-Fale claro, por favor.
-Sempre tive a teoria de que todos cometem um erro fatal na vida. O seu foram antecedentes criminais. Está tudo conectado faz sentindo.
-O que faz sentindo? Ela não entendia o que ele falava.
-Eu não entendia ao certo, os motivos que á levaram a roubar. Contentei-me que você era jovem e pobre, por isso roubou.
-Então ser jovem e pobre é motivo para não ter caráter? Perguntou ela meio irritada.
-Não. Mas por meses não quis pensar nisso e depois que a nossa filha nasceu eu quis enterrar seu passado.
-Entendo. Porém ela não entendia, mas guardou para sí.
Nathaniel deu de ombros, então falou algo que a desconcertou completamente:
-Mas embora o júri a tenha considerado culpada e você tenha ido para a cadeia, não é uma ladra - Ela arqueou as sobrancelhas.
-O que você acabou de dizer?
-Acredito que você não é uma ladra, Azi .
Eater continuou olhando-o em silencio porque ficara abalada com a mudança de opinião dele.
- Você é inocente. O contrario não faz sentido. Sinto muito pelo meu julgamento Eater.
- Você descobriu algo?
-Minha vó, pesquisou algumas coisas e achou a confissão da sobrinha de Liza.
-Eu já desconfiava que fosse ela.
- Mas pior desta historia é que, você morou comigo um ano e nunca roubou nada que é meu. Colocaria a mão no fogo por você, porém fui incapaz de ligar os pontos.
-Eu fiquei muito triste com sua recusa em me ouvir .
-Eu, quero ouvir toda á historia agora. Disse ele pegando o roupão para ela.
- Fui convidada pelo meu professor de restauração, para trabalhar como estagiaria em uma galeria. Eu não pensei duas vezes e vim para o Rio de Janeiro. Sempre dei o meu melhor no trabalho e isso incomodava a sobrinha de Liza, depois de um tempo, começaram a sumir quadros do deposito, porém Liza me contou que antes da minha chegada tinha sumido mais coisas. Um dia antes da policia ir à minha casa, eu tinha feito aniversario e tinha convidado todos da galeria, o que foi uma péssima ideia, já que alguém se aproveitou desta oportunidade para me incriminar.
Nathaniel , ouviu tudo aquilo com um grande arrependimento. Pois sabia que caso tivesse perguntado antes toda historia a ela, teria evitado muita coisa.
- E você não contou para á policia?
- Contei, mas não acharam nada contra outro funcionário da galeria.
-E a dona da galeria?
- Ela não acreditava que eu era culpada e não queria registrar queixa contra mim, na verdade ela insistia que foi outra pessoa.
-Ela vai testemunhar contra a sobrinha.
- Que triste.
- Você e o seu coração...
-Eu fico triste, pois é família né e também a cadeia não e fácil.
- Me conte.
- Quando cheguei lá, tentaram abusar de mim, como não tenho vícios e não queria fazer parte de facção era desprezada. Depois de oito meses é que elas começaram a se acostumar comigo. Eu comprava algumas coisas pra agrada-las, quando comecei a fazer desenhos na minha cela , todas queriam nas delas, e isso me ajudou muito. Minha família me visitava e sempre trazendo dinheiro e presentes. Depois fui trabalhar na cozinha, o que foi bom, pois era melhor que ficar em uma cela com trinta mulheres. Em 2015 fui liberada.
-E começou a trabalhar na minha empresa?
-Na verdade já tinha passado por três empresas antes e me demitiram por ser ex presidiaria.
-Nossa.
-Na cadeia arrumei uma amiga chamada Anita, ela saiu antes de mim e morreu á pouco tempo, os pais dela me deram trabalho de professora na parte da manhã.
-Fico feliz por isso, mas lutarei para limpar seu nome.
-Isso é tão importante para você?
-Claro você é minha esposa.
-Obrigada.
- Eater você me perdoa?
- Pelo que?
- Por tudo que fiz você passar de ruim?
-Nathaniel ...
- Por favor, preciso do seu perdão, porém quero seu perdão verdadeiro.
- Na verdade, eu sempre perdoei você, só que eu me sentia fraca perdoando você sempre, por isso preferir, alimentar incertezas e magoas em meu coração assim ficou mais fácil negar meus sentimentos.
- Que sentimentos. Falou ele a carregando para cama.
- Deixar para lá Nathaniel.
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