos fraca; você faz o fundo menos profundo; você faz a espera parecer mais curta. Você faz minha loucura parecer normal, sempre.”

 

Ruby estava ao lado de Ingrid, no sofá da sala de Regina, rindo de algo que a morena contava para as amigas. Rose trazia a pizza, Rebecca as cervejas; ambas entre olhares que diziam muito, mas não estavam prontas para assumirem o que é que fosse que acontecia entre elas.

— Podem parar de falar de mim, que eu cheguei! — Zelena disse assim abriu a porta, com a alegria e simpatia de sempre.

Roland passou correndo entre as pernas de sua mãe e pulou no colo de Regina, fazendo-a tombar no chão com tamanho aperto e euforia. Os dois riam enquanto trocavam vários beijos carinhosos, amasso de um amor sublime e único.

Emma estava escorada no balcão, observando atentamente cada canto daquele momento, mas se perdeu no melhor dos encantos vindo em sua direção. Regina estava leve e linda, com os cabelos soltos caindo nos ombros, uma blusa branca de manga e soltinha, e um short jeans. Ela parou ao lado, deixando o olhar correr pelos mesmos lugares que Emma observava e um sorriso saiu de seus lábios.

— Regina... — Emma observou a morena ao seu lado e seu coração acelerou estupidamente – de novo.

— Sim?

— Você nos assumiria?

A morena deu um pequeno suspiro e voltou seu olhar à Emma, que agora tinha os esverdeados mais escuros e receosos. Não era uma cobrança, não era uma reclamação. Eram, apenas, as coisas começando a mudar com o tempo; eram os sentimentos se reafirmando, os desejos tomando forma.

Era apenas o “quem” e o “o quê” explicando o “porquê”.

Amava Regina e a queria por todos os dias de sua vida.

— Eu nunca escondi você, e, por isso, eu nunca teria de assumir algo. — Virou-se para a loira, afastando uma mecha que caía em seus olhos e, que, provavelmente, caiu de seu rabo de cavalo frouxo. — Eu estou com você e é isso que importa.

— É o que importa. — Disse firme, com um sorriso nos lábios e olhos.

— Vamos? — Ofereceu sua mão para a loira e tombou a cabeça rumo aos seus amigos que estavam na sala.

Não era como se seus amigos não soubessem, mas era a primeira vez que elas demonstrariam na frente de algum conhecido o amor que nutriam uma à outra, sem reservas, sem encenações.

Emma sentiu seu coração errar a batida e, sem medo de segurar aquela mão, apertou-a ao entrelaçar seus dedos. E Regina, selando seus lábios nas costas da mão alva, levou-a para a sala.

Não conseguiram fugir do impossível e, talvez, nunca realmente quiseram. Porque fosse a qualquer canto, em qualquer outra situação, continuariam encantadas, mais do que isso, continuariam estupidamente apaixonadas.

Olhos, bocas, pele. Sorrisos, carisma e voz. Shows, academia, apartamento. Entre elas, em qualquer canto, um encanto qualquer. 


Notas Finais


Eu me encantei por vocês, ♥


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