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História Enchanté - Time of Changes


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Tempo de mudanças.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 18 - Time of Changes


Fanfic / Fanfiction Enchanté - Time of Changes

 

Coloquei ela deitada na cama e no momento que estava fazendo isso ela abriu os olhos e olhou nos meus.

Ela sorriu e puxou meu rosto para mais perto.

- Me faça esquecer ele. — Ela sussurrou antes de me beijar.

Oh Deus, de novo não. Não sei se terei forças para recuar novamente.

Seus lábios macios se fecham sobre os meus e suas mãos me seguravam pela nuca. Prontamente segurei seus pulsos e me desvencilhei do seu aperto, rapidamente me afastei da cama.

- É melhor você ir dormir.

Ela se sentou e tirou os sapatos, jogando-os no chão. Ela se levantou e ficou ao lado da cama, ela me olhava com um sorriso malicioso e levou sua mão para a borda de sua blusa.

- Ivy? — Perguntei com medo.

Ela levantou os braços e sua blusa veio junto.

Ah merda!

Ela a jogou no chão e seus dedos foram para o botão da curta saia.

- Ivy, o que você está fazendo? Fique vestida… por favor. — Implorei.

Ela riu marota e encaixou os dedos nos cantos da saia, retirando-a, ficando parada na minha frente apenas de calcinha e sutiã azul bebê.

Meus olhos a percorreram com avidez, com desejo.

Ela caminhou em minha direção e eu aos tropeços fugi para a porta numa velocidade impressionante.

- Adeus, Ivy. — Falei rapidamente as palavras e saí do quarto, fechando a porta, deixando ela seminua com cara de frustração para trás.

Ofegante, passei a mão pelo rosto ainda sem acreditar.

Meu Deus, eu mereço uma medalha…

 

 

 

 

                                  Histórias de amor são eternas, mesmo que um dia acabem.

 

 

 

 

Harry

 

Eu já estava quase saindo da casa dos Collins quando ouvi um estrondo não muito alto. Olhei para trás e era a Ivy rolando escada a baixo.

Corri até onde ela estava, desesperado e caí de joelhos segurando seu rosto.

- Ivy?! Ivy, pelo amor de Deus, você está bem?! — Ela me olhou atordoada, mas assentiu com a cabeça.

- Não vai embora... — Disse ao se sentar devagar. — Não me deixa sozinha. Tem cobras no meu quarto...

- Vy, não tem nada lá… — Fui o mais carinhoso possível.

- Por favor fica. Não quero ficar sozinha, estou com medo...

- Ivy não me pede isso… — Como dizer não a garota que eu amo...?

- Por favor… — Disse em um sussurro e fez aquela maldita carinha triste e chantagista.

- Okay… eu fico… — Ela acariciou meu rosto e eu me deixei desfrutar daquele breve carinho. — Mas não iremos fazer nada, apenas dormir. Ok?

- Sim… — Ela sorriu ainda acariciando o meu rosto com seus polegares me fazendo fechar os olhos com o seu toque. — ...você me lembra alguém importante…

- Eu sou o Harry… não se lembra de mim…?

- Não é não… — Desdisse. — O Harry está com a minha irmã agora... — Olhei para o seu beicinho desgostoso e neguei com a cabeça.

- Não, meu amor, eu estou aqui… estou aqui com você, Vy… — Levei minha mão até o seu rosto o acariciando, ela sorriu e me deu um selinho inesperado. Wow.

Com cuidado peguei-a no colo, que se agarrou em mim feito um coala, e subi a escada para o seu quarto.

Busquei fazer o mínimo de barulho possível nos degraus, se os pais dela nos escutassem, eu era um cara morto.

Entramos no quarto e coloquei-a na cama de novo.

Ela tentou me beijar algumas vezes enquanto eu tentava fazê-la dormir, mas eu recusei todas.

Depois que ela finalmente dormiu, me ajeitei no sofá que havia ao lado da cama dela e se consegui fechar meus olhos por duas horas, foi muito. Eu estava preocupado com ela.

Aquela Ivy que vi na festa, não era ela.

Será que estou fazendo tanto mal assim pra ela…?

Levando em consideração que ela estava transtornada o suficiente para se embebedar e deixar que dois caras desconhecidos a influenciassem, eu diria que estou fazendo-a sofrer muito.

E não suporto isso. Dói mais em mim do que nela. Acreditem.

Demorou para que eu conseguisse desligar minha mente desse assunto e finalmente conseguisse dormir. E quando isso aconteceu os raios de Sol já estavam atravessando a janela.

O bom de ter dormido nessa casa durante quase todos esses dias é que eu já conhecia muito bem a rotina da família.

Eu sabia que aos sábados a Libby sai para caminhar com os pais e a casa fica vazia. Parcialmente sozinha.

Levantei do sofá e saí do quarto indo até a cozinha. Ivy vai estar com uma baita ressaca quando acordar e provavelmente não vai querer comer nada, mas quem sabe eu pudesse preparar para ela uma daquelas bebidas mágicas que eu aprendi a fazer para curar dores pós-bebedeira?

Abri a geladeira e por sorte havia tudo o que eu precisaria.

Peguei um maracujá, um limão, e uma maçã.

Fui até a dispensa e peguei alecrim, gengibre, canela em pó e um dos copos de água de coco. Era da Libby, ela adora beber isso depois de caminhar.

Cortei uma rodela de gengibre e coloquei tudo dentro do liquidificador.

Depois de pronta, coloquei a bebida dentro de uma caneca e fiz um suco de laranja para mim.

- AHHHHH! — Escutei o grito da Ivy.

Soltei tudo que segurava e corri para ver o que tinha feito ela gritar daquele jeito. Adentrei seu quarto com a expressão de puro horror e seus olhos estavam tão arregalados que achei que iriam saltar das órbitas.

- Harry?! — Disse surpresa. — Por favor, me diga que nós não transamos! — Disse parecendo desesperada.

Então ela estava assim por causa disso?

Eu deveria estar com o meu orgulho ferido… ela acharia tão horrível assim acordar e descobrir que passamos a noite juntos...?

- Nós não transamos, ok? — Ela colocou a mão na barriga e soltou um longo suspiro de alívio. — Como você se sente?

- Agora que você falou… ai. — Ela disse levando a mão à cabeça fazendo uma careta de dor.

- Não se mexa que eu já volto — Eu disse antes de sair do seu quarto e voltar até a cozinha para pegar a bebida que preparei para ela. — Está com fome? — Perguntei assim que voltei. Segurando sua bebida e o meu suco na outra mão.

- Não sei se consigo comer alguma coisa. Estou me sentindo péssima — Ela disse se sentando melhor na cama.

- Depois do quanto você bebeu ontem não é de se admirar — Disse e empurrei a caneca para ela.

- O que é isso? — Ela perguntou fazendo uma careta para o conteúdo escuro.

- A aparência não é boa e o gosto menos ainda. Mas te garanto que faz milagre contra a ressaca. — Meio hesitante ela levou a caneca até a boca e tomou um gole.

- Urgh! Isso é horrível.

- Lembre-se disso da próxima vez que quiser encher a cara. — Disse em tom repreensivo.

Ela abaixou o rosto devagar.

- Ivy, o que aconteceu ontem à noite...?

- Eu não lembro muito…

- Tem certeza? — Perguntei desconfiado.

- Só lembro de algumas coisas… — Não sabia se ficava feliz ou não com a sua afirmação. Por um lado talvez fosse melhor ela não lembrar do que aconteceu entre a gente, assim ela não sofreria ainda mais. — Você que me trouxe pra casa...?

- Sim

- Sinto muito ter estragado a sua festa surpresa… — Disse em um gemido lamentoso.

- Não se preocupe com isso, eu só não podia deixar você lá com aqueles caras.

- Caras??

- Sim. Dois, Ivy. — Entonei. — Todos ao redor de você. — Minhas narinas arderam de ciúmes.

Ele apoiou a testa em seu joelho, soando renitente:

- Não acredito que fiz isso…

- Nem eu… agora beba. — Disse empurrando a caneca até sua boca.

Ela me lançou um olhar zangado.

- Não me olhe assim. Foi você que bebeu até não aguentar mais.

Ela pegou a caneca e fazendo uma careta bebeu mais alguns goles.

- É como lamber a blusa de um jogador de basquete depois de um jogo — Murmurou.

- E como diabos você sabe disso? — Perguntei entre risos.

- Não enche... — Ela disse com um leve sorriso no canto dos lábios enquanto tomava mais um gole.

Ficamos em silêncio e ocasionalmente eu levei meu copo de suco até a boca.

- A gente viu pornografia ontem? — Ela repentinamente perguntou-me e eu quase cuspi o suco de volta.

- Por Deus, Ivy, você não filtra nada que surge nessa sua cabeça? — Ergui meu copo e o virei novamente.

- Dá pra responder se sim ou se não?

- Claro que não. De onde tirou isso??

- Estou lembrando de algumas coisas… — Fiquei olhando para o copo por um momento, ouvindo-a. — Lembro de uma menina tirando a blusa e a saia na frente de um garoto ficando apenas de calcinha e sutiã — Ela disse bem quando eu estava levando meu suco à boca e de súbito engasguei. — Você está bem?!

Tossi algumas vezes, mas assenti com a cabeça.

- V-você deve ter sonhado, esquece isso. — Decidi mentir e não lhe contar que a tal menina havia sido ela mesma. Só serviria para constrangê-la e deixar um clima estranho entre nós. — Agora precisamos falar sério. — Usei meu tom mais austero. — Você se arriscou muito se embebedando daquela forma e dando bola para dois desconhecidos e aproveitadores. Aquilo foi muito perigoso, Ivy — Fui severo.

Ela abaixou a cabeça com vergonha e fez uma carinha que me fez ter vontade de aninhá-la em meus braços só para que se sentisse melhor. Mas não podia, eu estava falando sério com ela.

- Eu sei, sinto muito. Eu fiz besteira.

- Besteira é pouco, mas não importa mais. Você tem que me prometer que não vai mais fazer isso. Prometa.

- Eu prometo — Ela disse baixinho.

- Prometa de verdade, Ivy. Dá próxima vez eu posso não estar lá para te proteger… e eu não suportarei se algo de ruim te acontecer… — Fui sincero e ela sorriu para mim. — Prometa que você nunca mais irá beber e sair com estranhos. — Ela colocou uma mão em meu rosto e acariciou minha bochecha com seu polegar.

- Eu prometo. — Respirei mais aliviado.

É bom que ela tenha entendido o quão sério seus atos foram.

- ...por que você bebeu daquele jeito...? — Sondei. — Você não é assim, eu sei.

Ela desviou o olhar.

- Me fale o que aconteceu para você agir daquela forma... — Pedi.

Ela continuou encarando a caneca em sua mão e não disse nada.

- Isso tem alguma coisa a ver comigo...? — Assim que disse isso ela me olhou surpresa, pude ver sofrimento em seu olhar. E também pavor.

- Você não teve nada a ver com isso — Respondeu-me pouco convincente.

- Ah não? Então porque você passou a noite inteira dizendo que sim?

- Não faço a mínima ideia — Ela tentou levantar da cama, mas a impedi.

- Fica aqui, eu ainda não terminei. — A encarei firme.

- O que? Aparentemente eu falo muita besteira quando estou bêbada — Ela disse parecendo amargurada.

Ela nem tem ideia. E eu poderia dizer que ela faz muitas também.

- Anda logo Ivy, fala de uma vez. — Ela revirou os olhos e soltou um grunhido.

- Não tem nada a ser dito, Harry. Eu realmente preciso ter um motivo relacionado a você para querer beber e sair?

- Eu realmente espero que não.

Ela suspirou irritada e se levantou, mas eu sou mais rápido e a segurei pelo braço.

- Espera! Eu só quero te ajudar. — Ela, de má vontade, se sentou novamente. — Eu me importo com você. Se você estiver sofrendo muito, então quero saber. Por favor

Ela me olhou fixamente e eu quase pude ver as engrenagens girando em sua cabeça, decidindo se me contava ou não. Por fim ela soltou um suspiro, como se estivesse desistindo.

- Tudo bem… — Ela cobriu o rosto com uma mão e pareceu procurar as palavras. — Eu estou triste com toda essa situação… traí a minha irmã e mesmo assim ainda estou sem você… — Senti um aperto no peito e um gosto amargo na boca. — Eu sei o que você está pensando. Que é um exagero. Um egoísmo a minha reação, que amores vem e vão, não é?

- Não estou pensando nada disso. E não acho que você esteja exagerando, porque eu sinto o mesmo… — Ela me olhou com os olhos ameaçando transbordar lágrimas.

Senti meu coração se rachando e se quebrando.

- Ivy tudo que eu quero é estar com você… enquanto eu respirar. Mas não posso magoar a sua irmã... eu não sei o que fazer…

- ...o que fizemos com ela foi horrível, Harry… — Ela não conseguiu mais segurar e as lágrimas escorreram livremente por suas bochechas. Com isso um buraco foi aberto em meu peito.

Estiquei meu braço e puxei seu corpo leve e pequeno para o meu colo. Ela veio sem resistência alguma, e se sentou em minhas pernas com a sua cabeça escondida em meu pescoço. Abracei-a forte e acariciei seus cabelos.

- Não chore mais… tudo vai ficar bem, Vy. Eu vou assumir toda a culpa — Tentei reconfortá-la, mas ela balançou a cabeça discordando de mim. — Vy, sim. Eu não posso deixar que vocês duas se distanciem por causa de mim. — Ela levantou a cabeça, me olhando nos olhos.

- Harry

- E você sabe que de fato a culpa foi minha. — Disse limpando os rastros que as lágrimas fizeram em sua bochecha. — Fui eu que te beijei.

- Mas eu correspondi...

- Eu direi que não

- Não posso permitir isso… eu preciso arcar com o que fiz, Harry

- Ivy

- Se você fizer isso eu nunca irei te perdoar. — Disse convicta e eu assenti com a cabeça.

- Tudo bem. Mas eu quero contar. — Ela ficou pensativa. — Okay...? — Ela assentiu com a cabeça.

- Okay… — Eu só não sabia como… — Agora você precisa ir… eles já estão para chegar. — Só consegui assentir. — Obrigada por ontem e por essa bebida horrível. — Ela me deu um beijo na bochecha. Senti como se uma corrente elétrica estivesse passando por meu corpo.

- De-d-de nada — Me peguei encarando sua boca. Algo completamente magnético e intenso puxava meu rosto em direção ao seu.

Sentindo o mesmo, ela se levantou rapidamente em um impulso.

Mas foi o melhor.

Apoiei minhas mãos na cama para levantar e limpei a garganta.

- Tchau, Vy. — Depositei um beijo em sua testa e senti sua mão subir à minha nuca. Apertei os olhos, resistindo, e me afastei dela.

Caminhei prontamente até a porta e saí de lá rapidamente.

Suspirei de olhos fechados.

Nós estamos tão ligados...

Somos dois corpos unidos à distância. Somos duas mentes separadas pela proximidade… somos dois sentimentos contidos pela razão… somos duas vidas mantidas pelo sentimento… somos uma total confusão...

Olhares entrelaçados,

Rostos ruborizados,

Fantasias impossíveis,

Isso é o que Ivy e eu somos.

Somos também a espera do interminável… somos o medo temendo o medo… somos o destino sendo re-traçado diariamente, aleatório e imprevisivelmente...

Somos totalmente ligados, unidos, vivendo desse amor que parece infinito…

Eu preciso dela e ela precisa de mim…

Somos tão pequenos diante da grandeza do que sentimos… somos um todo, com um pouquinho de cada um...

Mas não sei se fico ou se sumo, se insisto ou se desisto, se espero ou se supero.

O que sei, é que tudo tem seu tempo... e o meu agora é de ficar sozinho e refletir dentro de mim mesmo.

 

 

 

                                                            Dias depois

 

 

 

Quando finalmente acordei do cochilo da tarde e desbloqueei meu iPhone, vi uma mensagem da Libby.

 

[06:09pm] Libby: Precisamos conversar.

 

Nos últimos dias a nossa relação acabou entrando em colapso. Eu sentia tanta vergonha e tanta culpa, que a evitei por completo. Nunca estivemos tão distantes como agora e eu era o culpado disso.

Não nos vimos mais depois daquela festa, apenas pelos corredores da escola. A Ivy eu também só via de longe. Eu quis me manter distante das duas para pensar.

Parei e fiquei olhando para o celular por alguns segundos antes de responder.

 

[06:10pm] Harry: Precisamos.

 

[06:12pm] Libby: Onde?

 

Andei de um lado para o outro, pensando. Eu não queria que ela estivesse sozinha depois do que eu tinha a lhe falar…

 

[06:13pm] Harry: Pode ser na sua casa?

 

Fiquei esperando a resposta.

 

[06:14pm] Libby: Estou esperando.

 

Peguei uma roupa no armário e me vesti com rapidez.

 

 

 

 

 

Libby

 

Tudo na minha vida ultimamente parecia ter se tornado um erro. Foi um erro ter aceitado ir ao baile da escola com o Harry. Foi um erro ter concordado com esse namoro. Foi um erro ter me apaixonado por ele. Foi um erro tudo.

Só havia erros e mais erros amontoados por uma única razão estúpida: por causa dele.

 

Din-Don!

 

Olhei para a porta e suspirei fundo. Passei a mão pelo rosto e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, não sei por que, mas sempre faço isso quando estou nervosa. Faço isso desde de criança.

Caminhei até a porta de entrada e abri-a encontrando Harry.

Seus olhos caíram em mim com firmeza, pela primeira vez em muitos dias.

- Oi — Ele entrou simplesmente, pulando qualquer cumprimento tradicional de namorados. Foi o sinal claro de seu nervosismo.

Ele ficou em silêncio por um instante, apenas cruzei os braços e o encarei dando a sua pausa.

- Precisei desses dias para chegar a uma conclusão sobre tudo isso, Libby.

Ele não pareceu querer me ferir, apenas pareceu sincero.

Ele suspirou e andou pela sala.

- Eu não acho que exista uma maneira amena de te dizer isso…

- Dizer o que? Seja claro, Harry. Apenas. — Era só isso que eu queria.

- Eu estive do seu lado. Eu magoei a garota que am… — Prendi a respiração, com um incômodo frio na barriga. — Eu decepcionei a Ivy por causa disso que sinto por você. — Soltei o ar dos pulmões. — Tentei te amar, Bby. Eu juro que tentei, mas o que sinto pela Ivy… — Ele abaixou o rosto. Eu pressentia o adeus em suas palavras. Ele estava indo... — Na confusão dos meus sentimentos, eu fui fingindo que não tinha certeza de nada… mas eu não posso mais fazer isso… eu não queria te magoar, nunca quis… você é importante pra mim, pra minha história, e eu te amo. Mas amo como amiga. Não como um homem ama uma mulher… — No fundo eu já sabia de tudo o que ele me dizia, e isso ajudava na minha recuperação. Porém ouvir dele me feria.

Se ele queria partir, eu não iria tentar impedir ou lamentar, porém eu quis chorar.

E assim as primeiras lágrimas caíram sem o meu consentimento…

- Bby… não faz isso. — Ele me puxou para perto e me abraçou. Ele me apertou forte querendo me ver bem. — Não quero que se sinta mal... você é perfeita de um jeito totalmente único... — Ele passou a mão pelo meu rosto. — Qualquer cara se jogaria aos seus pés. Eu fiz isso, lembra…? — Meus olhos encontraram os dele. — Você é a garota que me fez enxergar o amor pela primeira vez… você sempre vai ser uma parte de mim… sempre...

Segurei em sua cintura e calmamente me afastei.

Ele não demonstrou reação, apenas me olhou nos olhos, visivelmente triste.

- Só a faça feliz... — Pedi-lhe.

Seus olhos foram tomados por lágrimas.

Ele assentiu entre o choro e me abraçou com firmeza novamente.

Ouvi-o fungar em meu ouvido e com um suspiro trêmulo, ele sussurrou:

- Eu preciso te contar uma coisa…

- Conte...

- Me perdoa, eu não sei se essa é a melhor hora… — Angustiou-se tomando meu rosto em suas mãos.

- Fala logo — Me tornei apreensiva.

- Iv… Ivy e eu nos beijamos...

Me afastei apenas o suficiente para lançar-lhe o meu olhar mais cético.

- O que…? — Ele apertou os lábios um no outro.

Grunhi e dei uma forte bofetada em sua bochecha.

Com violência seu rosto foi para o lado e depois baixou em constrangimento e culpa.

- Vai embora daqui… — Rosnei apontando para a porta.

- Bby…

- VAI EMBORA! — Vociferei com ira.

Não olhei mais para ele e afundei o rosto nas mãos chorando sem parar. Escutei a porta abrindo e fechando com ele indo embora.

A dor que rasgava meu coração era pior do que todas as vezes que tive meu coração partido por alguém...

Ela ficava cada vez maior... e cada vez mais profunda por vir de onde eu nunca imaginei… vinha da traição da minha própria irmã...

Limpei minhas lágrimas com força e corri para o quarto dela.

E quando abri a porta do seu quarto e a vi deitada no colchão, levantei-a bruscamente da cama virando-a para ficarmos frente a frente.

- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO?! — Ela nem piscou.

- Mas... do que você está falando...? — Pude ouvir medo em sua voz.

- EU JÁ SEI DE TUDO, IVY! — Ela me olhou com desespero.

- Você tem que me ouvir, por favor... — O rosto dela já estava coberto de lágrimas.

- Eu só quero saber POR QUE, poupe-me dos detalhes sórdidos...! — Meus punhos estavam cerrados de tanto ódio, raiva e dor.

Eu não poderia agredi-la fisicamente, nem mesmo com toda razão de estar furiosa. Ela é minha irmã e eu a amo. Mesmo agora. Mesmo depois de tudo…

- Eu… eu… — Ela abriu e fechou a boca várias vezes, sem conseguir explicar.  

Respirei fundo, em uma tentativa em vão de me acalmar.

- Li eu me ceguei por um momento e me deixei levar pela emoção… me perdoa… — Eu pouco a via. As minhas lágrimas não permitiam. — É duro admitir que errei, ainda mais com você… a pessoa que mais me amou, que mais me compreendeu, que mais me defendeu… e agora eu te perdi por causa de um erro completamente meu… — Suspirei em dificuldade. Que aquilo fosse um pesadelo! — Somos todos feitos de fraquezas e de erros… e não importa qual seja a pessoa, alguém vai te ferir de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso… — Mordi meu lábio inferior.

- Você não é qualquer pessoa, Ivy… você é a minha única irmã e fez algo imperdoável! — Meus dentes estavam travados e sua expressão de tristeza tornou-se pior.

- Eu choro todas as noites pelo que fiz… deixe que apenas isso seja o meu castigo, Li, por favor… — Suplicou-me, com uma dor profunda nos olhos.

- Não consigo fazer isso agora, você me quebrou, Ivy...

Mais lágrimas rolaram por seu rosto, ela ainda mantinha aquele olhar triste e expressão desolada.

Alguém disse um dia que para todo erro há perdão. Quem foi que disse isso mesmo? Será que essa pessoa sofreu a dor de uma traição…? Será que ela sofreu a crueldade de alguém tão próximo…?

Eu sei que errar faz parte da natureza humana... e os nossos deslizes, geralmente, são sujeitos à reconsideração... mas um erro premeditado, a meu ver, tem um conceito muito mais grave do que um simples erro de conduta. Isso se chama maldade. E isso é uma coisa que eu não consigo relevar de maneira nenhuma.

Os dois foram cruéis comigo. Foram sujos e desonestos.

Eu juro que adoraria ser uma pessoa mais evoluída, e menos emotiva. Mas o que estou sentindo supera todos os meus esforços em ser tolerante.

Talvez essa dor diminua…

Ou talvez ela só aumente…

Meu coração perdoa fácil uma palavra mal colocada... um julgamento precipitado, a ofensa na hora da raiva, um grito no meio de uma discussão, perdoa até a incapacidade que muitos podem ter de não compreender as minhas razões.

Mas o meu perdão será dado ao meu tempo, e não no tempo de quem me prejudicou e agora quer a minha reconsideração.

- Eu sei que foi cruel o que fiz com você… eu não estou me reconhecendo... — Gemi dolorosamente, e ela, que também chorava, gemeu em resposta. — Mas tudo mudou tão rápido… eu não consigo me conter quando estou perto dele... a minha cabeça gira, o meu coração dispara, a minha sanidade some. Se você também o ama deve ter uma ideia da sensação… — Levei minha mão até entre meus cabelos e abaixei a cabeça, exausta. — Eu me sinto perdida dentro de mim… guardei coisas que doem por estarem guardadas, mas que iriam doer mais ainda se fossem ditas. Como agora… — Minha mente congelou por alguns segundos. — No fim, tudo é sobre o amor, Li. E não existe nenhum tão forte quanto o nosso, por isso, me perdoa… — Eu sabia que as coisas não funcionariam assim. Não era simples, não havia borracha.

- Eu não sinto nada, Ivy... nada! Só existe um vazio enorme dentro de mim que me impede de te perdoar! — Fui severa e por fim saí sem dizer mais nada.

 

 

 

Harry

 

A minha cabeça doía muito.

Deitado na minha cama fiquei longos minutos tentando buscar uma maneira de conseguir o perdão dela...  

Libby precisava me perdoar… não conseguia parar de pensar nisso…

Deus, eu me odeio...

- HARRY?! — Arregalei os olhos ao reconhecer a voz do Niall.

Avistei ele entrar no meu quarto e violentamente me erguer pelos ombros de cima da cama.

- Você a traiu…? A traiu COM A IRMÃ DELA?! — Ele desferiu um soco no meu rosto, fazendo-me cair de novo sobre a cama. — EU TE AVISEI PARA NÃO MACHUCÁ-LA!

- Eu... — Tentei dizer alguma coisa.

- CALA A BOCA! — Lentamente me virei para encará-lo. Ele devolveu o olhar sem nem piscar. — Eu sabia que isso iria acontecer cedo ou tarde. Mas fui BURRO O SUFICIENTE PARA ACREDITAR EM VOCÊ!

- Niall eu sei que errei! Eu me deixei levar, deixei que as coisas acontecessem, mas o que eu posso fazer se a amo?! — Ele riu com escárnio.

- Não há mais nada que você possa fazer, Styles… você perdeu a Libby e também acaba de me perder!

- Só por causa de um deslize?!

- Você a traiu com a irmã dela, isso está muito longe de ser SÓ UM DESLIZE! — Rebateu com raiva.

- Eu…

- Você conseguiu magoar a minha melhor amiga, SEU CANALHA! Por que você tem que ser esse idiota de merda que é?! Por que você sempre tem que ser esse imbecil sujo sem coração?! — Ele disse com os dentes cerrados e os olhos vermelhos com puro ódio.

Eu não sabia o que dizer, mas toda vez que o olhava tinha vontade de pedir que ele me batesse de novo, e de novo.

- Eu — Ele me cortou outra vez.

- Foram tantos anos juntos, não foram? Tivemos algumas despedidas e agora sinto que essa é a última. Você participou de todas as minhas tristezas e comemorou comigo todas as minhas alegrias. Foram bons momentos juntos, confesso que sentirei saudades. Mas a nossa amizade acabou, Harry.

 


Notas Finais


👏👏 LIALL aHazzou 👌
Me digam o que acharam do capítulo e até o próximo <3

→ ❤️❤️❤️ Música tema do casal Hibby:
https://m.youtube.com/watch?v=xXzvE9Gu8iM&pp=ygUvdGF5bG9yIHN3aWZ0IGUgemF5biBpIGRvbid0IHdhbm5hIGxpdmUgZm9yZXZlciA%3D ❤️❤️❤️
Tradução: https://m.letras.mus.br/taylor-swift/i-dont-wanna-live-forever/traducao.html

❤️❤️❤️ Música tema do casal Hivy: https://m.youtube.com/watch?v=4zfgkZx2d3g ❤️❤️❤️
Tradução: https://m.letras.mus.br/lu-musicas/791664/traducao.html


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